Uma crítica ácida à política de democratização beligerante dos EUA e aos membros do exército estadunidense. Mostrando que a alienação não está restrita só ao estadunidense médio. Lakeith Stanfield é simplesmente maravilhoso no papel.
Assisti Saint Laurent (2014) de Bertrand Bonello e em seguida assisti ao Yves Saint Laurent (2014) de Jalil Lespert. Se isso foi bom ou ruim, não sei dizer, mas acho que um complementa o outro.
“Saint Laurent” de Bertrand Bonello, retrata um Yves já consolidado, com bons anos de experiência e lutando pra se manter conectado ao mundo com o qual ele tem dificuldade em interagir. Recriando um período problemático na vida do estilista, que culmina com o desfile marcante de 1976, seguindo de um breve momento no seu final de vida.
Aqui se vê um Yves mais sombrio e erotizado, vivido por Gaspard Ulliel (excelente no papel), em sua relação com Jacques de Bascher, Louis Garrel (ótimo no papel de cafajeste), imersa em festas com consumo abusivo de álcool, muito mais abusivo de drogas e de promiscuidade inconsequente (algumas cenas de nu frontal são cerejas nesse bolo). Deixando a Pierre Bergé (Jérémie Renier, também ótimo) o papel de trazer ordem à história, com é sempre retratado. Há também a chance de reconhecer um ou outro rosto conhecido de outros filmes na tela.
Destaques do filme ficam com a trilha sonora, a participação de Helmut Berger vivendo um Yves já idoso, assustadoramente encarnado, e o desfile de 1976 recriado em dinâmica própria.
Vale assistir também ao, menos erótico, “Yves Saint Laurent” de Jalil Lespert.
Assisti Saint Laurent (2014) de Bertrand Bonello e em seguida assisti ao Yves Saint Laurent (2014) de Jalil Lespert. Se isso foi bom ou ruim, não sei dizer, mas acho que um complementa o outro.
No Yves Saint Laurent, de Jalil Lespert, o que se tem é a perspectiva de Pierre Bergé, já após a morte do marido, olhando sobre os primeiros anos de notoriedade do jovem estilista até aclamado o desfile de 1976. Retratando os últimos anos na Dior, a formação da marca YSL e uma pequena parte dos bastidores do mundo da moda naqueles dias.
Este filme é muito mais sóbrio (moralista?) ao recriar os momentos de intimidade do casal Yves e Pierre. Mostrando uma relação de dependência um com o outro, sem se livra da controvérsia, focando muito mais nas consequências da vida caótica do que a promiscuidade e abuso de drogas que se praticou.
Pierre Niney encarna um Yves mais frágil, quase inocente, ainda assim inconsequente e temperamental (interpretação maravilhosa), deixando a Pierre Bergé (Guillaume Gallienne) o papel de “bússola moralizadora” na história. Ainda que este reconheça algumas falhas pessoais. Fotografia e trilha sonora são lindíssimas
Recomendo também assistirem ao filme de Bertrand Bonello.
Enredo clichê do adolescente gay na escola. A história do Kevin (Justin Deeley) poderia ser mais explorada, talvez isso conseguisse salvar filme. Ponto positivo pro final do Russel (Cameron Dean Stewart), que agora em 2019 beira o lugar comum, mas em 2013 não era.
Divertido! Ainda que trate de uma mãe dita conservadora descobrindo a homossexualidade do único filho, não é mais um filme onde o jovem tem que passar por tortura e se libertar da opressão social (nada contra). O enredo é ótimo, mas achei o roteiro meio atropelado. Ainda assim é um bom filme pra relaxar.
Ótimo filme! Achei o roteiro um pouco previsível, principalmente pra quem conhece outras distopias do cinema, mas ainda assim consegue surpreender em alguns pontos. Há algumas momentos que me remeteram a "Alien", "Matrix", "10 Cloverfiel Lane", "Oblivion", "Passengers" e outros, talvez como homenagem, talvez buscando acessar uma memória afetiva e gerar maior empatia do público.
