É difícil não se apaixonar por Rae, e partir disso tudo se resolver maravilhosamente nessa primeira temporada, pois se você acerta na dona do diário tudo fica incrível dentro do diário. Os diálogos não convencionais na forma de serem gravados, a edição que introduz comédia tanto light quanto dark...é muuito bem feito. Os britânicos arrebentam.
Stephen Chbosky demonstrou a capacidade de escrever um livro feito por cartas e adaptar para o cinema ele próprio em As Vantagens de Ser Invisível, implementando um pouco da linguagem do livro mas correspondendo ao formato da película. Por mais que o esforço tenha causado lágrimas e admiração, há um didatismo nesse filme que não parece pertencer a sétima arte.
É maravilhoso como o filme capta as variadas pespectivas. No livro isso pode ser mais facilmente feito, ou até mesmo em uma série, mas em um filme o desafio é bem maior, para não desmantelar a estrutura agradável. A dificuldade vai além da edição, existe todo o protagonismo variado, as conexões ou como tudo isso flui junto. Esse fator adaptativo realmente foi necessário para tornar o filme peculiar. O apelo não focado em August é reconfortante e angustiante ao mesmo tempo, pois o drama é generalizado e sentido de formas diferentes. As atuações entregam bem o processo apelativo que na maior parte não é forçado porque conhecemos bem todo o contexto por olhos diferentes, exemplificando a personagem da irmã que ganha força ao longo do filme.
O que realmente é insatisfatório é que a tentativa boa também causa uma certa ruína. O filme continua bom, mas o seu maior trunfo nunca chega ao seu auge e atrapalha o protagonismo de August também. A simplicidade do filme não impede que a edição possa ser mais calma, não impede que haja menos narrações sobre fatos mostrados e também não impede que o filme abranja a própria proposta. Ora, parece que sempre há intenção de mostrar vários arcos sem a devida atenção. Summer sofre com isso, o cachorro sofre com isso e até a mãe sofre com isso na narrativa. Não é um desastre, mas quando o filme se torna inteligente em mostrar o bulliyng e o sofrimento com vários ângulos espera-se que a ideia jovial traga mais jovialidade ao resto do filme.
De fato a mensagem de Wonder é extraordinária, com mais uma bela jornada do herói com direito a ótimas referências do espaço, porém apostar no sentimentalismo e arriscar sem se arriscar de verdade pode até causar arrepios naturais, mas tudo se torna passageiro no final...tudo não, ao menos a abordagem do instrospectivo de August, a metáfora do capacete, isso sim será trazido a tona com as melhores cenas de corredor.
O jeito como a Itália é viva, o jeito como Luca dirige calmamente, não lentamente, e transmite naturalismo com cenas de bicicleta por exemplo...é tudo muito romântico, o contexto perfeito para uma relação amorosa e para os apreciadores de filme assistirem. TIMOTHEE pode até não ganhar o Oscar esse ano, mas está mais perto do que se imagina. A dramaturgia desse cara é COISA DE OUTRO MUNDO. Um outro ponto positivo a mais que devo citar é a trilha sonora e todo o arranjo musical de mixagem de som, etc. "Mistery of Love" combina muito, a escolha de músicas clássicas, "Love My Way" que se eterniza com um momento de discoteca e mise-en-scène maravilhoso. Porém, a ideia de amadurecimento, a mistura do erótico e sensual e a atuação de Armie Hammer são pontos duvidosos. Por mais que tenha uma história crível, mesmo sendo razoavelmente idealizado sem problema algum, e o discurso do pai seja bem esclarecedor e um momento chave, ainda assim a conclusão soa estranha com essa ideia de amadurecer, mesmo que o sentimento seja compreensível, graças à performance do Timothee(é preciso elogia-lo mais de uma vez). O erótico e sensual misturados vai variar para cada um até que limite isso combina com o todo. Em relação ao Armie Hammer, ele contracena com um ator sensacional, e mesmo que a química entre eles desenvolva-se bem as reações do ator não convencem no drama, na preocupação, só em momentos felizes ou de dança...digo isso baseado em seus trabalhos diversos que ainda não o revelaram tão bom assim(não vi Mine ainda, infelizmente).
PS: "Love my way, it's a new road I follow where my mind goes"
Del Toro fez uma obra que já nasce clássica, concebida com todo o estilo clássico, um filme fora de sua época e por isso soa tão gostoso. É como se fosse uma história de folclore, uma poesia trazida para o cinema há muito tempo escrita. Ele não é forte o suficiente para se emocionar ou para um encantamento pleno porque existe uma preocupação em abordar pesares, crítica e utilizar a caricatura permitida pelo o fantasioso para vomitar algo, expor um tema social. Talvez ele se perca nisso, pois para não destoar do clima leve e aquático tudo além da fantasia é tornado didático. Porém isso é ao mesmo tempo parte da magia do filme, tudo vai depender se você compra uma estranha relação folclórica e o amor de Del Toro pelos monstros, pelo estranho e pelo cinema.
PS: Desplat, Desplat...uma trilha sonora maravilhosa para um conto como esse.
Um breve comentário para dizer que os Coen ainda conseguem fazer maestrias com o roteiro. Não é apenas inteligente, é sagaz, surpreendente de forma sutil e não busca escancarar a lógica social. E também citar a maravilhosa atuação de Matt Damon como Gardner. Esse personagem vai ficar na minha memória por muito tempo, pois não consigo saber se ele é um herói, anti-herói...ele viaja muito no conceito do protagonista. Atuações nesse filme entregam algo diferente do que só uma interpretação convincente em toda a caricatura do filme, entregam dúvida e variadas emoções. Por último reclamo do ritmo e do jeito que Clooney grava, ao ponto que ele valoriza atuações mas não a transição da história, além de outros defeitos em drama não funcional e sim intrometido. De fato o filme é um pouco inconsequente, mas essa é a graça, esse é o maravilhoso humor negro que engana. A trilha sonora de Desplat engana, o plot engana, é um filme de enganação imperfeito mas tem aquela coisa incrível de ser uma mágica crítica que dá prazer de ver. Reassistirei de novo com certeza, mesmo não sendo um grande filme, mas é um baita desenho animado para adultos, divertido pelo absurdo e como brancos ainda podem se auto criticar, sem muito estilo, mas com um material aproveitável demais para reflexão.
É acima de tudo surpreendente. Um filme do meio da trilogia que desconstrói e resconstrói as bases para trazer um futuro expansivo dentro da saga, tudo com muito respeito, só não cumpre com as expectativas, supera-as, o que não necessariamente agrade, mas tem qualidade em como faz isso.
Sem mais delongas, temos nesse filme um roteiro que não se importa muito com peripécias padrões da contação de história. Rian Johnson se aproxima bem mais do cerne de Star Wars que George Lucas criou. O arranjo traz os Prelúdios de volta sutilmente ao falar sobre queda dos Jedi e traz os Clássicos também com as rimas visuais, mostrando o antigo sem criar nostalgia como o The Force Awakens, pois o intuito é subverter, criar algo novo para movimentar a trama, passar o bastão sem focar nesse intuito, engrandecendo o antigo e oportunando o novo com um equilíbrio balanceado, transitando como uma sanfona. Outro ponto é a edição extremamente amiga para contar vários arcos, trocados de forma organizada em prol do roteiro. É inegável que a trama é densa com profundidade em seu tema, logo o humor despojado é implementado. O caricato de Hux e a piada sobre o contexto inserido em primeiro plano mostra insensatez, mas se observar o que na verdade soa engraçado serve ao roteiro, são justificados para incluir subversão constante, além do equilíbrio de tensão imaginado.
Mesmo diante da incrível surpresa e pontuação positiva superior aos pontos negativos, estes ainda existem e são importantes em abordar. Rian Johnson dirige e roteriza como se o filme fosse uma batata quente. Ela demonstra poder de efervescer a trama e se expõe muito a possibilidade de falhar. Canto Bight e a trama da rebelião demonstram isso. O fervor de tratar do fracasso, uma vez com os Jedi e outra vez de forma mais onírica e intimista começa a se apresentar como limite. Quando isso é explorado de forma mais incisiva, ao ponto de questionar a necessidades dos arcos cria-se um problema. Mas na real o grande ou pequeno problema para alguns vai ser a extensão da proposta de Riam. Subverter expectativas como uma montanha russa em um filme longo que não tem freio contradiz sua ideia de equilíbrio aos poucos ou de imediato, permitindo que seu filme seja extremamente falível para alguns e de excelência para outros, pois intimida o gosto de cada um com relação a uma franquia já consideralmente pré-concebida.
