Filme genérico com conceitos legais mas mal trabalhados/rasos. Personagens brevemente carismáticos mas que não dizem muito também. Diverte/distrai mas não impressiona muito em nada (assumo que esperava umas cenas de ação maneiras pelo menos e pessoalmente me frustrei). Respeito a honestidade do filme em ser despretensioso (ele não tenta ser algo além) e tem efeitos especiais bacaninhas mas acaba sendo bem esquecível.
Um descompromissado e divertido filme bem sessão da tarde. Sustentado por um protagonista extremamente carismático e muito bem interpretado por Eddie Murphy... uma ótima trilha sonora, atores com química, um vilão caricato na medida, um bom misto de ação e comédia. Cativa pela simplicidade e diverte
O filme tem lá seus clichês, não é dos mais inovadores mas faz tudo que se propõe a fazer bem. A narrativa convence (gostoso ver filmes nacionais tratando de uma temática divertida como viagem no tempo
e gosto da "reflexão" a respeito da historia ser cíclica e da maturidade que isso trás a um protagonista frustrado
), funciona como romance, funciona quase sempre que quer ser engraçada, tem bons momentos de drama. Wagner Moura claramente se divertindo com o personagem (que é um ótimo protagonista) o que gera bons momentos (tanto cômicos quanto dramáticos), Alinne Moraes não fica nada atrás também, a química dos dois é boa inclusive. Não é o filme mais inventivo e genial do mundo, mas entretêm e entrega o que se propõe sem grandes pretensões.
No meu entendimento pessoal da trama, temos em base, uma mulher que após ser exposta a uma substancia bizarra fica suscetível a uma hipnose que a faz perder casa, dinheiro, sua essência e sua personalidade, ela então, no processo de se reconstruir e reconhecer acaba por começar um relacionamento com um homem que pode ou não ter vivido o mesmo, ambos carregam marcas de um trauma que não se lembram ou verbalizam. Enquanto isso temos um homem que acompanha as vitimas (aqui representadas por porcos, que são criados por ele, uma alegoria de um salvador talvez? Há nele uma aura de um "alguém que deu uma segunda chance", ainda sim momentos onde ele capta e cria sons, escolhe matar ou cuidar dos porcos) que ele salva da substancia bizarra, temos no final o encontro entre vitima e "salvador" que resulta na morte do segundo como instrumento de libertação do primeiro.
O mérito do filme não está entretanto somente em sua trama que é desafiadora e abre mil leituras e imersões ou na maneira peculiar como ela é contada. Todo o filme é regado por uma montagem precisa e uma coesão de som e imagem muito bela, além de atuações sob medida. Não há uma verdade absoluta aqui, somente possibilidades de leitura. O filme pode ser sobre perdas, sobre ciclos, sobre relacionar, sobre sentir, sobre não sentir, sobre pertencimento... No final, temos um filme mais pra sentir do que pra ver talvez (e nesse sentido é bem Malick, dentre outros), projeto ambicioso talvez... Viajei? Provável, assistir outras vezes abrirá mais leituras e percepções? Provável... mas que bom que o filme abre a possibilidade pra tal
(os kratts, amei e o próprio conceito de lobisomem e de praga deixado no ar)
e pouquíssimo familiar, pelo menos nas terras tupiniquim de cá. Temos,então, uma fabula fantástica e folclórica sobre amor que nos enche os olhos em um poema visual (que fotografia!), de atmosfera imersiva e com uma trilha sonora certeira. O ritmo da narrativa pode não agradar todo mundo (mas não é um problema, é simplesmente de gosto) . Uma obra peculiar e bela que merece ser assistida.
Um filme que se leva a sério demais pra ser um bom trash e raso demais pra ser um bom filme sério. Não funciona como trash, nem como gore e tem problemas para ser um bom drama... A direção e a fotografia são boas, o começo do filme onde há um silêncio incomodo é muito bacana. A proposta da antítese entre a realidade crua e animalesca do "Povo da Ponte" e a realidade pomposa e rasa do "Povo do Conforto" é bem interessante assim como a distopia a respeito da marginalização e exclusão de criminosos. A ideia é boa.. infelizmente só a ideia. Tudo é raso, mesmo no tratamento das boas ideias. O filme promete e ao final não oferece nada... Poderia muito bem ser um Mad Max gore com belas criticas sociais mas o que temos aqui é uma boa atmosfera, boas ideias mal aproveitadas, personagens vazios e pouquíssimos cativantes (talvez a exceção seja Jim Carrey) e uma jornada aleatória e confusa.
