''Viagem ao Fim do Universo'' é um filme bem representativo da ficção científica daquela época. A estética futurista com robôs em forma de caixa, painéis repleto de funções, sons eletrotônicos e telas projetoras seria a precursora de uma longa tradição no cinema que contempla clássicos como "2001: uma Odisseia no Espaço''. Obviamente os efeitos especiais estão mais do que datados, mas ainda assim cumprem razoavelmente bem a função de criar um ambiente imersivo e 'espacial', particularmente em cenas como aquela na qual dois tripulantes saem da nave e exploram um um cassino abandonado em um planeta desconhecido - talvez a parte mais interessante de toda trama, pois ali a atmosfera claustrofóbica e soturna é muito bem retratada , e as referências históricas ao contexto geopolítico do século XX são inteligentemente colocadas e dispostas pelo cenário- o dinheiro, a bomba atômica e o cassino em alusão ao capitalismo ocidental degenerado pela ganância e pela ameaça nuclear - vale lembrar que o filme foi produzido na antiga Checoslováquia, que era uma república satélite sob influência soviética, e tudo isso durante a década de 60, no auge da guerra fria.
Por outro lado, eu pessoalmente fico com a impressão de que se poderia desenvolver melhor as potencialidades do enredo. O 'surto' de um dos integrantes da tripulação após entrar em contato com uma radiação de origem desconhecida - supostamente oriunda de uma 'estrela negra'- tinha tudo pra ser o ponto de partida pra conduzir o filme a uma dimensão existencial, que tangenciasse os limites do humano e do real usando a exploração especial como metáfora. Mas nada disso aconteceu, minha expectativa não foi confirmada e o desfecho encaminhou-se para um sentido triunfalista. E o ritmo do filme me pareceu demasiado lento tendo em vista que os planos em si não ofereciam grandes elementos simbólicos para aprofundar a compressão do desenvolvimento da história. Em alguns filmes o ritmo mais cadenciado e pausado é necessário e artisticamente proveitoso para demonstrar a riqueza de referências, mensagens sutis e aspectos estéticos incorporados na fotografia e nos planos sequencia - o que não é o caso do "Viagem ao Fim do Universo".
Finalmente assisti, e até que cumpriu minhas expectativas. Bom filme, a mensagem política que o roteiro transmite é interessante, pois denuncia de maneira explícita a relação promiscua entre o Estado e corporações empresariais, ilustrando os seus resultados palpáveis na vida de um individuo comum. A atuação do McConaughey - desconhecido pra mim- foi bem legal também, uma boa descoberta.
Só acho que o filme poderia ter explorado melhor o potencial do tema, conciliando o aspecto político com os conflitos internos e as relações pessoais, dando um pouco mais de ênfase a estes últimos. Nos primeiros instantes, vc sente a desolação e o desespero do Woodroof, mas depois no transcorrer do filme essa abordagem é meio que deixada de lado, e o filme se centraliza mais nos tramites práticos para o estabelecimento do "negócio". E por consequência, eu acho, a relação entre os personagens tornou-se um tanto superficial; a intimidade e a cumplicidade entre o Woodroof e o Rayol não foram construídos com verossimilhança e naturalidade, além de que o incipiente "affair" com a doutora também me pareceu vazio e sem muito envolvimento.
Por outro lado, o destaque que o filme concede ao retrato das condições sociais e culturais acerca dos portadores de vírus HIV é pertinente, elucida como a ignorância e o preconceito podem oprimir tanto quanto a doença em si.
No fim, é um bom filme, vale muito pelo conteúdo político pois expressa sob a vida comum os efeitos desastrosos de uma política cooptada pelos interesses plutocráticos.
Nossa, que filme fantástico, me vi em várias situações de riso intenso assistindo-o. Não tem como não notar a empatia que o personagem interpretado soberbamente por João miguel nos transmite através dos seus trejeitos vocabulares típico do caipira caricato, da sua aparente inocência e entonação vocal despretensiosa. Mas não se engane, o filme não se trata do antagonismo ultrajado entre o roceiro puro versus a urbanidade maligna, o roteiro dribla esses clichês e imprime uma dinâmica interessante que nos amarra na frente da tela devido a divisão temporal que o filme faz ao separar o enrendo entre o pós ato(na cadeia) e o pré-ocorrido (no restaurante), alternando nesses dois ambientes em tempos diferentes no desenrolar da película. Outra característica maravilhosa é o humor escrachado em conjunto com à inocência do Nonato, provocando momentos cômicos memoráveis como a cena do filé onde Raimundo compreende literalmente a comparação feita entre bunda de mulher e a melhor parte da carne!.
