A proposta de Coisa Mais Linda é ótima: dialogar machismo e racismo no fim da década de 50, tendo como pano de fundo o surgimento da Bossa Nova. O elenco funciona bem, a trilha sonora também. Direção de arte e fotografia impecáveis.
A série levanta questões bem importantes, principalmente em relação ao abismo social que separa os apartamentos da Zona Sul e os morros. Acredito que se essa série tivesse sido lançada há alguns anos, a personagem negra não existiria e teríamos uma espécie de As Telefonistas, mas no Brasil - a inspiração nessa série, inclusive, é bem óbvia.
No entanto, incomoda um pouco atuação às vezes infantilizada de Maria Casadevall. Também deixa a desejar no roteiro, com alguns furos bem descarados e outros mais maquiados. Não existe muito desenvolvimento dos personagens. Em um episódio eles agem de uma maneira e no seguinte é como se nada tivesse acontecido. Perdoam e esquecem com facilidade, como se houvesse pressa para chegar ao fim da temporada.
A sensação que dá é que a inspiração nas produções globais - mais especificamente em séries especiais como Maysa (2009) e Dalva e Herivelto (2010) - foi tanta que seria necessário ter mais episódios (como uma novela costuma ter) para que esse desenvolvimento existisse.
Coisa Mais Linda traz reflexões em demanda para uma geração "militante de redes sociais" e é perfeita para assistir com a mãe.
Não era pra ser um filme de terror? Eu não encontrei terror nenhum. Estou até agora esperando alguém me dizer que na verdade entrei na sala do filme do Carrossel. Tenho uma palavra para resumir: Tosco. Crianças em atuações extremamente clichês. Finn Wolfhard, tão amável em Stranger Things, está tão forçado nesse filme que chega a ser insuportável. Stranger Things conseguiu captar a atmosfera dos anos 1980 de forma muito legal, conseguindo prender a atenção de públicos variados. It só desce na goela de um público que tem, no mínimo, mal gosto. As pessoas na sala do cinema me mostraram isso muito bem.
De longe, Arrival parece ser mais um daqueles filmes já clichês que abordam a chegada de extraterrestres na terra como algo aterrorizante. Senti que a maioria das pessoas na sala de cinema foram ve-lô esperando mais uma guerra pirotécnica entre humanos e alienígenas, ala Guerra dos Mundos ou Indepedence Day. Neste filme quase inexiste grandes cenas do uso de armas ou explosões, as cenas de medo da população e o caos das instituições modernas entram em segundo plano, sob uma ótica da imprensa. O foco principal é dado ao trabalho assíduo de uma doutora em Linguística que tenta desvendar a linguagem dos alienígenas para que finalmente o mundo descubra quais as intenções dos visitantes interplanetários na Terra. Arrival acaba por ser um filme cauteloso, sensível e o mais sóbrio que já assisti sobre o tema, retratando o medo do desconhecido e, acima de tudo, o complexidade da linguagem e da comunicação entre as espécies e nós mesmos (esse filme é um prato cheio para simpatizantes da linguística). A tarefa incessante de entender as intenções dos alienígenas nos faz refletir sobre a nossa pequenez e limitações como seres humanos. Saí do cinema cheio de nós na cabeça e inconformado com perguntas não respondidas, mas me satisfez a forma como a obra é uma metáfora de que mesmo vivendo na "era da informação", com toda essa tecnologia e globalização, ainda somos primitivos e temos dificuldade de dialogar entre nós mesmos e com o diferente.
Poderia falar sobre o que eu achei do filme, mas estaria repetindo tudo o que já foi dito. No entanto, tenho algo acrescentar; a cena de Iremar mijando na árvore é antológica. Executa-la daquela forma (exibindo o pênis do ator), expressa toda virilidade, a masculinidade primitiva e desinibida do homem nordestino, toda a "falta de edução" e de pudor. É um ato que transcende muitas coisas, que se faz presente.