Uma comedia-ação que se segura muito na química e talento de seus protagonistas (Issa Rae e Kumail Nanjiani mandam bem aqui), infelizmente tudo que há aqui é o talento deles. Algumas piadas (pra mim) não funcionam e portanto em alguns momentos o filme falha no que é seu principal objetivo que é ser engraçado. Há raros momentos onde existe o humor e de qualquer forma o filme se garante como um entretenimento despretensioso e clichê. Não é nenhum Game Night (esse sim, recomendo pra quem curte esse tipo de filme comédia-ação), não é um grande filme de comédia (afinal não há grandes momentos de humor aqui) mas é assistivel e pode entreter o que,talvez, pro talento dos protagonistas seja pouco.
Seria Herzog seu próprio Fitzcarraldo? O diretor, que sempre tem uma mão bem autoral em seus trabalhos nos apresenta aqui uma epopeia sobre um homem que supera barreiras do impossível impostas pela natureza (no que provavelmente é o maior "palco" da natureza do mundo: A amazônia, retratada aqui de forma brilhante, ameaçadora, bela, desconhecida) para alcançar o sonho de trazer a sensibilidade artística pra onde vive. Sua causa se torna uma obsessão (e temos aqui uma ótima atuação de Klaus Kinski, embora não sua melhor) e a personagem rapidamente reflete as ideias do próprio diretor. Me incomoda um pouco um retrato muito superficial (sem profundidade quase que alguma) dos indígenas mas nada que prejudique a grandiosidade e ambição do filme. Um filme excêntrico, grandioso, espelho de seu diretor, montado solidamente por seu ator e um protagonista cuja a garra é maior do que seu medo em um cenário espetacular. Um PS. para a surpresa que foi ver Milton Nascimento no filme (real não fazia ideia)
Um filme belíssimo. Um tema que poderia ser batido (conflito homem x natureza) é abordado com muita riqueza em um universo muito belo, crível e bem construído, onde as personagens são todas bem desenvolvidas (complexas, ao menos) e interessantes, uma trilha sonora belissima, bem dirigido. Extremamente imaginativo, o debate sobre a necessidade humana de interferir no meio natural em que vive é rico e não cai no piegas ou no básico. Vale conferir...
Filme ganha muito pela atuação coesa de sua dupla de protagonistas (Evan Rachel Wood arrasa demais e Ellen Page fica nada atrás embora ela sempre me pareça um pouco ela mesma), gosto da visão moderna de um "fim de mundo" sem grandes explicações ou justificativas, há somente falta de recursos e tudo isso é abordado com certa sensibilidade muito bem vinda. A ideia de alterar constantemente a dinâmica entre as irmãs podia ser interessante mas as vezes isso é feito de forma "preguiçosa". O filme é um baque pra quem esperava um terror (eu esperava rs) ou um filme tenso de apocalipse, ele investe num drama, que ao meu ver tem seus problemas de ritmo e rende pouco pra levar a história adiante (há momentos bons ali mas não são todos). Fica a ideia de um bom argumento que podia ser melhor desenvolvido, alguns clichês de gênero (principalmente no primeiro ato,
Um filme de ação com monstros bem competente (mais que o recente Godzilla, por exemplo). A ilha é muito bem criada, todo aquele universo de criaturas é crível (inclusive belos designs de criaturas) e o Kong é uma figura que passa um senso de ameaça e respeito, como deveria, e rende boas cenas de ação. A fotografia é bonita, a direção é solida (com claras referencias de Apocalipse Now e até Pacific Rim) a trilhas sonora setentista é bacana, assim como o plano de fundo militar pós Vietnã, com a moral de tropas norte americanas baixíssima (embora isso seja usado de forma genérica e semi piegas num Samuel L. Jackson meio piloto automático). Em compensação o desenvolvimento de personagens é, de maneira geral, fraco (exceção de John C. Reilly), sinto até que o filme se perde na busca por um "protagonista" (o que é uma pena pq temos um belo elenco que faz mt pouco aqui). Kong tem boas cenas de ação, apresenta um universo crível e tem aspectos técnicos competentes mas o excesso de personagens, mal desenvolvimento das mesmas e algumas incoerências de roteiro são problemas.