É nos detalhes que se conta uma ópera espacial rica. Um dos melhores filmes de 2017, um filme sobre equilíbrio no meio de uma trilogia promissora que se reestabeleceu, desconstruiu-se estranhamente e resconstruiu-se à base de personagens recentemente auto-descobertos com expectativas próprias em relação ao restrospecto dominante anterior do clássico. Agora sim há uma nova história, uma nova trilogia.
Sean Baker se demonstra um diretor de uma visão excêntrica que o grande cinema precisa. Visualmente estonteante, fazendo o pobre se tornar rico sem perder a essência da vida dura que carrega. O jeito como as crianças dão graça ao filme, tudo tão natural, crítico e bonito, tudo misturado...é um trabalho de excelência. Só que Baker troca a precisão pela possibilidade de frescor. É lindo de se acompanhar, de desenvolver a ideia aos poucos e sentir que o mundo é inseguro e seguro ao mesmo tempo, porém quando se reflete demais nada se faz com isso. Mesmo com esse defeito, Baker surpreende de novo, não só com seu filme, mas com a maior impossibilidade desenvolvida durante o filme, arrebatando qualquer expectador que entendeu sua crítica antitética. Que filme, que final
Existe uma Disney além da Disney. Uma fantasia da vida real.
Não é tão fácil contar uma distopia, não basta falar de um mundo futurista que está tudo errado e tornar aquele mundo uma possibilidade iminente. O que de fato The Handmaid's Tale apresenta de melhor é sua personagem central e como transmite aquele mundo, a partir daí conseguimos adentrar e acreditar naquele futuro aterrorizante e opressor.
Elisabeth Moss talvez tenha feito seu trabalho da vida. Sua perfomace explorada ao máximo com close-ups constantes foi mostrada com maestria, com seus momentos estáticos e contemplativos. A personagem criada por Margaret Atwood e desenvolvida na série pelo showrunner Bruce Miller é muito real. Offred não necessariamente é aprovada por seus feitos mas sim compreendida. Porque uma coisa maravilhosa que apenas o formato de série permite é trazer com mais facilidade são variadas pespectivas dos personagens que giram ao redor da história. A compreensão, a empatia sentida chega a um nível mais abrangente quando a série da Hulu fala do marido de uma serva(Aia), do casal de comandantes que a explora e do motorista amante. É um trabalho de roteiro apurado, desenvolvendo personagens com o ritmo necessário e aos poucos expandindo a visão daquele mundo distópico, mesmo se aproveitando muito de um posicionamente de câmera com plano fechado que busca mostrar o íntimo, o rosto, as sensações, causando incômodo com cabeças no canto da tela.
Por mais que a série tenha uma qualidade que deve ser reconhecida além da subjetividade própria, até porque ela tem uma importância social pela sua temática, pelo menos algum ponto defeituoso pode ser apontado. O ator Max Minghella não convence em sua atuação. Enquanto todos os outros personagens mostram personalidade e profundidade na união de trabalho de roteiro com atuação, o motorista Nick quando realmente tem a chance de brilhar não há o mesmo casamento. Há uma possibilidade de que a proximidade da segunda temporada tenha freiado o ritmo da série e o personagem tenha sido prejudicado assim como os últimos episódios, e a sensação dessa possibilidade não é boa em relação ao todo que vemos da história. Além disso a falta de um cliffhanger pode pesar o ritmo da série que já é denso.
Para terminar, não é uma produção que busca agradar, busca impactar pela própria história, que surpreende com toda a faceta de Idade Média ainda se tornar muito atual, nos fazendo pensar também no passado assim como no futuro, até porque as músicas excelentes implementadas no momento certo nos trazem para o presente e trazem um certo alívio sem deixar de se compremeter com a cena, pois a fotografia deve ser sentida assim como essa maravilhosa série.
É uma bela homenagem acima de tudo ao cult The Room. É uma bela homenagem pelas reinterpretações de cenas, tornando elas mais engraçadas, não estranhas e possivelmente engraçadas. James Franco arrasa com sua interpretação exagerada e ao mesmo tempo real. Ele consegue transmitir que existe uma pessoa de verdade além da caricatura, isso é sensacional, quase uma aula de dramaturgia, isso sim é Shakespeare(Ssteeelllaaa!!!!). No entanto não se pode falar tão bem de sua direção. É um filmes desajustado, apressado, com umas lacunas no roteiro que são flashs que não se interligam tão bem na trama. É um filme imperfeito para um filme imperfeito, no entanto isso não parece intencional, mas não importa, mesmo sendo considerado um defeito o filme faz seu papel vilanesco e heroico ao mesmo tempo. Não é assim que Tommy Wiseau é? O Frankestein tem coração, tem vontade de marcar, e marcou, isso que o filme nos conta e muito bem. "Todo mundo pode fazer cinema" parafraseando Ratatouille...só precisa dizer "HI Mark" sem medo de errar e tornar drama em riso como se fosse verdade.
PS: Dave Franco...não, não mesmo. Ok Greg Sestero não é um ator bom também, mas Dave Franco falhou miseravelmente ao lado do irmão. Ele atua de forma caricata e essa atuação dele para fazer a caricatura é estranha. Ele atua ruim duplamente. A princípio ele é carismático, mas o roteiro, a sombra do irmão e todo o trabalho no filme não permite defendê-lo...não foi coincidência, assistam Nerve.
Assim como qualquer estilo musical, o rap apresenta seus estereótipos. Esse filme consegue descontruir eles com uma personagem, fazendo os imparciais sobre rap se mexerem na cadeira do cinema ao som do ritmo musical bem implementado.
Aqui há uma história básica de superação que já ganha um ponto por realmente nos fazer torcer por Patricia, uma personagem branca, com excesso de peso, loira, enfim, muito longe do estereótipo do rap, e o filme trata isso de forma muito natural, com conflitos decorrendo coerentemente, com diálogos, dramas convicentes, sem precisar reforçar isso, apenas utilizando as peças da vida dela, como a mãe, a cidade, o amigo e o namorado. A atuação de Danielle Macdonald influencia nisso com certeza, transmitindo força e sensibilidade que precisava-se. Outra coisa muito boa é como o filme mostra seu lado íntimo, com direito a cenas oníricas, com a filmografia sempre em constante movimento, mostrando a vida de Patty conturbada e trazendo uma sensação de full rap, criando uma atmosfera única que até outro gênero tocado no filme pode soar estranho ou aliviante diante de tantos desafios entranhados ao rap assim como o ritmo inspirador.
Além da história clichê, principalmente do segundo para o terceiro ato, que pode incomodar alguns, o mesmo movimento de câmera que é benéfico também é prejudicial. É usado demasiadamente, com intuitos claros e outros não tão claros que se questiona a necessidade desse movimento frenético. Em relação aos personagens coadjuvantes, todos eles servem bem ao roteiro e ao estudo da personagem protagonista, no entanto o personagem Basterd é abordado paralemente, não apenas uma peça mas um persongem com uma história que mucha, perde força por se resolver facilmente.
No final tudo que acontece não é novo ou inovador, só surpreende o assunto e na forma como é tratado, como o grupo PBNJ é formado por uma avó doente, uma garçonete acima do peso, um roqueiro peculiar e um farmacêutico paquistanês, algo heterogêneo unido pelo rap, o mesmo rap que une esse empolgante filme quase musical com o público, adverso ou não.
É um filme como esse que dá gosto de ver cinema. Não é à toa que ganhou no Festival de Toronto, um filme que assim como a Trilogia da Fronteira de Taylor Sheridan(Sicario, Hell or High Water e Wind River) trata de pessoas melancólicas em regiões mais isoladas, cidades pequenas, etc. Mas um coisa que Taylor Sheridan não se arriscava tanto era em tratar de vários assuntos, de varias pessoas, de abranger conflitos universais em um círculo cidadão. Three Billboards Outside Abbing, Missouri(é bom saber escrever esse o nome gigante) consegue tratar de política sem politizar, de fechar o plano regional da história sem especificar assuntos por causa disso. Um roteiro dinâmico, organizado e que fala muito para se compreender em apenas uma assistida. Filme para apreciar e assistir de novo.
Um filme emocionante sem dúvida, com aquele esforço e qualidade Pixar de contar história. Todo o contexto mexicano e as músicas enriquecem o filme, porém além de se demonstrar apressado(talvez para tornar o filme plausível temporalmente, mesmo não justificando a perda de qualidade) o filme se parece mais um filme da Disney em sua história. Não tem a mesma qualidade dos filmes da Pixar de trazer mensagens maduras tanto para crianças quanto para adultos. Aqui funciona bem mais para as crianças, por mais que o assunto universal sobre família e todo o anseio de Miguel seja o de todos nós de fazer a música, a melodia, a beleza a nossa vida. Fala mais com os adultos na emoção, mas está longe de ser um clássico ou filme que marcar a todos como os filmes da Pixar realmente se tornam e fazem.