Filme legal e para toda a família, possui um roteiro bastante didático, que empolga e tem seus alívios cômicos, algo bem típico da Marvel. Também é muito bonito e criativo visualmente, com efeitos ultra-psicodélicos e bem bolados. Obviamente o Benedict Cumberbatch está perfeito como Dr. Strange, mas eu não posso deixar passar em branco a entidade que é Tilda Swinton, também perfeita como a anciã. E apesar do destaque inferior, também amo muito Rachel McAdams, nossa eterna Regina George. Em geral: elenco e efeitos amáveis, roteiro de sempre
Ficou foda a música do Radiohead no final do terceiro episódio. Deu um ótimo tom ao clímax. Aliás, aquela música é perfeita para o final de muitos filmes/série, tanto que se chama Exit Music (For A Film).
Pela sensibilidade um pouco excessiva que sinto pelos portadores do vírus HIV, esse filme foi difícil de assistir. Uma história revoltante sobre uma doença ainda nova, um governo desorientado e uma indústria farmacêutica aproveitadora, muita coisa não mudou. Com atuação merecida do seu Oscar, Matthew McConaughey me fez odia-lo até a metade do filme e amar depois. Jared Leto; sem palavras, a cena em que ele visita o pai vestido de homem mostra que ele não precisou apenas de drásticas mudanças corporais para nos dar uma atuação magistral.
Só nos 10 primeiros segundos de cena com o Anthony Hopkins já são suficientes para deixar claro o quão foda é o seu personagem, chave essencial para a genialidade desse filme.
Grandioso e extremamente perfeccionista, "O Regresso" possui uma fotografia incrível que transmite uma espécie de sinestesia azul e fria, nos obrigando a adentrar naquele cenário gélido, selvagem, realista (como quando o hálito dos atores e do urso embaçam a tela devido a proximidade com a câmera), palco de tantas desgraças e de tantos horizontes estonteantes e lindos que chegam a ser repetitivos, como uma eterna pintura paisagista. Ainda assim, a perfeição técnica não seria suficiente sem a presença das atuações satisfatórias de todo o elenco; Tom Hardy surpreende, o protagonista de "Mad Max" (que junto com o “O Regresso” lidera as indicações no Oscar 2016), aqui é um grande merecedor da sua indicação para Melhor Ator Coadjuvante... E é claro, esse é definitivamente o grande momento de Leonardo DiCaprio; mesmo com poucas linhas de diálogo o protagonista apresentou uma atuação visceral e tão pesada que implora por sua tão aguardada estatueta dourada. No entanto, o filme não deixa de ser cansativo devido as longas e maçantes cenas de enfoque no sofrimento físico do personagem principal, arrastando-se e vagando lentamente através dos cenários por maior parte do tempo, embora sejamos forçados a concordar que o filme é feito para quem não se importa com essa característica "estática" (destaque para a estranhamente linda cena em que DiCaprio adentra no corpo de um cavalo estripado para dormir). De forma geral, "O Regresso" nos entrega sem censuras a selvageria animal (e humana), a rusticidade daqueles seres humanos, que nos refletir que embora localizado no início do século 19, o extinto pode sempre nos arrastar para a era paleolítica. E sobre tudo, o papel de enaltecer o poder da natureza, mas diferentemente de outros filmes, "O Regresso" não defende a idéia um ser humano passivo diante de toda essa grandiosidade, aqui temos como lição o fato de que no final o homem é e sempre vai ser o animal mais feroz.
Sempre tive preconceito com animes, mas esse particularmente me parece ser universal; o confronto de dilemas éticos que é transmitido pela história transparece culturas e gostos individuais. O desejo culposo e inevitável de torcer por um "protagonista-vilão" (nem anti-herói Light chega a ser) muito bem construído junto a um roteiro energético e surpreendente torna de Death Note um suspense investigativo magistralmente bem executado. A batalha oculta entre Kira e L é sufocante de genial. Nessa primeira temporada está toda a essência da coisa, na minha opinião bem melhor que a segunda.
Destaque para a cena que Light mata a esposa do detetive do FBI, muito impactante e um dos momentos que fica claro o quanto Kira é um assassino sem escrúpulos.
Os pontos positivos são as referências a cultura pop (principalmente as do X-Men), mas sinto que o público da sala pouco importou-se com essas. De resto, o roteiro é mais um grande clichê disfarçado de inovador pela presença do Deadpool, o que para mim não serve de desculpa. O elemento que sustenta o filme (como o prometido) é o humor ácido do anti-herói, típico de comédias canastronas que particularmente não me agradou. Poucos foram os momentos em que eu de fato achei engraçado. Acredito que o melhor de Deadpool foi o marketing inteligente.
