Últimas opiniões enviadas
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É a partir da fantasia que criamos a realidade. Para sobreviver, a criança constrói ilusões necessárias, que são desconstruídas aos poucos pela vida. Crescer dói. "Onde Vivem os Monstros" aborda de forma poética essa "saga" vivida por todos nós. O filme se destaca pela bela fotografia. Vale muito a pena assistir.
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Um dos filmes mais lindos que eu já vi. Fotografia perfeita. Destaque para a atuação de Jessica Chastain (que é a encarnação da Graça).
Embora o filme não tenha um enredo tradicional, ele tem um "fio" que liga as diferentes partes: a dicotomia entre a natureza e a graça, tema importante na filosofia.
Das cenas da evolução somos levados até um um primeiro ato de graça, quando um dinossauro decide - por misericórdia - deixar outro sobreviver. A partir desta metáfora, o diretor nos conduz até o convívio de uma família (um protótipo de todas as famílias). Assim, como o início do filme mostra o crescimento da vida na terra, o ambiente familiar mostra o crescimento de três filhos. Neste contexto, entra em destaque a dicotomia natureza/lei X graça/misericórdia na educação das crianças e as suas consequências.
O filme nos leva a pensar sobre a complexidade da palavra vida: desde o ser unicelular até a riqueza da vida cultural humana. Isso tudo está abarcado no sentido da palavra "vida" e aparece interligado na obra de Malick. Assim, o filme propõe mais reflexões do que respostas. Vale a pena para todos os que estão dispostos a pensar nos caminhos daquilo que chamamos "vida".
Últimos recados
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Pedro Brasa
Por quê cê não gostou do filme Elena (2012)?
O título original do filme é "Código desconhecido: relato incompleto de diversas viagens". Assim, Haneke já deixa claro: trata-se de um relato incompleto. O excerto de um problema que não se resolve no filme.
A história gira em torno de três grupos: franceses, romenos e africanos. Embora Haneke sinalize a questão da xefonobia, esta não parece ser a principal questão desta obra. O filme levanta um problema mais amplo: os diferentes códigos culturais e linguísticos que convivem, que se tocam e que se (des)encontram. Neste contexto, o enredo destaca a questão da (in)comunicabilidade e o nosso pré-conceito diante do outro.
Quanto à estrutura, Haneke faz uso de uma linguagem mais experimental, editando bruscamente as cenas, concatenando diversas histórias paralelas, criando uma constante sensação de incompletude. Filme excelente.