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Últimas opiniões enviadas

  • Daniel Salles

    Belo filme seja como suspense tendo como personagem principal uma casa mal-assombrada, seja como um estudo psicológico de Eleanor Lance. Se você juntar as duas coisas - o que o filme pede que você faça, com a narrativa off-screen de Eleanor, com as câmeras alternando ângulos subjetivos e objetivos inusitados, com a desintegração psíquica palmo a palmo de Eleanor - melhor ainda.

    Acredito que hoje em dia ninguém mais sinta medo, o terror físico se perdeu, mas o filme se mantém em pé como um retrato psicológico de uma mente cheia de culpa, remorso, solidão, sensação de tempo e vida perdidos, tensão sexual e fobia sexual ao mesmo tempo e desespero.

    Agora, dentre as várias interpretações, pouco importa qual você favoreça, seja a casa como algo vivo querendo seu sacrifício cíclico, seja a história toda como fruto da imaginação de Eleanor, seja a casa como correspondência ao interior de Eleanor; porque qualquer interpretação deixa sempre intacta a essência de uma mente perturbada em ebulição.

    Eu prefiro uma interpretação mais ao estilo medieval (usando como gancho as imagens de anjos e arcanjos e personagens bíblicos da casa), ou seja, a casa - o mundo visível - como reflexo e símbolo do mundo invisível - a mente-caldeirão fervente de Eleanor. Apesar que essa ideia também não exclui o mundo invisível atuando no visível, só que neste caso não é o Espírito Santo, e sim Lúcifer, o "príncipe deste mundo".

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  • Daniel Salles

    Desnecessariamente óbvio em sua autoconsciência. Quer dizer, ninguém precisa que o sádico pisque para a câmera ou fale com o espectador para que haja uma reflexão sobre violência e nossa sede de sangue e cumplicidade com a violência.
    Assim como o diálogo final sobre o que é a realidade e ficção se vemos a vida como vemos os filmes.
    Enfim, nada disso afetaria muito o produto final se o filme fosse realmente assustador ou tenso, o que infelizmente ele não é.
    Assim, não funciona como piada, como filme reflexivo ou como suspense.

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  • Daniel Salles

    O filme conta a história da relação de Stevens e Miss Kenton e sobre as maquinações de Lorde Darlington em sua mansão - Darlington Hall - pré-segunda guerra mundial, tentando impedir que a Inglaterra intercedesse e participasse da guerra, tentando forjar uma paz com a Alemanha.

    Contado em uma série de flashbacks de Stevens, sobretudo sobre os encontros, reuniões e conferência em Darlington Hall - sobre as relações internacionais pré-guerra - e o trabalho de Stevens e Sally Kenton, com os preparativos e o modo como administram a mansão do Lorde Darlington. O presente é composto da ida de Stevens até o seu reencontro com Kenton 20 anos depois, em que ele tentará fazer com que ela volte a trabalhar na mansão.
    Lorde Darlington no presente já caiu em desgraça justamente por sua participação na política externa do entre-guerras, tentando evitar a participação da Grã-Bretanha na segunda guerra, tentando alcançar uma paz nos termos alemães não importando qual o preço.
    O filme começa com uma carta de Miss Kenton, antiga governanta da casa, por onde sabemos que Darlington Hall foi vendida para um americano Lewis, que participou como representante americano da conferência na mansão em 1936. Nessa casa ela se expressa com saudade dos tempos em que era governanta de Darlington Hall, dias que ela chama de os mais felizes de sua vida. Relata também que seu casamento terminara,
    Nesse momento Stevens começa sua jornada até onde ela reside pra tentar convencê-la a voltar a trabalhar na mansão novamente.

    Nessa jornada, ele também começa a refletir sobre o passado, tentando talvez justificar sua atitude e fidelidade ao patrão.

    Esses "dias mais felizes" dela, a gente logo percebe como foram por meio de flashbacks. Vemos o interesse que ela demonstra por Stevens e suas tentativas de manter algum contato com ele, todos infrutíferos (cenas das flores; Stevens chamando ela de volta à formalidade quando ela chama seu pai de William; o conflito a respeito do pai de Stevens já velho...). Essas cenas entre os dois e as cenas dos criados fazendo os serviços domésticos são sempre alternadas com as cenas dos patrões em meio à política externa europeia antes da guerra.