Black Mirror nos mostra como a tecnologia pode criar problemas ao mesmo nível de suas soluções. Situações curiosas e peculiares nos mostram de outro ângulo como é viver na sociedade do espetáculo, do gigante acúmulo de informações que deixa nossos rastros no mundo digital, da espetacularização da vida que põe dilemas éticos em segundo plano. Com um formato de episódios independentes, mas que sempre carregam algo em comum, Black Mirror é brilhante, crítica e altamente reflexiva. Destaque para o segundo episódio, que conseguiu de forma magistral criticar de forma criativa e inteligente todo o sistema de entretenimento midiático e seus ídolos, que me lembrou muito de alguns pensamentos de Adorno; "a indústria adapta‐se aos desejos por ela evocados, e qualquer traço de espontaneidade do público é guiado e absorvido em uma seleção de tipo especial, por caçadores de talento, competições diante do microfone, manifestações domesticadas de todo o gênero. Os talentos pertencem à indústria muito antes que esta os apresente; ou não se adaptariam tão prontamente".
"Jogos Vorazes: A Esperança - O Final" erra por dois motivos; ter sido dividido em duas partes por e, incrível que pareça, por ser muito fiel ao livro. Livros e filmes são formas diferentes de entretenimento, a fidelidade excessiva graças a divisão em duas partes não funcionou. A extrema fidelidade funcionou em "Em Chamas", mas não funcionou aqui. Não me refiro a mudanças ou cortes grotescos na história, e sim uma adaptação que conseguisse, mesmo com um livro frio, empolgar e trazer um maior tom de grandiosidade ao fim da saga que merecia. Caso tivesse sido apenas um, o filme traria um ritmo mais fluído, as cenas de ação do final viriam intercaladas umas atrás das outras, como no livro, com um aspecto de final que não existe nesse filme. O que vemos na tela são cenas de ação com intervalos para diálogos muitas vezes desnecessários e incompreensíveis para boa parte do público que não leu os livros, numa tentativa falha de transformar os passos do Esquadrão Estrelar em um último Jogos Vorazes na cidade (que funcionou no livro, mas no filme não). Um detalhe que me incomodou muito; todos sabemos que o livro se passa pela visão de Katniss, no entanto, na Parte I, foram adicionadas muitas cenas extras; rebeldes nas árvores, rebeldes na hidrelétrica, já na Parte II as únicas cenas extras que vemos são as de Snow (assim como foram mostradas nos 3 outros 3 filmes anteriores), não há cenas de rebeldes na guerra, a guerra praticamente não foi mostrada! O roteiro se restringiu totalmente a Katniss foragida X Snow "manda-chuva". Embora a adaptação seja fiel, outro detalhe que, na minha opinião, foi um erro grave;
no livro todas mortes no livro são "frias", na situação não havia como prestar luto ou comoção aos falecidos. Inclusive a tão polêmica morte de Prim é jogada em nossa imaginação de forma fria, como no filme. O problema é que no livro, após acordar da bomba, Katniss se transforma em uma pessoa fisicamente destruída, ela carrega marcas da guerra e é mentalmente perturbada e inconsciente, que não consegue se expressar e muito menos falar, e esse é o motivo dela não prestar nenhuma emoção a morte de Prim. No filme, logo após sair do hospital, Katniss continua linda; sem arranhões, cabelos sedosos e com um vestuário chique, e apenas passa uma sensação de empatia. Parece que ela não ligou, vindo a expor sua dor apenas na cena do gato.
E no momento que o livro que o filme deveria ter sido mais fiel, o epílogo, vem aquele comercial de margarina. Mais frio que o livro, mediano e arrastado, "Jogos Vorazes: A Esperança - O Final" nos tirou a chance de prestigiar um final empolgante e épico.