PS: chorei no início e no final. Coco e Miguel..."Recuérdame"...que música... e a trilha sonora do Michael Giacchino é quase mágica.
É divertido, em certo ponto bem descompromissado e engraçado. É um jogo de clichês, o expectador perde com clichês ruins e ganha com clichês também que são bem funcionais para trama envolvendo histórias de jogos de video-game. The Rock e Jack Black estão muito a vontade e entregando momentos de boa atuação com comédia. É realmente satisfatória a ideia, o filme se mostra com potencial para ser ótimo, mas peca muito em não se entregar a proposta do clichê programado, se justificando para fazer piada, quando a própria piada era a situação em si.
Diferente do primeiro que traz a mensagem de grow up, esse traz a ideia de live up que se adéqua bem ao Jumanji, um jogo realmente atemporal.
Com roteiro bem fraco, a Batalha dos Sexos só realmente foi digna na cinematografia e na contextualização, nossa, acreditei mesmo que tava na década de 70. Toda a história não tem peso, é tudo superficial. O filme busca tratar de vários assuntos e acabam se resumindo em frases de efeito. A ótima trilha sonora de Nicolas Britell(Moonlight) e enfim...repito, o design, a fotografia, os takes, enfim tudo maravilhoso. Atuações razoáveis, com possível problema de direção de atores, pois tudo soa personagens mecânicos. Todos se esforçam, como Emma Stone tenta emular força e suavidade, mas não convence, muito menos Andrea Riseborough...personagem que deviamos torcer e vira odiada por sua atuação sem sal e desconcertante. O romance delas não poderia ser mais romantizado, mas não acho um ponto fraco do filme, só não funciona mesmo por roteiro e direção. Sobre Steve Carell, ele se revela mais e mais ele mesmo em alguns filmes, que às vezes funciona(Cafe Society) e às vezes não como foi o caso desse filme. não é um desastre, de longe, só que ele é mal aproveitado pelo filme e com o tempo seu humor se torna cansativo e repetitivo...porém ele tem um arco interessante que devia ter sido mais aproveitado, criando uma batalha melhor, equilibrando as partes, não focando apenas em drama Stone e comédia Carell(com uma pitada de drama).
Poderia ser melhor, bem melhor diante da história verídica em mãos, mas vale o visual e o final do filme.
Filmes britânicos valem a pena serem assistidos por na maioria das vezes trazerem um diferencial, seja no modo de produzir o filme, seja nas atuações ou seja até em trazer histórias da Grã-Bretanha que são importantes de serem conhecidas, como é o caso da relação da Rainha Vitória com Abdul Karim.
Há de se elogiar principalmente Judi Dench nesse filme, pois passa os anos e percebe-se mais como ela é uma grande atriz. Observando-a em Hotel Marigold ela atuava um pouco mais alegre e descontraída, em Assassinato do Expresso Oriente seu papel é sisudo, técnico e caricatural, já nesse filme vemos ela com um jeito mais inocente por traz de uma rainha que precisava demonstrar força e seriedade diante seus súditos. Ela carrega o filme, puxando a história para não perder a importância. Ela se torna o centro a cada aparição até vermos a personagem da Rainha Vitória mais aprofundada, com nuances de uma tristeza profunda e uma humanidade antes aprisionada que se liberta com a presença de Abdul que a trata como uma mulher de honra mas não por interesse. A partir disso cria-se um importante e interessante conflito na corte inglesa que critica a relação dos dois pelo viés cultural que envolve o indiano, conflito esse que engradece mais e mais o papel da Rainha e a sua atuação, justificando em parte a indicação ao Globo de Ouro.
Em contrapartida, o filme não faz jus ao título. Abdul Karin, interpretado pelo simpático Ali Fazal, fica amplamente deslocado no filme a medida que a Rainha Vitória vai tormando forma. Faria mais sentido os dois serem protagonistas, mas Abdul mesmo com presença em tela perde força a cada cena. Porém é algo de se esperar, pois há uma diferença gritante de qualidade na atuação, não sendo culpa do roteiro, apenas consequência natural do casting, não deixando de ser um grande defeito. Além disso o filme apresenta um visual extremante genérico e pouco inspirado, tanto no design quanto na fotografia. Parece um telefilme da BBC, e é produzido pela BBC films. A trilha sonora de Thomas Newman, que pode ser indicada ao Oscar, é divertidinha assim como o filme se apresenta com toque de humor inglês em momentos oportunos e inoportunos.
Logo, o filme traz a parte histórica desconhecida por muitos pelo fato de ter sido revelada a pouco tempo, uma parte que vale ser vista e pesquisada, assim como traz uma atuação forte de Judi Dench e uma mensagem bonita de respeito cultural, tudo isso rodeado por uma produção pouco inspirada, repleta de uma acomodação britânica.
Esse é o filme que tem o gênero comédia forte mas tem discussões atuais de recheio, além daquele draminha que é extremamente difícil ser bem utilizado. Ele funciona com a comédia de Will Farrell, porém com a continuação de Mark Wahlbergh as coisas são mais difíceis de se divertir.
A nova proposta de criar um conflito para esses pais que se tornaram amigos no primeiro filme por meio dos seus próprios pais a princípio parece bem besta, mas se revela funcional e bem engraçada. Will Farrell e John Lithgow tem uma boa dinâmica esperada, todavia o que surpreende é como a trama desenvolve a relação deles para culminar em um conflito um tanto moderno e bem verossímil, tudo equilibrado com a comédia infantil mas não menos engraçada. Fora isso, as piadas também são bem engraçadas envolvendo Mark e Will, além da trama das crianças e toda a coisa absurda de uma comédia besteirol tirar muitas risadas do expectador.
Com relação aos pontos negativos, alguns são parte desse tipo de gênero e projeto, como piadas que não funcionam, diálogos chatos para criar um peso no filme, além de absurdos que criam vergonha. Só que na verdade esse longa-metragem traz de pior a sua conclusão e como toda a ideia de família, clichês, as discussões sociais e a problematição são resolvidas. A finalização é desatrosa, covarde e anti-climática. O filme na verdade perde sua velocidade cativante e o humor aquecido aos poucos, principalmente com a entrada de John Cena. O personagem em si não é o problema, mas o como movimenta a trama para o desfecho. Mel Gibson e Mark Wahlbergh também tem personagens que influenciam no final ruim, pois o arco deles terminam e causa uma vergonha absurda com as decisões tomadas do roteiro.
Enfim, filme de comédia que funciona no humor, funciona um pouco em fazer refletir sobre família modernas, mas sofre em não saber o que fazer com seus personagens, construíndo infelizmente um final que desconstrói muito todas as coisas boas que antes tinham sido mostradas.
Aquele filme que grita raiva, mostra raiva e causa raiva. Filme que brinca com as linguagens de contar uma história, seja pela quebra da quarta parede, pela subjetividade das cenas e principalmente se apropriar de uma ideia documental. Margot Robbie cresce a cada filme, mesmo o filme sendo ruim ou bom. Ela tem uma capacidade incrível que pode ser explorada em mais filmes cada vez melhores. I, Tonya é forte, intenso, mas tenta expor demais sua personagem, com sua trilha sonora e momentos que quebram um pouco da sua personalidade forte suavizando um pouco uma história intensa. Só esse defeitozinho. No geral é um excelente filme, mostrando uma verdade não necessariamente verdadeira, mas que vale a pena ser contada.
PS: efeitos também poderiam ser apontados como erro, mas não tiraria ponto por isso, pois o momento que é utilizado é realmente a parte de todo o filme. Por mais que incomode, não é algo que prejudique a experiencia.
Mais um filme dramático com um romance reforçado, com aquele teor de apelação para os mais sensíveis, ou não, se emocionarem. Foi assim que o produtor de cinema Jonathan Cavendish quis contar a história de seus pais com ajuda de Andy Serkys na direção.
Primeiro de tudo os atores que interpretam o casal são realmente convicentes, e a relação deles é consistente. Eles conseguem entregar todo o peso da luta de Robin e sua paralisia. Sobre isso, a doença acometida, o filme faz um bom trabalho em representá-la e abordar o quão importante o personagem foi para ajudar outros com a mesma doença a continuarem viver. Outro ponto interessante é o virtuoso design de produção, com uma competente cinematografia. A direção de Andy tem um bom começo de carreira, com uma linguagem simples e eficiente em mostrar a visão de um paralítico em diferentes momentos adversos, além de variar bem o filme no drama e no humor inglês. É um filme que traz a sensação de felicidade, mesmo diante a tristeza, usando artifícios sentimentais intensos.
