Estão presentes em Happy End todos os temas que são caros a Michael Haneke e que serviram de força motriz para diversas das suas obras anteriores: a crítica social, os eternos conflitos de famílias da burguesia, as idiossincrasias sexuais, o dilema existencial humano. No entanto, neste filme estas questões são apresentadas em tramas bem menos fascinantes e vivenciadas por personagens muito menos intrigantes, resultando em longa-metragem que carece bastante do efeito impactante que o cineasta conseguiu imprimir em seus filmes anteriores. Ainda é um bom filme, porém sem qualquer traço do tradicional incômodo residual "hanekiano" ao subir dos créditos - o que faz deste, provavelmente, o seu filme mais acessível.
Reduzir o filme ao retrato de um "stalker" ou outro termo reducionista que vi aqui usarem como sendo sua "tradução" é de um desserviço escandaloso ao cinema. "Não Amarás" é um conto delicado de ilusões desfeitas, aprendizados dolorosos e transformações necessárias, todos vivenciados por dois protagonistas imperfeitos como todos nós, inclusive os que reduziram o filme a termos superficiais. É uma obra sublime em todos os seus aspectos, seja direção, trilha, argumento, atuações. Kieslowski era um "monstro" do cinema que se cercava de colaboradores tão inspirados em suas especialidades quanto ele o era. Pequeno filme (como o próprio título já sugere) que magistralmente desperta reflexões e sentimentos profundos através de uma simplicidade acachapante. Nada do Kieslowski merece menos que 4 estrelas (e eu dou sempre cinco, pois há coisa de 30 anos atrás esse foi o que cara me mostrou o que é cinema de verdade com A Liberdade é Azul, e foi ali que tudo mudou pra mim).
Neste século todas as premiações perderam boa parte de sua credibilidade ao ceder sem pestanejar as pressões politicamente corretas de todos os grupos político-ideológicos que infestam o ocidente. Pode parecer que isso não tem nada a ver com o filme, mas só isso explica ele ter sido ovacionado de pé por 15 minutos no Festival de Cannes (segundo a Wikipedia). O filme é bom, mas não é pra ter faniquito assistindo ele. Dito isso, o longa tem uma produção enxuta, atores competentes e, para os que não tem muito conhecimento sobre a Geórgia, também ajuda a conhecer alguns elementos de sua cultura, música, dança e tradições, com o adendo de deixar explícito que se trata, ainda hoje, de um país cuja sociedade é baseada em conceitos morais já bem antiquados e ultrapassados. Num comentário mais específico:
dei meia estrela a mais por duas cenas: a linda sequência final, no qual o protagonista se entrega em uma performance visceral de dança, e um pouco antes, na belíssima e tocante cena em que o irmão mais velho, um sujeito problemático e aparentemente egoísta, mesmo depois de ter sido hostilizado (com alguma razão) pelo caçula, lhe oferece todo seu carinho, amor e suporte ao entender que ele se encontra em um momento difícil, emocionalmente fragilizado e debilitado.
Assisti na época do lançamento, nos anos 90. É um dos filmes da minha vida, sublime, perfeito, arrebatador em todos os seus componentes. Kieslowski, Juliette Binoche, Preisner, cada um nas suas funções, monstros absolutos da história do cinema. Chega a ser desrepeito dar menos de 4 estrelas pra esse filme, enquanto enchem de estrelas os intermináveis filmes de super-heróis e as produções politicamente corretas e entupidas de lacração que infestam o século XXI. A trilogia como um todo é um monumento da história dessa arte.
Concordo com muitos aqui que por diversos motivos acharam o filme fraco - é bem fraco mesmo. Só não concordo com essas mesmas pessoas dando 3 estrelas ou mais depois de dizer que o filme é fraco, que não é bom, que é uma decepção e tal. Gente, se o filme é fraco, não é 3 estrelas, é menos. Duas e meia NO MÁXIMO. Pessoal tem que parar de dar 3 estrelas quando não acha o filme bom, pois eu vejo isso direto aqui no Filmow.