Temos aqui um protagonista até carismático (mérito do Hemsworth e da imagem que ele construiu e não do roteiro) que é colocado durante quase 2 horas em cenas de ação uma atrás da outra. O alivio é que as cenas de ação são bem coreografadas e dirigidas o que faz com que o filme em momento nenhum fique cansativo. Como todo filme "de guerra" o uso e mixagem de som aqui é bem preciso. De resto, a fotografia com filtro amarelado é carregada, não há praticamente trama aqui, a ameça é rasa (beira o genérico) assim como a maioria gritante dos personagens. O filme se vende pela ação e isso faz com muita qualidade mas o respiro narrativo entre as cenas ou inexiste ou é fraco ou é clichê, talvez se o filme abraçasse oficialmente um lado galhofas funcionasse mais. De qualquer forma ele entrega o que propõe: boas cenas de ação
O primeiro ato do filme é muito bem dirigido e tem uma "confusão"(leve mesmo) proposital que cria uma rede de possibilidades de desenrolar narrativo, alguns muito legais, outros meio óbvios. Quando chegamos ao segundo e terceiro ato o caminho para qual somos levados acaba por soar um pouco decepcionante, talvez não tão óbvio mas meio mal construído (talvez por uma escolha errada de montagem). A direção do filme entretanto é bem solida (me lembrou um pouco James Wan~~mas menos original~~ no primeiro Jogos Mortais uma vez que o filme se passa quase que inteiro em uma sala praticamente sem móveis). O "casal" de atores tem química mas não é um grande destaque. Temos aqui um filme irregular, que por ser breve funciona melhor do que deveria, um principio de debate a respeito de relacionamentos tóxicos mas um potencial relativamente desperdiçado.
Godzilla, como sempre em suas versões é um produto de criticas ambientais e da relação homem-meio, aqui isso é novamente presente, focado (de forma rasa) na questão de acidentes nucleares e seus perigos. O filme opta por dar um enfoque ao protagonista humano (sim, o militar branco padronizado norte americano Zzz) ao invés de focar nas criaturas em si. A escolha poderia ser certeira se o drama humano fosse bom (não é). A ideia entretanto agrega um certo mistério na aparição dos monstros, toda aparição do Godzilla tem um suspense e a escala do monstro e escolha de mostra-lo aos poucos é bem construída. Isso tudo entretanto pode decepcionar aqueles que buscam um filme de porradaria de monstro ala Circulo de Fogo. Algumas cenas tem, ainda, a fotografia escura o que torna a ação relativamente confusa ou ao menos menos impactante do que poderia embora traga um ar de realismo a elas. No final o foco no drama humano se mostra pouco eficiente mas o filme diverte, os monstros são legais, o contexto de história é bom, a fotografia escura atrapalha alguns momentos de ação... Tem defeitos, poderia ser mais mas vale como um filme pipoca.
Belo documentário, imagens bonitas para retratar uma realidade absolutamente doida e dura, dois sobreviventes de massacres (massacres esse que são parte 'ignorada' da historia do nosso país). O documentário adota um tom extremamente observacional e não muito didático (não perdemos tempos com maiores explicações aqui), não sentimos a presença direta dos documentaristas durante a película. O filme se estrutura em dois blocos/atos muito claros, o primeiro com Jair e Rita explorando aquelas terras e contextualizando a presença dos Piripkura, a construção é simples e bela. O segundo momento se dá no (re)encontro de Jair com Pakyî e Tamandua, ato de maior intensidade e talvez de maiores silêncios (mas não menos significativo, ao contrario). Enfase narrativa para a "escolha" de Jair como protagonista, o homem rende momentos fortes de reflexão quando relembra que ao chegar em RO/MT matar indígenas era praticamente incentivado ou mesmo quando questiona a necessidade de tão constante e selvagem desmatamento. Documentário necessário e que abre debates, como há de ser. E longa vida as liberdades de existência que não ferem a outras, que elas sobrevivam.
Senti ser um filme bastante auto referencial do Almodóvar (o próprio Salvador~~alter ego gritado do diretor~ brinca com a arte como auto referencia o tempo todo). Muito bem construído, com figurinos e uma fotografia lindíssima. Um relato sobre envelhecer e repensar e questionar o como o passado nos molda e as marcas que nos deixa. Bandeiras me surpreendeu com uma boa atuação, delicada na medida certa (assumo que num gosto mt dele mas nada a questionar aqui). Um trabalho maduro, concreto, bem realizado e com cara de Almodóvar, que assim como seu protagonista Salvador parece aprender cada vez mais sobre suas glórias, dores e como dar vida a elas em forma de arte.
Absolutamente mediano, o que as vezes pode ser pior do que ser ruim... Um grande clichê, o roteiro nunca nos surpreende e personagem algum sai do raso nem mesmo com bons atores os interpretando. Gosto da concepção visual e até narrativa do "marciano" e talvez seja a unica coisa interessante de fato na película. Sem grandes climax, sem grandes tensões, com um design de produção funcional (beira ao bom kk). É particularmente ruim? não, mas é esquecível do começo ao fim... O que repito, as vezes pode ser pior do que ser ruim.