Em contraponto a isso, o começo do filme é um desastre. A edição de passagem de tempo e as frases jogadas na trama para serem usadas posteriormente(com esse intuito claro)abre a ideia de um filme problemático. Os outros atos do filmes são bem fortes e constantes, mas se mostram insatisfatórios com suas propostas do roteiro. Existe uma intenção de mostrar a importância da personagem de Claire Foy, mas ela nunca é de fato desenvolvida sozinha, apenas Andrew ou o casal junto. Outra coisa que incomoda é como filme trabalha a parte humana e histórica da trama. O caminho que o filme toma até um ponto de vermos um discursso sobre a Poliomelite não é satisfatório quando esperamos mais da história do casal. É uma trama de sobreposição, usando meios de sentimentalismo para esconder uma necessidade do expectador.
Finalizando, por mais que a apelação nesse filme diminua seu potencial, ela funcionou com a pessoa que escreve esta crítica, resultando em lágrimas, pois é preciso admitir que a estratégia funciona. Não é um filme ruim, só aposta no básico e nos sentimentos, com boa dose de sangue e qualidade na atuação que "maltrata" o expectador com o que o cinema tem de melhor: a sua linguagem.
Não é catártico, não tem a melhor técnica, mas tem uma proposta dinâmica e muito emocional, culminando em um final que você bate palmas. Conciso, objetivo, um plano infalível de Greta. Uma redação de 15 linhas ou 20 linhas que não permite erros pelo seu projeto estrutural de tamanho, e é uma nota 1000 pois disse tudo o que queria. Um coming age independente que dá gosto de ver.
Aquela comédia romântica que te deixa reflexivo no final pela sua fina dramaticidade e profundidade sobre casais, amor e sobre PUA. Na verdade isso não é o melhor do filme. O que torna essa com rom tão boa é como sabe usar bem as coincidências, com um final nervoso e muito engraçado quando tudo se encaixa. Inteligente e com frescor, Amor a Toda Prova é louco, estúpido e romântico da melhor forma.
Sem entrar em quesitos adaptativos, que por algum motivo sinto que foi bem feita do livro, no geral é um filme bem inconstante. Tecnicamente ele acerta bem, apesar de falhar no clima que normalmente um filme do gênero precise. Por mais que Pennywise tenha um aspecto diferente de aterrorizar, sendo sarcástico e brincalhão, algo único, ainda assim o filme aposta em jump scare do uma real tensão. O uso da cinematografia para tal é acertada, a atuação é acertada para tal, no entanto a edicão, a história ser muito dividida(mesmo que proposital para desenvolver os personagens) e mostrar apenas uma vítima realmente significante para criar o terror, ainda criando a ideia de mais para Penny sem realmente entregar, só cenas repetidas de correria e tremedeira, tudo isso afeta o clima não ser influente, fazendo algo promissor pecando na alma do gênero.
O Dacing Clown é sensacional. Sua primeira cena é incrível, marcante, uma pena que não é assim durante todo o filme, mas sem culpa para o ator. As crianças trazem senso de realismo, com um atuando melhor que outro, de novo com um desequilíbrio, mas nada demais.
Por fim sinto que o Capítulo 1 chega mais como um filme flashback, sem realmente ser estragado pela a ideia do que vier, porém vale mais o amadurecimento desenvolvido do que o que vemos das crianças aqui em sua aventura(como muitos que já imaginam na continuação e falham miseravelmente por isso). Sinto mais vontade de ver o Capítulo 2 do apreciar o Capítulo 1.
LA LA LAND, quando vc repete a dose percebe a melancolia já apresentada nas cores e como emula tanto o incrível Casablanca. Que filme sensacional. Realmente não devia ter ganhado o Oscar, mas nem por isso deixa de ser uma obra-prima, um modernismo clássico com um equilíbrio luxuoso.
A premissa louca tem um fundo de crítica pesada, além de detalhes que só adultos vão entender. Na verdade sinto que apesar de o filme se perder no segundo ato e só se estabilizar no finalzinho, com uma trama extremamente clichê e mal feita que torna um dos momentos mais chatos da vida, o filme tem mensagens realmente valiosas, uma trilha sonora até mais que competente e uma animação bem criativa. A premissa louca citada na verdade é bem válida, já que realmente uma criança pode imaginar um diversidade de coisas, mas nem tudo é justificado por isso, então também existem aquele ideia por ideia, sem nenhum fundo nem engraçado(o filme tem um senso de comédia bem ruim, acho que nem crianças riram tanto nesse filme como normalmente fazem) ou ajuda na história que enfraquece a cada expansão e novos conceitos. Chega a ser decepcionante esse filme, mas não é horroroso de forma alguma.
O cinema proporciona que sonhos sejam realizados. Liga da Justiça era um sonho dos fãs de super-heróis, dos Super Amigos e das HQs. Porém o que se vê em tela é um filme que só proporciona alegria passageira, com uma produção esquecível e definitivamente não faz jus a grande equipe.
De praxe é bom começar pelos pontos positivos. O ponto alto é o Superman. Henry Cavill consegue entregar uma atuação segura, por mais que seja curta demais, transmitindo força ao Superman, não apenas nos músculos, mas nas expressões faciais descontraídas ou pesadas nos momentos certos. O grande herói transmite esperança e exemplo que tantos queriam, um modelo clássico no cinema repaginado da maneira certa. Outro ponto é o relacionamento dos heróis. Os diálogos entre eles variam entre piadas e conflitos que constroem personalidades, uma estratégia de um bom roteiro de síntese pensado por Joss Whedon. Além do fato de todos os atores conseguirem entregar atuações decentes, com a presença de Gal Gadot e um começo promissor de Ray Fischer, há a boa trilha sonora de Danny Elfman que passeia pelos temas da trindade e emplaca um momento Flash, sem muita criatividade e empolgação, todavia evita falhas.
Mesmo diante de momentos bons, principalmente nos finalmentes do terceiro ato que torna o filme uma boa última lembrança, a edição do filme é uma lástima, os efeitos especiais incomodam várias vezes, há um humor desequilibrado, Ben Affleck entrega uma atuação desinteressada, a correção de cor e as regravações são bem percepitíveis, e a falta de peso da ameaça são pontos negativos que tornam esse filme apenas um filme, feito sem muito esmero para heróis dignos disso. Explanando dois pontos: a edição do filme, que torna o filme truncado, com cenas de diálogos cortadas bruscamente por flashbacks, há a presença de incompletude de arcos feitos pelo Zack Snyder para cada herói, principalmente Aquaman, com uma fraca cena em Atlântida, que remete também as cenas de ação, sem aquele plano sequência de golpes fluidos, sendo bem esquecíveis, assim como o filme, por causa de sua edição que apressa o filme com o intuito certo de tornar a trama rápida e aventuresca, mas a qualidade de remendo custa a imponência do longa-metragem. Já sobre a falta de peso da ameaça, não se deve ao vilão ser prejudicado pela edição e ao seu CGI questionável, mas sim à dimensão do perigo, seja na população ou na necessidade de uma salvação mundial. Há uma limitação em tornar a união urgente, por mais que a desculpa de unir hérois que precisam de amigos seja diferente e interessante, não devia ser o motivo principal, mas sim o detalhamento especial.
Por fim, é isso que Liga da Justiça é: esquecível, nada fluido e decepcionante de se acompanhar uma boa parte. No entanto há flores que agradam muitos, como Superman, o singelo heroísmo e a união dos grandes heróis, o tão esperado momento. Porém esse momento não pode apenas unir por unir, precisa-se do elo mais forte e concreto que torne essa união tão boa e digna que esses heróis merecem.
My Mad Fat Diary (1ªTemporada)
4.7 474É difícil não se apaixonar por Rae, e partir disso tudo se resolver maravilhosamente nessa primeira temporada, pois se você acerta na dona do diário tudo fica incrível dentro do diário. Os diálogos não convencionais na forma de serem gravados, a edição que introduz comédia tanto light quanto dark...é muuito bem feito. Os britânicos arrebentam.
Extraordinário
4.3 2,1K Assista AgoraStephen Chbosky demonstrou a capacidade de escrever um livro feito por cartas e adaptar para o cinema ele próprio em As Vantagens de Ser Invisível, implementando um pouco da linguagem do livro mas correspondendo ao formato da película. Por mais que o esforço tenha causado lágrimas e admiração, há um didatismo nesse filme que não parece pertencer a sétima arte.
