Filme conferido na 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (Itaú Frei Caneca). O diretor estava presente na sessão para um debate final após a exibição do título. Apesar da sinopse apetecer o espectador apontando algo radical (temperando o imaginário dos presentes), não há um clube de swing propriamente dito, mas sim um clube de defensores do Yoga Tântrico. A personagem principal é bastante curiosa e acaba prendendo a atenção pelo modo retraído e imprevisível de reagir às suas descobertas e investidas, o que torna a experiência de assistir ao filme um "compromisso maior". Poderia ter fechado muito bem o desenrolar da trama se o diretor não propusesse...
um final "tão radical e violento", contrariando a proposta inicial do filme/clima zen do Yoga Tântrico e o amadurecimento emocional da personagem de maneira quase frustrante.
Apesar do desfecho, vale arriscar e assistir com atenção, principalmente pelos olhares e entrega afetiva da empregada, assim como pelas imagens privadas do clube tântrico.
É preciso entrar em contato com a loucura para se descobrir outras grandezas. É necessário flertar com os delírios diários em uma tentativa de chegar mais próximo de si mesmo. Vale a pena encarar também os desejos reprimidos, as cafonices, os carrascos alados e os medos que gritam à noite. Tudo isso somos nós, tudo isso está pintado num imenso quadro de cores vivas que insiste em nunca secar.
Está certo que o filme renderia outros cinco dramas de boa intensidade, mas preferi relevar o excesso de situações na trama e focar apenas na psique da Huppert. Para mim foi certeiro mergulhar
nas carências, nas lacunas eróticas e no universo fetichista perverso da personagem.
Confesso que não desgrudei o olho da tela e que o sadismo/cinismo da atriz me levaram para longe, no melhor sentido de uma viagem sombria, ainda que bastante humana e sedutora. Para ver com outros olhos e senso moral ampliado!
A intenção de contar diferentes histórias é um ponto de partida interessante e chamativo, porém as pequenas tramas não se aprofundam, os personagens são frios - alguns distantes, outros sisudos - o ritmo é aborrecido e a trilha sonora econômica, o que acabou não me cativando ou gerando maior identificação com a narrativa. Uma pena, pois é tão difícil a Macedônia aparecer no cenário cinéfilo!
Uma verdadeira paulada em qualquer discurso moral! O filme te conduz por caminhos inusitados, revelando uma trama ao mesmo tempo sacra e virulenta. Terminei a experiência me sentindo deslocado e constrangido, praticamente um excluído. E agora, como desatar o nó emocional?!
Cinema de metáforas. Uma experiência evocativa. Adolescer já é um exercício duro quando a vida prepara seus enfrentamentos. A solidão das primeiras relações, o afastamento dos pais, o ir e vir da escola, os silêncios sem maior tradução, o sexo como resposta (e fuga), a imaginação que corre solta e volta como fantasmas. A adolescência pode ser um verdadeiro "serial killer", principalmente quando ela ameaça matar as raízes de uma imaculada inocência.
Valeu a espera, toda a polêmica em Cannes e os comentários difusos na internet: sim, o novo filme de Kleber Mendonça promove bons deslocamentos interiores! Sônia Braga, que eu não via há tempos, está ótima no papel de uma jornalista prestes a perder a casa e seu espaço no mundo. A trama te leva a outros lugares quando esbarra no campo das memórias afetivas e da inevitável passagem do tempo, lançando o espectador numa espécie de "álbum de família" nostálgico e luminoso.
Bem chamativo e primoroso na narrativa! É praticamente um exercício de "imaginação ativa", onde passado e presente dialogam (e se fundem) através da história e da arte. De encher os olhos, literalmente!
Filme conferido na 11ª Mostra Mundo Árabe de Cinema (Centro Cultural São Paulo). Pode-se dizer que a produção funcionaria melhor se fosse classificada mais como uma "experiência visual" do que como um drama social. A primeira metade da trama é difícil, aborrecida e arrastada. Várias pessoas saíram do cinema e tantos outros bocejaram. O diretor aprecia "filmar de longe" e por vezes dá a sensação de não querer agradar ninguém. Em contrapartida, a segunda metade do filme revela uma vivacidade e um ritmo que conduz o espectador para um outro lugar, gerando um novo efeito. A cidade passa a ser (nitidamente) uma personagem que provoca, entorpece e causa revolta a todos que acompanham o cotidiano de Khalid. O Cairo, em sua decadência e melancolia, nos é apresentado num tom pastel que lembra muito a fotografia de Kieslowski. Em vários momentos fiz esta associação. Ao final da experiência, eu estava emocionalmente mais ligado a tudo aquilo e colado na cadeira, um tanto seduzido e um tanto "pisoteado" pelo tom trágico daquelas vidas em declínio. Mas não se engane, o filme é para poucos.
