"Happy End" é mais um filme do Haneke que nos traz inquietude. "Incomunicabilidade", essa é a palavra que define essa obra densa e de tantas reflexões. Aqui, o diretor mostra mais uma vez sua habilidade em criar metáforas sociais. Nossa "civilização do espetáculo" caminha sem freios, mas com câmeras para todos os lados, artificial, doente. Como sempre, nosso genial realizador consegue captar isso com maestria. P.s. Quem ainda pensa nesse mundo cão, sofre com toda liquidez que escoa cada vez mais rápida. A arte imita a vida.
Deveria ser obrigatório ver este filme! De uma humanidade desmedida, "Eu, Daniel Blake" é uma crítica ferrenha ao nosso cancerígeno sistema governamental e ao nosso modo de enxergar o próximo. Kem Loach e seus socos no estômago... sempre necessários. Somos todos Daniel Blake!
"Mother!" foi uma experiência extremamente aterrorizante! Aronofsky nos apresentou mais um dos seus filmes angustiantes, tal como "Requiem for a dream, "Pi" e "Black Swan". Alegórica, metafórica, cheia de camadas e simbolismos, assim é essa obra.
P.S. Pela primeira vez a Jennifer Lawrence me convenceu como protagonista de um filme. Ela me passou todo o sufocamento da personagem e sua incapacidade de lidar com os acontecimentos naquela casa.
Tinha tudo pra ser uma obra inesquecível, mas não chegou nem perto disso. Naomi Watts maravilhosa como sempre, mas super mal dirigida. Por mais que eu goste da história e da eterna princesa, tenho que admitir que o roteiro é piegas, um desperdício. Uma pena...
A primeira versão de "The Beguiled" foi algo super impactante para mim. Ela retratou (sem nenhum pudor) questões bem delicadas. Eu fiquei super curioso para ver como Sofia trataria temas como pedofilia, questões raciais e o incesto nos tempos atuais. Esperei demais e nada aconteceu! Uma pena que ela tenha higienizado toda a trama. Mesmo cometendo esse pecado, a obra foi bem conduzida, o elenco de mulheres é sensacional. Outro ponto negativo foi a escolha de Colin Farrel para o papel do macho dominador/sedutor, ele não convence em nenhum momento. Já as partes técnicas foram primorosas: fotografia, figurino, maquiagem, locações... Enfim, mais um (bom) filme que não supera o original. Minha primeira decepção com Sofia Coppola. Esperava mais, bem mais.
"Blow up" não é um filme acessível. Aqui, você não encontrará respostas, muito pelo contrário, sairá sobrecarregado de questionamentos. Antonioni retrata o desequilíbrio não de um homem, mas de toda a sociedade. A incomunicabilidade cria raízes no solo de uma nação adubada pelo vazio existencial. Há quem diga que a obra ficou datada, não penso assim. Ela ainda é capaz de captar a liquidez e o hedonismo com prazo de validade de nossas vidas
O cinema começa com D. W. Griffith e termina com Abbas Kiarostami. — Jean-Luc Godard "Onde Fica a Casa do Meu Amigo?" é de uma sensibilidade absurda! Com seu tom realista, ele nos leva ao encontro de um pequeno grande homem, um herói chamado Ahmad e sua odisseia altruísta. Kiarostami desde sempre demonstrou total competência de direção. Sua câmera baila diante de nossos olhos. Sua mensagem é vasta, atravessa fronteiras e acaba de me tocar de modo figadal.
Acabo de ver uma das interpretações mais intensas do Cinema. Romy Schneider entregou-se desmesuradamente em "O Importante é amar", obra do enérgico diretor Andrzej Zulawski. Um filme com uma intertextualidade fortíssima e absurdamente bem construída. Somente uma coisa é ininterrupta: o caos. Isso não quer dizer que a beleza seja algo inexistente, pois, aqui, ela chega ao seu ápice. P.s. Klaus Kinski era algo de outro mundo, não?