Um filme muito bem executado, retratando intimamente a transformação e ascensão do matuto Nonato de forma natural e bem desenvolvida, sem cair no drama barato. Mais uma amostra da evolução do nosso cinema que só fez progredir nos últimos 10 anos.
Filme lindo e soberbamente bem executado no plano técnico, impressionante o trabalho de caracterização dos personagens surrealistas do mundo de ofélia. Os quesitos técnicos dão base para que a temática flua com verossimilidade, deixando ainda mais tênue a divisão entre o real e a fantasia. Aliás esse diálogo entre o fantástico e o real nunca foi tão bem trabalhado em um filme, pois a transição entre eles é resultante de um ótimo processo de edição. Destaco o forte impacto emocional q o filmes nos gera, proporcionado pelo já citado e elogiado trabalho técnico como também pelas excelentes atuações, principalmente do ator Sergi lópez no papel do tirano oficial vidal que expressa a vertente mais asquerosa e obscura da essência humana.
O labirinto do fauno é um drama fantástico nos dois sentidos da palavra, tecido por um enredo que não cai no lugar comum das fantasias. O universo do filme não é habitado por heróis ou príncipes encantados, muito menos há o eufemismo dos contos fantasiosos, o que se vê é a dureza da realidade mesclada com elementos surreais, constituindo uma obra originalíssima.
Um filme belíssimo q retrata a desolação e a malevolência humana no seu mais cruel estado. Sem eufemismos ou subterfúgios narrativos, a película trata de transmitir o sofrimento do personagem Alain Sarde da maneira mais natural e convincente possível, demonstrando a degradação do seu estado psicológico e físico num ritmo depressivo e alienante q nos sufoca a cada minuto transcorrido. Mas nem tudo no filme é obscuro e duro, há também a beleza da trilha sonora para complementar o profundo estado de melancolia imerso nas cenas, potencializando o aspecto emocional q nos acerta em cheio.... Um dos mais belos e tristes filmes q já assiste, obra prima!.
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Viagem ao Fim do Universo
3.7 20 Assista Agora''Viagem ao Fim do Universo'' é um filme bem representativo da ficção científica daquela época. A estética futurista com robôs em forma de caixa, painéis repleto de funções, sons eletrotônicos e telas projetoras seria a precursora de uma longa tradição no cinema que contempla clássicos como "2001: uma Odisseia no Espaço''. Obviamente os efeitos especiais estão mais do que datados, mas ainda assim cumprem razoavelmente bem a função de criar um ambiente imersivo e 'espacial', particularmente em cenas como aquela na qual dois tripulantes saem da nave e exploram um um cassino abandonado em um planeta desconhecido - talvez a parte mais interessante de toda trama, pois ali a atmosfera claustrofóbica e soturna é muito bem retratada , e as referências históricas ao contexto geopolítico do século XX são inteligentemente colocadas e dispostas pelo cenário- o dinheiro, a bomba atômica e o cassino em alusão ao capitalismo ocidental degenerado pela ganância e pela ameaça nuclear - vale lembrar que o filme foi produzido na antiga Checoslováquia, que era uma república satélite sob influência soviética, e tudo isso durante a década de 60, no auge da guerra fria.
Por outro lado, eu pessoalmente fico com a impressão de que se poderia desenvolver melhor as potencialidades do enredo. O 'surto' de um dos integrantes da tripulação após entrar em contato com uma radiação de origem desconhecida - supostamente oriunda de uma 'estrela negra'- tinha tudo pra ser o ponto de partida pra conduzir o filme a uma dimensão existencial, que tangenciasse os limites do humano e do real usando a exploração especial como metáfora. Mas nada disso aconteceu, minha expectativa não foi confirmada e o desfecho encaminhou-se para um sentido triunfalista. E o ritmo do filme me pareceu demasiado lento tendo em vista que os planos em si não ofereciam grandes elementos simbólicos para aprofundar a compressão do desenvolvimento da história. Em alguns filmes o ritmo mais cadenciado e pausado é necessário e artisticamente proveitoso para demonstrar a riqueza de referências, mensagens sutis e aspectos estéticos incorporados na fotografia e nos planos sequencia - o que não é o caso do "Viagem ao Fim do Universo".
Pocilga
3.7 43Entendi porra nenhuma
Clube de Compras Dallas
4.3 2,8K Assista AgoraFinalmente assisti, e até que cumpriu minhas expectativas. Bom filme, a mensagem política que o roteiro transmite é interessante, pois denuncia de maneira explícita a relação promiscua entre o Estado e corporações empresariais, ilustrando os seus resultados palpáveis na vida de um individuo comum. A atuação do McConaughey - desconhecido pra mim- foi bem legal também, uma boa descoberta.