Algumas cenas com fotografia de tirar o folego, cenários detalhistas e trilha sonora ajudando a criar tensão nos momentos certos. Clara Rugaard (Filha) maravilhosa e Hilary Swank (Mulher) incrível, ambas muito bem nos seus papeis. A semelhança entre as atrizes é realmente enorme, não por coincidência.
O choque entre a realidade de Bigger, jovem negro, pobre, morador de periferia, e Mary, a jovem branca, rica e moradora do bairro de classe alta é um dos pontos centrais, ao meu ver. Estar no meio do caminho entre esses "dois mundos" redefine a vida antes marginal de Bigger, influenciando até mesmo a relação com os amigos, família e namorada.
A forma como ele reage às situações que lhe são apresentada, própria de um jovem que se deslumbra com experiencias que antes não eram sequer uma possibilidade para ele, revela expõe a imaturidade de alguém que foi forçado a amadurecer precocemente e que se tenta enquadrar no papel que a sociedade espera dele (ter um emprego formal, aproveitar as oportunidades como são oferecidas e se afastar da realidade na qual vive).
O medo do racismo, de ser taxado como o negro marginal que desvia jovens, supostamente, inocentes do caminho abre precedente pra uma ação estúpida e depois disso uma série de péssimas decisões se desenrolam.
Ashton Sanders (Bigger) já havia demonstrado seu potencial em "Moonlight", só confirma ser um dos ótimos atores que estão chegando a Hollywood.
A história verossímil é um ponto forte do filme, somada a atuação de Ben Silverstone e Charlotte Brittain e Jacquetta May, que, para mim, se destacam no filme. A narrativa é um pouco lenta até para a época, acho, mas talvez seja uma escolha do diretor para mostrar como as coisas caminhavam devagar na vida do Steven. Ainda assim, consegue explorar algumas situações da vida de um adolescente se assumindo gay, mesmo que superficialmente.
Quero acreditar que todo o silêncio, as cenas quase paradas, a história se desenrolando com mais lentidão do que estamos acostumados, sejam proposital. Há tensão entre as personagens "principais" (Fer e German) e me parece que esses elementos buscam retratar isso. A reprodução de uma masculinidade menos tóxica pode ser confusa pra nós brasileiros. O toque, a liberdade do nu público, a troca de experiencias intimas sem grandes exageros ou querendo demonstrar superioridade não são comuns entre heterossexuais (muitas vezes nem entre homossexuais). Somando isso ao hedonismo constantemente exaltado, torna esse um filme bastante homoerótico. Uma característica interessante muito vista em filmes latinos (Brasil é um país latino, vamos sempre lembrar) é não necessariamente contar uma história fechada em começo, meio e final, mas um recorte de uma história maior deixando o restante para a imaginação do público. Não é um filme "fácil", mas achei bom.
Um dos melhores roteiros que vejo em muito tempo. Nada é absurdo, pelo contrário, a proximidade com a realidade é um dos pontos mais impressionantes, com um final sensacional. Christopher Plummer está maravilhoso no papel.
Drama adolescente, voltada para o público adolescente e que, imagino, vai comunicar bem com esse público. Mas, infelizmente, com alguns pontos de racismo estrutural que passaram desapercebidos (ou não) presentes na história.
Filme de baixíssimo orçamento e péssima qualidade. Roteiro, direção, atuações, figurinos, edição... Tudo é muito ruim. O filme tenta tratar de uma miscelânea de temas complexos como assassinato, estupro, aborto, incesto e outros, mas falha em todos. Uma hora perdida.
O diretor estreante, Sudhanshu Saria, retrata a história de amor romântico (palavras do diretor) entre amigos de longa data. O encontro de final de semana acontece com o momento em que Sahil (Dhruv Ganesh) e Jai (Shiv Pandit) estão enfrentando problemas em seus relacionamentos e questionando algumas escolhas de vida. Há tensão entre os protagonistas, alguns diálogos são confusos e o ritmo do filme é lento em muitos momentos, o que pra mim não parece ser proposital, mas falha do roteiro. Saria descreve uma relação de extremos que, a meu ver, traz marcas da homofobia ainda muito presente na Índia. Fugindo da estética Bollywood, a proposta de retratar uma população indiana mais abastada, vinda de classe artística e boemia, é fortalecida pela escolha dos cenários e pela fotografia, pontos fortes do filme.