Em "Boi Neon" somos telespectadores de uma beleza hipnótica e uma barbárie desconfortante. Um filme singelo, com uma fotografia linda, atores competentes e a direção muito segura do Gabriel Mascaro. A desconstrução de gênero nessa obra é tão natural quanto inesperada, quebrou todas as minhas expectativas. Vocês não sabem o tamanho da minha felicidade quando vejo uma produção brasileira com tanta qualidade! O Cinema Pernambucano tem uma identidade única e está cada vez melhor!
Um filme sobre a sexualidade humana e a sua não categorização. François Ozon explora o desejo e suas verdades, tal como as neuras absorvidas de uma sociedade preconceituosa: a nossa.
"Mrs Dalloway... always giving parties to cover the silence." "45 anos" é de uma sobriedade assombrosa. A personagem da deslumbrante Charlotte Rampling me fez recordar instantaneamente da Clarissa, personagem da Virginia Woolf. A premissa, aliás, é muito parecida com o romance da autora inglesa: a festa e as horas que antecedem o grande acontecimento. Acho que de desde "Dois dias, uma noite", um filme não me emocionava tanto. Doloroso, sombrio como aquela saudade que tentamos enterrar, mas que teima em nos atormentar.
Um bizarro estudo psicanalítico, assim defino "Rabid", do David Cronenberg. Uma obra que me fez pensar muito acerca de Freud e Zygmunt Bauman. Por trás da escatologia cronembergiana, encontramos camadas e mais camadas de conhecimento. Que cineasta avançado para o seu tempo! P.S. O título nacional só pode ser piada de mau gosto.
Todos temos uma cruz para carregar. O filme do Joachim Lafosse trata justamente disso, das coisas que carregamos pelo caminho e que um dia cansamos de tê-las. Daí, só nos resta juntar os cacos de nossa quase inexistência. Uma obra absolutamente contundente!
Ahh, essas mulheres! Estou maravilhado com essa obra do Provost. Trazer para o Cinema a história de Violette Leduc foi de uma imensurável importância! E de brinde ainda temos a relação dela com a Simone de Beauvoir. Um filme para ver com aquele caderninho por perto. São muitas referências e incontáveis ligações históricas. Fiz a festa!
Uma das obras-primas do Robert Bresson! Um clássico para ser visto e revisto! Fiquei pensando muito nas relações de "Indivíduo x Estado", "Indivíduo x Religião" e "Indivíduo x Sociedade". O poder de um clássico está nisso aí. Como diria Calvino: Um clássico é aquele que nunca terminou de dizer aquilo que tinha pra dizer.
Não existe um filme do Gaspar Noe que não me tire da zona de conforto! Love é um dos filmes mais fortes que já vi! Não, não por conta das (belíssimas) cenas de sexo, mas pela crueza da vida (fielmente retratada). O Amor é isso mesmo, esse misto de intensidade e fragilidade! Uma incorreção que veio para nos salvar da insipidez terrestre. Um filme para sentir, refletir e se deixar levar! Noe continua impiedoso, inigualável e ainda mais pessimista.
Uma das obras mais hitchcockianas do De Palma! O que dizer depois de uma verdadeira aula de mise en scène? Tudo nesse filme beira à perfeição: enquadramentos, fotografia (Vilmos Zsigmong), trilha sonora (Bernard Herrmann). Sinceramente? Eu sempre achei "Vertigo" um filme superestimado! Foi uma das minhas grandes frustrações do Cinema. Prefiro mil vezes essa homenagem!
O filme em si não carrega a densidade de suas obras "consagradas", mas Bergman já dava sinais de qual seria o tema recorrente de seu Cinema: a psique humana. Algumas tomadas são lindas e o espectador deve ter uma carga do que foi o existencialismo para entender a ferida do filme. Pois bem... desde os primórdios, Bergman já mostrava para nós o rumo que tomaria.
