Nunca pensei que uma apresentação de comédia terminaria me deixando com arrepios e um nó na garganta, mas isto me pegou desprevenido. Hannah Gadsby conseguiu subverter todas as minhas expectativas e me surpreender da forma mais espetacular possível.
Por não estar muito atento ao mundo da comédia, eu não conhecia a artista. Mas acho muito importante e necessário dar voz a comediantes "marginalizados" — mulheres, pessoas não-brancas, LGBT+... —, e é justamente o tipo de humor que eu procuro. Um retrato verdadeiro, ácido e bem-humorado de como é viver e sobreviver na sociedade quando a sociedade não lhe quer nela. Esse foi um dos motivos para que eu desse uma chance a esse especial.
Contudo, 'Nanette' não me entregou humor, porque não é um show de humor. Apesar de ter várias alfinetadas hilárias que merecem as ovações que receberam, ele se trata sobre contar uma história. Retratar a realidade.
Não apenas a realidade de Hannah, mas a realidade de cada pessoa que não se encaixa no padrão, cada pessoa que precisou crescer acreditando que sua existência era um erro, cada pessoa que foi desumanizada e submetida por uma sociedade que não consegue enxergar as semelhanças além das diferenças. É onde esta obra encontra sua força.
É notável a qualidade do roteiro deste show. Hannah vai aos poucos construindo uma história engraçada e leve sobre seu lugar na sociedade, até subitamente chegar a um clímax de ouriçar qualquer um que sabe o que ela passou, que entende ao menos um pouco do que ela está falando. Ela mescla os tópicos mais improváveis de forma que chega a ser poética, para contar uma história sentida, autêntica e revoltante.
Acho que é impossível terminar de assistir sem compartilhar da raiva que a artista tem dentro de si. Ela grita, luta e esbraveja, porque tem muitos motivos e porque a história prova que só assim ela poderia ser ouvida. Porém, o mais marcante de tudo não é sua raiva — é a sua esperança.
Ela grita, porque tem esperança de que a escutem. Ela luta, pois acredita que pode conquistar algo melhor para si e para outras pessoas iguais a ela se seguir em frente. Ela esbraveja, porque espera um momento em que ela não precisa mais fazer isso.
Ela conta a sua história para que outras pessoas não precisem mais se sentir sozinhas, inadequadas ou repulsivas como ela se sentiu. Para que ela não precise mais se sentir assim. É onde esta mulher incrível encontra sua força.
Afinal, "não há nada mais forte que uma mulher destruída que se reconstruiu". Sensacional.
Não tenho o costume de assistir comédia stand-up, mas esse me chamou atenção desde que o vi no catálogo. Por algum motivo, eu demorei bastante pra assisti-lo, mas devo dizer que essa foi a melhor recepção ao mundo de apresentações stand-up que eu poderia querer.
A Ali é bastante expansiva e expressiva e é hilária do início ao fim, sem medo de satirizar temas polêmicos e subverter algumas coisas sobre eles. Entre esses temas, ela consegue abordar de um jeito convincente e divertidíssimo o seu casamento e sua vida de casada, a vida sexual e como ela se relaciona com a gravidez e a maternidade batendo à porta. Existem momentos em que você para e pensa "olha...", mas ela acaba finalizando cada piada de uma maneira que contraria suas expectativas e dá um novo sentido à forma como ela começou.
Você enxerga logo de cara que ela é uma humorista genial, e é muito bacana também por ela ser uma comediante feminina, grávida e não-branca tendo um merecido destaque. Recomendo demais, tanto pra quem está se ainda é novo à comédia stand-up como para os que já estão acostumados a assistir coisas do gênero. É uma hora incrivelmente divertida e bem gasta.
Eu já estava pretendendo assistir a esse filme há um bom tempo, mas nunca tive a disposição de tirar algumas horas para fazê-lo. Porém, ao ver toda a ansiedade e os elogios rodeando a sequência, decidi tomar logo uma atitude pra poder acompanhar a história que tanto me chamou a atenção e não levar nenhum spoiler.
Não cheguei a assistir à peça que deu origem ao filme, mas dá pra ver que tudo se traduziu lindamente dos palcos para o cinema. As músicas se encaixam perfeitamente na história, e você até esquece por um momento que o musical veio muito tempo do ABBA surgir. O filme não inova em tecnicidades, mas isso não é nem de longe um problema, pois a atmosfera "batida" de comédia romântica ganha um novo ar com a trama e as músicas que conta.
Eu só consigo me perguntar "por que eu não vi esse filme antes?", agora! Uma história linda, leve e revigorante para animar o dia de qualquer um. Todas as personagens são muito divertidas em sua peculiaridade e o elenco tem uma química incrível, só gostaria de ter mais tempo para me familiarizar com essas personagens tão cativantes e saber um pouco mais sobre todos.
Um destaque especial para Donna e as Dínamos, que são o maior #squadgoals! Muito divertidas, sempre unidas e em sintonia mesmo depois de tanto tempo e lado a lado umas das outras.