Não sou fã do Nolan e o filme que mais gosto dele é o mais simples (Dunkirk), mas admiro a ousadia dele em filmes que já considerava supervalorizados (são apenas bons filmes), como Inception e Interestelar. Nesse, no entanto, ele errou a mão feio: conceito excessivamente intrincado com o único intuito de sê-lo, atuações mornas ou sofríveis (Kenneth está muito canastrão), personagens quase sem carisma. Tenet não consegue te convencer em momento algum do seu grande e pretenso conceito inovador, e Nolan encadeou a narrativa sem dar um momento sequer de respiro emocional no meio do frenesi de acontecimentos, tanto pra você elaborar e compreender o conceito apresentado (ainda que eu ache que não te convenceria mesmo assim) como para criar vínculo de empatia com os personagens - algo que ocorre de forma bastante competente em Inception e Interestelar, por exemplo. No final, a única coisa que é digna de nota é a qualidade técnica da produção, e isso é o mínimo que se espera num blockbuster. Não funciona.
Excelente sequência do primeiro longa que reimagina "Neon Genesis Evangelion". Embora a base da trama tenha sido herdada do anime original, as mudanças feitas foram inteligentes e muito bem-vindas (destaco principalmente o melhor desenvolvimento de personagens como Asuka e Rei, pois embora preservem muitos traços do conceito do anime original, as mudanças promovidas nestes personagens os tornam muito mais carismáticos), pois fazem com que o enredo e narrativa se desenvolvam de modo mais coerente e impactante, concedendo aos criadores a chance de encaminhar o desfecho dessa nova versão para algo bem mais condizente com a qualidade do restante da obra (o que infelizmente não é o caso do desfecho do anime original, seja o "oficial" ou o "alternativo"). Nem preciso gastar tempo comentando os aspectos técnicos e estilísticos: é visível o esmero dos criadores e o nível primoroso atingido nessa nova versão. É tão bom que tenho medo de ver a terceira parte e descobrir que eles pisaram na bola de novo, por isso tão de imediato não vou ver. Vou aguardar para quando estiver mais próximo da quarta parte, que supostamente é a última.
Embora esse seja o mais fiel a trama original entre os novos longas produzidos, que tem a intenção de reimaginar "Neon Genesis Evangelion"', ele também é, diga-se, um compacto do que a produção original tinha de excelência (tirando o final oficial, enfadonho e pretensioso, e o final "alternativo", subta e incompreensivelmente pessimista): enredo envolvente, narrativa empolgante, personagens carismáticos. A melhoria proposta vai muito além dos avanços técnicos aplicados, há até mesmo um aprimoramento imenso na concepção de personagens, como a Asuka, que apesar de ser apresentada em uma produção com muito menos tempo disponível, consegue ser concebida de modo mais inteligente e, por isso mesmo, mais cativante. É, sem dúvidas, uma melhoria considerável em relação ao anime original.
Já opinei sobre o anime como um todo (na página do seriado) e como os dois últimos episódios (dos quais esse filme compõe uma versão alternativa) destoam completamente do restante da obra, quase como uma produção completamente diferente. Embora esse final "alternativo" seja melhor que a conclusão oficial da trama, considero que ainda destoa razoavelmente do restante do anime e não chega a ser uma conclusão satisfatória para uma obra que até então acertou em quase tudo.
Sim, porque a abrupta mudança para uma repentina carnificina desenfreada me pareceu preguiça ou falta de recursos financeiros para elaborar algo mais afinado com o restante da obra. Só é melhor que o desfecho oficial do anime, que enveredou por um descabido e enfadonho existencialismo a la "Água Viva" de Clarice Lispector com pitadas de final cafona de novela da Globo.