Ah, Alice... como eu te entendo! "Simplesmente Alice" é um daqueles filmes "menores" do Woody Allen, mas que estão sempre acima da média. Uma obra que une a tragédia nossa de cada dia e uma pitada de fantasia. P.S. Seria maravilhoso se pudéssemos contar com um Dr. Yang na nossa vida. rs
"Grace of Monaco" foi uma grata surpresa. Para mim, todo o apedrejamento que ele sofreu pela crítica foi meramente gratuito. Muitos dizem que o filme foi pequeno demais para uma grande estrela, porém as pessoas esquecem que a proposta de Olivier Dahan e Arash Amel não era fazer uma cinebiografia, mas apenas um recorte de um período difícil da vida da princesa/atriz. Ela enfrentara ao mesmo tempo: uma crise no casamento, uma profissional e outra política. Ver Nicole Kidman como Grace Kelly foi uma das coisas mais lindas que o cinema me proporcionou. O meu deleite de hoje foi ver a câmera instável passeando pelo seu rosto e pelos os olhos azuis encharcados de lágrimas, transmitindo um embate interior que perpassou a tela. No fim, Grace nunca deixou de ser atriz, apenas assumiu outro papel.
Acabo de ver o mais recente filme do Pedro Almodóvar, “Julieta”. Foi uma obra que protelei por algum tempo, pois o diretor vem me decepcionando por demais com essa última safra de criações. Confesso, “Los amantes pasajeros” foi uma das piores experiências cinematográficas da minha vida!
Apesar de ter gostado da trama de “Julieta”, confesso que esperava bem mais. O que não quer dizer que o filme seja ruim, visto que ele está bem acima da média das produções descartáveis do mercado (pelo amor de Deus, não aguento mais filmes de super-heróis). É que de alguém como o Almodóvar, sempre espero algo mais intenso, assim como foram “Hable con ella”, “Volver” e “Todo sobre mi madre”.
Inspirado em três contos da escritora canadense Alice Munro, a apropriação da trama pelo cineasta foi bastante compatível com as personalidades femininas criadas pela autora. Instabilidade emocional, questionamentos infinitos e uma vida líquida caracterizam Julieta e Antía, protagonistas da história. Por falar nisso, Emma Suárez e Adriana Ugarte estão ótimas em seus papéis, elas exalaram acertadamente a dor da culpa e da solidão.
Em suma, “Julieta” possui seu êxito. Foi bem realizado, mas repetiu formas já antes apresentadas pelo diretor, o que deu uma sensação de déjà-vu e de acomodação. Agora uma coisa me acertou em cheio: a escolha de terminar o filme com Chaverla Vargas cantando “Si no te vas”. Dizem que alguém se debulhou em lágrimas durante os créditos...
Foram 142 minutos de um verdadeiro exercício de Cinema (com C maiúsculo)! Kleber Mendonça Filho conseguiu mais uma vez me emocionar e ter orgulho da nossa produção cinematográfica. Sônia Braga nos presenteia com uma atuação magistral, por demais sincera e impactante. Clara, sua personagem, foi tão bem desenvolvida, que em alguns momentos eu pensei em encontrá-la em Boa Viagem. "Aquarius" é um retrato fiel do nosso país! Um soco no estômago dessa nossa sociedade egoísta e sem memória. P.S. Que trilha linda foi essa? Cada música, uma lágrima. P.S.2. O Oscar não é nada, só um prêmio americano todo comprado pelas grandes indústrias.
"Para sempre Lilya" é um daqueles filmes que nós demoramos um certo tempo até conseguirmos uma total assimilação. Se é que um dia ela irá acontecer! Há tempos que o vi, creio que em meados de 2006. Foi o meu primeiro contato com o Lukas Moodysson. Desde então, procuro sempre dar uma conferida nas suas obras. Confesso, elas sempre conseguem me destruir por completo. Esse continua sendo o meu filme preferido do cineasta. Um misto de brutalidade e poesia lírica. Uma representação da nossa sociedade suja e hipócrita que mercantiliza e esquece suas vítimas.
Happy End
3.5 93 Assista Agora"Happy End" é mais um filme do Haneke que nos traz inquietude. "Incomunicabilidade", essa é a palavra que define essa obra densa e de tantas reflexões. Aqui, o diretor mostra mais uma vez sua habilidade em criar metáforas sociais. Nossa "civilização do espetáculo" caminha sem freios, mas com câmeras para todos os lados, artificial, doente. Como sempre, nosso genial realizador consegue captar isso com maestria.
P.s. Quem ainda pensa nesse mundo cão, sofre com toda liquidez que escoa cada vez mais rápida. A arte imita a vida.