Além de que a Meryl Streep é espetacular, se sobressaindo em tudo o que faz. Eu já a havia visto cantando em 'Caminhos da Floresta', mas aqui, ela solta as suas feras e o seu vozeirão numa personagem muito simpática, realista e sentida quando se trata da filha — ela e a Amanda Seyfried têm um ótimo entrosamento, aliás. Ela tem tantas preocupações ao seu redor, mas o que importa mesmo para ela é a felicidade da filha.
Uma das coisas que eu mais gostei ao assistir o filme foi como fizeram um filme de comédia romântica ser mais sobre a família do que sobre um casal. Foi uma subversão maravilhosa e uma demonstração muito bacana do relacionamento entre mãe e filha. Não vou mentir que gostaria de ver a protagonista interagindo e conhecendo um pouco mais os pais, pois tudo pareceu um pouco corrido.
Acredito que o único defeito do filme está nessa pressa em contar a história. Apesar de toda a trama seguir muito bem com seu ritmo fluido e ligeiro, o filme dá a entender que tudo se desenrola em dois dias. Quando você para pra prestar atenção aos detalhes, não fica muito crível pensar que todo aquele conflito aconteceu em tão pouco tempo.
Por falar em detalhes, tem umas coisinhas que parecem tão pequenas no filme e eu ainda acho maravilhoso terem abordado.
Em um momento do filme, Donna se diz arrependida pelas escapadas do passado e chega a se chamar de "vadia estúpida" — uma culpa que ela parece ter internalizado por causa de uma mãe conservadora —, mas no final, todos fazem as pazes com a liberdade sexual que ela tinha e ninguém a confronta sobre isso. A Donna era livre e aproveitou a juventude do jeito que a fez feliz e não há nada de errado nisso, assim como a Sophie parece não ser tão atrevida como a mãe e se guardar para o casamento, o que também não é problema nenhum! Acho que ver essa dualidade lado a lado mostra que as duas coisas não rivalizam, elas existem e ninguém deve ser julgado por esperar ou por se divertir.
Ver o elenco mais velho falar tão naturalmente de vida sexual e aproveitar a vida também é algo muito bacana de se ver e pode mostrar pras pessoas que envelhecer não quer dizer que elas precisem deixar a juventude dentro de si morrer. Seja dançando, cantando, pegando alguém ou viajando pelo mundo, tudo é válido!
Acredito que é um filme bacana pra família (talvez não muito adequado pra crianças por alguns momentos mais "safados", mas isso vai de cada um) passar o tempo, se divertir e, por que, não refletir sobre como levam a vida e se estão aproveitando a companhia um do outro? É incrível e eu certamente recomendaria que todos assistissem! ❤
Uma reflexão dolorosa, porém necessária sobre a sociedade que estamos preparando para o futuro e o que vemos como "educação". A edição, a trilha sonora e as referências culturais inseridas são muito bem colocadas e impecáveis, tudo é incrivelmente bem-feito e contribui para levantar o clima do documentário e fortalecer o argumento que prega.
É tão tocante e verdadeiro que chega a ser incômodo ouvir os depoimentos das pessoas mais afetadas por toda essa interferência ocidental. Consegui ficar maravilhado, revoltado e intrigado, é o misto de emoções e reflexões que esta obra causa. As cenas dos créditos são especialmente maravilhosas e lindas de se ver, quase que um alívio depois do soco no estômago que esse filme nos dá.
Quem se interessa pelo campo da educação, certamente precisa assistir isso. Não me arrependo nem um pouco do tempo que passei assistindo, e se fosse mais longo, arrisco dizer que eu ainda assistiria mais.
Poderia ter uma história melhor trabalhada, com um desenvolvimento melhor, mas eu não diria que foi de todo ruim. Merece uma nota melhor que muitos filmes cults e "maduros" por aí, aliás.
Alguns estereótipos e clichês são tão caras-de-pau podem até dar vergonha-alheia, mas não compromete muito a experiência. Eu achei bem cafoninha e levemente hipócrita a moral que o filme tenta ensinar, mas filme de high school tem dessas.
Só fico imaginando como seria um musical baseado nessa história, porque dá uma margem maravilhosa para uma peça musical no estilo 'Heathers' e eu até consigo imaginar as músicas e os momentos em que elas se encaixam.
Enfim, um clichê adolescente como muitos outros, bonzinho pra passar o tempo. Acho que já é de se esperar que não seja muito inovador, não chega a ser um filme muito bom, mas é bacana de assistir se você busca algo leve e tem tempo sobrando.
Não consigo imaginar como seria a experiência de assistir esse filme em um cinema, mas se encaixou perfeitamente quando assisti pela Netflix no meu computador. Foi uma proposta bastante interessante, quase imersiva.
A história poderia ser melhor desenvolvida, as motivações certamente poderiam ser melhores e os personagens poderiam ser melhor explorados, mas eu diria que é um filme bom do jeito que é. Apesar de a mesma proposta que valorizou o filme, também atrapalhar um pouco a experiência, visto que os glitches na tela e no áudio da personagem saturaram um pouco e, particularmente, me incomodaram.