É maravilhoso como o filme capta as variadas pespectivas. No livro isso pode ser mais facilmente feito, ou até mesmo em uma série, mas em um filme o desafio é bem maior, para não desmantelar a estrutura agradável. A dificuldade vai além da edição, existe todo o protagonismo variado, as conexões ou como tudo isso flui junto. Esse fator adaptativo realmente foi necessário para tornar o filme peculiar. O apelo não focado em August é reconfortante e angustiante ao mesmo tempo, pois o drama é generalizado e sentido de formas diferentes. As atuações entregam bem o processo apelativo que na maior parte não é forçado porque conhecemos bem todo o contexto por olhos diferentes, exemplificando a personagem da irmã que ganha força ao longo do filme.
O que realmente é insatisfatório é que a tentativa boa também causa uma certa ruína. O filme continua bom, mas o seu maior trunfo nunca chega ao seu auge e atrapalha o protagonismo de August também. A simplicidade do filme não impede que a edição possa ser mais calma, não impede que haja menos narrações sobre fatos mostrados e também não impede que o filme abranja a própria proposta. Ora, parece que sempre há intenção de mostrar vários arcos sem a devida atenção. Summer sofre com isso, o cachorro sofre com isso e até a mãe sofre com isso na narrativa. Não é um desastre, mas quando o filme se torna inteligente em mostrar o bulliyng e o sofrimento com vários ângulos espera-se que a ideia jovial traga mais jovialidade ao resto do filme.
De fato a mensagem de Wonder é extraordinária, com mais uma bela jornada do herói com direito a ótimas referências do espaço, porém apostar no sentimentalismo e arriscar sem se arriscar de verdade pode até causar arrepios naturais, mas tudo se torna passageiro no final...tudo não, ao menos a abordagem do instrospectivo de August, a metáfora do capacete, isso sim será trazido a tona com as melhores cenas de corredor.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraO jeito como a Itália é viva, o jeito como Luca dirige calmamente, não lentamente, e transmite naturalismo com cenas de bicicleta por exemplo...é tudo muito romântico, o contexto perfeito para uma relação amorosa e para os apreciadores de filme assistirem. TIMOTHEE pode até não ganhar o Oscar esse ano, mas está mais perto do que se imagina. A dramaturgia desse cara é COISA DE OUTRO MUNDO. Um outro ponto positivo a mais que devo citar é a trilha sonora e todo o arranjo musical de mixagem de som, etc. "Mistery of Love" combina muito, a escolha de músicas clássicas, "Love My Way" que se eterniza com um momento de discoteca e mise-en-scène maravilhoso. Porém, a ideia de amadurecimento, a mistura do erótico e sensual e a atuação de Armie Hammer são pontos duvidosos. Por mais que tenha uma história crível, mesmo sendo razoavelmente idealizado sem problema algum, e o discurso do pai seja bem esclarecedor e um momento chave, ainda assim a conclusão soa estranha com essa ideia de amadurecer, mesmo que o sentimento seja compreensível, graças à performance do Timothee(é preciso elogia-lo mais de uma vez). O erótico e sensual misturados vai variar para cada um até que limite isso combina com o todo. Em relação ao Armie Hammer, ele contracena com um ator sensacional, e mesmo que a química entre eles desenvolva-se bem as reações do ator não convencem no drama, na preocupação, só em momentos felizes ou de dança...digo isso baseado em seus trabalhos diversos que ainda não o revelaram tão bom assim(não vi Mine ainda, infelizmente).
PS: "Love my way, it's a new road
I follow where my mind goes"
A Forma da Água
3.9 2,7KDel Toro fez uma obra que já nasce clássica, concebida com todo o estilo clássico, um filme fora de sua época e por isso soa tão gostoso. É como se fosse uma história de folclore, uma poesia trazida para o cinema há muito tempo escrita. Ele não é forte o suficiente para se emocionar ou para um encantamento pleno porque existe uma preocupação em abordar pesares, crítica e utilizar a caricatura permitida pelo o fantasioso para vomitar algo, expor um tema social. Talvez ele se perca nisso, pois para não destoar do clima leve e aquático tudo além da fantasia é tornado didático. Porém isso é ao mesmo tempo parte da magia do filme, tudo vai depender se você compra uma estranha relação folclórica e o amor de Del Toro pelos monstros, pelo estranho e pelo cinema.
PS: Desplat, Desplat...uma trilha sonora maravilhosa para um conto como esse.
Suburbicon: Bem-Vindos ao Paraíso
3.1 160 Assista AgoraUm breve comentário para dizer que os Coen ainda conseguem fazer maestrias com o roteiro. Não é apenas inteligente, é sagaz, surpreendente de forma sutil e não busca escancarar a lógica social. E também citar a maravilhosa atuação de Matt Damon como Gardner. Esse personagem vai ficar na minha memória por muito tempo, pois não consigo saber se ele é um herói, anti-herói...ele viaja muito no conceito do protagonista. Atuações nesse filme entregam algo diferente do que só uma interpretação convincente em toda a caricatura do filme, entregam dúvida e variadas emoções. Por último reclamo do ritmo e do jeito que Clooney grava, ao ponto que ele valoriza atuações mas não a transição da história, além de outros defeitos em drama não funcional e sim intrometido. De fato o filme é um pouco inconsequente, mas essa é a graça, esse é o maravilhoso humor negro que engana. A trilha sonora de Desplat engana, o plot engana, é um filme de enganação imperfeito mas tem aquela coisa incrível de ser uma mágica crítica que dá prazer de ver. Reassistirei de novo com certeza, mesmo não sendo um grande filme, mas é um baita desenho animado para adultos, divertido pelo absurdo e como brancos ainda podem se auto criticar, sem muito estilo, mas com um material aproveitável demais para reflexão.
Star Wars, Episódio VIII: Os Últimos Jedi
4.1 1,6K Assista AgoraÉ acima de tudo surpreendente. Um filme do meio da trilogia que desconstrói e resconstrói as bases para trazer um futuro expansivo dentro da saga, tudo com muito respeito, só não cumpre com as expectativas, supera-as, o que não necessariamente agrade, mas tem qualidade em como faz isso.
Sem mais delongas, temos nesse filme um roteiro que não se importa muito com peripécias padrões da contação de história. Rian Johnson se aproxima bem mais do cerne de Star Wars que George Lucas criou. O arranjo traz os Prelúdios de volta sutilmente ao falar sobre queda dos Jedi e traz os Clássicos também com as rimas visuais, mostrando o antigo sem criar nostalgia como o The Force Awakens, pois o intuito é subverter, criar algo novo para movimentar a trama, passar o bastão sem focar nesse intuito, engrandecendo o antigo e oportunando o novo com um equilíbrio balanceado, transitando como uma sanfona. Outro ponto é a edição extremamente amiga para contar vários arcos, trocados de forma organizada em prol do roteiro. É inegável que a trama é densa com profundidade em seu tema, logo o humor despojado é implementado. O caricato de Hux e a piada sobre o contexto inserido em primeiro plano mostra insensatez, mas se observar o que na verdade soa engraçado serve ao roteiro, são justificados para incluir subversão constante, além do equilíbrio de tensão imaginado.
Mesmo diante da incrível surpresa e pontuação positiva superior aos pontos negativos, estes ainda existem e são importantes em abordar. Rian Johnson dirige e roteriza como se o filme fosse uma batata quente. Ela demonstra poder de efervescer a trama e se expõe muito a possibilidade de falhar. Canto Bight e a trama da rebelião demonstram isso. O fervor de tratar do fracasso, uma vez com os Jedi e outra vez de forma mais onírica e intimista começa a se apresentar como limite. Quando isso é explorado de forma mais incisiva, ao ponto de questionar a necessidades dos arcos cria-se um problema. Mas na real o grande ou pequeno problema para alguns vai ser a extensão da proposta de Riam. Subverter expectativas como uma montanha russa em um filme longo que não tem freio contradiz sua ideia de equilíbrio aos poucos ou de imediato, permitindo que seu filme seja extremamente falível para alguns e de excelência para outros, pois intimida o gosto de cada um com relação a uma franquia já consideralmente pré-concebida.
É nos detalhes que se conta uma ópera espacial rica. Um dos melhores filmes de 2017, um filme sobre equilíbrio no meio de uma trilogia promissora que se reestabeleceu, desconstruiu-se estranhamente e resconstruiu-se à base de personagens recentemente auto-descobertos com expectativas próprias em relação ao restrospecto dominante anterior do clássico. Agora sim há uma nova história, uma nova trilogia.