já tinha passado pelo filme algumas vezes no catalogo da netflix sem me empolgar mt, até que ontem acabei assistindo e pena que demorei tanto pra assistir, um filme quase que gentil (se é que filmes podem ser gentis rs). Absolutamente simples, leve, embora trate de temáticas pesadas (e mt relevantes) como depressão, masculinidade tóxica, exclusão social e afins mas o filme as aborda com uma leveza muito bem vinda e construída, sem deixar de ser relevante e ter algo a falar mas mantendo um bom humor que o torna palpável (o que pra uma dramédia é positivo). O elenco é maravilhoso por inteiro e o filme (que tem lá seus clichêzão e seus momentos "agora é hora se emocionar/agora é hora de rir") acaba por ser muito gostoso de assistir. Comédia boa, com pitada de drama bem construído e reflexões leves
Um ps.: que teria me agradado é um final na qual eles não necessariamente saíssem vitoriosos mas sim entendessem beleza e força da jornada que viveram para estar ali como algo digno de ser uma vitoria, mas nada que comprometa o filme, só torna ele mais "fofo"
Um bom filme que aposta no suspense gerado pelo vazio. O filme é bem dirigido, Leigh Whannell usa bem os espaços vazios para criar a duvida no espectador de se há algo lá ou não, aumentando o clima de tensão sem a necessidade de jump scares despropositados, contando a história num ritmo próprio, deixando que a narrativa flua de forma natural (pelo menos até o terceiro ato, onde tudo acontece de forma mais rápida e o filme se perde um cado). O subtexto do relacionamento abusivo é rico, agrega muito a trama e a Elizabeth Moss carrega de forma muito forte, a ideia de que alguém que está traumatizada e fragilizada mas busca encontrar forças para superar a situação. O roteiro deixa a desejar em algumas situações onde as personagens secundarias se revoltam e abandonam a protagonista em situações que seriam tranquilamente evitáveis e situações um tanto quanto sem sentido ou previsíveis. O filme é bom mas sua pretensão em ser excelente evidencia algumas falhas, sinto que o filme acaba desperdiçando potencial, de qualquer forma, um belo filme com momentos tensos bem criados e com um horror real (e portanto um texto social, mesmo que relativamente raso) que é o abuso psicológico/físico.
Um filme de humor bobo (beira ao enfadonho) e roteiro bem mediano. Se sustenta muito com as boas atuações, seja de Margot Robbie (que claramente se diverte fazendo e é ótima), de Ewan McGregor (que faz um vilão afetado divertido embora meio despropositado) e uma ressalva para Jurnee Smollett-Bell e Mary Elizabeth Winstead que fazem muito com pouco (A Caçadora mal aparece mas tem um baita carisma). O design de produção é fantástico, figurinos (e que figurinos), cenários, tudo casa e é muito bem construída a Gotham sobre o olhar de Arlequina. A trilha sonora não se destaca mas é certeira também. O filme tem pouco das Aves de Rapina em si (o que é uma pena pois gostei das personagens todas), as cenas de ação são bem coreografadas mas deixam a desejar numa eventual violência que poderiam carregar (talvez pra atrair um publico mais amplo?). A edição faz um vai e vem temporal que pode soar confuso e até chato aos mais desavisados mas que ao meu ver não compromete em nada a narrativa pois é realizada de forma operante (não agrega muito também, assumo). No final das contas Aves de Rapina é um filme divertido, funcional, sem grandes pretensões, com boas personagens, um belo design de produção e só.
Filme mal trabalhado, mal dirigido, como terror não funciona, como suspense não funciona, como uma boa historia a ser contada não funciona (pq não temos aqui boa historia alguma). Qualquer nota dada é pelo esforço do Armie Hammer em construir algo ali e pela química que ele tem com a Zazie Beetz, que me convenceu bastante. De resto filme bem esquecível.
To no grupo de pessoas que foi ver achando que o filme seria fraquíssimo e acabou se divertindo. O primeiro (e provavelmente o segundo e terceiro) "Jogos Mortais"e o já citado em algum comentário aqui "O Cubo" (1997), são pedidas consideravelmente melhores pra quem gosta desse tipo de filme maaaas o filme acaba divertindo. O clima de tensão é legalzinho, as atuações são boas, o roteiro é bem basicão e quase previsível mas não é ruim não, a construção da sala e sua relação direta com traumas dos personagens é um recurso bem operante pra te manter interessado em conhecer aquelas personas e ver a próxima sala. O filme cumpre o que propõe sem se sobressair em aspecto algum.
Power
3.0 434 Assista AgoraFilme genérico com conceitos legais mas mal trabalhados/rasos. Personagens brevemente carismáticos mas que não dizem muito também.
Diverte/distrai mas não impressiona muito em nada (assumo que esperava umas cenas de ação maneiras pelo menos e pessoalmente me frustrei). Respeito a honestidade do filme em ser despretensioso (ele não tenta ser algo além) e tem efeitos especiais bacaninhas mas acaba sendo bem esquecível.