Emendando com a questão dos "glitches" na imagem, isso prejudicou um pouco o impacto das cenas das mortes, que também poderiam ser melhor apresentadas. Mas a morte da Jess, apesar de parecer simplória para alguns, me chocou tanto que valeu pelo filme inteiro. Também estou com algo na garganta, mas não é uma chapinha, é um nó. *ba dum tss*
Apesar disso, conseguiu me prender em frente à tela e construiu uma boa tensão que me dominou por todo filme. Eu quase não conseguia largar o filme, de verdade. Infelizmente, o desfecho não chegou perto de ser bom — mas não decepcionou, até porque o filme não levantou grandes expectativas em sua uma hora e meia.
Resumo da ópera: foi bacana, só poderia ser melhor. Não reassistiria, contudo, também não me arrependo de ter assistido.
Pra mim, que não gostei muito do anime, o filme conseguiu ser satisfatório. Tem umas mudanças e "falhas" no roteiro que me desencorajaram, e o filme foi muito corrido ao apresentar várias coisas em pouco tempo. Mas foi um bom filme — apesar de não ser melhor que o anime, o que eu não acho difícil de fazer.
A Misa era subestimada e feita de capacho, e isso era doloroso. Ela nunca foi desenvolvida como sua própria personagem, vivia em função dos outros. O mangaká contou que criou a Misa pela falta de mulheres na história — a Misa está ali por cotas, e um personagem "cota" nunca vai ser bem-feito como um personagem espontâneo.
Por isso, gostei de ver a Mia mais participativa em vez de capacho, e os personagens acabaram mais humanos ao se desprenderem dos arquétipos do anime. Porém, não sou fã da maneira que o Light entrega a existência do Death Note à Mia logo de cara, só por ter uma quedinha por ela.
O jeito como o L foi construído é interessante, e ao mesmo tempo que traz a vibe do personagem original, dá um outro rumo ao personagem, bem mais interessante e condizente que o do anime. Apesar disso, senti falta do jogo psicológico que tornou a primeira parte do anime interessante.
O Light foi... alguma coisa. O personagem é bem diferente do original, o que é uma coisa boa e ruim ao mesmo tempo. O Light original é um vilão desinteressante e apático, enquanto esse acredita no que faz, se encaixa no conceito de anti-herói, e ganha uma reviravolta legal. Mas senti falta de mais determinação e coragem no Turner.
Apesar de tudo, acho o Turner mais crível que o original. É interessante ver um adolescente "comum" com o Death Note, em vez de um 'psicopata fodão'. A perfeição e falta de sentimento do Light prejudicou muito a experiência do anime pra mim. Ele era automático demais, e dizem que ele foi caindo na loucura quando ele já era perturbado, então não houve uma transição interessante.
Uma faceta sentimental do personagem permite um novo dilema — os fins justificam os meios? Pra ter um mundo mais justo, é válido ir contra o que você ama? A mãe morta é um clichê que até 'A Pequena Sereia' usou, mas foi utilizado para motivar o plot principal e "justificar" um pouco as ações do protagonista. Não concordamos, mas entendemos o que o levou aquilo.
O Ryuk foi interessante, mas apareceu pouco sendo que o marketing do filme se baseia nele. Também não sei o que sentir sobre ele não ser mais um espectador neutro. O filme acaba pintando-o como um vilão por um momento, mas desconstrói o fato no fim, o que não é de todo mal, mas nos deixa querendo mais (por que não confiar no Ryuk, se o máximo que ele faz é te dar uma canetinha de graça?).
De início, estranhei as mudanças nas regras e no sentido do Death Note em si, mas entendo que foi uma jogada de roteiro para que tudo fizesse sentido — como as regras originais.
Enfim, foi espetacular? Não, achei um pouco meh — mas veria de novo com o mozão, provavelmente (só falta achar o mozão).
Me atrevo a dizer que é o melhor trabalho de Tim Burton. A animação é bastante fluida e satisfatória, e as músicas passam emoção a ponto de fazer o espectador gargalhar ou desidratar de chorar, com destaque pra maravilhosa "Ele ainda te conhece tão mal".
Diferente do trabalho mediano em "O Estranho Mundo de Jack", esse filme de Burton desenvolve os personagens de maneira maravilhosa, mostrando bem quem é quem e seu papel na trama. É muito fácil simpatizar e se colocar no lugar da personagem que dá nome ao filme, e essa imersão é maravilhosa.
Só acho que poderiam desenvolver mais a Victoria, mas entendo as limitações de tempo e roteiro. Um filme com um exemplo maravilhoso de empatia e sororidade na era Vitoriana, além de ter um destaque merecido no cenário stop-motion da atualidade.
O trabalho gráfico e as músicas são impecáveis, mas não senti a história indo para lugar algum. As coisas acontecem sem coesão, sem desenvolvimento de personagens e sem mensagem nenhuma. Todos terminam o filme do mesmo jeito que começaram.
Dito isso, o filme é cansativo e mais longo do que deveria, e não aproveita as figuras bizarras e interessantíssimas da cidade do Halloween que poderiam ser mais exploradas e desenvolvidas. Para quem já cansou de ouvir como esse filme é bom, foi decepcionante ter uma história tão parada e sem rumo.