Retratar a vida se aproximando da realidade nem sempre é fácil ou bem aceito. Corpo Elétrico aposta nessa proximidade ainda que mantendo alguns elementos do exagero dramático. A busca por satisfação, seja ela profissional ou sexual, típica da vida jovem adulta está presente, assim como a solidão e o sentimento de despertencimento. Em alguns momentos eu pensei que algumas relações poderiam ser melhor exploradas e mais aprofundadas, mas até isso parece ser reflexo da rotina impressa no filme. O elenco não conta com nenhum nome renomado (pelo trabalho no cinema), mas com atuações bastante naturais e convincentes e os diálogos suam verossímeis. Vejo Corpo Elétrico como um bom representante do que vem sendo produzido atualmente no cinema nacional.
Não é um filme sobre o holocausto. É um filme sobre como isso reflete na sociedade (humanidade) até os dias de hoje. Seja com o reconhecimento do horror protagonizado pelos Nazistas, ou pela negação conveniente de quem defende ideias totalitárias e preconceituosas. No debate sobre liberdade e responsabilidade de expressão, o filme deixa o questionamento sobre a forma como alguns fatos são registrados, apontando que há casos de conveniência que podem simplesmente apagar dados ou dissimular a verdadeira imagem de algumas figuras históricas. As atuações de Rachel Weisz,Timothy Spall e Tom Wilkinson estão maravilhosas
Diferente da grande maioria dos filmes que se propõe abordar o exorcismo, não segue o caminho do terror/horror, mas o do suspense. A tensão do enredo não está no exorcismo em si (que sai quase totalmente do foco), mas na dúvida apresentado por uma das personagens centrais. Um filme que trata de razão x espiritualidade inclinando para o lado mais lúdico da batalha. Tom Wilkinson, que vive o padre, está brilhante na sua interpretação.
Mulher Maravilha é uma uma oportunidade perdida. O filme poderia ser um marco para o cinema de heróis incluindo mais do feminismo no roteiro, mas ao invés disso colocam um "grande homem" por trás dessa mulher. Os efeitos do filme são bons, principalmente os que mostram a ilha natal da personagem. Achei as amazonas arrumadas demais, limpas demais, mas isso é coisa de Hollywood. As cenas de ação são muito bem feitas e só o embate principal deixou à desejar. Não é um filme que eu me animaria a rever.
Fui assistir Vazante depois de acompanhar a polêmica que se criou em torno do filme (e da diretora) desde o festival de cinema de Brasília. Me concentrei em ver o filme e a partir disso tirar minhas próprias opiniões.
O que vi foi a história de um proprietário de fazenda, bruto e totalitário, num ambiente rural de extrema pobreza. Com narrativa lenta, quase arrastada (até um pouco perdida no até metade do filme), tentando remeter a rotina "vazia" dos senhores daquele período, mas deixando o filme tedioso. A suposta história de amor/sentimento na qual a diretora diz focar a meu ver não aparece, nenhuma relação é construída na tela. Entre nenhum dos personagens. Os pontos fortes do filme são os figurinos e maquiagem, que nos levam totalmente ao período que se propõe retratar. A fotografia e a sonoplastia também são excelentes.
A escravidão se propunha a representar passa junto com o cenário (possivelmente por isso a polêmica). Há uma aceitação da condição de escravizado que lembra muito um cenário de pobreza e não de servidão forçada. A crueldade da escravidão ou a revolta de quem está escravizado são abordados de forma superficial em quase todo o filme, deixando os momentos mais violentos protagonizados por um personagens negros.
Definitivamente o filme não se trata sobre amor ou escravidão.
Eu já havia assistido "Encontros e Desencontros", então esperava bastante de um filme da Sofia Coppola e não me frustrei! Os figurinos são de tirar o folego, os cenários são riquíssimos nos mínimos detalhes e o roteiro é incrível, conseguindo entregar um filme leve, mas sem deixar de lado os fatos históricos trágicos. A brilhante trilha sonora é uma diversão à parte nesse filme, ligando a juventude de Maria Antonieta a imagem do adolescente contemporâneo.