"Não se aprende essas coisas, Jéssica. Já se nasce sabendo". Já se nasce sabendo a desigualdade, o pobre já deve nascer sabendo que deve ser inferior. Esse filme é uma desconstrução simples e eficaz, que nos faz repensar quanto o nosso país ainda vive uma espécie de luta de classes e traz à tona os resquícios da escravidão. Atualmente, a Casa Grande continua no Morumbi, mas a Senzala fica a uma certa distância dentre pontos de ônibus, nas periferias onde Jéssica tenta alugar um apartamento. Maravilhosa atuação de Regina Casé, e bom desempenho de todos participantes. Filme crú e real.
Destaque para a cena de Jéssica revela que deseja ingressar na UFAL, o rosto dos patrões em um misto de pena e desacreditamento é tão real que chega a ser vergonhoso; "o país tá mudando mesmo". Mais destaque ainda para o fato de que Jéssica é aprovada, mas o pai do Fabinho (que não passou) pode pagar um intercâmbio que não depende de aprovação nenhuma, mas que vai adicionar tanto em sua experiência. Não temos oportunidades iguais.
Não é melhor que o de 2015, que já não era bom. O filme é uma grande introdução de como surgiu o Quarteto, o que não deixa espaço para nenhum grande acontecimento ou ápice. O desenvolvimento dos personagens não é acompanhado. A luta com o Dr. Destino é fraca, ele passa de um vilão superpoderoso para um personagem facilmente derrotado em questão de minutos. Essa Mulher Invisível está mais para Hermione, e o Tocha Humana com piadas fracas e sem personalidade forte. Só por ter Jessica Alba e o Chris Evans e por ser despretensioso e bem humorado, o de 2005 ainda é superior.
"Não se nasce mulher, torna-se" - Simone de Beauvoir Essa frase explica bastante esse filme. Singelo e com uma mensagem maravilhosa, ainda mais para a época. A liberdade feminina é representada por um modo de certa forma criminoso, mas que torcemos para as duas sempre. Alguns veem o final como algo negativo mas...
foi algo necessário. Se entregar para a polícia seria perder tudo aquilo que as duas construíram durante o filme; liberdade feminina e independência. Elas não chegaram ao México, mas sim foram para o México interior de cada uma, em um lugar onde homem nenhum iriam as enganar ou denegrir.
Vi as três temporadas em uma semana, e depois de poder respirar, vou desabafar. Se eu pudesse encontrar a Tatiana pessoalmente, daria uma abraço e agradeceria por ser uma excelente atriz. Além de fazer com que acreditemos que são pessoas diferentes, muitas vezes ela grava as cenas sozinhas (em diálogos entre as clones), talvez sem ela não teríamos essa perfeição. Amo muito todas as clones, Cosima, impossível não amar, Helena, quem diria que passaria de vilã para uma personagem tão querida. Alex com seu jeito que trás humor e um conteúdo estilo Desperate Housewives para a trama. A Rachel, uma excelente vilã (achei um dos pontos fracos nessa temporada a troca dela pelos Castors como vilãos, mas foi preciso para render mais a trama). E claro, a Sarah...
Coisa Mais Linda (1ª Temporada)
4.2 401 Assista AgoraA proposta de Coisa Mais Linda é ótima: dialogar machismo e racismo no fim da década de 50, tendo como pano de fundo o surgimento da Bossa Nova. O elenco funciona bem, a trilha sonora também. Direção de arte e fotografia impecáveis.
A série levanta questões bem importantes, principalmente em relação ao abismo social que separa os apartamentos da Zona Sul e os morros. Acredito que se essa série tivesse sido lançada há alguns anos, a personagem negra não existiria e teríamos uma espécie de As Telefonistas, mas no Brasil - a inspiração nessa série, inclusive, é bem óbvia.
No entanto, incomoda um pouco atuação às vezes infantilizada de Maria Casadevall. Também deixa a desejar no roteiro, com alguns furos bem descarados e outros mais maquiados. Não existe muito desenvolvimento dos personagens. Em um episódio eles agem de uma maneira e no seguinte é como se nada tivesse acontecido. Perdoam e esquecem com facilidade, como se houvesse pressa para chegar ao fim da temporada.