Eu, Daniel Blake
4.3 532 Assista AgoraDeveria ser obrigatório ver este filme! De uma humanidade desmedida, "Eu, Daniel Blake" é uma crítica ferrenha ao nosso cancerígeno sistema governamental e ao nosso modo de enxergar o próximo. Kem Loach e seus socos no estômago... sempre necessários. Somos todos Daniel Blake!
Mãe!
4.0 3,9K Assista Agora"Mother!" foi uma experiência extremamente aterrorizante! Aronofsky nos apresentou mais um dos seus filmes angustiantes, tal como "Requiem for a dream, "Pi" e "Black Swan".
Alegórica, metafórica, cheia de camadas e simbolismos, assim é essa obra.
P.S. Pela primeira vez a Jennifer Lawrence me convenceu como protagonista de um filme. Ela me passou todo o sufocamento da personagem e sua incapacidade de lidar com os acontecimentos naquela casa.
Diana
3.0 346 Assista AgoraTinha tudo pra ser uma obra inesquecível, mas não chegou nem perto disso. Naomi Watts maravilhosa como sempre, mas super mal dirigida. Por mais que eu goste da história e da eterna princesa, tenho que admitir que o roteiro é piegas, um desperdício. Uma pena...
Alabama Monroe
4.3 1,4K Assista AgoraAqui estou: destruído."Alabama Monroe" foi uma experiência dolorosa, mas também cheia de ritmo e beleza.
O Estranho que Nós Amamos
3.2 615A primeira versão de "The Beguiled" foi algo super impactante para mim. Ela retratou (sem nenhum pudor) questões bem delicadas. Eu fiquei super curioso para ver como Sofia trataria temas como pedofilia, questões raciais e o incesto nos tempos atuais. Esperei demais e nada aconteceu!
Uma pena que ela tenha higienizado toda a trama. Mesmo cometendo esse pecado, a obra foi bem conduzida, o elenco de mulheres é sensacional.
Outro ponto negativo foi a escolha de Colin Farrel para o papel do macho dominador/sedutor, ele não convence em nenhum momento.
Já as partes técnicas foram primorosas: fotografia, figurino, maquiagem, locações...
Enfim, mais um (bom) filme que não supera o original. Minha primeira decepção com Sofia Coppola. Esperava mais, bem mais.
Blow-Up: Depois Daquele Beijo
3.9 370 Assista Agora"Blow up" não é um filme acessível. Aqui, você não encontrará respostas, muito pelo contrário, sairá sobrecarregado de questionamentos.
Antonioni retrata o desequilíbrio não de um homem, mas de toda a sociedade. A incomunicabilidade cria raízes no solo de uma nação adubada pelo vazio existencial.
Há quem diga que a obra ficou datada, não penso assim. Ela ainda é capaz de captar a liquidez e o hedonismo com prazo de validade de nossas vidas
Onde Fica a Casa do Meu Amigo?
4.2 145 Assista AgoraO cinema começa com D. W. Griffith e termina com Abbas Kiarostami. — Jean-Luc Godard
"Onde Fica a Casa do Meu Amigo?" é de uma sensibilidade absurda! Com seu tom realista, ele nos leva ao encontro de um pequeno grande homem, um herói chamado Ahmad e sua odisseia altruísta.
Kiarostami desde sempre demonstrou total competência de direção. Sua câmera baila diante de nossos olhos. Sua mensagem é vasta, atravessa fronteiras e acaba de me tocar de modo figadal.
O Importante é Amar
4.0 34Acabo de ver uma das interpretações mais intensas do Cinema. Romy Schneider entregou-se desmesuradamente em "O Importante é amar", obra do enérgico diretor Andrzej Zulawski.
Um filme com uma intertextualidade fortíssima e absurdamente bem construída.
Somente uma coisa é ininterrupta: o caos. Isso não quer dizer que a beleza seja algo inexistente, pois, aqui, ela chega ao seu ápice.
P.s. Klaus Kinski era algo de outro mundo, não?
Boi Neon
3.6 461 Assista AgoraEm "Boi Neon" somos telespectadores de uma beleza hipnótica e uma barbárie desconfortante. Um filme singelo, com uma fotografia linda, atores competentes e a direção muito segura do Gabriel Mascaro.