Ótima fotografia, trilha sonora de peso e uma "primeira metade" bastante promissora, mas senti falta de um cuidado maior com o personagem, que ficou entregue à própria desordem emocional. Mas no fundo, na real mesmo, percebi que a fórmula poderia ser outra, mais proposital.....
Osso duro de roer: não adiantou nem ter bons olhos, a trama é sofrível e as atuações constrangedoras (para não dizer "canastronas"). É uma mistura de Ugo Giorgetti, com Christophe Honoré e a Gaiola das Loucas! Para apontar um elogio: a fotografia é muito boa. E só!
A cada novo Almodóvar, sinto falta de um antigo Almodóvar. Assista com bons olhos, mas baixe a expectativa. Apesar da habitual estética (sempre marcante) e do tom trágico da trama, o filme não me pegou. Continuarei seguindo o diretor, acreditando que sempre há tempo para se recuperar o fôlego.
A história cativa pelo tom amoral e espontâneo dos franceses no enfrentar de diferentes realidades. O ponto forte são as crianças inseridas em um ambiente aberto, mundano, onde a "passagem do tempo" e o amadurecimento dos personagens ocorrem sob todo tipo de injúria. O diretor sabe alimentar um bom drama e nos deixa desconcertado ao final da exibição. Para espíritos livres!
Apesar da falta de dados estatísticos sobre o tema e outras considerações, o filme me pegou em cheio! O roteiro é um híbrido de drama e documentário, que foca no cotidiano opressor de uma clínica para dependentes de internet, mais especificamente de viciados em games. O tema abordado requer atenção e é algo novo a ser considerado sob o prisma psicológico. Há instantes melancólicos registrados pela câmera, assim como também outros beirando o absurdo. No fundo, a experiência deixa um gosto amargo tamanha a impotência e o constrangimento gerados pela falta de tato humano.
Um remake de peso, fiquei bastante surpreso! A década de 90 não estava preparada para a "pegada" de Savini, que soube fazer a fervura subir. O filme é tenso, invasivo e repleto de momentos memoráveis. A maquiagem impressiona e as batidas de martelo nas portas e janelas permanecem ecoando. Assista na madrugada!
Um bom exemplo de quando a vida vira utopia e se faz transbordar em um doce delírio! O interessante é acompanhar Catherine Frot a cada cena, num exercício estético que transita entre a ingenuidade e o sonho, permitindo-se sentir o êxtase (e também a vergonha) que brotam da tela.
Como contar uma história triste de maneira leve e realista? Vez ou outra surgem bons títulos que conseguem essa proeza, deixando um gosto doce ao tratar de temas notoriamente amargos, tais como ausência familiar, trauma infantil e demência senil. O que poderia ser aversivo em uma tentativa de se evitar a dor, torna-se um exercício emocional elevado e repleto de boas surpresas, partindo da ótima química entre a dupla central (pai e filha). Além da fotografia caprichada, toda a estética do filme é "retrô", privilegiando a atuação de um ícone ainda vivo do Cinema Francês, Jean Rochefort, hoje com 86 anos. Não deixe a experiência passar, seria como perder um bom vinho!
Em uma referência à experiência dos muros, o filme pode ser considerado um "ponto fora da curva", tamanha originalidade, poesia e capacidade de transgressão da trama. A maneira como o trio dialoga com o espectador (por intermédio de gestos, alucinações e divagações) propicia um exercício sempre interessante, isso sem falar da fotografia, que salta aos olhos como uma espécie de desdobramento dos afetos e sofrimento psíquico dos personagens. Baixe e assista assim que puder, já que o título é alternativo e encontra-se perdido pela web!