Um Tira da Pesada
3.4 382 Assista AgoraUm descompromissado e divertido filme bem sessão da tarde. Sustentado por um protagonista extremamente carismático e muito bem interpretado por Eddie Murphy... uma ótima trilha sonora, atores com química, um vilão caricato na medida, um bom misto de ação e comédia.
Cativa pela simplicidade e diverte
O Homem do Futuro
3.7 2,5K Assista AgoraO filme tem lá seus clichês, não é dos mais inovadores mas faz tudo que se propõe a fazer bem. A narrativa convence (gostoso ver filmes nacionais tratando de uma temática divertida como viagem no tempo
e gosto da "reflexão" a respeito da historia ser cíclica e da maturidade que isso trás a um protagonista frustrado
Cores do Destino
3.5 196 Assista AgoraTemos aqui uma trama imersiva, alegórica, hipnotizante, confusa, metafórica, esquisita e peculiar.
No meu entendimento pessoal da trama, temos em base, uma mulher que após ser exposta a uma substancia bizarra fica suscetível a uma hipnose que a faz perder casa, dinheiro, sua essência e sua personalidade, ela então, no processo de se reconstruir e reconhecer acaba por começar um relacionamento com um homem que pode ou não ter vivido o mesmo, ambos carregam marcas de um trauma que não se lembram ou verbalizam. Enquanto isso temos um homem que acompanha as vitimas (aqui representadas por porcos, que são criados por ele, uma alegoria de um salvador talvez? Há nele uma aura de um "alguém que deu uma segunda chance", ainda sim momentos onde ele capta e cria sons, escolhe matar ou cuidar dos porcos) que ele salva da substancia bizarra, temos no final o encontro entre vitima e "salvador" que resulta na morte do segundo como instrumento de libertação do primeiro.
O mérito do filme não está entretanto somente em sua trama que é desafiadora e abre mil leituras e imersões ou na maneira peculiar como ela é contada. Todo o filme é regado por uma montagem precisa e uma coesão de som e imagem muito bela, além de atuações sob medida. Não há uma verdade absoluta aqui, somente possibilidades de leitura. O filme pode ser sobre perdas, sobre ciclos, sobre relacionar, sobre sentir, sobre não sentir, sobre pertencimento... No final, temos um filme mais pra sentir do que pra ver talvez (e nesse sentido é bem Malick, dentre outros), projeto ambicioso talvez...
Viajei? Provável, assistir outras vezes abrirá mais leituras e percepções? Provável... mas que bom que o filme abre a possibilidade pra tal
November
3.8 78Filme difícil de descrever ou definir... estranho e atraente, triste e semi-cômico.
De uma mitologia riquíssima
(os kratts, amei e o próprio conceito de lobisomem e de praga deixado no ar)
Amores Canibais
2.4 393 Assista AgoraUm filme que se leva a sério demais pra ser um bom trash e raso demais pra ser um bom filme sério. Não funciona como trash, nem como gore e tem problemas para ser um bom drama...
A direção e a fotografia são boas, o começo do filme onde há um silêncio incomodo é muito bacana. A proposta da antítese entre a realidade crua e animalesca do "Povo da Ponte" e a realidade pomposa e rasa do "Povo do Conforto" é bem interessante assim como a distopia a respeito da marginalização e exclusão de criminosos. A ideia é boa.. infelizmente só a ideia. Tudo é raso, mesmo no tratamento das boas ideias. O filme promete e ao final não oferece nada... Poderia muito bem ser um Mad Max gore com belas criticas sociais mas o que temos aqui é uma boa atmosfera, boas ideias mal aproveitadas, personagens vazios e pouquíssimos cativantes (talvez a exceção seja Jim Carrey) e uma jornada aleatória e confusa.
Um Crime Para Dois
3.2 215 Assista AgoraUma comedia-ação que se segura muito na química e talento de seus protagonistas (Issa Rae e Kumail Nanjiani mandam bem aqui), infelizmente tudo que há aqui é o talento deles. Algumas piadas (pra mim) não funcionam e portanto em alguns momentos o filme falha no que é seu principal objetivo que é ser engraçado. Há raros momentos onde existe o humor e de qualquer forma o filme se garante como um entretenimento despretensioso e clichê. Não é nenhum Game Night (esse sim, recomendo pra quem curte esse tipo de filme comédia-ação), não é um grande filme de comédia (afinal não há grandes momentos de humor aqui) mas é assistivel e pode entreter o que,talvez, pro talento dos protagonistas seja pouco.
Fitzcarraldo
4.2 148 Assista AgoraSeria Herzog seu próprio Fitzcarraldo?