Conhecendo os quadrinhos, é difícil evitar comparações.
Vai ser difícil dizer isso, mas não é mais difícil do que foi digerir este filme: Scott Pilgrim só funciona nas HQs. O filme falhou em todos os pontos que os quadrinhos acertam — no desenvolvimento da história e personagens, e principalmente na representatividade que as HQs trazem.
Um filme pode parecer óbvio pra uma história carregada de nerdice e cultura pop, mas isso torna a adaptação mais difícil. É um trabalho desafiador encaixar os personagens na história, a história nos personagens, a música no enredo e ainda a natureza nerd e 'jogo 8bits'. A obra impressa de Bryan Lee O'Malley conecta cuidadosamente esses pontos em uma história maravilhosa, mas o filme escorrega feio.
Por fim, as personagens femininas e os LGBTs. No filme, são apenas escadas pro Scott subir de nível e fazer a história andar, chegando ao ponto deplorável de Scott vencer a ex-namorada da Ramona ("uma fase", ela diz) com uma dedada mágica.
A própria Ramona cinematográfica é apenas uma 'manic-pixie-dream girl' idealizada, um estereótipo ambulante, enquanto os quadrinhos lutam para desconstruir esse estereótipo e desenvolvê-la como uma personagem tridimensional e dona de si mesma.
Nos quadrinhos, os personagens são suas próprias pessoas e não apenas elementos narrativos — sem "fases" ou lutas vencidas por uma dedada. Os fãs conservadores do filme se espantariam com o tanto de representatividade LGBT e feminista que tem nas HQs.
O maior exemplo de uma boa animação de comédia, com animação impecável e uma dublagem perfeita de dar inveja em qualquer gringo. Os personagens são muito divertidos e fáceis de simpatizar, principalmente a dupla de vilões, e até mesmo o protagonista arrogante. As piadas não são apelativas e podem agradar todas as idades.
É bastante interessante ver que, mesmo sendo uma comédia, o roteiro se importa em passar uma mensagem de humildade e mudança através do Kuzco, ao colocá-lo em situações loucas e muito diferentes ao que ele está acostumado. Mas, afinal, é um filme da Disney — sempre tem uma moral, e isso é algo maravilhoso.
Posso assistir quantas vezes for, e sempre vai me render risadas. Um ótimo trabalho dos estúdios Disney.
Contrariando o título, o filme é bem morno. *ba dum tss* Claro, ganha muitos pontos merecidos pela animação espetacular, personagens carismáticos, uma mensagem linda e revolucionária, e as músicas maravilhosas que colam na cabeça.
As protagonistas são maravilhosas e quebram com sucesso os estereótipos de princesa perfeita, mas sinto falta de tensão na história. Não acho a relação das duas tão realista quanto Lilo e Nani, por exemplo. De certo, são contextos diferentes, mas seria ótimo mostrar que ter uma irmã não é sempre sobre jogos e diversão.
Quando o filme estava em desenvolvimento, a Elsa seria uma anti-heroína um tanto revoltada, e teria um confronto cantado com a Anna onde as duas enumeravam o que as agradava e o que as incomodava na fraternidade das duas.
Essa simples música poderia ter mudado a impressão que tenho do filme, poderia dar mais profundidade às personagens e ao relacionamento das duas enquanto família. Ser um filme Disney não o impede de explorar um enredo mais sério, algo que eu realmente gostaria de ver.
Foi apenas um filme que ousou — não foi um filme ousado. Perdão pela sinceridade, mas quando você conhece o material deletado do filme, é inevitável imaginar como as coisas poderiam ser se a equipe criativa decidisse ir mais além.
O filme vale mais pelas citações engraçadinhas e a excentricidade da família. Um elenco impecável, com destaque para Anjelica Huston e Raul Julia representando o casal mais apaixonado e relationship goals da ficção, e Christina Ricci que acerta em cheio na apatia sádica da Wandinha sem deixá-la chata de assistir nem desgostável.
Os diálogos são os pontos altos do filme, e os personagens são mostrados da maneira mais mórbida e engraçada possível. As coisas do filme que diferem da série apenas o valorizam mais como sua própria obra, apesar de o fator nostalgia também influenciar bastante.
Agora, se tratando da história, eu achei bem fraca e mal-desenvolvida. O roteiro não empolga, não tem profundidade e parece apenas um episódio da série que se estendeu demais. Como falei, o ponto alto são os diálogos e as atuações, e o filme não seria muito digerível sem essas duas qualidades.
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Hannah Gadsby: Nanette
4.7 207 Assista AgoraNunca pensei que uma apresentação de comédia terminaria me deixando com arrepios e um nó na garganta, mas isto me pegou desprevenido. Hannah Gadsby conseguiu subverter todas as minhas expectativas e me surpreender da forma mais espetacular possível.
