Algumas vezes queremos esquecer os acontecimentos de nossas vidas, tentando forçar nossos cérebros a não armazenarem nenhuma memória que nos seja compreendida como perda. É um movimento até compreensível: uma perda, para substituir outra perda, pois, como não queremos aceitar certas derrotas, é “melhor esquecermos”, tentando suprimir um vazio através do esquecimento. Por outro lado, quando este se manifesta “sem que queiramos” (leia-se Alzheimer), eis que surgem as maiores perdas, nos forçando a encarar uma nova realidade sobre a importância das memórias da vida. O fenômeno é perverso, forçando nosso mundo a se perder no tempo, enquanto nós nos perdemos no tempo da nossa própria existência. Um recorte trágico, já que o tempo nos vai tomando as memórias, sejam as mais lindas ou mais dolorosas - e não podemos escolher qual se vai primeiro ou qual irá por último. Controversa e (in)aceitável, a vida é o mais puro desafio da simplicidade. E por mais duro que seja saber que as memórias da vida estão sendo esquecidas, a vida merece ser lembrada. Como uma memória que nasce, é armazenada, e numa ação violenta à existência é roubada pelo tempo, se transformando no recorte de um Eu que vem a se perder no tempo.
Várias realidades que nunca se cruzam e a vida é o único denominador comum. Traçar os destinos de vida, implica em escolhas e (in)ações. O resultado será sempre uma soma constante, advinda de um presente infinito, marcado por um passado instável e vivido num futuro (in)existente de si e idealizado no agora.
Cegos por um preenchimento que se sabe impossível, às vezes é necessário que soltemos as correntes que nos prendem a lembranças antigas e quebremos as paredes que nos impedem de ver outras direções. Estar acordado não impede de sonhar.
O que você faria se pudesse voltar no tempo e alterar eventos que aconteceram em seu passado? No típico clichê global – no qual eu também estou incluso –, alguns diriam que fariam tudo diferente, outros repetiriam suas histórias de vida, enquanto alguns apostariam nas loterias e mudariam completamente seus destinos de vida. Viagens no tempo poderiam ser maravilhosas: bastava fazer algo de errado e pronto; voltaria no tempo e faria certo desta vez! Mas o que seria certo ou errado? Paixões que não deram certo seriam erros? Ou cair enquanto andava de bicicleta? A questão é que poderíamos evitar grandes frustrações, decepções, desilusões e – por que não? - até os mais dolorosos tipos de sofrimento. O problema é que viagens no tempo não seriam assim tão simples. Embora pudéssemos mudar nossas realidades, estaríamos sempre num estado nostálgico de realidades que nunca aconteceram, formando “falsas memórias” que por nós, seriam impossíveis de serem esquecidas. Em nossa mente, as lembranças existiriam, mas na vida real, não. Mas qual das realidades seria a real, a “verdadeira”? Em Questão de tempo, descobrimos que para sermos felizes não é preciso que voltemos no tempo para mudar nossos destinos e vidas, mas vivermos da melhor maneira que acreditamos ser possível, para construí-lo da forma mais simples possível. Perfeição é encontrar nas dificuldades e problemas, a fórmula mágica da vida e a simplicidade de viver.
O que poderia vir a ser uma comédia romântica, torna-se um drama conjugal. Unidos pelo tempo e separados pela vida, Celeste e Jesse formam o típico retrato da história sobre términos e (re)começos. Numa esfera de (re)começos, onde o anseio pela felicidade ainda está aquém da aceitação de um ponto final, as reticências contemplam o caminho para experienciar e refletir acerca das mudanças que estão acontecendo na vida dos personagens, mas há no testamento do amor morto, um lado mais sensível, mais frágil, mais triste e mais sofredor. Analisar as tendências que ocorrem no mundo pode até parecer uma tarefa fácil, mas nada tão complexa e tênue do que analisar as mudanças dos próprios destinos pessoais, que sempre se perdem e se encontram. Como começar uma nova vida, quando não se está preparado para viver algo diferente? Ou ter de aceitar algo (novos caminhos, novas histórias, distâncias, antigos amores) o qual ainda não se sabe como lidar? Acontece que o amor, mesmo que entre dois melhores amigos, pode também se fragmentar, dispersar-se e, com isso, não ter fim, mas novas histórias: novos olhares, conceitos, ângulos, perspectivas, novos encontros, todos dentro de um mundo em que já se conhece, mas que ainda precisa ser compreendido de novas maneiras. O amor contempla ciclos coletivos: às vezes bons, às vezes ruins, que se rompem, que se unem, que convergem e que divergem, mas que sempre podem ser transformados, (re)começados.
