Impossível não sentir um arrepio na espinha ao assistir o primeiro episódio da série Chernobly. O desespero dos engenheiros, o negacionismo delirante da burocracia e o horror estampado na face daqueles que se depararam com a explosão do reator se tonaram um clássico instantâneo.
A produção da HBO foi excelente. No que diz respeito as imprecisões factuais, nenhuma delas deturpa o essencial: foi a estupidez do dirigismo soviético que permitiu tal distopia. Na década de 80 a URSS já padecia de uma estagnação econômica que asfixiava os setores estratégicos.Os acidentes industriais, a má qualidade dos insumos, infra-estrutura precarizada etc já faziam parte da crônica soviética desde os planos quinquenais de Stalin, e se agravaram ainda mais com a declínio econômico que se arrastava desde os anos 70. Chernobly portanto foi a expressão catastrófica da implosão do bloco soviético, o resultado de um sistema esclerosado que ruía por não aguentar o próprio peso. E demonstrar isso deve ser doloroso demais para as viúvas de Stalin.
Ps: Por incrível que pareça eu sou de esquerda, anti-capitalista e marxista. Mas nada disso me impede de negar a verdade.
Essa temporada conseguiu criar novos arcos dramáticos mesmo com a aparente finalização projetada pelo fim da 4 temporada. O lance das gravações da câmera que o walter percebeu no primeiro episódio dessa 5 temporada deu início a tensão imprimida nas cenas que foram como de praxe, perfeitamente elaboradas e executadas; uma tradição da série.
Não sei nem por onde começar a disserta sobre os pontos positivos. Posso iniciar pelo excelente trabalho técnico feito na ambientação da série, interagindo de forma sinfônica com o aspecto conceitual. Podemos notar através da iluminação um caráter mais soturno, mais sombrio que evidência o estado psicológico dos personagens e o andamento do roteiro. A edição é primorosa, extremamente criativa ao montar sequências espetaculares como aquela que demonstra o processo de produção do metanfetamina, obra digna de diretores consagrados do cinema.
Ah agora a pérola mais valiosa da série, o roteiro imprevisível que sempre nos prega situações propensas a nos provocar ataque cardiovasculares. Nem certeza sobre os personagens nós temos, já que houve uma mudança significativa no cerne dos protagonistas, tanto do Walter como do Jesse. Walter, um professor desesperado pela sua condição financeira caótica, impressionável e sem nenhum condicionamento ao crime, se transforma num sujeito frio, inescrupuloso e ambicioso que usa de artificios emocionais para enganar parentes próximos para atingir suas metas, como naquela encenação do walter pra cima do hank. Jesse se transformou num ser maduro, lógico e mais humano, deixando pra trás a faceta do drogado instável nas temporadas anteriores. E faço questão de destacar o trabalho da modificação na personalidade q foi implementada gradualmente, pautada logicamente, não sendo uma transformação forçada, coisa raríssima de se ver na teledramaturgia atual. A condução do roteiro é magnífica e como já citada, nos leva as situações mais desesperadoras e sufocantes, exemplificada por um dos momentos mais marcante da série, o roubo ao trem.
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Chernobyl
4.7 1,4K Assista AgoraImpossível não sentir um arrepio na espinha ao assistir o primeiro episódio da série Chernobly. O desespero dos engenheiros, o negacionismo delirante da burocracia e o horror estampado na face daqueles que se depararam com a explosão do reator se tonaram um clássico instantâneo.
A produção da HBO foi excelente. No que diz respeito as imprecisões factuais, nenhuma delas deturpa o essencial: foi a estupidez do dirigismo soviético que permitiu tal distopia. Na década de 80 a URSS já padecia de uma estagnação econômica que asfixiava os setores estratégicos.Os acidentes industriais, a má qualidade dos insumos, infra-estrutura precarizada etc já faziam parte da crônica soviética desde os planos quinquenais de Stalin, e se agravaram ainda mais com a declínio econômico que se arrastava desde os anos 70.
Chernobly portanto foi a expressão catastrófica da implosão do bloco soviético, o resultado de um sistema esclerosado que ruía por não aguentar o próprio peso. E demonstrar isso deve ser doloroso demais para as viúvas de Stalin.
Ps: Por incrível que pareça eu sou de esquerda, anti-capitalista e marxista. Mas nada disso me impede de negar a verdade.
Breaking Bad (5ª Temporada)
4.8 3,0K Assista AgoraPUTA QUE PARIU, melhor série de todos os tempos, talvez só Six feet under consiga se iguala.
Essa temporada conseguiu criar novos arcos dramáticos mesmo com a aparente finalização projetada pelo fim da 4 temporada. O lance das gravações da câmera que o walter percebeu no primeiro episódio dessa 5 temporada deu início a tensão imprimida nas cenas que foram como de praxe, perfeitamente elaboradas e executadas; uma tradição da série.
Não sei nem por onde começar a disserta sobre os pontos positivos. Posso iniciar pelo excelente trabalho técnico feito na ambientação da série, interagindo de forma sinfônica com o aspecto conceitual. Podemos notar através da iluminação um caráter mais soturno, mais sombrio que evidência o estado psicológico dos personagens e o andamento do roteiro. A edição é primorosa, extremamente criativa ao montar sequências espetaculares como aquela que demonstra o processo de produção do metanfetamina, obra digna de diretores consagrados do cinema.
Ah agora a pérola mais valiosa da série, o roteiro imprevisível que sempre nos prega situações propensas a nos provocar ataque cardiovasculares. Nem certeza sobre os personagens nós temos, já que houve uma mudança significativa no cerne dos protagonistas, tanto do Walter como do Jesse. Walter, um professor desesperado pela sua condição financeira caótica, impressionável e sem nenhum condicionamento ao crime, se transforma num sujeito frio, inescrupuloso e ambicioso que usa de artificios emocionais para enganar parentes próximos para atingir suas metas, como naquela encenação do walter pra cima do hank. Jesse se transformou num ser maduro, lógico e mais humano, deixando pra trás a faceta do drogado instável nas temporadas anteriores. E faço questão de destacar o trabalho da modificação na personalidade q foi implementada gradualmente, pautada logicamente, não sendo uma transformação forçada, coisa raríssima de se ver na teledramaturgia atual. A condução do roteiro é magnífica e como já citada, nos leva as situações mais desesperadoras e sufocantes, exemplificada por um dos momentos mais marcante da série, o roubo ao trem.