O diretor, que sempre tem uma mão bem autoral em seus trabalhos nos apresenta aqui uma epopeia sobre um homem que supera barreiras do impossível impostas pela natureza (no que provavelmente é o maior "palco" da natureza do mundo: A amazônia, retratada aqui de forma brilhante, ameaçadora, bela, desconhecida) para alcançar o sonho de trazer a sensibilidade artística pra onde vive. Sua causa se torna uma obsessão (e temos aqui uma ótima atuação de Klaus Kinski, embora não sua melhor) e a personagem rapidamente reflete as ideias do próprio diretor.
Me incomoda um pouco um retrato muito superficial (sem profundidade quase que alguma) dos indígenas mas nada que prejudique a grandiosidade e ambição do filme. Um filme excêntrico, grandioso, espelho de seu diretor, montado solidamente por seu ator e um protagonista cuja a garra é maior do que seu medo em um cenário espetacular.
Um PS. para a surpresa que foi ver Milton Nascimento no filme (real não fazia ideia)
O Salário do Medo
4.3 104 Assista AgoraUma aula de como construir tensão...
Um filme cínico muito bem construído e filmado
Abril Despedaçado
4.2 673Filmaço
Direção, roteiro, atuações, trilha sonora, fotografia, montagem... tudo funciona muito bem numa trama simples, lindíssima e muito bem contada
Princesa Mononoke
4.4 944 Assista AgoraUm filme belíssimo.
Um tema que poderia ser batido (conflito homem x natureza) é abordado com muita riqueza em um universo muito belo, crível e bem construído, onde as personagens são todas bem desenvolvidas (complexas, ao menos) e interessantes, uma trilha sonora belissima, bem dirigido. Extremamente imaginativo, o debate sobre a necessidade humana de interferir no meio natural em que vive é rico e não cai no piegas ou no básico. Vale conferir...
UM PS.: NUNCA VI UM PERSONAGEM TÃO PACIENTE QUE NEM O TAL ASHITAKA, PRA TUDO O RAPAZ ACHA QUE HÁ UM JEITO HAHAHA
No Escuro da Floresta
3.1 191 Assista AgoraFilme ganha muito pela atuação coesa de sua dupla de protagonistas (Evan Rachel Wood arrasa demais e Ellen Page fica nada atrás embora ela sempre me pareça um pouco ela mesma), gosto da visão moderna de um "fim de mundo" sem grandes explicações ou justificativas, há somente falta de recursos e tudo isso é abordado com certa sensibilidade muito bem vinda. A ideia de alterar constantemente a dinâmica entre as irmãs podia ser interessante mas as vezes isso é feito de forma "preguiçosa". O filme é um baque pra quem esperava um terror (eu esperava rs) ou um filme tenso de apocalipse, ele investe num drama, que ao meu ver tem seus problemas de ritmo e rende pouco pra levar a história adiante (há momentos bons ali mas não são todos). Fica a ideia de um bom argumento que podia ser melhor desenvolvido, alguns clichês de gênero (principalmente no primeiro ato,
alias a morte do pai é das coisas mais aleatórias mas ok
Kong: A Ilha da Caveira
3.3 1,2K Assista AgoraUm filme de ação com monstros bem competente (mais que o recente Godzilla, por exemplo). A ilha é muito bem criada, todo aquele universo de criaturas é crível (inclusive belos designs de criaturas) e o Kong é uma figura que passa um senso de ameaça e respeito, como deveria, e rende boas cenas de ação. A fotografia é bonita, a direção é solida (com claras referencias de Apocalipse Now e até Pacific Rim) a trilhas sonora setentista é bacana, assim como o plano de fundo militar pós Vietnã, com a moral de tropas norte americanas baixíssima (embora isso seja usado de forma genérica e semi piegas num Samuel L. Jackson meio piloto automático). Em compensação o desenvolvimento de personagens é, de maneira geral, fraco (exceção de John C. Reilly), sinto até que o filme se perde na busca por um "protagonista" (o que é uma pena pq temos um belo elenco que faz mt pouco aqui).
Kong tem boas cenas de ação, apresenta um universo crível e tem aspectos técnicos competentes mas o excesso de personagens, mal desenvolvimento das mesmas e algumas incoerências de roteiro são problemas.
Resgate
3.5 803Temos aqui um protagonista até carismático (mérito do Hemsworth e da imagem que ele construiu e não do roteiro) que é colocado durante quase 2 horas em cenas de ação uma atrás da outra. O alivio é que as cenas de ação são bem coreografadas e dirigidas o que faz com que o filme em momento nenhum fique cansativo. Como todo filme "de guerra" o uso e mixagem de som aqui é bem preciso. De resto, a fotografia com filtro amarelado é carregada, não há praticamente trama aqui, a ameça é rasa (beira o genérico) assim como a maioria gritante dos personagens.