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Para Sempre Alice
4.1 2,3K Assista AgoraAlgumas vezes queremos esquecer os acontecimentos de nossas vidas, tentando forçar nossos cérebros a não armazenarem nenhuma memória que nos seja compreendida como perda. É um movimento até compreensível: uma perda, para substituir outra perda, pois, como não queremos aceitar certas derrotas, é “melhor esquecermos”, tentando suprimir um vazio através do esquecimento. Por outro lado, quando este se manifesta “sem que queiramos” (leia-se Alzheimer), eis que surgem as maiores perdas, nos forçando a encarar uma nova realidade sobre a importância das memórias da vida. O fenômeno é perverso, forçando nosso mundo a se perder no tempo, enquanto nós nos perdemos no tempo da nossa própria existência. Um recorte trágico, já que o tempo nos vai tomando as memórias, sejam as mais lindas ou mais dolorosas - e não podemos escolher qual se vai primeiro ou qual irá por último. Controversa e (in)aceitável, a vida é o mais puro desafio da simplicidade. E por mais duro que seja saber que as memórias da vida estão sendo esquecidas, a vida merece ser lembrada. Como uma memória que nasce, é armazenada, e numa ação violenta à existência é roubada pelo tempo, se transformando no recorte de um Eu que vem a se perder no tempo.
Efeito Borboleta
4.0 2,9K Assista AgoraVárias realidades que nunca se cruzam e a vida é o único denominador comum. Traçar os destinos de vida, implica em escolhas e (in)ações. O resultado será sempre uma soma constante, advinda de um presente infinito, marcado por um passado instável e vivido num futuro (in)existente de si e idealizado no agora.
O Lado Bom da Vida
3.7 4,7K Assista AgoraCegos por um preenchimento que se sabe impossível, às vezes é necessário que soltemos as correntes que nos prendem a lembranças antigas e quebremos as paredes que nos impedem de ver outras direções. Estar acordado não impede de sonhar.
Questão de Tempo
4.3 4,0K Assista AgoraO que você faria se pudesse voltar no tempo e alterar eventos que aconteceram em seu passado? No típico clichê global – no qual eu também estou incluso –, alguns diriam que fariam tudo diferente, outros repetiriam suas histórias de vida, enquanto alguns apostariam nas loterias e mudariam completamente seus destinos de vida. Viagens no tempo poderiam ser maravilhosas: bastava fazer algo de errado e pronto; voltaria no tempo e faria certo desta vez! Mas o que seria certo ou errado? Paixões que não deram certo seriam erros? Ou cair enquanto andava de bicicleta? A questão é que poderíamos evitar grandes frustrações, decepções, desilusões e – por que não? - até os mais dolorosos tipos de sofrimento. O problema é que viagens no tempo não seriam assim tão simples. Embora pudéssemos mudar nossas realidades, estaríamos sempre num estado nostálgico de realidades que nunca aconteceram, formando “falsas memórias” que por nós, seriam impossíveis de serem esquecidas. Em nossa mente, as lembranças existiriam, mas na vida real, não. Mas qual das realidades seria a real, a “verdadeira”? Em Questão de tempo, descobrimos que para sermos felizes não é preciso que voltemos no tempo para mudar nossos destinos e vidas, mas vivermos da melhor maneira que acreditamos ser possível, para construí-lo da forma mais simples possível. Perfeição é encontrar nas dificuldades e problemas, a fórmula mágica da vida e a simplicidade de viver.
p.s. trilha sonora incrível.
Celeste e Jesse Para Sempre
3.6 478 Assista AgoraO que poderia vir a ser uma comédia romântica, torna-se um drama conjugal. Unidos pelo tempo e separados pela vida, Celeste e Jesse formam o típico retrato da história sobre términos e (re)começos. Numa esfera de (re)começos, onde o anseio pela felicidade ainda está aquém da aceitação de um ponto final, as reticências contemplam o caminho para experienciar e refletir acerca das mudanças que estão acontecendo na vida dos personagens, mas há no testamento do amor morto, um lado mais sensível, mais frágil, mais triste e mais sofredor. Analisar as tendências que ocorrem no mundo pode até parecer uma tarefa fácil, mas nada tão complexa e tênue do que analisar as mudanças dos próprios destinos pessoais, que sempre se perdem e se encontram. Como começar uma nova vida, quando não se está preparado para viver algo diferente? Ou ter de aceitar algo (novos caminhos, novas histórias, distâncias, antigos amores) o qual ainda não se sabe como lidar? Acontece que o amor, mesmo que entre dois melhores amigos, pode também se fragmentar, dispersar-se e, com isso, não ter fim, mas novas histórias: novos olhares, conceitos, ângulos, perspectivas, novos encontros, todos dentro de um mundo em que já se conhece, mas que ainda precisa ser compreendido de novas maneiras. O amor contempla ciclos coletivos: às vezes bons, às vezes ruins, que se rompem, que se unem, que convergem e que divergem, mas que sempre podem ser transformados, (re)começados.