O overhype imenso e as trocentas indicações ao Oscar me davam a impressão de que o filme se trataria de um caso clássico de delírio coletivo, assim como aconteceu há muitos anos com "Shakespeare Apaixonado", um filme de Sessão da Tarde que inexplicavelmente caiu nas graças de todos. Mas eu podia estar completamente enganado, claro. O musical é um gênero artificial por natureza, mas isso não quer dizer que não possa render ótimos filmes (caso de "Chicago", por exemplo, só pra citar um caso mais recente). Só que definitivamente este não é o caso. Você não precisa ler mais do que duas resenhas ou comentários sobre o filme em qualquer site pra constatar que a maioria acha este um filme excepcional. Me pergunto o que há de tão extraordinário no longa que justifique tal afirmação. Dizem que é uma bela homenagem aos clássicos de Hollywood, mas isso é o que não falta no cinema, e feito de modo mais original do que este. Dizem que é uma bela ode à Los Angeles, bem, não acho que Los Angeles seja assim tão fascinante pra isso ser usado como uma grande razão da qualidade dele, e o filme nem mesmo consegue convencer sobre isso (elevados em auto-estradas com seus engarrafamentos, e colinas com a cidade ao horizonte não são coisas excepcionais), mas em todo caso, diretores já souberam antes fazer a cidade soar bem mais interessante, bonita ou misteriosa, como em "LA Story", "Magnolia", "City of Angels" e "Mulholland Drive". Dizem que o filme é um musical com uma história "realista", e embora isso seja verdade (apenas em parte), nenhum musical teve mais sucesso nessa empreitada do que "Dancer in the Dark", do Lars Von Trier. Dizem que o filme tem uma bela trilha sonora, mas eu estaria sendo generoso se dissesse que ao menos uma canção do filme chega perto de te arrebatar e permanecer no teu consciente - e isso pra um musical é um crime inafiançável, e nem vou falar nas danças e nas coreografias, já que beiram o amador. O que sobra, então? Bem, o carisma do casal de atores que protagoniza o filme é realmente grande (não justifica Oscar pra nenhum dos dois), mas nem um pônei, montado em um unicórnio vomitando arco-íris seria tão cativante pra fazer de um filme bobo o acontecimento que tantos andam proclamando que este filme é. No fim das contas, minha impressão estava certa. Como "Shakespeare in Love", "La La Land" é um filme de Sessão da Tarde que você termina de assistir, acha uma gracinha, uma fofurinha, mas tão logo desliga a TV e toma o seu café, você já esqueceu dele. E, vamos combinar, pra justificar essa comoção toda com esse longa, ele teria que ser muito, mas muuuuuito mais que isso. Cá entre nós: não é pra tanto. Regular, apenas. P.S. - até vi algumas pessoas dizendo aqui que o filme não é isso tudo, que não é bom, que só salva o casal de protagonistas, mas a pessoa diz isso depois de ter tacado QUATRO estrelas pra esse filme. Pessoal, não se dá quatro estrelas pra um filme que você não acha grande coisa. Nem um bom filme deveria ganhar quatro. Não faz sentido algum.
Obviamente que já não se deve esperar coisa muito boa, mas o trailer surpreendeu, já que parece que vai sair MUITO pior do que se poderia imaginar ser possível. Michael Bay deu "curtir".
A título de curiosidade: aparentemente, Insterestelar tem nível de inverossimilhança científica que faz jus ao seu nome -> "Interstellar Science: What Would Really Happen if your planet orbited a Black Hole" http://www.slate.com/articles/health_and_science/space_20/2014/11/interstellar_science_review_the_movie_s_black_holes_wormholes_relativity.html
De graça, na TV, até dá pra ver. Impressionante como o plot pode ser resumido em não mais do que duas linhas. Não acontece NADA, rigorosamente NADA no filme. E, de modo geral, os diálogos são absolutamente insossos e os personagens monótonos e desinteressantes.
Pelo trailer, achei o visual um tanto cafona. E, convenhamos, esse filme não deve ter nada de visionário - tem é efeitos digitais, nada além disso. Visionária é a versão do Peter Greenaway, "A Última Tempestade" - essa sim uma adaptação de Shakespeare como nenhuma outra.
Happy End
3.5 93 Assista AgoraEstão presentes em Happy End todos os temas que são caros a Michael Haneke e que serviram de força motriz para diversas das suas obras anteriores: a crítica social, os eternos conflitos de famílias da burguesia, as idiossincrasias sexuais, o dilema existencial humano. No entanto, neste filme estas questões são apresentadas em tramas bem menos fascinantes e vivenciadas por personagens muito menos intrigantes, resultando em longa-metragem que carece bastante do efeito impactante que o cineasta conseguiu imprimir em seus filmes anteriores. Ainda é um bom filme, porém sem qualquer traço do tradicional incômodo residual "hanekiano" ao subir dos créditos - o que faz deste, provavelmente, o seu filme mais acessível.