Mesmo com uma história grotesca como a de Romeu e Julieta, a adaptação é muito boa. Encaixar o texto shakespeariano no cenário atual foi o grande trunfo desse filme. As atuações são ótimas, principalmente as de Harold Perrineau (que ao meu ver segura o filme por um bom tempo) e Miriam Margolyes
Adoraria que fosse um clássico de sessão da tarde, mas acho que nem as falas clássicas e nem o final trágico animarem a audiência.
É interessante ver a história do conflito do Michael Glatze, expondo um pouco da confusão gerada pelo extremismo religioso e a lavagem cerebral promovida pelas igrejas. Um ponto que me chamou atenção no filme foi a linha de tempo mostrando bases para as dúvidas da personagem.
Eu não sei se eu estou com olhar mais crítico sobre o trabalho de James Franco ou se a edição dos filmes que ele faz não o tem ajudado, mas de uns tempos pra cá as atuações dele tem parecido bastante perdidas.
Um filme essencial para entender boa parte da cultura gay norte americana e, por consequência, ocidental. Base de referência para nomes de peso na cena gay mundial, como RuPaul Charles.
Máquina de Guerra
2.7 150 Assista AgoraUma crítica ácida à política de democratização beligerante dos EUA e aos membros do exército estadunidense. Mostrando que a alienação não está restrita só ao estadunidense médio. Lakeith Stanfield é simplesmente maravilhoso no papel.
Saint Laurent
3.4 144 Assista AgoraAssisti Saint Laurent (2014) de Bertrand Bonello e em seguida assisti ao Yves Saint Laurent (2014) de Jalil Lespert. Se isso foi bom ou ruim, não sei dizer, mas acho que um complementa o outro.
“Saint Laurent” de Bertrand Bonello, retrata um Yves já consolidado, com bons anos de experiência e lutando pra se manter conectado ao mundo com o qual ele tem dificuldade em interagir. Recriando um período problemático na vida do estilista, que culmina com o desfile marcante de 1976, seguindo de um breve momento no seu final de vida.
Aqui se vê um Yves mais sombrio e erotizado, vivido por Gaspard Ulliel (excelente no papel), em sua relação com Jacques de Bascher, Louis Garrel (ótimo no papel de cafajeste), imersa em festas com consumo abusivo de álcool, muito mais abusivo de drogas e de promiscuidade inconsequente (algumas cenas de nu frontal são cerejas nesse bolo). Deixando a Pierre Bergé (Jérémie Renier, também ótimo) o papel de trazer ordem à história, com é sempre retratado. Há também a chance de reconhecer um ou outro rosto conhecido de outros filmes na tela.
Destaques do filme ficam com a trilha sonora, a participação de Helmut Berger vivendo um Yves já idoso, assustadoramente encarnado, e o desfile de 1976 recriado em dinâmica própria.
Vale assistir também ao, menos erótico, “Yves Saint Laurent” de Jalil Lespert.
Yves Saint Laurent
3.5 175 Assista AgoraAssisti Saint Laurent (2014) de Bertrand Bonello e em seguida assisti ao Yves Saint Laurent (2014) de Jalil Lespert. Se isso foi bom ou ruim, não sei dizer, mas acho que um complementa o outro.
No Yves Saint Laurent, de Jalil Lespert, o que se tem é a perspectiva de Pierre Bergé, já após a morte do marido, olhando sobre os primeiros anos de notoriedade do jovem estilista até aclamado o desfile de 1976. Retratando os últimos anos na Dior, a formação da marca YSL e uma pequena parte dos bastidores do mundo da moda naqueles dias.
Este filme é muito mais sóbrio (moralista?) ao recriar os momentos de intimidade do casal Yves e Pierre. Mostrando uma relação de dependência um com o outro, sem se livra da controvérsia, focando muito mais nas consequências da vida caótica do que a promiscuidade e abuso de drogas que se praticou.