Uma jornada de encher os olhos! O título esteve inédito no Brasil até ser exibido no "Ciclo de Clássicos Restaurados", promovido pelo Centro Cultural São Paulo, em parceria com a Cineteca de Bolonha. Tanto o trabalho de imagem quanto de trilha sonora deixaram o filme bem sedutor, quase hipnótico, já que durante a trama a atriz Lyda Borelli aparece em praticamente todas as cenas. É uma história de amor trágica filmada de perto, com ênfase nos gestos e no "ir e vir" dos personagens, tudo sendo sustentado por cenários suntuosos. Aqui no Brasil foi exibido com o nome "Mas...o Meu Amor Não Morre". Ao final da sessão, o desejo é de conhecer mais pela produção italiana vinda dos primórdios, tamanha a sofisticação e experiência visual apresentadas. (06/05/2016)
Bonito e extremamente sedutor em um todo, porém, durante toda a trama, fui visitado pela ideia de que dificilmente uma mulher pudesse dar conta de uma empreitada dessas no Polo Norte. A fotografia é tão estilizada e a exploração dos cenários tão bem feita, que torna o filme uma experiência visual diferente e compensadora. No fim, você percebe que é um trabalho feito por mulheres, prestando uma ode à coragem feminina de enfrentar um mundo que continua hostil e segmentado...e diante disso, eu baixei a guarda e deixei as imagens falarem por si mesmas.
Ao final da sessão eu me perguntei: "O Que Eu Fiz para Merecer Isso?", tamanha a decepção e constrangimento com a trama. Como pode um diretor desse calibre realizar um filme desses?! Leconte tem um ótimo currículo e títulos marcantes feitos na década de 90, mas agora parece estar cedendo para a nova safra de produções francesas que vem se debruçando em comédias populares. Cheio de cacoetes, humor ingênuo e personagens caricatos. Não vale o ingresso e nem o tempo despendido!
Os Decentes
3.5 7 Assista AgoraFilme conferido na 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (Itaú Frei Caneca). O diretor estava presente na sessão para um debate final após a exibição do título. Apesar da sinopse apetecer o espectador apontando algo radical (temperando o imaginário dos presentes), não há um clube de swing propriamente dito, mas sim um clube de defensores do Yoga Tântrico. A personagem principal é bastante curiosa e acaba prendendo a atenção pelo modo retraído e imprevisível de reagir às suas descobertas e investidas, o que torna a experiência de assistir ao filme um "compromisso maior". Poderia ter fechado muito bem o desenrolar da trama se o diretor não propusesse...
um final "tão radical e violento", contrariando a proposta inicial do filme/clima zen do Yoga Tântrico e o amadurecimento emocional da personagem de maneira quase frustrante.
Apesar do desfecho, vale arriscar e assistir com atenção, principalmente pelos olhares e entrega afetiva da empregada, assim como pelas imagens privadas do clube tântrico.
Loucas de Alegria
4.0 57É preciso entrar em contato com a loucura para se descobrir outras grandezas. É necessário flertar com os delírios diários em uma tentativa de chegar mais próximo de si mesmo. Vale a pena encarar também os desejos reprimidos, as cafonices, os carrascos alados e os medos que gritam à noite. Tudo isso somos nós, tudo isso está pintado num imenso quadro de cores vivas que insiste em nunca secar.
Elle
3.8 886Está certo que o filme renderia outros cinco dramas de boa intensidade, mas preferi relevar o excesso de situações na trama e focar apenas na psique da Huppert. Para mim foi certeiro mergulhar
nas carências, nas lacunas eróticas e no universo fetichista perverso da personagem.
Confesso que não desgrudei o olho da tela e que o sadismo/cinismo da atriz me levaram para longe, no melhor sentido de uma viagem sombria, ainda que bastante humana e sedutora. Para ver com outros olhos e senso moral ampliado!
The Piano Room
3.1 9A intenção de contar diferentes histórias é um ponto de partida interessante e chamativo, porém as pequenas tramas não se aprofundam, os personagens são frios - alguns distantes, outros sisudos - o ritmo é aborrecido e a trilha sonora econômica, o que acabou não me cativando ou gerando maior identificação com a narrativa. Uma pena, pois é tão difícil a Macedônia aparecer no cenário cinéfilo!