A desconstrução de gênero nessa obra é tão natural quanto inesperada, quebrou todas as minhas expectativas.
Vocês não sabem o tamanho da minha felicidade quando vejo uma produção brasileira com tanta qualidade! O Cinema Pernambucano tem uma identidade única e está cada vez melhor!
Uma Nova Amiga
3.7 120 Assista AgoraUm filme sobre a sexualidade humana e a sua não categorização. François Ozon explora o desejo e suas verdades, tal como as neuras absorvidas de uma sociedade preconceituosa: a nossa.
45 Anos
3.7 254 Assista Agora"Mrs Dalloway... always giving parties to cover the silence."
"45 anos" é de uma sobriedade assombrosa. A personagem da deslumbrante Charlotte Rampling me fez recordar instantaneamente da Clarissa, personagem da Virginia Woolf.
A premissa, aliás, é muito parecida com o romance da autora inglesa: a festa e as horas que antecedem o grande acontecimento.
Acho que de desde "Dois dias, uma noite", um filme não me emocionava tanto.
Doloroso, sombrio como aquela saudade que tentamos enterrar, mas que teima em nos atormentar.
Enraivecida na Fúria do Sexo
3.2 95Um bizarro estudo psicanalítico, assim defino "Rabid", do David Cronenberg. Uma obra que me fez pensar muito acerca de Freud e Zygmunt Bauman.
Por trás da escatologia cronembergiana, encontramos camadas e mais camadas de conhecimento. Que cineasta avançado para o seu tempo!
P.S. O título nacional só pode ser piada de mau gosto.
Propriedade Privada
3.6 19Todos temos uma cruz para carregar. O filme do Joachim Lafosse trata justamente disso, das coisas que carregamos pelo caminho e que um dia cansamos de tê-las. Daí, só nos resta juntar os cacos de nossa quase inexistência. Uma obra absolutamente contundente!
Violette
4.0 99 Assista AgoraAhh, essas mulheres!
Estou maravilhado com essa obra do Provost. Trazer para o Cinema a história de Violette Leduc foi de uma imensurável importância! E de brinde ainda temos a relação dela com a Simone de Beauvoir.
Um filme para ver com aquele caderninho por perto. São muitas referências e incontáveis ligações históricas. Fiz a festa!
O Processo de Joana D'arc
4.0 19Uma das obras-primas do Robert Bresson! Um clássico para ser visto e revisto!
Fiquei pensando muito nas relações de "Indivíduo x Estado", "Indivíduo x Religião" e "Indivíduo x Sociedade". O poder de um clássico está nisso aí. Como diria Calvino: Um clássico é aquele que nunca terminou de dizer aquilo que tinha pra dizer.
Love
3.5 883 Assista AgoraNão existe um filme do Gaspar Noe que não me tire da zona de conforto!
Love é um dos filmes mais fortes que já vi! Não, não por conta das (belíssimas) cenas de sexo, mas pela crueza da vida (fielmente retratada). O Amor é isso mesmo, esse misto de intensidade e fragilidade! Uma incorreção que veio para nos salvar da insipidez terrestre.
Um filme para sentir, refletir e se deixar levar! Noe continua impiedoso, inigualável e ainda mais pessimista.
Trágica Obsessão
3.8 60Uma das obras mais hitchcockianas do De Palma!
O que dizer depois de uma verdadeira aula de mise en scène? Tudo nesse filme beira à perfeição: enquadramentos, fotografia (Vilmos Zsigmong), trilha sonora (Bernard Herrmann). Sinceramente? Eu sempre achei "Vertigo" um filme superestimado! Foi uma das minhas grandes frustrações do Cinema. Prefiro mil vezes essa homenagem!
Crise
3.5 37O filme em si não carrega a densidade de suas obras "consagradas", mas Bergman já dava sinais de qual seria o tema recorrente de seu Cinema: a psique humana. Algumas tomadas são lindas e o espectador deve ter uma carga do que foi o existencialismo para entender a ferida do filme. Pois bem... desde os primórdios, Bergman já mostrava para nós o rumo que tomaria.