Pierre Niney encarna um Yves mais frágil, quase inocente, ainda assim inconsequente e temperamental (interpretação maravilhosa), deixando a Pierre Bergé (Guillaume Gallienne) o papel de “bússola moralizadora” na história. Ainda que este reconheça algumas falhas pessoais. Fotografia e trilha sonora são lindíssimas
Recomendo também assistirem ao filme de Bertrand Bonello.
Clube de Geografia
3.3 123Enredo clichê do adolescente gay na escola. A história do Kevin (Justin Deeley) poderia ser mais explorada, talvez isso conseguisse salvar filme. Ponto positivo pro final do Russel (Cameron Dean Stewart), que agora em 2019 beira o lugar comum, mas em 2013 não era.
Do Lado de Fora
2.4 90Proposta de enredo interessante, roteiro e interpretações sofríveis. Silvetty tem alguns momentos de humor, mas nem isso salva.
Você Deve Conhecer o Meu Filho!
3.6 79 Assista AgoraDivertido! Ainda que trate de uma mãe dita conservadora descobrindo a homossexualidade do único filho, não é mais um filme onde o jovem tem que passar por tortura e se libertar da opressão social (nada contra). O enredo é ótimo, mas achei o roteiro meio atropelado. Ainda assim é um bom filme pra relaxar.
I Am Mother
3.4 495 Assista AgoraÓtimo filme! Achei o roteiro um pouco previsível, principalmente pra quem conhece outras distopias do cinema, mas ainda assim consegue surpreender em alguns pontos. Há algumas momentos que me remeteram a "Alien", "Matrix", "10 Cloverfiel Lane", "Oblivion", "Passengers" e outros, talvez como homenagem, talvez buscando acessar uma memória afetiva e gerar maior empatia do público.
Algumas cenas com fotografia de tirar o folego, cenários detalhistas e trilha sonora ajudando a criar tensão nos momentos certos. Clara Rugaard (Filha) maravilhosa e Hilary Swank (Mulher) incrível, ambas muito bem nos seus papeis. A semelhança entre as atrizes é realmente enorme, não por coincidência.
Filho Nativo
3.2 20 Assista AgoraO choque entre a realidade de Bigger, jovem negro, pobre, morador de periferia, e Mary, a jovem branca, rica e moradora do bairro de classe alta é um dos pontos centrais, ao meu ver. Estar no meio do caminho entre esses "dois mundos" redefine a vida antes marginal de Bigger, influenciando até mesmo a relação com os amigos, família e namorada.
A forma como ele reage às situações que lhe são apresentada, própria de um jovem que se deslumbra com experiencias que antes não eram sequer uma possibilidade para ele, revela expõe a imaturidade de alguém que foi forçado a amadurecer precocemente e que se tenta enquadrar no papel que a sociedade espera dele (ter um emprego formal, aproveitar as oportunidades como são oferecidas e se afastar da realidade na qual vive).
O medo do racismo, de ser taxado como o negro marginal que desvia jovens, supostamente, inocentes do caminho abre precedente pra uma ação estúpida e depois disso uma série de péssimas decisões se desenrolam.
Ashton Sanders (Bigger) já havia demonstrado seu potencial em "Moonlight", só confirma ser um dos ótimos atores que estão chegando a Hollywood.
O Último Mestre do Ar
2.7 2,1K Assista AgoraEscolhas ruins para alguns papeis, algumas interpretações bem fracas e a narrativa atropelada geraram uma grande decepção.
Saindo do Armário
3.7 200A história verossímil é um ponto forte do filme, somada a atuação de Ben Silverstone e Charlotte Brittain e Jacquetta May, que, para mim, se destacam no filme.
A narrativa é um pouco lenta até para a época, acho, mas talvez seja uma escolha do diretor para mostrar como as coisas caminhavam devagar na vida do Steven. Ainda assim, consegue explorar algumas situações da vida de um adolescente se assumindo gay, mesmo que superficialmente.
Taekwondo
2.9 52Quero acreditar que todo o silêncio, as cenas quase paradas, a história se desenrolando com mais lentidão do que estamos acostumados, sejam proposital. Há tensão entre as personagens "principais" (Fer e German) e me parece que esses elementos buscam retratar isso.