Por não estar muito atento ao mundo da comédia, eu não conhecia a artista. Mas acho muito importante e necessário dar voz a comediantes "marginalizados" — mulheres, pessoas não-brancas, LGBT+... —, e é justamente o tipo de humor que eu procuro. Um retrato verdadeiro, ácido e bem-humorado de como é viver e sobreviver na sociedade quando a sociedade não lhe quer nela. Esse foi um dos motivos para que eu desse uma chance a esse especial.
Contudo, 'Nanette' não me entregou humor, porque não é um show de humor. Apesar de ter várias alfinetadas hilárias que merecem as ovações que receberam, ele se trata sobre contar uma história. Retratar a realidade.
Não apenas a realidade de Hannah, mas a realidade de cada pessoa que não se encaixa no padrão, cada pessoa que precisou crescer acreditando que sua existência era um erro, cada pessoa que foi desumanizada e submetida por uma sociedade que não consegue enxergar as semelhanças além das diferenças. É onde esta obra encontra sua força.
É notável a qualidade do roteiro deste show. Hannah vai aos poucos construindo uma história engraçada e leve sobre seu lugar na sociedade, até subitamente chegar a um clímax de ouriçar qualquer um que sabe o que ela passou, que entende ao menos um pouco do que ela está falando. Ela mescla os tópicos mais improváveis de forma que chega a ser poética, para contar uma história sentida, autêntica e revoltante.
Acho que é impossível terminar de assistir sem compartilhar da raiva que a artista tem dentro de si. Ela grita, luta e esbraveja, porque tem muitos motivos e porque a história prova que só assim ela poderia ser ouvida. Porém, o mais marcante de tudo não é sua raiva — é a sua esperança.
Ela grita, porque tem esperança de que a escutem. Ela luta, pois acredita que pode conquistar algo melhor para si e para outras pessoas iguais a ela se seguir em frente. Ela esbraveja, porque espera um momento em que ela não precisa mais fazer isso.
Ela conta a sua história para que outras pessoas não precisem mais se sentir sozinhas, inadequadas ou repulsivas como ela se sentiu. Para que ela não precise mais se sentir assim. É onde esta mulher incrível encontra sua força.
Afinal, "não há nada mais forte que uma mulher destruída que se reconstruiu". Sensacional.
Ali Wong: Baby Cobra
3.6 24 Assista AgoraNão tenho o costume de assistir comédia stand-up, mas esse me chamou atenção desde que o vi no catálogo. Por algum motivo, eu demorei bastante pra assisti-lo, mas devo dizer que essa foi a melhor recepção ao mundo de apresentações stand-up que eu poderia querer.
A Ali é bastante expansiva e expressiva e é hilária do início ao fim, sem medo de satirizar temas polêmicos e subverter algumas coisas sobre eles. Entre esses temas, ela consegue abordar de um jeito convincente e divertidíssimo o seu casamento e sua vida de casada, a vida sexual e como ela se relaciona com a gravidez e a maternidade batendo à porta. Existem momentos em que você para e pensa "olha...", mas ela acaba finalizando cada piada de uma maneira que contraria suas expectativas e dá um novo sentido à forma como ela começou.
Você enxerga logo de cara que ela é uma humorista genial, e é muito bacana também por ela ser uma comediante feminina, grávida e não-branca tendo um merecido destaque. Recomendo demais, tanto pra quem está se ainda é novo à comédia stand-up como para os que já estão acostumados a assistir coisas do gênero. É uma hora incrivelmente divertida e bem gasta.
Mamma Mia! O Filme
3.6 1,8K Assista AgoraEu já estava pretendendo assistir a esse filme há um bom tempo, mas nunca tive a disposição de tirar algumas horas para fazê-lo. Porém, ao ver toda a ansiedade e os elogios rodeando a sequência, decidi tomar logo uma atitude pra poder acompanhar a história que tanto me chamou a atenção e não levar nenhum spoiler.
Não cheguei a assistir à peça que deu origem ao filme, mas dá pra ver que tudo se traduziu lindamente dos palcos para o cinema. As músicas se encaixam perfeitamente na história, e você até esquece por um momento que o musical veio muito tempo do ABBA surgir. O filme não inova em tecnicidades, mas isso não é nem de longe um problema, pois a atmosfera "batida" de comédia romântica ganha um novo ar com a trama e as músicas que conta.
Eu só consigo me perguntar "por que eu não vi esse filme antes?", agora! Uma história linda, leve e revigorante para animar o dia de qualquer um. Todas as personagens são muito divertidas em sua peculiaridade e o elenco tem uma química incrível, só gostaria de ter mais tempo para me familiarizar com essas personagens tão cativantes e saber um pouco mais sobre todos.
Um destaque especial para Donna e as Dínamos, que são o maior #squadgoals! Muito divertidas, sempre unidas e em sintonia mesmo depois de tanto tempo e lado a lado umas das outras.
Além de que a Meryl Streep é espetacular, se sobressaindo em tudo o que faz. Eu já a havia visto cantando em 'Caminhos da Floresta', mas aqui, ela solta as suas feras e o seu vozeirão numa personagem muito simpática, realista e sentida quando se trata da filha — ela e a Amanda Seyfried têm um ótimo entrosamento, aliás. Ela tem tantas preocupações ao seu redor, mas o que importa mesmo para ela é a felicidade da filha.