Projeto Flórida
4.1 1,0KSean Baker se demonstra um diretor de uma visão excêntrica que o grande cinema precisa. Visualmente estonteante, fazendo o pobre se tornar rico sem perder a essência da vida dura que carrega. O jeito como as crianças dão graça ao filme, tudo tão natural, crítico e bonito, tudo misturado...é um trabalho de excelência. Só que Baker troca a precisão pela possibilidade de frescor. É lindo de se acompanhar, de desenvolver a ideia aos poucos e sentir que o mundo é inseguro e seguro ao mesmo tempo, porém quando se reflete demais nada se faz com isso. Mesmo com esse defeito, Baker surpreende de novo, não só com seu filme, mas com a maior impossibilidade desenvolvida durante o filme, arrebatando qualquer expectador que entendeu sua crítica antitética. Que filme, que final
Existe uma Disney além da Disney. Uma fantasia da vida real.
O Conto da Aia (1ª Temporada)
4.7 1,5K Assista AgoraNão é tão fácil contar uma distopia, não basta falar de um mundo futurista que está tudo errado e tornar aquele mundo uma possibilidade iminente. O que de fato The Handmaid's Tale apresenta de melhor é sua personagem central e como transmite aquele mundo, a partir daí conseguimos adentrar e acreditar naquele futuro aterrorizante e opressor.
Elisabeth Moss talvez tenha feito seu trabalho da vida. Sua perfomace explorada ao máximo com close-ups constantes foi mostrada com maestria, com seus momentos estáticos e contemplativos. A personagem criada por Margaret Atwood e desenvolvida na série pelo showrunner Bruce Miller é muito real. Offred não necessariamente é aprovada por seus feitos mas sim compreendida. Porque uma coisa maravilhosa que apenas o formato de série permite é trazer com mais facilidade são variadas pespectivas dos personagens que giram ao redor da história. A compreensão, a empatia sentida chega a um nível mais abrangente quando a série da Hulu fala do marido de uma serva(Aia), do casal de comandantes que a explora e do motorista amante. É um trabalho de roteiro apurado, desenvolvendo personagens com o ritmo necessário e aos poucos expandindo a visão daquele mundo distópico, mesmo se aproveitando muito de um posicionamente de câmera com plano fechado que busca mostrar o íntimo, o rosto, as sensações, causando incômodo com cabeças no canto da tela.
Por mais que a série tenha uma qualidade que deve ser reconhecida além da subjetividade própria, até porque ela tem uma importância social pela sua temática, pelo menos algum ponto defeituoso pode ser apontado. O ator Max Minghella não convence em sua atuação. Enquanto todos os outros personagens mostram personalidade e profundidade na união de trabalho de roteiro com atuação, o motorista Nick quando realmente tem a chance de brilhar não há o mesmo casamento. Há uma possibilidade de que a proximidade da segunda temporada tenha freiado o ritmo da série e o personagem tenha sido prejudicado assim como os últimos episódios, e a sensação dessa possibilidade não é boa em relação ao todo que vemos da história. Além disso a falta de um cliffhanger pode pesar o ritmo da série que já é denso.
Para terminar, não é uma produção que busca agradar, busca impactar pela própria história, que surpreende com toda a faceta de Idade Média ainda se tornar muito atual, nos fazendo pensar também no passado assim como no futuro, até porque as músicas excelentes implementadas no momento certo nos trazem para o presente e trazem um certo alívio sem deixar de se compremeter com a cena, pois a fotografia deve ser sentida assim como essa maravilhosa série.
Artista do Desastre
3.8 555 Assista AgoraÉ uma bela homenagem acima de tudo ao cult The Room. É uma bela homenagem pelas reinterpretações de cenas, tornando elas mais engraçadas, não estranhas e possivelmente engraçadas. James Franco arrasa com sua interpretação exagerada e ao mesmo tempo real. Ele consegue transmitir que existe uma pessoa de verdade além da caricatura, isso é sensacional, quase uma aula de dramaturgia, isso sim é Shakespeare(Ssteeelllaaa!!!!). No entanto não se pode falar tão bem de sua direção. É um filmes desajustado, apressado, com umas lacunas no roteiro que são flashs que não se interligam tão bem na trama. É um filme imperfeito para um filme imperfeito, no entanto isso não parece intencional, mas não importa, mesmo sendo considerado um defeito o filme faz seu papel vilanesco e heroico ao mesmo tempo. Não é assim que Tommy Wiseau é? O Frankestein tem coração, tem vontade de marcar, e marcou, isso que o filme nos conta e muito bem. "Todo mundo pode fazer cinema" parafraseando Ratatouille...só precisa dizer "HI Mark" sem medo de errar e tornar drama em riso como se fosse verdade.
PS: Dave Franco...não, não mesmo. Ok Greg Sestero não é um ator bom também, mas Dave Franco falhou miseravelmente ao lado do irmão. Ele atua de forma caricata e essa atuação dele para fazer a caricatura é estranha. Ele atua ruim duplamente. A princípio ele é carismático, mas o roteiro, a sombra do irmão e todo o trabalho no filme não permite defendê-lo...não foi coincidência, assistam Nerve.
Patti Cake$
3.6 33Assim como qualquer estilo musical, o rap apresenta seus estereótipos. Esse filme consegue descontruir eles com uma personagem, fazendo os imparciais sobre rap se mexerem na cadeira do cinema ao som do ritmo musical bem implementado.
Aqui há uma história básica de superação que já ganha um ponto por realmente nos fazer torcer por Patricia, uma personagem branca, com excesso de peso, loira, enfim, muito longe do estereótipo do rap, e o filme trata isso de forma muito natural, com conflitos decorrendo coerentemente, com diálogos, dramas convicentes, sem precisar reforçar isso, apenas utilizando as peças da vida dela, como a mãe, a cidade, o amigo e o namorado. A atuação de Danielle Macdonald influencia nisso com certeza, transmitindo força e sensibilidade que precisava-se. Outra coisa muito boa é como o filme mostra seu lado íntimo, com direito a cenas oníricas, com a filmografia sempre em constante movimento, mostrando a vida de Patty conturbada e trazendo uma sensação de full rap, criando uma atmosfera única que até outro gênero tocado no filme pode soar estranho ou aliviante diante de tantos desafios entranhados ao rap assim como o ritmo inspirador.
Além da história clichê, principalmente do segundo para o terceiro ato, que pode incomodar alguns, o mesmo movimento de câmera que é benéfico também é prejudicial. É usado demasiadamente, com intuitos claros e outros não tão claros que se questiona a necessidade desse movimento frenético. Em relação aos personagens coadjuvantes, todos eles servem bem ao roteiro e ao estudo da personagem protagonista, no entanto o personagem Basterd é abordado paralemente, não apenas uma peça mas um persongem com uma história que mucha, perde força por se resolver facilmente.
No final tudo que acontece não é novo ou inovador, só surpreende o assunto e na forma como é tratado, como o grupo PBNJ é formado por uma avó doente, uma garçonete acima do peso, um roqueiro peculiar e um farmacêutico paquistanês, algo heterogêneo unido pelo rap, o mesmo rap que une esse empolgante filme quase musical com o público, adverso ou não.
Três Anúncios Para um Crime
4.2 2,0K Assista AgoraÉ um filme como esse que dá gosto de ver cinema. Não é à toa que ganhou no Festival de Toronto, um filme que assim como a Trilogia da Fronteira de Taylor Sheridan(Sicario, Hell or High Water e Wind River) trata de pessoas melancólicas em regiões mais isoladas, cidades pequenas, etc. Mas um coisa que Taylor Sheridan não se arriscava tanto era em tratar de vários assuntos, de varias pessoas, de abranger conflitos universais em um círculo cidadão. Three Billboards Outside Abbing, Missouri(é bom saber escrever esse o nome gigante) consegue tratar de política sem politizar, de fechar o plano regional da história sem especificar assuntos por causa disso. Um roteiro dinâmico, organizado e que fala muito para se compreender em apenas uma assistida. Filme para apreciar e assistir de novo.
Viva: A Vida é Uma Festa
4.5 2,5K Assista AgoraUm filme emocionante sem dúvida, com aquele esforço e qualidade Pixar de contar história. Todo o contexto mexicano e as músicas enriquecem o filme, porém além de se demonstrar apressado(talvez para tornar o filme plausível temporalmente, mesmo não justificando a perda de qualidade) o filme se parece mais um filme da Disney em sua história. Não tem a mesma qualidade dos filmes da Pixar de trazer mensagens maduras tanto para crianças quanto para adultos. Aqui funciona bem mais para as crianças, por mais que o assunto universal sobre família e todo o anseio de Miguel seja o de todos nós de fazer a música, a melodia, a beleza a nossa vida. Fala mais com os adultos na emoção, mas está longe de ser um clássico ou filme que marcar a todos como os filmes da Pixar realmente se tornam e fazem.
