Fagner Leite

Ao ler alguns comentários, fiquei estupefato com algumas pessoas achando o filme sem profundidade e sem graça. Discordo completamente, pois ele trata de algo intrínseco à nossa existência: a alma humana. Quem nunca quis ser outra pessoa e simplesmente deixar de sofrer? Quem nunca desejou viver outra vida e ser mais feliz? E quem nunca acabou perdendo a própria "alma" por carregar a dos outros? O filme nos faz pensar do começo ao fim, e por isso é, sim, um bom filme. Quem disse que as histórias têm que ser todas "amarradinhas", sem pontas soltas? É aí que entra a imaginação, a alma de cada um. Quem não consegue ver isso é um "desalmado"...

Vou direto ao ponto: perda de tempo total. Atuações fracas, quase robóticas. A que consegue se sair melhor é a personagem Vitória, a menina autista. O enredo, baseado num conto de Julio Cortázar, é bom. Pena que não foi bem desenvolvido. Devagar, quase parando... Há alguns diálogos que valem a pena. Nada além disso. Acho que Roberto Gervitz deveria ter parado no "Feliz Ano Velho"... Só acho...

Aí está: Dallas Buyers Club mereceu cada Oscar que recebeu. E merecia até mais. Não desmerecendo os outros, claro. McConaughey e Jared Leto estão simplesmente fantásticos em seus personagens. Uma verdadeira lição de vida. Há quem diga que se trata de um filme triste. Eu discordo completamente. Ao início do filme, os personagens já estavam condenados à morte, mas conseguiram driblá-la por um tempo (bastante tempo, diga-se de passagem) e fazer algo de significativo com suas vidas. Portanto, pra mim, o filme fala principalmente de vida e de superação.