Uma das coisas que eu mais gostei ao assistir o filme foi como fizeram um filme de comédia romântica ser mais sobre a família do que sobre um casal. Foi uma subversão maravilhosa e uma demonstração muito bacana do relacionamento entre mãe e filha. Não vou mentir que gostaria de ver a protagonista interagindo e conhecendo um pouco mais os pais, pois tudo pareceu um pouco corrido.
Acredito que o único defeito do filme está nessa pressa em contar a história. Apesar de toda a trama seguir muito bem com seu ritmo fluido e ligeiro, o filme dá a entender que tudo se desenrola em dois dias. Quando você para pra prestar atenção aos detalhes, não fica muito crível pensar que todo aquele conflito aconteceu em tão pouco tempo.
Por falar em detalhes, tem umas coisinhas que parecem tão pequenas no filme e eu ainda acho maravilhoso terem abordado.
Em um momento do filme, Donna se diz arrependida pelas escapadas do passado e chega a se chamar de "vadia estúpida" — uma culpa que ela parece ter internalizado por causa de uma mãe conservadora —, mas no final, todos fazem as pazes com a liberdade sexual que ela tinha e ninguém a confronta sobre isso. A Donna era livre e aproveitou a juventude do jeito que a fez feliz e não há nada de errado nisso, assim como a Sophie parece não ser tão atrevida como a mãe e se guardar para o casamento, o que também não é problema nenhum! Acho que ver essa dualidade lado a lado mostra que as duas coisas não rivalizam, elas existem e ninguém deve ser julgado por esperar ou por se divertir.
Ver o elenco mais velho falar tão naturalmente de vida sexual e aproveitar a vida também é algo muito bacana de se ver e pode mostrar pras pessoas que envelhecer não quer dizer que elas precisem deixar a juventude dentro de si morrer. Seja dançando, cantando, pegando alguém ou viajando pelo mundo, tudo é válido!
Acredito que é um filme bacana pra família (talvez não muito adequado pra crianças por alguns momentos mais "safados", mas isso vai de cada um) passar o tempo, se divertir e, por que, não refletir sobre como levam a vida e se estão aproveitando a companhia um do outro? É incrível e eu certamente recomendaria que todos assistissem! ❤
Quando Duas Mulheres Pecam
4.4 1,1K Assista AgoraLindíssimo, não entendi nada! ❤ Cinco estrelas merecidas, só não sei o porquê.
Escolarizando o Mundo
4.5 36Uma reflexão dolorosa, porém necessária sobre a sociedade que estamos preparando para o futuro e o que vemos como "educação". A edição, a trilha sonora e as referências culturais inseridas são muito bem colocadas e impecáveis, tudo é incrivelmente bem-feito e contribui para levantar o clima do documentário e fortalecer o argumento que prega.
É tão tocante e verdadeiro que chega a ser incômodo ouvir os depoimentos das pessoas mais afetadas por toda essa interferência ocidental. Consegui ficar maravilhado, revoltado e intrigado, é o misto de emoções e reflexões que esta obra causa. As cenas dos créditos são especialmente maravilhosas e lindas de se ver, quase que um alívio depois do soco no estômago que esse filme nos dá.
Quem se interessa pelo campo da educação, certamente precisa assistir isso. Não me arrependo nem um pouco do tempo que passei assistindo, e se fosse mais longo, arrisco dizer que eu ainda assistiria mais.
O Negócio é Fofoca
2.1 33Poderia ter uma história melhor trabalhada, com um desenvolvimento melhor, mas eu não diria que foi de todo ruim. Merece uma nota melhor que muitos filmes cults e "maduros" por aí, aliás.
Alguns estereótipos e clichês são tão caras-de-pau podem até dar vergonha-alheia, mas não compromete muito a experiência. Eu achei bem cafoninha e levemente hipócrita a moral que o filme tenta ensinar, mas filme de high school tem dessas.
Só fico imaginando como seria um musical baseado nessa história, porque dá uma margem maravilhosa para uma peça musical no estilo 'Heathers' e eu até consigo imaginar as músicas e os momentos em que elas se encaixam.
Enfim, um clichê adolescente como muitos outros, bonzinho pra passar o tempo. Acho que já é de se esperar que não seja muito inovador, não chega a ser um filme muito bom, mas é bacana de assistir se você busca algo leve e tem tempo sobrando.
Amizade Desfeita
2.8 1,1K Assista AgoraNão consigo imaginar como seria a experiência de assistir esse filme em um cinema, mas se encaixou perfeitamente quando assisti pela Netflix no meu computador. Foi uma proposta bastante interessante, quase imersiva.
A história poderia ser melhor desenvolvida, as motivações certamente poderiam ser melhores e os personagens poderiam ser melhor explorados, mas eu diria que é um filme bom do jeito que é. Apesar de a mesma proposta que valorizou o filme, também atrapalhar um pouco a experiência, visto que os glitches na tela e no áudio da personagem saturaram um pouco e, particularmente, me incomodaram.