Só acho que o filme poderia ter explorado melhor o potencial do tema, conciliando o aspecto político com os conflitos internos e as relações pessoais, dando um pouco mais de ênfase a estes últimos. Nos primeiros instantes, vc sente a desolação e o desespero do Woodroof, mas depois no transcorrer do filme essa abordagem é meio que deixada de lado, e o filme se centraliza mais nos tramites práticos para o estabelecimento do "negócio". E por consequência, eu acho, a relação entre os personagens tornou-se um tanto superficial; a intimidade e a cumplicidade entre o Woodroof e o Rayol não foram construídos com verossimilhança e naturalidade, além de que o incipiente "affair" com a doutora também me pareceu vazio e sem muito envolvimento.
Por outro lado, o destaque que o filme concede ao retrato das condições sociais e culturais acerca dos portadores de vírus HIV é pertinente, elucida como a ignorância e o preconceito podem oprimir tanto quanto a doença em si.
No fim, é um bom filme, vale muito pelo conteúdo político pois expressa sob a vida comum os efeitos desastrosos de uma política cooptada pelos interesses plutocráticos.
Estômago
4.2 1,6K Assista AgoraNossa, que filme fantástico, me vi em várias situações de riso intenso assistindo-o. Não tem como não notar a empatia que o personagem interpretado soberbamente por João miguel nos transmite através dos seus trejeitos vocabulares típico do caipira caricato, da sua aparente inocência e entonação vocal despretensiosa. Mas não se engane, o filme não se trata do antagonismo ultrajado entre o roceiro puro versus a urbanidade maligna, o roteiro dribla esses clichês e imprime uma dinâmica interessante que nos amarra na frente da tela devido a divisão temporal que o filme faz ao separar o enrendo entre o pós ato(na cadeia) e o pré-ocorrido (no restaurante), alternando nesses dois ambientes em tempos diferentes no desenrolar da película.
Outra característica maravilhosa é o humor escrachado em conjunto com à inocência do Nonato, provocando momentos cômicos memoráveis como a cena do filé onde Raimundo compreende literalmente a comparação feita entre bunda de mulher e a melhor parte da carne!.
Um filme muito bem executado, retratando intimamente a transformação e ascensão do matuto Nonato de forma natural e bem desenvolvida, sem cair no drama barato. Mais uma amostra da evolução do nosso cinema que só fez progredir nos últimos 10 anos.
A Hora da Escuridão
2.4 842 Assista AgoraÉ o tipo de filme que te faz chorar e gargalhar. Chorar pela pobreza do roteiro sacal e gargalhar devido as atuações e efeitos pífios.
Patético!.
O Labirinto do Fauno
4.2 2,9KFilme lindo e soberbamente bem executado no plano técnico, impressionante o trabalho de caracterização dos personagens surrealistas do mundo de ofélia. Os quesitos técnicos dão base para que a temática flua com verossimilidade, deixando ainda mais tênue a divisão entre o real e a fantasia. Aliás esse diálogo entre o fantástico e o real nunca foi tão bem trabalhado em um filme, pois a transição entre eles é resultante de um ótimo processo de edição.
Destaco o forte impacto emocional q o filmes nos gera, proporcionado pelo já citado e elogiado trabalho técnico como também pelas excelentes atuações, principalmente do ator Sergi lópez no papel do tirano oficial vidal que expressa a vertente mais asquerosa e obscura da essência humana.
O labirinto do fauno é um drama fantástico nos dois sentidos da palavra, tecido por um enredo que não cai no lugar comum das fantasias. O universo do filme não é habitado por heróis ou príncipes encantados, muito menos há o eufemismo dos contos fantasiosos, o que se vê é a dureza da realidade mesclada com elementos surreais, constituindo uma obra originalíssima.
Um dos melhores filme da década de 200.
O Pianista
4.4 1,8K Assista AgoraUm filme belíssimo q retrata a desolação e a malevolência humana no seu mais cruel estado. Sem eufemismos ou subterfúgios narrativos, a película trata de transmitir o sofrimento do personagem Alain Sarde da maneira mais natural e convincente possível, demonstrando a degradação do seu estado psicológico e físico num ritmo depressivo e alienante q nos sufoca a cada minuto transcorrido. Mas nem tudo no filme é obscuro e duro, há também a beleza da trilha sonora para complementar o profundo estado de melancolia imerso nas cenas, potencializando o aspecto emocional q nos acerta em cheio.... Um dos mais belos e tristes filmes q já assiste, obra prima!.