Ruim, ruim, ruim. A proposta é convidativa - caminhadas, diálogos e uma câmera acompanhando - mas simplesmente não rolou. Forçado demais. Talvez sirva pra adolescentes postarem frases no tumblr.
Não vi onde está a sensibilidade única do filme. Então qualquer um que não veja as mulheres como carne é uma alma sensível que tem uma forma peculiar de ver a beleza feminina? Se isso é tão raro, o mundo está pior do que eu pensava. Uma história completamente genérica e simplista narrada por um monte de frases de efeito.
Sinceramente, eu sou cristã, acredito que Deus não está morto, mas vi tantos erros nesse filme que nem sei por onde começar.
A mensagem que ele passa é: Ateus, e até mesmo teístas de outras religiões que não a cristã (como o islamismo) são pessoas intolerantes, agressivas, capazes de espancar e expulsar uma filha de casa caso ela decida seguir outra fé, ou de "destruir o futuro" de um aluno porque ele não professa o ateísmo, ou de terminar friamente com sua namorada quando descobre que ela tem câncer. São passionais e o ateísmo é a expressão de um trauma de infância ou de uma frustração com a vida. Em que tipo de universidade um professor seria antiético a ponto de reprovar e arriscar a carreira de um aluno porque ele não é ateu? Sim, existem ateus babacas, mas no filme não mostra UM que não seja, assim como não mostra nenhum cristão fora do estereótipo "bonzinho e injustiçado pelos ateus malvados".
Ateus, ou simplesmente pessoas que acreditam na evolução, têm uma moral duvidosa e terão um preço a pagar (ser atropelado subitamente ou desenvolver um câncer terminal), última oportunidade cedida por Deus para que aceitem o cristianismo.
Não acredito que fecharam uma questão complexa como a existência de Deus em algumas breves discussões em sala de aula, da qual a turma sequer participou, obtendo consenso total em favor de Deus (ou melhor, do cristianismo).
E naquela parte que fazem uma oração pro carro pegar, quando ele colocou a chave na ignição eu até pensei "não, o filme não vai ser tão óbvio assim", mas... foi.
Repetindo, eu sou cristã e acho que o mundo precisa sim de pessoas que defendam minha fé, mas esse filme foi um desserviço à causa.
No filme vemos Augustine sendo tratada como objeto de experimentação científica e a problemática implicada nisso, representada pela transferência, em que o desejo se interpõe na relação entre o médico e seu objeto de estudo. O que leva às primeiras indagações sobre a distinção entre o adoecimento psíquico e o físico, retomada por Freud anos mais tarde. Nada é mostrado sobre a história de Augustine, seu passado, seus conflitos. Justamente porque ela é um objeto da ciência e não um sujeito, a paciente é identificada com a própria doença. Está ali para ser estudada e não curada. A histeria vem mostrar aos médicos o paradoxo de uma paralisia motora sem lesão neural, levantando questões sobre o que está além do corpo, do visível e do mensurável, enfim, abrindo lugar para a mente nas discussões médicas.
No final Augustine, curada, não é mais hipnotizável, sinal de que já não se submete aos comandos do outro. E segue seu próprio caminho, afirmando-se como sujeito
A falta de aprofundamento em fatos históricos da ditadura, o que foi criticado por alguns, na verdade foi importante para o objetivo do filme, que é nos fazer conhecer a época pelo olhar subjetivo de uma criança, que não sabe o que está acontecendo, e tem de usar sua própria lógica para entender conceitos da realidade externa ("Eu acho que exilado quer dizer ter um pai tão atrasado, que nunca mais volta pra casa").
A dissolução repentina da família impõe a Mauro um amadurecimento precoce. A princípio arredio e mimado, com a passagem do tempo é forçado a se adaptar à nova realidade e às diferenças culturais. Acaba se envolvendo com a comunidade judaica, frequentando seus cultos, e assimila hábitos de Schlomo, com quem constrói uma relação de confiança. Encontra momentos de alívio jogando botão (objeto de apego por estar ligado ao pai), futebol com os amigos, vibrando com os jogos da seleção, mas nunca se distrai da angústia por notícias dos pais.