PS: chorei no início e no final. Coco e Miguel..."Recuérdame"...que música... e a trilha sonora do Michael Giacchino é quase mágica.
Jumanji: Bem-Vindo à Selva
3.4 1,2K Assista AgoraÉ divertido, em certo ponto bem descompromissado e engraçado. É um jogo de clichês, o expectador perde com clichês ruins e ganha com clichês também que são bem funcionais para trama envolvendo histórias de jogos de video-game. The Rock e Jack Black estão muito a vontade e entregando momentos de boa atuação com comédia. É realmente satisfatória a ideia, o filme se mostra com potencial para ser ótimo, mas peca muito em não se entregar a proposta do clichê programado, se justificando para fazer piada, quando a própria piada era a situação em si.
Diferente do primeiro que traz a mensagem de grow up, esse traz a ideia de live up que se adéqua bem ao Jumanji, um jogo realmente atemporal.
A Guerra dos Sexos
3.7 316 Assista AgoraCom roteiro bem fraco, a Batalha dos Sexos só realmente foi digna na cinematografia e na contextualização, nossa, acreditei mesmo que tava na década de 70. Toda a história não tem peso, é tudo superficial. O filme busca tratar de vários assuntos e acabam se resumindo em frases de efeito. A ótima trilha sonora de Nicolas Britell(Moonlight) e enfim...repito, o design, a fotografia, os takes, enfim tudo maravilhoso. Atuações razoáveis, com possível problema de direção de atores, pois tudo soa personagens mecânicos. Todos se esforçam, como Emma Stone tenta emular força e suavidade, mas não convence, muito menos Andrea Riseborough...personagem que deviamos torcer e vira odiada por sua atuação sem sal e desconcertante. O romance delas não poderia ser mais romantizado, mas não acho um ponto fraco do filme, só não funciona mesmo por roteiro e direção. Sobre Steve Carell, ele se revela mais e mais ele mesmo em alguns filmes, que às vezes funciona(Cafe Society) e às vezes não como foi o caso desse filme. não é um desastre, de longe, só que ele é mal aproveitado pelo filme e com o tempo seu humor se torna cansativo e repetitivo...porém ele tem um arco interessante que devia ter sido mais aproveitado, criando uma batalha melhor, equilibrando as partes, não focando apenas em drama Stone e comédia Carell(com uma pitada de drama).
Poderia ser melhor, bem melhor diante da história verídica em mãos, mas vale o visual e o final do filme.
Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha
3.5 169 Assista AgoraFilmes britânicos valem a pena serem assistidos por na maioria das vezes trazerem um diferencial, seja no modo de produzir o filme, seja nas atuações ou seja até em trazer histórias da Grã-Bretanha que são importantes de serem conhecidas, como é o caso da relação da Rainha Vitória com Abdul Karim.
Há de se elogiar principalmente Judi Dench nesse filme, pois passa os anos e percebe-se mais como ela é uma grande atriz. Observando-a em Hotel Marigold ela atuava um pouco mais alegre e descontraída, em Assassinato do Expresso Oriente seu papel é sisudo, técnico e caricatural, já nesse filme vemos ela com um jeito mais inocente por traz de uma rainha que precisava demonstrar força e seriedade diante seus súditos. Ela carrega o filme, puxando a história para não perder a importância. Ela se torna o centro a cada aparição até vermos a personagem da Rainha Vitória mais aprofundada, com nuances de uma tristeza profunda e uma humanidade antes aprisionada que se liberta com a presença de Abdul que a trata como uma mulher de honra mas não por interesse. A partir disso cria-se um importante e interessante conflito na corte inglesa que critica a relação dos dois pelo viés cultural que envolve o indiano, conflito esse que engradece mais e mais o papel da Rainha e a sua atuação, justificando em parte a indicação ao Globo de Ouro.
Em contrapartida, o filme não faz jus ao título. Abdul Karin, interpretado pelo simpático Ali Fazal, fica amplamente deslocado no filme a medida que a Rainha Vitória vai tormando forma. Faria mais sentido os dois serem protagonistas, mas Abdul mesmo com presença em tela perde força a cada cena. Porém é algo de se esperar, pois há uma diferença gritante de qualidade na atuação, não sendo culpa do roteiro, apenas consequência natural do casting, não deixando de ser um grande defeito. Além disso o filme apresenta um visual extremante genérico e pouco inspirado, tanto no design quanto na fotografia. Parece um telefilme da BBC, e é produzido pela BBC films. A trilha sonora de Thomas Newman, que pode ser indicada ao Oscar, é divertidinha assim como o filme se apresenta com toque de humor inglês em momentos oportunos e inoportunos.
Logo, o filme traz a parte histórica desconhecida por muitos pelo fato de ter sido revelada a pouco tempo, uma parte que vale ser vista e pesquisada, assim como traz uma atuação forte de Judi Dench e uma mensagem bonita de respeito cultural, tudo isso rodeado por uma produção pouco inspirada, repleta de uma acomodação britânica.
Pai em Dose Dupla 2
3.1 180 Assista AgoraEsse é o filme que tem o gênero comédia forte mas tem discussões atuais de recheio, além daquele draminha que é extremamente difícil ser bem utilizado. Ele funciona com a comédia de Will Farrell, porém com a continuação de Mark Wahlbergh as coisas são mais difíceis de se divertir.
A nova proposta de criar um conflito para esses pais que se tornaram amigos no primeiro filme por meio dos seus próprios pais a princípio parece bem besta, mas se revela funcional e bem engraçada. Will Farrell e John Lithgow tem uma boa dinâmica esperada, todavia o que surpreende é como a trama desenvolve a relação deles para culminar em um conflito um tanto moderno e bem verossímil, tudo equilibrado com a comédia infantil mas não menos engraçada. Fora isso, as piadas também são bem engraçadas envolvendo Mark e Will, além da trama das crianças e toda a coisa absurda de uma comédia besteirol tirar muitas risadas do expectador.
Com relação aos pontos negativos, alguns são parte desse tipo de gênero e projeto, como piadas que não funcionam, diálogos chatos para criar um peso no filme, além de absurdos que criam vergonha. Só que na verdade esse longa-metragem traz de pior a sua conclusão e como toda a ideia de família, clichês, as discussões sociais e a problematição são resolvidas. A finalização é desatrosa, covarde e anti-climática. O filme na verdade perde sua velocidade cativante e o humor aquecido aos poucos, principalmente com a entrada de John Cena. O personagem em si não é o problema, mas o como movimenta a trama para o desfecho. Mel Gibson e Mark Wahlbergh também tem personagens que influenciam no final ruim, pois o arco deles terminam e causa uma vergonha absurda com as decisões tomadas do roteiro.
Enfim, filme de comédia que funciona no humor, funciona um pouco em fazer refletir sobre família modernas, mas sofre em não saber o que fazer com seus personagens, construíndo infelizmente um final que desconstrói muito todas as coisas boas que antes tinham sido mostradas.
Eu, Tonya
4.1 1,4K Assista AgoraAquele filme que grita raiva, mostra raiva e causa raiva. Filme que brinca com as linguagens de contar uma história, seja pela quebra da quarta parede, pela subjetividade das cenas e principalmente se apropriar de uma ideia documental. Margot Robbie cresce a cada filme, mesmo o filme sendo ruim ou bom. Ela tem uma capacidade incrível que pode ser explorada em mais filmes cada vez melhores. I, Tonya é forte, intenso, mas tenta expor demais sua personagem, com sua trilha sonora e momentos que quebram um pouco da sua personalidade forte suavizando um pouco uma história intensa. Só esse defeitozinho. No geral é um excelente filme, mostrando uma verdade não necessariamente verdadeira, mas que vale a pena ser contada.
PS: efeitos também poderiam ser apontados como erro, mas não tiraria ponto por isso, pois o momento que é utilizado é realmente a parte de todo o filme. Por mais que incomode, não é algo que prejudique a experiencia.
PS 2: um salto triplo da vitória para derrota.
Uma Razão Para Viver
3.7 114 Assista AgoraMais um filme dramático com um romance reforçado, com aquele teor de apelação para os mais sensíveis, ou não, se emocionarem. Foi assim que o produtor de cinema Jonathan Cavendish quis contar a história de seus pais com ajuda de Andy Serkys na direção.