    Merece destaque a atuação de Hopkins como o mordomo Stevens. Como atuar e criar em um papel em que o personagem principal é totalmente auto-controlado? Stevens não expressa seus sentimentos, os anula, represa. Resposta: pelos pequenos gestos. Um sorriso polido, um esgar de sobrancelhas, uma entortada na boca, uma mão pousada, um menear de cabeça, desse jeito conseguimos ver o estado de espírito de Stevens em seus diversos momentos. Um personagem que preza a ordem e a tradição, com cada um exercendo seu papel delimitado sem exacerbar, sem passar seus limites. (Me lembro da cena do leito de morte do Stevens Pai em que ele e Stevens trocam as últimas palavras: uma confissão do pai; Stevens parado em sua posição tradicional, imutável e prestes a sair do recinto, vemos as emoções só no rosto, com o máximo de aproximação entre eles através de um toque da mão de Stevens no braço do pai prestes a morrer). Alguém que só se preocupa em exercer suas funções, sem ouvir ou ver o que se passa em Darlington Hall.

    Enfim, esse homem nunca sai da carcaça, nunca extravasa, o que vemos de seu interior são pelos gestos, por ex. quando ele derruba a garrafa de vinho. Assim que suas emoções são mostradas, uma garrafa de vinho que escapa e se quebra, momentos após ele receber a notícia de que Miss Kenton vai embora pra se casar com outro.

    No final temos o reencontro entre os dois, mas qualquer esperança já se perdeu faz tempo, sentimento representado na cena do carro dele parado sem gasolina com o pôr-do-sol ao fundo.

    Menção deve ser feita ao paralelismo entre os esforços do patrão em evitar uma guerra entre a Inglaterra e a Alemanha - com seu código de honra aristocrático e de cavalheirismo-, e os esforços de Stevens em manter seus sentimentos controlados e em ordem bem como a casa inteira (com a repressão da sexualidade exercendo um papel não secundário). O que resulta disso é nada, a guerra acontece, Chamberlain é escanteado por Churchill e o que emerge é uma Inglaterra dos homens comuns, para horror dos nobres. Já Stevens é alguém já incapaz de sair de Darlington, alguém como seu pai, incapaz de existir fora do seu papel de servir, alguém incapaz de ter uma vida própria, alguém incapaz de ter alguma intimidade com outra pessoa (cena do filme em que Miss Kenton insiste, até encurralá-lo no canto do quarto, em saber qual o livro que ele estava lendo. No final era um romance qualquer sem importância, mas a resistência em permitir que alguém entre em sua intimidade e a tensão - aliás o máximo de tensão sexual que Stevens permite- aqui são reais.).

    Paralelismos de duas tragédias e dois desastres. Um lorde com boas intenções, amadoristicamente tenta criar uma paz custe o que custar, errando talvez com intenções nobres, cego a respeito do que realmente estava acontecendo na Europa de seu tempo, que termina seus dias sozinho, balbuciando palavras pra ninguém, falido e considerado um traidor da nação. Outra é a tragédia da vida não vivida, uma vida enterrada, sabotada, mantida sob um estrito controle e estoicismo.

    Carpeaux escreveu que o sentimentalismo é o sentimento vendido abaixo do preço. Este filme não tem nada de sentimentalismo, o sentimento é vendido caro.

    Por outro lado, a visão de que a razão e o autocontrole, a formalidade e o convencionalismo servem para reprimir nossos instintos mais animalescos, servem para manter de pé a nossa civilização, ganha outra nuance aqui neste filme, onde na verdade causam a morte, a tragédia, e o desastre.

    Quando os dois se reencontram se havia uma chance dele se redimir, essa chance se esfarela com o nascimento do neto de Miss Kenton, o que a faz recusar a volta para Darlington Hall e talvez a faça se reconciliar com seu marido.Sem segundas chances aqui, ele teve sua oportunidade e perdeu, agora só resta pra ele voltar a ser o mordomo que sempre foi, olhando o mundo por trás das janelas de Darlington Hall.

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

  • Romina Lange
    Romina Lange

    Incrível!! Me mostrou que o filme é muito melhor do que eu já achava. Muito obrigada (((:

  • Romina Lange
    Romina Lange

    Incrível!! Me mostrou que o filme é muito melhor do que eu já achava. Muito obrigada (((:

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