Não Amarás
4.2 297 Assista AgoraReduzir o filme ao retrato de um "stalker" ou outro termo reducionista que vi aqui usarem como sendo sua "tradução" é de um desserviço escandaloso ao cinema. "Não Amarás" é um conto delicado de ilusões desfeitas, aprendizados dolorosos e transformações necessárias, todos vivenciados por dois protagonistas imperfeitos como todos nós, inclusive os que reduziram o filme a termos superficiais. É uma obra sublime em todos os seus aspectos, seja direção, trilha, argumento, atuações. Kieslowski era um "monstro" do cinema que se cercava de colaboradores tão inspirados em suas especialidades quanto ele o era. Pequeno filme (como o próprio título já sugere) que magistralmente desperta reflexões e sentimentos profundos através de uma simplicidade acachapante.
Nada do Kieslowski merece menos que 4 estrelas (e eu dou sempre cinco, pois há coisa de 30 anos atrás esse foi o que cara me mostrou o que é cinema de verdade com A Liberdade é Azul, e foi ali que tudo mudou pra mim).
E Então Nós Dançamos
4.0 85 Assista AgoraNeste século todas as premiações perderam boa parte de sua credibilidade ao ceder sem pestanejar as pressões politicamente corretas de todos os grupos político-ideológicos que infestam o ocidente. Pode parecer que isso não tem nada a ver com o filme, mas só isso explica ele ter sido ovacionado de pé por 15 minutos no Festival de Cannes (segundo a Wikipedia). O filme é bom, mas não é pra ter faniquito assistindo ele.
Dito isso, o longa tem uma produção enxuta, atores competentes e, para os que não tem muito conhecimento sobre a Geórgia, também ajuda a conhecer alguns elementos de sua cultura, música, dança e tradições, com o adendo de deixar explícito que se trata, ainda hoje, de um país cuja sociedade é baseada em conceitos morais já bem antiquados e ultrapassados.
Num comentário mais específico:
dei meia estrela a mais por duas cenas: a linda sequência final, no qual o protagonista se entrega em uma performance visceral de dança, e um pouco antes, na belíssima e tocante cena em que o irmão mais velho, um sujeito problemático e aparentemente egoísta, mesmo depois de ter sido hostilizado (com alguma razão) pelo caçula, lhe oferece todo seu carinho, amor e suporte ao entender que ele se encontra em um momento difícil, emocionalmente fragilizado e debilitado.
A Liberdade é Azul
4.1 650 Assista AgoraAssisti na época do lançamento, nos anos 90. É um dos filmes da minha vida, sublime, perfeito, arrebatador em todos os seus componentes. Kieslowski, Juliette Binoche, Preisner, cada um nas suas funções, monstros absolutos da história do cinema. Chega a ser desrepeito dar menos de 4 estrelas pra esse filme, enquanto enchem de estrelas os intermináveis filmes de super-heróis e as produções politicamente corretas e entupidas de lacração que infestam o século XXI. A trilogia como um todo é um monumento da história dessa arte.
007: Sem Tempo para Morrer
3.6 564 Assista AgoraConcordo com muitos aqui que por diversos motivos acharam o filme fraco - é bem fraco mesmo. Só não concordo com essas mesmas pessoas dando 3 estrelas ou mais depois de dizer que o filme é fraco, que não é bom, que é uma decepção e tal. Gente, se o filme é fraco, não é 3 estrelas, é menos. Duas e meia NO MÁXIMO. Pessoal tem que parar de dar 3 estrelas quando não acha o filme bom, pois eu vejo isso direto aqui no Filmow.
Titã
2.3 268 Assista AgoraBisonho esse filme. Jesus amado, esse entrou na fila pra ser ruim, mas ficou trancado na porta giratória e ficou centenas de vezes pior.
Tenet
3.4 1,3K Assista AgoraNão sou fã do Nolan e o filme que mais gosto dele é o mais simples (Dunkirk), mas admiro a ousadia dele em filmes que já considerava supervalorizados (são apenas bons filmes), como Inception e Interestelar. Nesse, no entanto, ele errou a mão feio: conceito excessivamente intrincado com o único intuito de sê-lo, atuações mornas ou sofríveis (Kenneth está muito canastrão), personagens quase sem carisma. Tenet não consegue te convencer em momento algum do seu grande e pretenso conceito inovador, e Nolan encadeou a narrativa sem dar um momento sequer de respiro emocional no meio do frenesi de acontecimentos, tanto pra você elaborar e compreender o conceito apresentado (ainda que eu ache que não te convenceria mesmo assim) como para criar vínculo de empatia com os personagens - algo que ocorre de forma bastante competente em Inception e Interestelar, por exemplo. No final, a única coisa que é digna de nota é a qualidade técnica da produção, e isso é o mínimo que se espera num blockbuster.