Emendando com a questão dos "glitches" na imagem, isso prejudicou um pouco o impacto das cenas das mortes, que também poderiam ser melhor apresentadas. Mas a morte da Jess, apesar de parecer simplória para alguns, me chocou tanto que valeu pelo filme inteiro. Também estou com algo na garganta, mas não é uma chapinha, é um nó. *ba dum tss*
Apesar disso, conseguiu me prender em frente à tela e construiu uma boa tensão que me dominou por todo filme. Eu quase não conseguia largar o filme, de verdade. Infelizmente, o desfecho não chegou perto de ser bom — mas não decepcionou, até porque o filme não levantou grandes expectativas em sua uma hora e meia.
Resumo da ópera: foi bacana, só poderia ser melhor. Não reassistiria, contudo, também não me arrependo de ter assistido.
Death Note
1.8 1,5K Assista AgoraPra mim, que não gostei muito do anime, o filme conseguiu ser satisfatório. Tem umas mudanças e "falhas" no roteiro que me desencorajaram, e o filme foi muito corrido ao apresentar várias coisas em pouco tempo. Mas foi um bom filme — apesar de não ser melhor que o anime, o que eu não acho difícil de fazer.
A Misa era subestimada e feita de capacho, e isso era doloroso. Ela nunca foi desenvolvida como sua própria personagem, vivia em função dos outros. O mangaká contou que criou a Misa pela falta de mulheres na história — a Misa está ali por cotas, e um personagem "cota" nunca vai ser bem-feito como um personagem espontâneo.
Por isso, gostei de ver a Mia mais participativa em vez de capacho, e os personagens acabaram mais humanos ao se desprenderem dos arquétipos do anime. Porém, não sou fã da maneira que o Light entrega a existência do Death Note à Mia logo de cara, só por ter uma quedinha por ela.
O jeito como o L foi construído é interessante, e ao mesmo tempo que traz a vibe do personagem original, dá um outro rumo ao personagem, bem mais interessante e condizente que o do anime. Apesar disso, senti falta do jogo psicológico que tornou a primeira parte do anime interessante.
O Light foi... alguma coisa. O personagem é bem diferente do original, o que é uma coisa boa e ruim ao mesmo tempo. O Light original é um vilão desinteressante e apático, enquanto esse acredita no que faz, se encaixa no conceito de anti-herói, e ganha uma reviravolta legal. Mas senti falta de mais determinação e coragem no Turner.
Apesar de tudo, acho o Turner mais crível que o original. É interessante ver um adolescente "comum" com o Death Note, em vez de um 'psicopata fodão'. A perfeição e falta de sentimento do Light prejudicou muito a experiência do anime pra mim. Ele era automático demais, e dizem que ele foi caindo na loucura quando ele já era perturbado, então não houve uma transição interessante.
Uma faceta sentimental do personagem permite um novo dilema — os fins justificam os meios? Pra ter um mundo mais justo, é válido ir contra o que você ama? A mãe morta é um clichê que até 'A Pequena Sereia' usou, mas foi utilizado para motivar o plot principal e "justificar" um pouco as ações do protagonista. Não concordamos, mas entendemos o que o levou aquilo.
O Ryuk foi interessante, mas apareceu pouco sendo que o marketing do filme se baseia nele. Também não sei o que sentir sobre ele não ser mais um espectador neutro. O filme acaba pintando-o como um vilão por um momento, mas desconstrói o fato no fim, o que não é de todo mal, mas nos deixa querendo mais (por que não confiar no Ryuk, se o máximo que ele faz é te dar uma canetinha de graça?).
De início, estranhei as mudanças nas regras e no sentido do Death Note em si, mas entendo que foi uma jogada de roteiro para que tudo fizesse sentido — como as regras originais.
Enfim, foi espetacular? Não, achei um pouco meh — mas veria de novo com o mozão, provavelmente (só falta achar o mozão).
A Noiva Cadáver
3.8 1,4K Assista AgoraMe atrevo a dizer que é o melhor trabalho de Tim Burton. A animação é bastante fluida e satisfatória, e as músicas passam emoção a ponto de fazer o espectador gargalhar ou desidratar de chorar, com destaque pra maravilhosa "Ele ainda te conhece tão mal".
Diferente do trabalho mediano em "O Estranho Mundo de Jack", esse filme de Burton desenvolve os personagens de maneira maravilhosa, mostrando bem quem é quem e seu papel na trama. É muito fácil simpatizar e se colocar no lugar da personagem que dá nome ao filme, e essa imersão é maravilhosa.
Só acho que poderiam desenvolver mais a Victoria, mas entendo as limitações de tempo e roteiro. Um filme com um exemplo maravilhoso de empatia e sororidade na era Vitoriana, além de ter um destaque merecido no cenário stop-motion da atualidade.
O Estranho Mundo de Jack
4.1 1,3K Assista AgoraO trabalho gráfico e as músicas são impecáveis, mas não senti a história indo para lugar algum. As coisas acontecem sem coesão, sem desenvolvimento de personagens e sem mensagem nenhuma. Todos terminam o filme do mesmo jeito que começaram.