A reprodução de uma masculinidade menos tóxica pode ser confusa pra nós brasileiros. O toque, a liberdade do nu público, a troca de experiencias intimas sem grandes exageros ou querendo demonstrar superioridade não são comuns entre heterossexuais (muitas vezes nem entre homossexuais). Somando isso ao hedonismo constantemente exaltado, torna esse um filme bastante homoerótico.
Uma característica interessante muito vista em filmes latinos (Brasil é um país latino, vamos sempre lembrar) é não necessariamente contar uma história fechada em começo, meio e final, mas um recorte de uma história maior deixando o restante para a imaginação do público.
Não é um filme "fácil", mas achei bom.
Memórias Secretas
4.1 353 Assista AgoraUm dos melhores roteiros que vejo em muito tempo. Nada é absurdo, pelo contrário, a proximidade com a realidade é um dos pontos mais impressionantes, com um final sensacional. Christopher Plummer está maravilhoso no papel.
Com Amor, Simon
4.0 1,2K Assista AgoraDrama adolescente, voltada para o público adolescente e que, imagino, vai comunicar bem com esse público. Mas, infelizmente, com alguns pontos de racismo estrutural que passaram desapercebidos (ou não) presentes na história.
Luna Park
1.6 2Filme de baixíssimo orçamento e péssima qualidade. Roteiro, direção, atuações, figurinos, edição... Tudo é muito ruim. O filme tenta tratar de uma miscelânea de temas complexos como assassinato, estupro, aborto, incesto e outros, mas falha em todos.
Uma hora perdida.
Loev
2.3 91O diretor estreante, Sudhanshu Saria, retrata a história de amor romântico (palavras do diretor) entre amigos de longa data. O encontro de final de semana acontece com o momento em que Sahil (Dhruv Ganesh) e Jai (Shiv Pandit) estão enfrentando problemas em seus relacionamentos e questionando algumas escolhas de vida.
Há tensão entre os protagonistas, alguns diálogos são confusos e o ritmo do filme é lento em muitos momentos, o que pra mim não parece ser proposital, mas falha do roteiro. Saria descreve uma relação de extremos que, a meu ver, traz marcas da homofobia ainda muito presente na Índia.
Fugindo da estética Bollywood, a proposta de retratar uma população indiana mais abastada, vinda de classe artística e boemia, é fortalecida pela escolha dos cenários e pela fotografia, pontos fortes do filme.
Corpo Elétrico
3.5 216Retratar a vida se aproximando da realidade nem sempre é fácil ou bem aceito. Corpo Elétrico aposta nessa proximidade ainda que mantendo alguns elementos do exagero dramático.
A busca por satisfação, seja ela profissional ou sexual, típica da vida jovem adulta está presente, assim como a solidão e o sentimento de despertencimento. Em alguns momentos eu pensei que algumas relações poderiam ser melhor exploradas e mais aprofundadas, mas até isso parece ser reflexo da rotina impressa no filme.
O elenco não conta com nenhum nome renomado (pelo trabalho no cinema), mas com atuações bastante naturais e convincentes e os diálogos suam verossímeis.
Vejo Corpo Elétrico como um bom representante do que vem sendo produzido atualmente no cinema nacional.
Negação
3.8 132 Assista AgoraNão é um filme sobre o holocausto. É um filme sobre como isso reflete na sociedade (humanidade) até os dias de hoje. Seja com o reconhecimento do horror protagonizado pelos Nazistas, ou pela negação conveniente de quem defende ideias totalitárias e preconceituosas. No debate sobre liberdade e responsabilidade de expressão, o filme deixa o questionamento sobre a forma como alguns fatos são registrados, apontando que há casos de conveniência que podem simplesmente apagar dados ou dissimular a verdadeira imagem de algumas figuras históricas.