A sensação que dá é que a inspiração nas produções globais - mais especificamente em séries especiais como Maysa (2009) e Dalva e Herivelto (2010) - foi tanta que seria necessário ter mais episódios (como uma novela costuma ter) para que esse desenvolvimento existisse.
Coisa Mais Linda traz reflexões em demanda para uma geração "militante de redes sociais" e é perfeita para assistir com a mãe.
Infiltrado na Klan
4.3 1,9K Assista AgoraO final com cenas reais foi um chute no estômago, sobretudo a última. Assisti dois dias antes da posse de Jair Bolsonaro. Chorei.
It: A Coisa
3.9 3,0K Assista AgoraNão era pra ser um filme de terror? Eu não encontrei terror nenhum. Estou até agora esperando alguém me dizer que na verdade entrei na sala do filme do Carrossel. Tenho uma palavra para resumir: Tosco.
Crianças em atuações extremamente clichês. Finn Wolfhard, tão amável em Stranger Things, está tão forçado nesse filme que chega a ser insuportável. Stranger Things conseguiu captar a atmosfera dos anos 1980 de forma muito legal, conseguindo prender a atenção de públicos variados. It só desce na goela de um público que tem, no mínimo, mal gosto. As pessoas na sala do cinema me mostraram isso muito bem.
Psicose
4.4 2,5K Assista AgoraA cada cena que se passa é mais perceptível como esse filme influenciou e revolucionou o gênero. O pai do suspense no cinema.
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraDe longe, Arrival parece ser mais um daqueles filmes já clichês que abordam a chegada de extraterrestres na terra como algo aterrorizante. Senti que a maioria das pessoas na sala de cinema foram ve-lô esperando mais uma guerra pirotécnica entre humanos e alienígenas, ala Guerra dos Mundos ou Indepedence Day. Neste filme quase inexiste grandes cenas do uso de armas ou explosões, as cenas de medo da população e o caos das instituições modernas entram em segundo plano, sob uma ótica da imprensa. O foco principal é dado ao trabalho assíduo de uma doutora em Linguística que tenta desvendar a linguagem dos alienígenas para que finalmente o mundo descubra quais as intenções dos visitantes interplanetários na Terra. Arrival acaba por ser um filme cauteloso, sensível e o mais sóbrio que já assisti sobre o tema, retratando o medo do desconhecido e, acima de tudo, o complexidade da linguagem e da comunicação entre as espécies e nós mesmos (esse filme é um prato cheio para simpatizantes da linguística). A tarefa incessante de entender as intenções dos alienígenas nos faz refletir sobre a nossa pequenez e limitações como seres humanos. Saí do cinema cheio de nós na cabeça e inconformado com perguntas não respondidas, mas me satisfez a forma como a obra é uma metáfora de que mesmo vivendo na "era da informação", com toda essa tecnologia e globalização, ainda somos primitivos e temos dificuldade de dialogar entre nós mesmos e com o diferente.
Boi Neon
3.6 461Poderia falar sobre o que eu achei do filme, mas estaria repetindo tudo o que já foi dito. No entanto, tenho algo acrescentar; a cena de Iremar mijando na árvore é antológica. Executa-la daquela forma (exibindo o pênis do ator), expressa toda virilidade, a masculinidade primitiva e desinibida do homem nordestino, toda a "falta de edução" e de pudor. É um ato que transcende muitas coisas, que se faz presente.
Doutor Estranho
4.0 2,2K Assista AgoraFilme legal e para toda a família, possui um roteiro bastante didático, que empolga e tem seus alívios cômicos, algo bem típico da Marvel. Também é muito bonito e criativo visualmente, com efeitos ultra-psicodélicos e bem bolados. Obviamente o Benedict Cumberbatch está perfeito como Dr. Strange, mas eu não posso deixar passar em branco a entidade que é Tilda Swinton, também perfeita como a anciã. E apesar do destaque inferior, também amo muito Rachel McAdams, nossa eterna Regina George. Em geral: elenco e efeitos amáveis, roteiro de sempre
Black Mirror (3ª Temporada)
4.5 1,3K Assista AgoraFicou foda a música do Radiohead no final do terceiro episódio. Deu um ótimo tom ao clímax. Aliás, aquela música é perfeita para o final de muitos filmes/série, tanto que se chama Exit Music (For A Film).