Não funciona.
Inverno de Sangue em Veneza
3.7 208Obra-prima. Desnecessário comentar qualquer outra coisa.
Evangelion 2.22: Você (Não) Pode Avançar
4.3 95 Assista AgoraExcelente sequência do primeiro longa que reimagina "Neon Genesis Evangelion". Embora a base da trama tenha sido herdada do anime original, as mudanças feitas foram inteligentes e muito bem-vindas (destaco principalmente o melhor desenvolvimento de personagens como Asuka e Rei, pois embora preservem muitos traços do conceito do anime original, as mudanças promovidas nestes personagens os tornam muito mais carismáticos), pois fazem com que o enredo e narrativa se desenvolvam de modo mais coerente e impactante, concedendo aos criadores a chance de encaminhar o desfecho dessa nova versão para algo bem mais condizente com a qualidade do restante da obra (o que infelizmente não é o caso do desfecho do anime original, seja o "oficial" ou o "alternativo"). Nem preciso gastar tempo comentando os aspectos técnicos e estilísticos: é visível o esmero dos criadores e o nível primoroso atingido nessa nova versão.
É tão bom que tenho medo de ver a terceira parte e descobrir que eles pisaram na bola de novo, por isso tão de imediato não vou ver. Vou aguardar para quando estiver mais próximo da quarta parte, que supostamente é a última.
Evangelion: 1.11 Você (Não) Está Sozinho
4.2 106 Assista AgoraEmbora esse seja o mais fiel a trama original entre os novos longas produzidos, que tem a intenção de reimaginar "Neon Genesis Evangelion"', ele também é, diga-se, um compacto do que a produção original tinha de excelência (tirando o final oficial, enfadonho e pretensioso, e o final "alternativo", subta e incompreensivelmente pessimista): enredo envolvente, narrativa empolgante, personagens carismáticos. A melhoria proposta vai muito além dos avanços técnicos aplicados, há até mesmo um aprimoramento imenso na concepção de personagens, como a Asuka, que apesar de ser apresentada em uma produção com muito menos tempo disponível, consegue ser concebida de modo mais inteligente e, por isso mesmo, mais cativante. É, sem dúvidas, uma melhoria considerável em relação ao anime original.
Neon Genesis Evangelion: O Fim do Evangelho
4.3 253 Assista AgoraJá opinei sobre o anime como um todo (na página do seriado) e como os dois últimos episódios (dos quais esse filme compõe uma versão alternativa) destoam completamente do restante da obra, quase como uma produção completamente diferente. Embora esse final "alternativo" seja melhor que a conclusão oficial da trama, considero que ainda destoa razoavelmente do restante do anime e não chega a ser uma conclusão satisfatória para uma obra que até então acertou em quase tudo.
Sim, porque a abrupta mudança para uma repentina carnificina desenfreada me pareceu preguiça ou falta de recursos financeiros para elaborar algo mais afinado com o restante da obra. Só é melhor que o desfecho oficial do anime, que enveredou por um descabido e enfadonho existencialismo a la "Água Viva" de Clarice Lispector com pitadas de final cafona de novela da Globo.
Ilha dos Cachorros
4.2 655 Assista AgoraImaginem esse filme dublado.
Tá, desculpem, não quis assustar vocês.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraO overhype imenso e as trocentas indicações ao Oscar me davam a impressão de que o filme se trataria de um caso clássico de delírio coletivo, assim como aconteceu há muitos anos com "Shakespeare Apaixonado", um filme de Sessão da Tarde que inexplicavelmente caiu nas graças de todos. Mas eu podia estar completamente enganado, claro.