O filme se vende pela ação e isso faz com muita qualidade mas o respiro narrativo entre as cenas ou inexiste ou é fraco ou é clichê, talvez se o filme abraçasse oficialmente um lado galhofas funcionasse mais. De qualquer forma ele entrega o que propõe: boas cenas de ação
Até Que Você Me Ame
2.7 27O primeiro ato do filme é muito bem dirigido e tem uma "confusão"(leve mesmo) proposital que cria uma rede de possibilidades de desenrolar narrativo, alguns muito legais, outros meio óbvios. Quando chegamos ao segundo e terceiro ato o caminho para qual somos levados acaba por soar um pouco decepcionante, talvez não tão óbvio mas meio mal construído (talvez por uma escolha errada de montagem). A direção do filme entretanto é bem solida (me lembrou um pouco James Wan~~mas menos original~~ no primeiro Jogos Mortais uma vez que o filme se passa quase que inteiro em uma sala praticamente sem móveis). O "casal" de atores tem química mas não é um grande destaque.
Temos aqui um filme irregular, que por ser breve funciona melhor do que deveria, um principio de debate a respeito de relacionamentos tóxicos mas um potencial relativamente desperdiçado.
Godzilla
3.1 2,1K Assista AgoraGodzilla, como sempre em suas versões é um produto de criticas ambientais e da relação homem-meio, aqui isso é novamente presente, focado (de forma rasa) na questão de acidentes nucleares e seus perigos. O filme opta por dar um enfoque ao protagonista humano (sim, o militar branco padronizado norte americano Zzz) ao invés de focar nas criaturas em si. A escolha poderia ser certeira se o drama humano fosse bom (não é). A ideia entretanto agrega um certo mistério na aparição dos monstros, toda aparição do Godzilla tem um suspense e a escala do monstro e escolha de mostra-lo aos poucos é bem construída. Isso tudo entretanto pode decepcionar aqueles que buscam um filme de porradaria de monstro ala Circulo de Fogo. Algumas cenas tem, ainda, a fotografia escura o que torna a ação relativamente confusa ou ao menos menos impactante do que poderia embora traga um ar de realismo a elas. No final o foco no drama humano se mostra pouco eficiente mas o filme diverte, os monstros são legais, o contexto de história é bom, a fotografia escura atrapalha alguns momentos de ação... Tem defeitos, poderia ser mais mas vale como um filme pipoca.
Piripkura
4.4 23Belo documentário, imagens bonitas para retratar uma realidade absolutamente doida e dura, dois sobreviventes de massacres (massacres esse que são parte 'ignorada' da historia do nosso país). O documentário adota um tom extremamente observacional e não muito didático (não perdemos tempos com maiores explicações aqui), não sentimos a presença direta dos documentaristas durante a película. O filme se estrutura em dois blocos/atos muito claros, o primeiro com Jair e Rita explorando aquelas terras e contextualizando a presença dos Piripkura, a construção é simples e bela. O segundo momento se dá no (re)encontro de Jair com Pakyî e Tamandua, ato de maior intensidade e talvez de maiores silêncios (mas não menos significativo, ao contrario). Enfase narrativa para a "escolha" de Jair como protagonista, o homem rende momentos fortes de reflexão quando relembra que ao chegar em RO/MT matar indígenas era praticamente incentivado ou mesmo quando questiona a necessidade de tão constante e selvagem desmatamento.
Documentário necessário e que abre debates, como há de ser. E longa vida as liberdades de existência que não ferem a outras, que elas sobrevivam.
Dor e Glória
4.2 619 Assista AgoraSenti ser um filme bastante auto referencial do Almodóvar (o próprio Salvador~~alter ego gritado do diretor~ brinca com a arte como auto referencia o tempo todo). Muito bem construído, com figurinos e uma fotografia lindíssima. Um relato sobre envelhecer e repensar e questionar o como o passado nos molda e as marcas que nos deixa. Bandeiras me surpreendeu com uma boa atuação, delicada na medida certa (assumo que num gosto mt dele mas nada a questionar aqui).
Um trabalho maduro, concreto, bem realizado e com cara de Almodóvar, que assim como seu protagonista Salvador parece aprender cada vez mais sobre suas glórias, dores e como dar vida a elas em forma de arte.
Vida
3.4 1,2K Assista AgoraAbsolutamente mediano, o que as vezes pode ser pior do que ser ruim...
Um grande clichê, o roteiro nunca nos surpreende e personagem algum sai do raso nem mesmo com bons atores os interpretando. Gosto da concepção visual e até narrativa do "marciano" e talvez seja a unica coisa interessante de fato na película. Sem grandes climax, sem grandes tensões, com um design de produção funcional (beira ao bom kk).
É particularmente ruim? não, mas é esquecível do começo ao fim... O que repito, as vezes pode ser pior do que ser ruim.