Forrest Gump: O Contador de Histórias
4.5 3,8K Assista AgoraUm bem humorado sobre o século XX e, acima de tudo, sobre a vida em geral. Nos dá aflição do que podemos ser, viver, escolher.
Clube de Compras Dallas
4.3 2,8K Assista AgoraPela sensibilidade um pouco excessiva que sinto pelos portadores do vírus HIV, esse filme foi difícil de assistir. Uma história revoltante sobre uma doença ainda nova, um governo desorientado e uma indústria farmacêutica aproveitadora, muita coisa não mudou. Com atuação merecida do seu Oscar, Matthew McConaughey me fez odia-lo até a metade do filme e amar depois. Jared Leto; sem palavras, a cena em que ele visita o pai vestido de homem mostra que ele não precisou apenas de drásticas mudanças corporais para nos dar uma atuação magistral.
O Silêncio dos Inocentes
4.4 2,8K Assista AgoraSó nos 10 primeiros segundos de cena com o Anthony Hopkins já são suficientes para deixar claro o quão foda é o seu personagem, chave essencial para a genialidade desse filme.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraGrandioso e extremamente perfeccionista, "O Regresso" possui uma fotografia incrível que transmite uma espécie de sinestesia azul e fria, nos obrigando a adentrar naquele cenário gélido, selvagem, realista (como quando o hálito dos atores e do urso embaçam a tela devido a proximidade com a câmera), palco de tantas desgraças e de tantos horizontes estonteantes e lindos que chegam a ser repetitivos, como uma eterna pintura paisagista. Ainda assim, a perfeição técnica não seria suficiente sem a presença das atuações satisfatórias de todo o elenco; Tom Hardy surpreende, o protagonista de "Mad Max" (que junto com o “O Regresso” lidera as indicações no Oscar 2016), aqui é um grande merecedor da sua indicação para Melhor Ator Coadjuvante... E é claro, esse é definitivamente o grande momento de Leonardo DiCaprio; mesmo com poucas linhas de diálogo o protagonista apresentou uma atuação visceral e tão pesada que implora por sua tão aguardada estatueta dourada.
No entanto, o filme não deixa de ser cansativo devido as longas e maçantes cenas de enfoque no sofrimento físico do personagem principal, arrastando-se e vagando lentamente através dos cenários por maior parte do tempo, embora sejamos forçados a concordar que o filme é feito para quem não se importa com essa característica "estática" (destaque para a estranhamente linda cena em que DiCaprio adentra no corpo de um cavalo estripado para dormir). De forma geral, "O Regresso" nos entrega sem censuras a selvageria animal (e humana), a rusticidade daqueles seres humanos, que nos refletir que embora localizado no início do século 19, o extinto pode sempre nos arrastar para a era paleolítica. E sobre tudo, o papel de enaltecer o poder da natureza, mas diferentemente de outros filmes, "O Regresso" não defende a idéia um ser humano passivo diante de toda essa grandiosidade, aqui temos como lição o fato de que no final o homem é e sempre vai ser o animal mais feroz.
O Show de Truman
4.2 2,6K Assista AgoraAlém de tudo que já foi dito, essa obra é uma lição de vida. Faça como o Truman:
saia da bolha em que você vive, existe um mundo incrível lá fora.
Death Note (1ª Temporada)
4.6 780 Assista AgoraSempre tive preconceito com animes, mas esse particularmente me parece ser universal; o confronto de dilemas éticos que é transmitido pela história transparece culturas e gostos individuais. O desejo culposo e inevitável de torcer por um "protagonista-vilão" (nem anti-herói Light chega a ser) muito bem construído junto a um roteiro energético e surpreendente torna de Death Note um suspense investigativo magistralmente bem executado. A batalha oculta entre Kira e L é sufocante de genial. Nessa primeira temporada está toda a essência da coisa, na minha opinião bem melhor que a segunda.
Destaque para a cena que Light mata a esposa do detetive do FBI, muito impactante e um dos momentos que fica claro o quanto Kira é um assassino sem escrúpulos.