A identificação do garoto com a figura do goleiro, aludido em vários momentos da narrativa, talvez seja pelo fato de ambos se verem em uma condição de solidão, independência e grande responsabilidade exigida...
A Eva, desde a gravidez, se mostrava apática e infeliz com a maternidade, mas não foi uma mãe relapsa. Ela se esforçou pra educá-lo e ter uma boa relação com ele. Além disso, desde bebê o Kevin já dava sinais de hostilidade. A conclusão mais fácil é que ele já tenha nascido psicopata. Entretanto, só isso não é uma explicação satisfatória, pois todos os atos delinquentes do Kevin buscavam atingir a Eva. Com o assassinato na escola, e do pai e da irmã, ele não pretendia se vingar daquelas pessoas em si, mas sim da mãe. Ele queria puni-la, deixando-a sozinha e com a reputação manchada. Ele calculou tudo: cometeu o crime próximo de completar 18 anos, para que fosse para a cadeia e a mãe ficasse só. Do início ao fim do filme, o conflito psicológico do menino gira em torno da mãe. Mas isso indica que ele a odiava? Não, pois se fosse assim ele a teria agredido diretamente, coisa que nunca fez (e, como psicopata, seria capaz de fazer). (Sobre isso, cabe mais uma observação, ele não a prejudicou diretamente nem quando teve a oportunidade de fazê-lo, quando ela quebrou o braço dele e ele mentiu para protegê-la). Não era ódio, mas um desejo doentio pela atenção dela. Não bastava cuidado e boa criação, ele sentia falta de afeto. Ainda bebê o Kevin captou o distanciamento emocional da mãe. Ele sentia um amor reprimido e confuso por ela, e a falta de correspondência agravou o caso. Algo meio complexo de édipo, mas que na mente de um psicopata, resultou naquilo. Na última cena, o remorso que ele transpareceu deixa isso evidente.
Apenas o Fim
3.7 1,1K Assista AgoraRuim, ruim, ruim. A proposta é convidativa - caminhadas, diálogos e uma câmera acompanhando - mas simplesmente não rolou. Forçado demais. Talvez sirva pra adolescentes postarem frases no tumblr.
A Entrevista
3.1 1,0K Assista AgoraMeia estrela pelo cachorrinho.
Cashback, Bem-vindo ao Turno da Noite
3.7 523Não vi onde está a sensibilidade única do filme. Então qualquer um que não veja as mulheres como carne é uma alma sensível que tem uma forma peculiar de ver a beleza feminina? Se isso é tão raro, o mundo está pior do que eu pensava.
Uma história completamente genérica e simplista narrada por um monte de frases de efeito.
A cena em que a Sharon flagra o exato instante em que a ex-namorada do Ben beija ele nem é clichê de comédia romântica, é de novela das 8 mesmo.
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista AgoraFicção científica meets art-house européia.
Deus Não Está Morto
2.8 1,4K Assista AgoraSinceramente, eu sou cristã, acredito que Deus não está morto, mas vi tantos erros nesse filme que nem sei por onde começar.
A mensagem que ele passa é:
Ateus, e até mesmo teístas de outras religiões que não a cristã (como o islamismo) são pessoas intolerantes, agressivas, capazes de espancar e expulsar uma filha de casa caso ela decida seguir outra fé, ou de "destruir o futuro" de um aluno porque ele não professa o ateísmo, ou de terminar friamente com sua namorada quando descobre que ela tem câncer. São passionais e o ateísmo é a expressão de um trauma de infância ou de uma frustração com a vida. Em que tipo de universidade um professor seria antiético a ponto de reprovar e arriscar a carreira de um aluno porque ele não é ateu? Sim, existem ateus babacas, mas no filme não mostra UM que não seja, assim como não mostra nenhum cristão fora do estereótipo "bonzinho e injustiçado pelos ateus malvados".
Ateus, ou simplesmente pessoas que acreditam na evolução, têm uma moral duvidosa e terão um preço a pagar (ser atropelado subitamente ou desenvolver um câncer terminal), última oportunidade cedida por Deus para que aceitem o cristianismo.
Não acredito que fecharam uma questão complexa como a existência de Deus em algumas breves discussões em sala de aula, da qual a turma sequer participou, obtendo consenso total em favor de Deus (ou melhor, do cristianismo).
