Fernando dos Reis

Erros históricos gritantes sobre a história de Hórus, sobre a Igreja. Teoria conspiratória carregada de manipulação histórica. Marxismo mais infantil que o marxismo universitário... Filme realmente muito ruim.

O filme não é para idiota assistir, e isso é um fato. Todo idiota que assistiu ao filme deve ter sentido sono; primeiro por não ter entendido que se trata de um filme autoral, depois por estar demasiadamente acostumado a enlatados, e finalmente por não entender patavinas de filosofia da religião...

O filme é carregado de filosofia medieval profunda, que é intimamente ligada à teologia católica presente na síntese aristotélico-tomista. O trabalho que Malick faz resgatando a velha dualidade graça/natureza, onde o pai representa uma, e a mãe representa a outra, é excepcional.

Além disso, a questão da teodiceia é muito bem tratada no filme, especialmente na pregação sobre Jó, em um dos sermões curtos mais fantásticos da história do cinema.

E que imagens belíssimas!

O filme é excelente, e é exatamente o tipo que desagrada quem só sabe olhar para os aspectos mais imediatos e superficiais das coisas.

Um filme que retrate a paixão de Cristo necessariamente deve ser violento. O próprio nome é um prelúdio do que vai acontecer. Quem não se atenta a isso é ingênuo, para não dizer que é tolo.