Simplesmente Alice
3.5 95Ah, Alice... como eu te entendo! "Simplesmente Alice" é um daqueles filmes "menores" do Woody Allen, mas que estão sempre acima da média.
Uma obra que une a tragédia nossa de cada dia e uma pitada de fantasia.
P.S. Seria maravilhoso se pudéssemos contar com um Dr. Yang na nossa vida. rs
Grace de Mônaco
3.0 240 Assista Agora"Grace of Monaco" foi uma grata surpresa. Para mim, todo o apedrejamento que ele sofreu pela crítica foi meramente gratuito. Muitos dizem que o filme foi pequeno demais para uma grande estrela, porém as pessoas esquecem que a proposta de Olivier Dahan e Arash Amel não era fazer uma cinebiografia, mas apenas um recorte de um período difícil da vida da princesa/atriz. Ela enfrentara ao mesmo tempo: uma crise no casamento, uma profissional e outra política.
Ver Nicole Kidman como Grace Kelly foi uma das coisas mais lindas que o cinema me proporcionou. O meu deleite de hoje foi ver a câmera instável passeando pelo seu rosto e pelos os olhos azuis encharcados de lágrimas, transmitindo um embate interior que perpassou a tela. No fim, Grace nunca deixou de ser atriz, apenas assumiu outro papel.
Julieta
3.8 529 Assista AgoraAcabo de ver o mais recente filme do Pedro Almodóvar, “Julieta”. Foi uma obra que protelei por algum tempo, pois o diretor vem me decepcionando por demais com essa última safra de criações. Confesso, “Los amantes pasajeros” foi uma das piores experiências cinematográficas da minha vida!
Apesar de ter gostado da trama de “Julieta”, confesso que esperava bem mais. O que não quer dizer que o filme seja ruim, visto que ele está bem acima da média das produções descartáveis do mercado (pelo amor de Deus, não aguento mais filmes de super-heróis). É que de alguém como o Almodóvar, sempre espero algo mais intenso, assim como foram “Hable con ella”, “Volver” e “Todo sobre mi madre”.
Inspirado em três contos da escritora canadense Alice Munro, a apropriação da trama pelo cineasta foi bastante compatível com as personalidades femininas criadas pela autora. Instabilidade emocional, questionamentos infinitos e uma vida líquida caracterizam Julieta e Antía, protagonistas da história. Por falar nisso, Emma Suárez e Adriana Ugarte estão ótimas em seus papéis, elas exalaram acertadamente a dor da culpa e da solidão.
Em suma, “Julieta” possui seu êxito. Foi bem realizado, mas repetiu formas já antes apresentadas pelo diretor, o que deu uma sensação de déjà-vu e de acomodação. Agora uma coisa me acertou em cheio: a escolha de terminar o filme com Chaverla Vargas cantando “Si no te vas”. Dizem que alguém se debulhou em lágrimas durante os créditos...
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraForam 142 minutos de um verdadeiro exercício de Cinema (com C maiúsculo)!
Kleber Mendonça Filho conseguiu mais uma vez me emocionar e ter orgulho da nossa produção cinematográfica.
Sônia Braga nos presenteia com uma atuação magistral, por demais sincera e impactante. Clara, sua personagem, foi tão bem desenvolvida, que em alguns momentos eu pensei em encontrá-la em Boa Viagem. "Aquarius" é um retrato fiel do nosso país! Um soco no estômago dessa nossa sociedade egoísta e sem memória.
P.S. Que trilha linda foi essa? Cada música, uma lágrima.
P.S.2. O Oscar não é nada, só um prêmio americano todo comprado pelas grandes indústrias.
Para Sempre Lilya
4.2 869"Para sempre Lilya" é um daqueles filmes que nós demoramos um certo tempo até conseguirmos uma total assimilação. Se é que um dia ela irá acontecer!
Há tempos que o vi, creio que em meados de 2006. Foi o meu primeiro contato com o Lukas Moodysson. Desde então, procuro sempre dar uma conferida nas suas obras. Confesso, elas sempre conseguem me destruir por completo.
Esse continua sendo o meu filme preferido do cineasta. Um misto de brutalidade e poesia lírica. Uma representação da nossa sociedade suja e hipócrita que mercantiliza e esquece suas vítimas.