Dito isso, o filme é cansativo e mais longo do que deveria, e não aproveita as figuras bizarras e interessantíssimas da cidade do Halloween que poderiam ser mais exploradas e desenvolvidas. Para quem já cansou de ouvir como esse filme é bom, foi decepcionante ter uma história tão parada e sem rumo.
Scott Pilgrim Contra o Mundo
3.9 3,2K Assista AgoraConhecendo os quadrinhos, é difícil evitar comparações.
Vai ser difícil dizer isso, mas não é mais difícil do que foi digerir este filme: Scott Pilgrim só funciona nas HQs. O filme falhou em todos os pontos que os quadrinhos acertam — no desenvolvimento da história e personagens, e principalmente na representatividade que as HQs trazem.
Um filme pode parecer óbvio pra uma história carregada de nerdice e cultura pop, mas isso torna a adaptação mais difícil. É um trabalho desafiador encaixar os personagens na história, a história nos personagens, a música no enredo e ainda a natureza nerd e 'jogo 8bits'. A obra impressa de Bryan Lee O'Malley conecta cuidadosamente esses pontos em uma história maravilhosa, mas o filme escorrega feio.
Por fim, as personagens femininas e os LGBTs. No filme, são apenas escadas pro Scott subir de nível e fazer a história andar, chegando ao ponto deplorável de Scott vencer a ex-namorada da Ramona ("uma fase", ela diz) com uma dedada mágica.
A própria Ramona cinematográfica é apenas uma 'manic-pixie-dream girl' idealizada, um estereótipo ambulante, enquanto os quadrinhos lutam para desconstruir esse estereótipo e desenvolvê-la como uma personagem tridimensional e dona de si mesma.
Nos quadrinhos, os personagens são suas próprias pessoas e não apenas elementos narrativos — sem "fases" ou lutas vencidas por uma dedada. Os fãs conservadores do filme se espantariam com o tanto de representatividade LGBT e feminista que tem nas HQs.
A Nova Onda do Imperador
3.7 684 Assista AgoraO maior exemplo de uma boa animação de comédia, com animação impecável e uma dublagem perfeita de dar inveja em qualquer gringo. Os personagens são muito divertidos e fáceis de simpatizar, principalmente a dupla de vilões, e até mesmo o protagonista arrogante. As piadas não são apelativas e podem agradar todas as idades.
É bastante interessante ver que, mesmo sendo uma comédia, o roteiro se importa em passar uma mensagem de humildade e mudança através do Kuzco, ao colocá-lo em situações loucas e muito diferentes ao que ele está acostumado. Mas, afinal, é um filme da Disney — sempre tem uma moral, e isso é algo maravilhoso.
Posso assistir quantas vezes for, e sempre vai me render risadas. Um ótimo trabalho dos estúdios Disney.
Frozen: Uma Aventura Congelante
3.9 3,0K Assista AgoraContrariando o título, o filme é bem morno. *ba dum tss* Claro, ganha muitos pontos merecidos pela animação espetacular, personagens carismáticos, uma mensagem linda e revolucionária, e as músicas maravilhosas que colam na cabeça.
As protagonistas são maravilhosas e quebram com sucesso os estereótipos de princesa perfeita, mas sinto falta de tensão na história. Não acho a relação das duas tão realista quanto Lilo e Nani, por exemplo. De certo, são contextos diferentes, mas seria ótimo mostrar que ter uma irmã não é sempre sobre jogos e diversão.
Quando o filme estava em desenvolvimento, a Elsa seria uma anti-heroína um tanto revoltada, e teria um confronto cantado com a Anna onde as duas enumeravam o que as agradava e o que as incomodava na fraternidade das duas.
Essa simples música poderia ter mudado a impressão que tenho do filme, poderia dar mais profundidade às personagens e ao relacionamento das duas enquanto família. Ser um filme Disney não o impede de explorar um enredo mais sério, algo que eu realmente gostaria de ver.
Foi apenas um filme que ousou — não foi um filme ousado. Perdão pela sinceridade, mas quando você conhece o material deletado do filme, é inevitável imaginar como as coisas poderiam ser se a equipe criativa decidisse ir mais além.
A Família Addams
3.6 741 Assista AgoraO filme vale mais pelas citações engraçadinhas e a excentricidade da família. Um elenco impecável, com destaque para Anjelica Huston e Raul Julia representando o casal mais apaixonado e relationship goals da ficção, e Christina Ricci que acerta em cheio na apatia sádica da Wandinha sem deixá-la chata de assistir nem desgostável.
Os diálogos são os pontos altos do filme, e os personagens são mostrados da maneira mais mórbida e engraçada possível. As coisas do filme que diferem da série apenas o valorizam mais como sua própria obra, apesar de o fator nostalgia também influenciar bastante.
Agora, se tratando da história, eu achei bem fraca e mal-desenvolvida. O roteiro não empolga, não tem profundidade e parece apenas um episódio da série que se estendeu demais. Como falei, o ponto alto são os diálogos e as atuações, e o filme não seria muito digerível sem essas duas qualidades.