O musical é um gênero artificial por natureza, mas isso não quer dizer que não possa render ótimos filmes (caso de "Chicago", por exemplo, só pra citar um caso mais recente). Só que definitivamente este não é o caso. Você não precisa ler mais do que duas resenhas ou comentários sobre o filme em qualquer site pra constatar que a maioria acha este um filme excepcional. Me pergunto o que há de tão extraordinário no longa que justifique tal afirmação. Dizem que é uma bela homenagem aos clássicos de Hollywood, mas isso é o que não falta no cinema, e feito de modo mais original do que este. Dizem que é uma bela ode à Los Angeles, bem, não acho que Los Angeles seja assim tão fascinante pra isso ser usado como uma grande razão da qualidade dele, e o filme nem mesmo consegue convencer sobre isso (elevados em auto-estradas com seus engarrafamentos, e colinas com a cidade ao horizonte não são coisas excepcionais), mas em todo caso, diretores já souberam antes fazer a cidade soar bem mais interessante, bonita ou misteriosa, como em "LA Story", "Magnolia", "City of Angels" e "Mulholland Drive". Dizem que o filme é um musical com uma história "realista", e embora isso seja verdade (apenas em parte), nenhum musical teve mais sucesso nessa empreitada do que "Dancer in the Dark", do Lars Von Trier. Dizem que o filme tem uma bela trilha sonora, mas eu estaria sendo generoso se dissesse que ao menos uma canção do filme chega perto de te arrebatar e permanecer no teu consciente - e isso pra um musical é um crime inafiançável, e nem vou falar nas danças e nas coreografias, já que beiram o amador. O que sobra, então? Bem, o carisma do casal de atores que protagoniza o filme é realmente grande (não justifica Oscar pra nenhum dos dois), mas nem um pônei, montado em um unicórnio vomitando arco-íris seria tão cativante pra fazer de um filme bobo o acontecimento que tantos andam proclamando que este filme é. No fim das contas, minha impressão estava certa. Como "Shakespeare in Love", "La La Land" é um filme de Sessão da Tarde que você termina de assistir, acha uma gracinha, uma fofurinha, mas tão logo desliga a TV e toma o seu café, você já esqueceu dele. E, vamos combinar, pra justificar essa comoção toda com esse longa, ele teria que ser muito, mas muuuuuito mais que isso. Cá entre nós: não é pra tanto. Regular, apenas.
P.S. - até vi algumas pessoas dizendo aqui que o filme não é isso tudo, que não é bom, que só salva o casal de protagonistas, mas a pessoa diz isso depois de ter tacado QUATRO estrelas pra esse filme. Pessoal, não se dá quatro estrelas pra um filme que você não acha grande coisa. Nem um bom filme deveria ganhar quatro. Não faz sentido algum.
O Exterminador do Futuro: Gênesis
3.2 1,2K Assista AgoraObviamente que já não se deve esperar coisa muito boa, mas o trailer surpreendeu, já que parece que vai sair MUITO pior do que se poderia imaginar ser possível.
Michael Bay deu "curtir".
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraA título de curiosidade: aparentemente, Insterestelar tem nível de inverossimilhança científica que faz jus ao seu nome -> "Interstellar Science: What Would Really Happen if your planet orbited a Black Hole" http://www.slate.com/articles/health_and_science/space_20/2014/11/interstellar_science_review_the_movie_s_black_holes_wormholes_relativity.html
A Saga Crepúsculo: Lua Nova
2.6 2,6K Assista AgoraDe graça, na TV, até dá pra ver.
Impressionante como o plot pode ser resumido em não mais do que duas linhas. Não acontece NADA, rigorosamente NADA no filme. E, de modo geral, os diálogos são absolutamente insossos e os personagens monótonos e desinteressantes.
Os Cavaleiros do Apocalipse
3.0 327 Assista AgoraFraco e clichê. A velha premissa do trauma/revolta na infância.
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraÉ poesia visual, sem dúvidas. Mas poesia, como qualquer outra coisa que existe, também pode ser ruim.
A Última Tempestade
3.9 19 Assista AgoraExperimental ou não, o filme pode ser avaliado. E este não apenas pode como deve - é uma obra-prima.
A Tempestade
2.7 155Pelo trailer, achei o visual um tanto cafona. E, convenhamos, esse filme não deve ter nada de visionário - tem é efeitos digitais, nada além disso. Visionária é a versão do Peter Greenaway, "A Última Tempestade" - essa sim uma adaptação de Shakespeare como nenhuma outra.
Horror em Amityville
3.2 816 Assista AgoraPra começar, é um remake, e dos ruins, o que é a regra, normalmente. Vale a pena? Só pra ver o Ryan Reynolds no auge da beleza.