Temporada muito fraca. Pessoal achou a terceira ruim, mas essa aqui é de longe muito pior. Começa interessante, mas desanda de um jeito no final que não salva coisa alguma.
Ao término da primeira temporada você aprecia a série pela proposta, a cadência lenta e o enredo sem concessões da realidade deprimente e horrível de uma distopia. Isso já não pode ser dito ao término da segunda temporada, pois estes elementos não são suficientes para segurar a mão pesada dos roteiristas sobre a trama que sapateia a cabeça do espectador com opressão e vilania ininterruptas sobre os protagonistas. Lembremos do outra trama distópica: O Homem do Castelo Alto, produção da Amazon. Desde o princípio há na série um grupo de rebeldes totalmente formado, presente e em ação, claramente participando da trama. Esse componente do enredo confere um "respiro" essencial para que o público consiga prosseguir acompanhando a trama sobre uma realidade tão cruel, pois a esperança consistente de que o regime autoritário poderá ser vencido e seus males vingados é mais do que palpável. Não é o que acontece em O Conto de Aia, que peca pela imposição excessiva de sofrimento aos personagens sem conferir ao espectador um vislumbre suficientemente expressivo de esperança. Ao final, ao conjugar o enredo das duas temporadas, a experiência de assistir a série revela-se um suplício para o espectador, que ao rolar os créditos do décimo segundo episódio já está pegando o celular em busca de uma produção com uma trama mais bem balanceada e arquitetada.
Eu bem que poderia dar uma nota 4 ou mesmo 4,5 pra esse anime clássico e bastante influente, pois praticamente tudo na produção é impecável até o antepenúltimo episódoo, mas algumas coisas irritam (o comportamento de personagens como a Asuka, por exemplo, e como personagem nenhum a enfrenta, embora estes personagens enfrentem outros) e jogam no lixo todo o cuidado e primor da obra até então. O principal equívoco, a meu ver, é o conjunto dos dois últimos episódios, que destoam quase que totalmente da tonalidade, concepção e dinâmica de todo o resto da produção - é como se fosse outro anime completamente diferente, pois fica parecendo que não sabiam como terminar a história e resolveram "viajar na maionese" e embarcar num delírio enfadonho.
Sim, porque os dois últimos episódios ambicionam algo de profundamente artístico, com uma concepção narrativa pretensiosa querendo alcançar a dinâmica existencialista de algo como "Água Viva", de Clarice Lispector. Não funciona, ainda mais com aquele final cafona digno de novela da Globo. A versão "alternativa" desses dois mesmos episódios, que foi reunida no filme "The End of Evangelion", é um pouco melhor, já que não envereda pela malfadado delírio existencialista dos dois últimos episódios "oficiais", mas também destoa razoavelmente do restante da produção por abruptamente direcionar o desfecho da história para uma carnificina inesperada. Só é melhor que o desfecho "oficial" por não ambicionar o tom existencialista deste.
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Westworld (4ª Temporada)
3.6 122Temporada muito fraca. Pessoal achou a terceira ruim, mas essa aqui é de longe muito pior. Começa interessante, mas desanda de um jeito no final que não salva coisa alguma.
O Conto da Aia (2ª Temporada)
4.5 1,2K Assista AgoraAo término da primeira temporada você aprecia a série pela proposta, a cadência lenta e o enredo sem concessões da realidade deprimente e horrível de uma distopia. Isso já não pode ser dito ao término da segunda temporada, pois estes elementos não são suficientes para segurar a mão pesada dos roteiristas sobre a trama que sapateia a cabeça do espectador com opressão e vilania ininterruptas sobre os protagonistas.
Lembremos do outra trama distópica: O Homem do Castelo Alto, produção da Amazon. Desde o princípio há na série um grupo de rebeldes totalmente formado, presente e em ação, claramente participando da trama. Esse componente do enredo confere um "respiro" essencial para que o público consiga prosseguir acompanhando a trama sobre uma realidade tão cruel, pois a esperança consistente de que o regime autoritário poderá ser vencido e seus males vingados é mais do que palpável. Não é o que acontece em O Conto de Aia, que peca pela imposição excessiva de sofrimento aos personagens sem conferir ao espectador um vislumbre suficientemente expressivo de esperança.
Ao final, ao conjugar o enredo das duas temporadas, a experiência de assistir a série revela-se um suplício para o espectador, que ao rolar os créditos do décimo segundo episódio já está pegando o celular em busca de uma produção com uma trama mais bem balanceada e arquitetada.
Neon Genesis Evangelion
4.5 328 Assista AgoraEu bem que poderia dar uma nota 4 ou mesmo 4,5 pra esse anime clássico e bastante influente, pois praticamente tudo na produção é impecável até o antepenúltimo episódoo, mas algumas coisas irritam (o comportamento de personagens como a Asuka, por exemplo, e como personagem nenhum a enfrenta, embora estes personagens enfrentem outros) e jogam no lixo todo o cuidado e primor da obra até então. O principal equívoco, a meu ver, é o conjunto dos dois últimos episódios, que destoam quase que totalmente da tonalidade, concepção e dinâmica de todo o resto da produção - é como se fosse outro anime completamente diferente, pois fica parecendo que não sabiam como terminar a história e resolveram "viajar na maionese" e embarcar num delírio enfadonho.
Sim, porque os dois últimos episódios ambicionam algo de profundamente artístico, com uma concepção narrativa pretensiosa querendo alcançar a dinâmica existencialista de algo como "Água Viva", de Clarice Lispector. Não funciona, ainda mais com aquele final cafona digno de novela da Globo. A versão "alternativa" desses dois mesmos episódios, que foi reunida no filme "The End of Evangelion", é um pouco melhor, já que não envereda pela malfadado delírio existencialista dos dois últimos episódios "oficiais", mas também destoa razoavelmente do restante da produção por abruptamente direcionar o desfecho da história para uma carnificina inesperada. Só é melhor que o desfecho "oficial" por não ambicionar o tom existencialista deste.