Deadpool
4.0 3,0K Assista AgoraOs pontos positivos são as referências a cultura pop (principalmente as do X-Men), mas sinto que o público da sala pouco importou-se com essas. De resto, o roteiro é mais um grande clichê disfarçado de inovador pela presença do Deadpool, o que para mim não serve de desculpa.
O elemento que sustenta o filme (como o prometido) é o humor ácido do anti-herói, típico de comédias canastronas que particularmente não me agradou. Poucos foram os momentos em que eu de fato achei engraçado. Acredito que o melhor de Deadpool foi o marketing inteligente.
Black Mirror (1ª Temporada)
4.4 1,3K Assista AgoraBlack Mirror nos mostra como a tecnologia pode criar problemas ao mesmo nível de suas soluções. Situações curiosas e peculiares nos mostram de outro ângulo como é viver na sociedade do espetáculo, do gigante acúmulo de informações que deixa nossos rastros no mundo digital, da espetacularização da vida que põe dilemas éticos em segundo plano. Com um formato de episódios independentes, mas que sempre carregam algo em comum, Black Mirror é brilhante, crítica e altamente reflexiva.
Destaque para o segundo episódio, que conseguiu de forma magistral criticar de forma criativa e inteligente todo o sistema de entretenimento midiático e seus ídolos, que me lembrou muito de alguns pensamentos de Adorno; "a indústria adapta‐se aos desejos por ela evocados, e qualquer traço de espontaneidade do público é guiado e absorvido em uma seleção de tipo especial, por caçadores de talento, competições diante do microfone, manifestações domesticadas de todo o gênero. Os talentos pertencem à indústria muito antes que esta os apresente; ou não se adaptariam tão prontamente".
Jogos Vorazes: A Esperança - O Final
3.6 1,9K Assista Agora"Jogos Vorazes: A Esperança - O Final" erra por dois motivos; ter sido dividido em duas partes por e, incrível que pareça, por ser muito fiel ao livro. Livros e filmes são formas diferentes de entretenimento, a fidelidade excessiva graças a divisão em duas partes não funcionou. A extrema fidelidade funcionou em "Em Chamas", mas não funcionou aqui. Não me refiro a mudanças ou cortes grotescos na história, e sim uma adaptação que conseguisse, mesmo com um livro frio, empolgar e trazer um maior tom de grandiosidade ao fim da saga que merecia.
Caso tivesse sido apenas um, o filme traria um ritmo mais fluído, as cenas de ação do final viriam intercaladas umas atrás das outras, como no livro, com um aspecto de final que não existe nesse filme. O que vemos na tela são cenas de ação com intervalos para diálogos muitas vezes desnecessários e incompreensíveis para boa parte do público que não leu os livros, numa tentativa falha de transformar os passos do Esquadrão Estrelar em um último Jogos Vorazes na cidade (que funcionou no livro, mas no filme não).
Um detalhe que me incomodou muito; todos sabemos que o livro se passa pela visão de Katniss, no entanto, na Parte I, foram adicionadas muitas cenas extras; rebeldes nas árvores, rebeldes na hidrelétrica, já na Parte II as únicas cenas extras que vemos são as de Snow (assim como foram mostradas nos 3 outros 3 filmes anteriores), não há cenas de rebeldes na guerra, a guerra praticamente não foi mostrada! O roteiro se restringiu totalmente a Katniss foragida X Snow "manda-chuva".
Embora a adaptação seja fiel, outro detalhe que, na minha opinião, foi um erro grave;
no livro todas mortes no livro são "frias", na situação não havia como prestar luto ou comoção aos falecidos. Inclusive a tão polêmica morte de Prim é jogada em nossa imaginação de forma fria, como no filme. O problema é que no livro, após acordar da bomba, Katniss se transforma em uma pessoa fisicamente destruída, ela carrega marcas da guerra e é mentalmente perturbada e inconsciente, que não consegue se expressar e muito menos falar, e esse é o motivo dela não prestar nenhuma emoção a morte de Prim. No filme, logo após sair do hospital, Katniss continua linda; sem arranhões, cabelos sedosos e com um vestuário chique, e apenas passa uma sensação de empatia. Parece que ela não ligou, vindo a expor sua dor apenas na cena do gato.
E no momento que o livro que o filme deveria ter sido mais fiel, o epílogo, vem aquele comercial de margarina.