As atuações de Rachel Weisz,Timothy Spall e Tom Wilkinson estão maravilhosas
O Exorcismo de Emily Rose
3.5 1,5K Assista AgoraDiferente da grande maioria dos filmes que se propõe abordar o exorcismo, não segue o caminho do terror/horror, mas o do suspense. A tensão do enredo não está no exorcismo em si (que sai quase totalmente do foco), mas na dúvida apresentado por uma das personagens centrais. Um filme que trata de razão x espiritualidade inclinando para o lado mais lúdico da batalha.
Tom Wilkinson, que vive o padre, está brilhante na sua interpretação.
Mulher-Maravilha
4.1 2,9K Assista AgoraMulher Maravilha é uma uma oportunidade perdida. O filme poderia ser um marco para o cinema de heróis incluindo mais do feminismo no roteiro, mas ao invés disso colocam um "grande homem" por trás dessa mulher.
Os efeitos do filme são bons, principalmente os que mostram a ilha natal da personagem. Achei as amazonas arrumadas demais, limpas demais, mas isso é coisa de Hollywood. As cenas de ação são muito bem feitas e só o embate principal deixou à desejar.
Não é um filme que eu me animaria a rever.
Vazante
3.2 46 Assista AgoraFui assistir Vazante depois de acompanhar a polêmica que se criou em torno do filme (e da diretora) desde o festival de cinema de Brasília. Me concentrei em ver o filme e a partir disso tirar minhas próprias opiniões.
O que vi foi a história de um proprietário de fazenda, bruto e totalitário, num ambiente rural de extrema pobreza. Com narrativa lenta, quase arrastada (até um pouco perdida no até metade do filme), tentando remeter a rotina "vazia" dos senhores daquele período, mas deixando o filme tedioso. A suposta história de amor/sentimento na qual a diretora diz focar a meu ver não aparece, nenhuma relação é construída na tela. Entre nenhum dos personagens. Os pontos fortes do filme são os figurinos e maquiagem, que nos levam totalmente ao período que se propõe retratar. A fotografia e a sonoplastia também são excelentes.
A escravidão se propunha a representar passa junto com o cenário (possivelmente por isso a polêmica). Há uma aceitação da condição de escravizado que lembra muito um cenário de pobreza e não de servidão forçada. A crueldade da escravidão ou a revolta de quem está escravizado são abordados de forma superficial em quase todo o filme, deixando os momentos mais violentos protagonizados por um personagens negros.
Definitivamente o filme não se trata sobre amor ou escravidão.
Maria Antonieta
3.7 1,3K Assista AgoraEu já havia assistido "Encontros e Desencontros", então esperava bastante de um filme da Sofia Coppola e não me frustrei! Os figurinos são de tirar o folego, os cenários são riquíssimos nos mínimos detalhes e o roteiro é incrível, conseguindo entregar um filme leve, mas sem deixar de lado os fatos históricos trágicos. A brilhante trilha sonora é uma diversão à parte nesse filme, ligando a juventude de Maria Antonieta a imagem do adolescente contemporâneo.
Romeu + Julieta
3.4 681 Assista AgoraMesmo com uma história grotesca como a de Romeu e Julieta, a adaptação é muito boa. Encaixar o texto shakespeariano no cenário atual foi o grande trunfo desse filme. As atuações são ótimas, principalmente as de Harold Perrineau (que ao meu ver segura o filme por um bom tempo) e Miriam Margolyes
Adoraria que fosse um clássico de sessão da tarde, mas acho que nem as falas clássicas e nem o final trágico animarem a audiência.
Eu Sou Michael
2.6 174É interessante ver a história do conflito do Michael Glatze, expondo um pouco da confusão gerada pelo extremismo religioso e a lavagem cerebral promovida pelas igrejas. Um ponto que me chamou atenção no filme foi a linha de tempo mostrando bases para as dúvidas da personagem.
Eu não sei se eu estou com olhar mais crítico sobre o trabalho de James Franco ou se a edição dos filmes que ele faz não o tem ajudado, mas de uns tempos pra cá as atuações dele tem parecido bastante perdidas.
Paris is Burning
4.5 242Um filme essencial para entender boa parte da cultura gay norte americana e, por consequência, ocidental. Base de referência para nomes de peso na cena gay mundial, como RuPaul Charles.