Um Banho de Vida
3.9 114já tinha passado pelo filme algumas vezes no catalogo da netflix sem me empolgar mt, até que ontem acabei assistindo e pena que demorei tanto pra assistir, um filme quase que gentil (se é que filmes podem ser gentis rs).
Absolutamente simples, leve, embora trate de temáticas pesadas (e mt relevantes) como depressão, masculinidade tóxica, exclusão social e afins mas o filme as aborda com uma leveza muito bem vinda e construída, sem deixar de ser relevante e ter algo a falar mas mantendo um bom humor que o torna palpável (o que pra uma dramédia é positivo). O elenco é maravilhoso por inteiro e o filme (que tem lá seus clichêzão e seus momentos "agora é hora se emocionar/agora é hora de rir") acaba por ser muito gostoso de assistir. Comédia boa, com pitada de drama bem construído e reflexões leves
Um ps.: que teria me agradado é um final na qual eles não necessariamente saíssem vitoriosos mas sim entendessem beleza e força da jornada que viveram para estar ali como algo digno de ser uma vitoria, mas nada que comprometa o filme, só torna ele mais "fofo"
O Homem Invisível
3.8 2,0K Assista AgoraUm bom filme que aposta no suspense gerado pelo vazio.
O filme é bem dirigido, Leigh Whannell usa bem os espaços vazios para criar a duvida no espectador de se há algo lá ou não, aumentando o clima de tensão sem a necessidade de jump scares despropositados, contando a história num ritmo próprio, deixando que a narrativa flua de forma natural (pelo menos até o terceiro ato, onde tudo acontece de forma mais rápida e o filme se perde um cado).
O subtexto do relacionamento abusivo é rico, agrega muito a trama e a Elizabeth Moss carrega de forma muito forte, a ideia de que alguém que está traumatizada e fragilizada mas busca encontrar forças para superar a situação.
O roteiro deixa a desejar em algumas situações onde as personagens secundarias se revoltam e abandonam a protagonista em situações que seriam tranquilamente evitáveis e situações um tanto quanto sem sentido ou previsíveis. O filme é bom mas sua pretensão em ser excelente evidencia algumas falhas, sinto que o filme acaba desperdiçando potencial, de qualquer forma, um belo filme com momentos tensos bem criados e com um horror real (e portanto um texto social, mesmo que relativamente raso) que é o abuso psicológico/físico.
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa
3.4 1,4KUm filme de humor bobo (beira ao enfadonho) e roteiro bem mediano. Se sustenta muito com as boas atuações, seja de Margot Robbie (que claramente se diverte fazendo e é ótima), de Ewan McGregor (que faz um vilão afetado divertido embora meio despropositado) e uma ressalva para Jurnee Smollett-Bell e Mary Elizabeth Winstead que fazem muito com pouco (A Caçadora mal aparece mas tem um baita carisma). O design de produção é fantástico, figurinos (e que figurinos), cenários, tudo casa e é muito bem construída a Gotham sobre o olhar de Arlequina. A trilha sonora não se destaca mas é certeira também. O filme tem pouco das Aves de Rapina em si (o que é uma pena pois gostei das personagens todas), as cenas de ação são bem coreografadas mas deixam a desejar numa eventual violência que poderiam carregar (talvez pra atrair um publico mais amplo?). A edição faz um vai e vem temporal que pode soar confuso e até chato aos mais desavisados mas que ao meu ver não compromete em nada a narrativa pois é realizada de forma operante (não agrega muito também, assumo).
No final das contas Aves de Rapina é um filme divertido, funcional, sem grandes pretensões, com boas personagens, um belo design de produção e só.
Contato Visceral
1.6 450 Assista AgoraFilme mal trabalhado, mal dirigido, como terror não funciona, como suspense não funciona, como uma boa historia a ser contada não funciona (pq não temos aqui boa historia alguma). Qualquer nota dada é pelo esforço do Armie Hammer em construir algo ali e pela química que ele tem com a Zazie Beetz, que me convenceu bastante. De resto filme bem esquecível.
Escape Room: O Jogo
3.1 754 Assista AgoraTo no grupo de pessoas que foi ver achando que o filme seria fraquíssimo e acabou se divertindo.
O primeiro (e provavelmente o segundo e terceiro) "Jogos Mortais"e o já citado em algum comentário aqui "O Cubo" (1997), são pedidas consideravelmente melhores pra quem gosta desse tipo de filme maaaas o filme acaba divertindo.
O clima de tensão é legalzinho, as atuações são boas, o roteiro é bem basicão e quase previsível mas não é ruim não, a construção da sala e sua relação direta com traumas dos personagens é um recurso bem operante pra te manter interessado em conhecer aquelas personas e ver a próxima sala.
O filme cumpre o que propõe sem se sobressair em aspecto algum.