Mais frio que o livro, mediano e arrastado, "Jogos Vorazes: A Esperança - O Final" nos tirou a chance de prestigiar um final empolgante e épico.
Recife Frio
4.3 313Genial!
Onde estão as pessoas, então?
As pessoas estão no shopping.
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista Agora"Não se aprende essas coisas, Jéssica. Já se nasce sabendo". Já se nasce sabendo a desigualdade, o pobre já deve nascer sabendo que deve ser inferior.
Esse filme é uma desconstrução simples e eficaz, que nos faz repensar quanto o nosso país ainda vive uma espécie de luta de classes e traz à tona os resquícios da escravidão. Atualmente, a Casa Grande continua no Morumbi, mas a Senzala fica a uma certa distância dentre pontos de ônibus, nas periferias onde Jéssica tenta alugar um apartamento.
Maravilhosa atuação de Regina Casé, e bom desempenho de todos participantes. Filme crú e real.
Destaque para a cena de Jéssica revela que deseja ingressar na UFAL, o rosto dos patrões em um misto de pena e desacreditamento é tão real que chega a ser vergonhoso; "o país tá mudando mesmo". Mais destaque ainda para o fato de que Jéssica é aprovada, mas o pai do Fabinho (que não passou) pode pagar um intercâmbio que não depende de aprovação nenhuma, mas que vai adicionar tanto em sua experiência. Não temos oportunidades iguais.
Pânico (1ª Temporada)
3.6 759Mesmo com atuações duvidosas, um clima meio Malhação, a série conseguiu de um modo legal tentar trazer o universo de Scream (1996) para 2015.
Quarteto Fantástico
2.2 1,7K Assista AgoraNão é melhor que o de 2015, que já não era bom.
O filme é uma grande introdução de como surgiu o Quarteto, o que não deixa espaço para nenhum grande acontecimento ou ápice. O desenvolvimento dos personagens não é acompanhado. A luta com o Dr. Destino é fraca, ele passa de um vilão superpoderoso para um personagem facilmente derrotado em questão de minutos.
Essa Mulher Invisível está mais para Hermione, e o Tocha Humana com piadas fracas e sem personalidade forte. Só por ter Jessica Alba e o Chris Evans e por ser despretensioso e bem humorado, o de 2005 ainda é superior.
Thelma & Louise
4.2 967 Assista Agora"Não se nasce mulher, torna-se" - Simone de Beauvoir
Essa frase explica bastante esse filme. Singelo e com uma mensagem maravilhosa, ainda mais para a época. A liberdade feminina é representada por um modo de certa forma criminoso, mas que torcemos para as duas sempre. Alguns veem o final como algo negativo mas...
foi algo necessário. Se entregar para a polícia seria perder tudo aquilo que as duas construíram durante o filme; liberdade feminina e independência. Elas não chegaram ao México, mas sim foram para o México interior de cada uma, em um lugar onde homem nenhum iriam as enganar ou denegrir.
Viva a Thelma e Louise, heroínas.
Orphan Black (3ª Temporada)
4.4 428 Assista AgoraVi as três temporadas em uma semana, e depois de poder respirar, vou desabafar.
Se eu pudesse encontrar a Tatiana pessoalmente, daria uma abraço e agradeceria por ser uma excelente atriz. Além de fazer com que acreditemos que são pessoas diferentes, muitas vezes ela grava as cenas sozinhas (em diálogos entre as clones), talvez sem ela não teríamos essa perfeição. Amo muito todas as clones, Cosima, impossível não amar, Helena, quem diria que passaria de vilã para uma personagem tão querida. Alex com seu jeito que trás humor e um conteúdo estilo Desperate Housewives para a trama. A Rachel, uma excelente vilã (achei um dos pontos fracos nessa temporada a troca dela pelos Castors como vilãos, mas foi preciso para render mais a trama). E claro, a Sarah...
O diálogo da Beth com a Sarah foi o momento mais lindo da temporada.
Estou muito apaixonado por essa série.
Jogos Vorazes: A Esperança - O Final
3.6 1,9K Assista AgoraO trailer deixou claro que Francis vai ser fiel ao livro.