E naquela parte que fazem uma oração pro carro pegar, quando ele colocou a chave na ignição eu até pensei "não, o filme não vai ser tão óbvio assim", mas... foi.
Repetindo, eu sou cristã e acho que o mundo precisa sim de pessoas que defendam minha fé, mas esse filme foi um desserviço à causa.
Augustine
3.3 63 Assista AgoraNo filme vemos Augustine sendo tratada como objeto de experimentação científica e a problemática implicada nisso, representada pela transferência, em que o desejo se interpõe na relação entre o médico e seu objeto de estudo.
O que leva às primeiras indagações sobre a distinção entre o adoecimento psíquico e o físico, retomada por Freud anos mais tarde. Nada é mostrado sobre a história de Augustine, seu passado, seus conflitos. Justamente porque ela é um objeto da ciência e não um sujeito, a paciente é identificada com a própria doença. Está ali para ser estudada e não curada. A histeria vem mostrar aos médicos o paradoxo de uma paralisia motora sem lesão neural, levantando questões sobre o que está além do corpo, do visível e do mensurável, enfim, abrindo lugar para a mente nas discussões médicas.
No final Augustine, curada, não é mais hipnotizável, sinal de que já não se submete aos comandos do outro. E segue seu próprio caminho, afirmando-se como sujeito
O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias
3.7 454A falta de aprofundamento em fatos históricos da ditadura, o que foi criticado por alguns, na verdade foi importante para o objetivo do filme, que é nos fazer conhecer a época pelo olhar subjetivo de uma criança, que não sabe o que está acontecendo, e tem de usar sua própria lógica para entender conceitos da realidade externa ("Eu acho que exilado quer dizer ter um pai tão atrasado, que nunca mais volta pra casa").
A dissolução repentina da família impõe a Mauro um amadurecimento precoce. A princípio arredio e mimado, com a passagem do tempo é forçado a se adaptar à nova realidade e às diferenças culturais. Acaba se envolvendo com a comunidade judaica, frequentando seus cultos, e assimila hábitos de Schlomo, com quem constrói uma relação de confiança. Encontra momentos de alívio jogando botão (objeto de apego por estar ligado ao pai), futebol com os amigos, vibrando com os jogos da seleção, mas nunca se distrai da angústia por notícias dos pais.
A identificação do garoto com a figura do goleiro, aludido em vários momentos da narrativa, talvez seja pelo fato de ambos se verem em uma condição de solidão, independência e grande responsabilidade exigida...
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2K Assista AgoraSobre a origem da psicopatia do Kevin...
A Eva, desde a gravidez, se mostrava apática e infeliz com a maternidade, mas não foi uma mãe relapsa. Ela se esforçou pra educá-lo e ter uma boa relação com ele. Além disso, desde bebê o Kevin já dava sinais de hostilidade. A conclusão mais fácil é que ele já tenha nascido psicopata.
Entretanto, só isso não é uma explicação satisfatória, pois todos os atos delinquentes do Kevin buscavam atingir a Eva. Com o assassinato na escola, e do pai e da irmã, ele não pretendia se vingar daquelas pessoas em si, mas sim da mãe. Ele queria puni-la, deixando-a sozinha e com a reputação manchada. Ele calculou tudo: cometeu o crime próximo de completar 18 anos, para que fosse para a cadeia e a mãe ficasse só. Do início ao fim do filme, o conflito psicológico do menino gira em torno da mãe.
Mas isso indica que ele a odiava? Não, pois se fosse assim ele a teria agredido diretamente, coisa que nunca fez (e, como psicopata, seria capaz de fazer). (Sobre isso, cabe mais uma observação, ele não a prejudicou diretamente nem quando teve a oportunidade de fazê-lo, quando ela quebrou o braço dele e ele mentiu para protegê-la). Não era ódio, mas um desejo doentio pela atenção dela. Não bastava cuidado e boa criação, ele sentia falta de afeto. Ainda bebê o Kevin captou o distanciamento emocional da mãe. Ele sentia um amor reprimido e confuso por ela, e a falta de correspondência agravou o caso. Algo meio complexo de édipo, mas que na mente de um psicopata, resultou naquilo. Na última cena, o remorso que ele transpareceu deixa isso evidente.