Primeiro de tudo os atores que interpretam o casal são realmente convicentes, e a relação deles é consistente. Eles conseguem entregar todo o peso da luta de Robin e sua paralisia. Sobre isso, a doença acometida, o filme faz um bom trabalho em representá-la e abordar o quão importante o personagem foi para ajudar outros com a mesma doença a continuarem viver. Outro ponto interessante é o virtuoso design de produção, com uma competente cinematografia. A direção de Andy tem um bom começo de carreira, com uma linguagem simples e eficiente em mostrar a visão de um paralítico em diferentes momentos adversos, além de variar bem o filme no drama e no humor inglês. É um filme que traz a sensação de felicidade, mesmo diante a tristeza, usando artifícios sentimentais intensos.
Em contraponto a isso, o começo do filme é um desastre. A edição de passagem de tempo e as frases jogadas na trama para serem usadas posteriormente(com esse intuito claro)abre a ideia de um filme problemático. Os outros atos do filmes são bem fortes e constantes, mas se mostram insatisfatórios com suas propostas do roteiro. Existe uma intenção de mostrar a importância da personagem de Claire Foy, mas ela nunca é de fato desenvolvida sozinha, apenas Andrew ou o casal junto. Outra coisa que incomoda é como filme trabalha a parte humana e histórica da trama. O caminho que o filme toma até um ponto de vermos um discursso sobre a Poliomelite não é satisfatório quando esperamos mais da história do casal. É uma trama de sobreposição, usando meios de sentimentalismo para esconder uma necessidade do expectador.
Finalizando, por mais que a apelação nesse filme diminua seu potencial, ela funcionou com a pessoa que escreve esta crítica, resultando em lágrimas, pois é preciso admitir que a estratégia funciona. Não é um filme ruim, só aposta no básico e nos sentimentos, com boa dose de sangue e qualidade na atuação que "maltrata" o expectador com o que o cinema tem de melhor: a sua linguagem.
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista AgoraNão é catártico, não tem a melhor técnica, mas tem uma proposta dinâmica e muito emocional, culminando em um final que você bate palmas. Conciso, objetivo, um plano infalível de Greta. Uma redação de 15 linhas ou 20 linhas que não permite erros pelo seu projeto estrutural de tamanho, e é uma nota 1000 pois disse tudo o que queria. Um coming age independente que dá gosto de ver.
Amor a Toda Prova
3.8 2,1K Assista AgoraAquela comédia romântica que te deixa reflexivo no final pela sua fina dramaticidade e profundidade sobre casais, amor e sobre PUA. Na verdade isso não é o melhor do filme. O que torna essa com rom tão boa é como sabe usar bem as coincidências, com um final nervoso e muito engraçado quando tudo se encaixa. Inteligente e com frescor, Amor a Toda Prova é louco, estúpido e romântico da melhor forma.
It: A Coisa
3.9 3,0K Assista AgoraSem entrar em quesitos adaptativos, que por algum motivo sinto que foi bem feita do livro, no geral é um filme bem inconstante. Tecnicamente ele acerta bem, apesar de falhar no clima que normalmente um filme do gênero precise. Por mais que Pennywise tenha um aspecto diferente de aterrorizar, sendo sarcástico e brincalhão, algo único, ainda assim o filme aposta em jump scare do uma real tensão. O uso da cinematografia para tal é acertada, a atuação é acertada para tal, no entanto a edicão, a história ser muito dividida(mesmo que proposital para desenvolver os personagens) e mostrar apenas uma vítima realmente significante para criar o terror, ainda criando a ideia de mais para Penny sem realmente entregar, só cenas repetidas de correria e tremedeira, tudo isso afeta o clima não ser influente, fazendo algo promissor pecando na alma do gênero.
O Dacing Clown é sensacional. Sua primeira cena é incrível, marcante, uma pena que não é assim durante todo o filme, mas sem culpa para o ator. As crianças trazem senso de realismo, com um atuando melhor que outro, de novo com um desequilíbrio, mas nada demais.
Por fim sinto que o Capítulo 1 chega mais como um filme flashback, sem realmente ser estragado pela a ideia do que vier, porém vale mais o amadurecimento desenvolvido do que o que vemos das crianças aqui em sua aventura(como muitos que já imaginam na continuação e falham miseravelmente por isso). Sinto mais vontade de ver o Capítulo 2 do apreciar o Capítulo 1.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraLA LA LAND, quando vc repete a dose percebe a melancolia já apresentada nas cores e como emula tanto o incrível Casablanca. Que filme sensacional. Realmente não devia ter ganhado o Oscar, mas nem por isso deixa de ser uma obra-prima, um modernismo clássico com um equilíbrio luxuoso.
O Poderoso Chefinho
3.4 521 Assista AgoraA premissa louca tem um fundo de crítica pesada, além de detalhes que só adultos vão entender. Na verdade sinto que apesar de o filme se perder no segundo ato e só se estabilizar no finalzinho, com uma trama extremamente clichê e mal feita que torna um dos momentos mais chatos da vida, o filme tem mensagens realmente valiosas, uma trilha sonora até mais que competente e uma animação bem criativa. A premissa louca citada na verdade é bem válida, já que realmente uma criança pode imaginar um diversidade de coisas, mas nem tudo é justificado por isso, então também existem aquele ideia por ideia, sem nenhum fundo nem engraçado(o filme tem um senso de comédia bem ruim, acho que nem crianças riram tanto nesse filme como normalmente fazem) ou ajuda na história que enfraquece a cada expansão e novos conceitos. Chega a ser decepcionante esse filme, mas não é horroroso de forma alguma.
Liga da Justiça
3.3 2,5K Assista AgoraO cinema proporciona que sonhos sejam realizados. Liga da Justiça era um sonho dos fãs de super-heróis, dos Super Amigos e das HQs. Porém o que se vê em tela é um filme que só proporciona alegria passageira, com uma produção esquecível e definitivamente não faz jus a grande equipe.
De praxe é bom começar pelos pontos positivos. O ponto alto é o Superman. Henry Cavill consegue entregar uma atuação segura, por mais que seja curta demais, transmitindo força ao Superman, não apenas nos músculos, mas nas expressões faciais descontraídas ou pesadas nos momentos certos. O grande herói transmite esperança e exemplo que tantos queriam, um modelo clássico no cinema repaginado da maneira certa. Outro ponto é o relacionamento dos heróis. Os diálogos entre eles variam entre piadas e conflitos que constroem personalidades, uma estratégia de um bom roteiro de síntese pensado por Joss Whedon. Além do fato de todos os atores conseguirem entregar atuações decentes, com a presença de Gal Gadot e um começo promissor de Ray Fischer, há a boa trilha sonora de Danny Elfman que passeia pelos temas da trindade e emplaca um momento Flash, sem muita criatividade e empolgação, todavia evita falhas.
Mesmo diante de momentos bons, principalmente nos finalmentes do terceiro ato que torna o filme uma boa última lembrança, a edição do filme é uma lástima, os efeitos especiais incomodam várias vezes, há um humor desequilibrado, Ben Affleck entrega uma atuação desinteressada, a correção de cor e as regravações são bem percepitíveis, e a falta de peso da ameaça são pontos negativos que tornam esse filme apenas um filme, feito sem muito esmero para heróis dignos disso. Explanando dois pontos: a edição do filme, que torna o filme truncado, com cenas de diálogos cortadas bruscamente por flashbacks, há a presença de incompletude de arcos feitos pelo Zack Snyder para cada herói, principalmente Aquaman, com uma fraca cena em Atlântida, que remete também as cenas de ação, sem aquele plano sequência de golpes fluidos, sendo bem esquecíveis, assim como o filme, por causa de sua edição que apressa o filme com o intuito certo de tornar a trama rápida e aventuresca, mas a qualidade de remendo custa a imponência do longa-metragem. Já sobre a falta de peso da ameaça, não se deve ao vilão ser prejudicado pela edição e ao seu CGI questionável, mas sim à dimensão do perigo, seja na população ou na necessidade de uma salvação mundial. Há uma limitação em tornar a união urgente, por mais que a desculpa de unir hérois que precisam de amigos seja diferente e interessante, não devia ser o motivo principal, mas sim o detalhamento especial.
Por fim, é isso que Liga da Justiça é: esquecível, nada fluido e decepcionante de se acompanhar uma boa parte. No entanto há flores que agradam muitos, como Superman, o singelo heroísmo e a união dos grandes heróis, o tão esperado momento. Porém esse momento não pode apenas unir por unir, precisa-se do elo mais forte e concreto que torne essa união tão boa e digna que esses heróis merecem.