Últimas opiniões enviadas
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Esteticamente, o filme é impecável; fotografia, efeitos visuais e figurinos são excelentes, no entanto é provável que funcione melhor para quem, como eu, já tem contato com a obra literária de Frank Herbert. A quem não a leu, algumas coisas podem ficar jogadas numa névoa, sem que o contexto seja apreendido, e é claro, não é culpa do diretor, transpor para o cinema uma obra da envergadura de Duna, é complexo. Por isso, torna-se uma boa notícia que o segundo filme tenha sido confirmado, ele dará tempo e chance para que o diretor apronfunde e contextualize melhor o universo de Duna e seus personagens. No mais, Denis Villeneuve fez uma bela e cuidadosa adaptação e já aguardo o segundo filme, onde sairemos da introdução a este universo e iremos "caminhar pelas profundezas do deserto".
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Filmow
O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!
Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)
Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
Boa sorte! :)* Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/
Uma explendorosa releitura de Frankenstein, no entanto, enquanto Frankenstein é um romance que se concentra, sobretudo, no debate entre Hobbes e Rousseau, acerca da natureza humana; Pobres Criaturas habita outras dimensões de debate.
A principal delas, me pareceu ser a dimensão ética, uma vez que o roteiro do filme nos deixa desconfortáveis com personagens masculinos praticando sexo com alguém que, considerando sua maturidade cognitiva, é incapaz de consentir, mas não só isto, tais personagens também tentam tutelar e direcionar cada passo dessa personagem, e são frustrados quando não conseguem manipulá-la. Outra parte do debate ético se encontra no arquétipo do "cientista maluco", o qual faz o experimento sem nenhum questionamento moral tanto do que está fazendo, quanto das consequências futuras disso. (Essa parte, inclusive, é tema abordado no romance de Sci-Fi Flores para Algernon).
Para além disso, temos um âmbito no qual o desprendimento cultural da personagem central, bem como seu não entendimento das regras do jogo social, expõe nossos costumes ao rídiculo - as regras de etiqueta, as regras de convivência, as pequenas hipocrisias sociais as quais nós tentamos nos enquadrar.
Uma outra camada do filme navega em questões de cunho psicológico, o desenvolvimento cognitivo, a aprendizagem, o modo como essa personagem irá lidar e adaptar a esse mundo no qual ela se sente "alienígena".
E ainda há camadas relativas a questões de gênero e de classe.
O maior mérito do filme é que ele demonstra muito, sem precisar ser expositivo, as camadas estão nos detalhes e não precisa, na maior parte do tempo, de discursos apontando isso em nossa cara, ele não subestima o expectador.