O Clube
3.9 146Uma verdadeira paulada em qualquer discurso moral! O filme te conduz por caminhos inusitados, revelando uma trama ao mesmo tempo sacra e virulenta.
Terminei a experiência me sentindo deslocado e constrangido, praticamente um excluído. E agora, como desatar o nó emocional?!
Mate-me Por Favor
3.0 231 Assista AgoraCinema de metáforas. Uma experiência evocativa. Adolescer já é um exercício duro quando a vida prepara seus enfrentamentos. A solidão das primeiras relações, o afastamento dos pais, o ir e vir da escola, os silêncios sem maior tradução, o sexo como resposta (e fuga), a imaginação que corre solta e volta como fantasmas. A adolescência pode ser um verdadeiro "serial killer", principalmente quando ela ameaça matar as raízes de uma imaculada inocência.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraValeu a espera, toda a polêmica em Cannes e os comentários difusos na internet: sim, o novo filme de Kleber Mendonça promove bons deslocamentos interiores! Sônia Braga, que eu não via há tempos, está ótima no papel de uma jornalista prestes a perder a casa e seu espaço no mundo. A trama te leva a outros lugares quando esbarra no campo das memórias afetivas e da inevitável passagem do tempo, lançando o espectador numa espécie de "álbum de família" nostálgico e luminoso.
Francofonia – Louvre Sob Ocupação
3.7 37Bem chamativo e primoroso na narrativa! É praticamente um exercício de "imaginação ativa", onde passado e presente dialogam (e se fundem) através da história e da arte. De encher os olhos, literalmente!
Nos Últimos Dias da Cidade
3.4 4Filme conferido na 11ª Mostra Mundo Árabe de Cinema (Centro Cultural São Paulo).
Pode-se dizer que a produção funcionaria melhor se fosse classificada mais como uma "experiência visual" do que como um drama social. A primeira metade da trama é difícil, aborrecida e arrastada. Várias pessoas saíram do cinema e tantos outros bocejaram. O diretor aprecia "filmar de longe" e por vezes dá a sensação de não querer agradar ninguém. Em contrapartida, a segunda metade do filme revela uma vivacidade e um ritmo que conduz o espectador para um outro lugar, gerando um novo efeito. A cidade passa a ser (nitidamente) uma personagem que provoca, entorpece e causa revolta a todos que acompanham o cotidiano de Khalid. O Cairo, em sua decadência e melancolia, nos é apresentado num tom pastel que lembra muito a fotografia de Kieslowski. Em vários momentos fiz esta associação. Ao final da experiência, eu estava emocionalmente mais ligado a tudo aquilo e colado na cadeira, um tanto seduzido e um tanto "pisoteado" pelo tom trágico daquelas vidas em declínio. Mas não se engane, o filme é para poucos.
Demolição
3.8 447 Assista AgoraÓtima fotografia, trilha sonora de peso e uma "primeira metade" bastante promissora, mas senti falta de um cuidado maior com o personagem, que ficou entregue à própria desordem emocional. Mas no fundo, na real mesmo, percebi que a fórmula poderia ser outra, mais proposital.....
>>>>>>>>>>>> Vallée + Gyllenhaal = fetiche voyeur
Amor em Sampa
2.3 37 Assista AgoraOsso duro de roer: não adiantou nem ter bons olhos, a trama é sofrível e as atuações constrangedoras (para não dizer "canastronas"). É uma mistura de Ugo Giorgetti, com Christophe Honoré e a Gaiola das Loucas! Para apontar um elogio: a fotografia é muito boa. E só!
De Longe Te Observo
3.4 86 Assista AgoraAdmirável mundo cão: eu só me excito com aquilo que (no fundo) eu não quero ter!
Mãe Só Há Uma
3.5 407 Assista AgoraIntenso e sem maiores firulas, como um bom drama sustentado pela espontaneidade! O título em português é sensacional e bastante lúdico porque.....
a atriz Daniela Nefussi interpreta as duas mães: a adotiva e a biológica, pregando uma peça no espectador.
Para ver sem preconceito e sem pressa, apenas prestigiando o bom roteiro e Anna Muylaert, por mais um acerto!
Julieta
3.8 529 Assista AgoraA cada novo Almodóvar, sinto falta de um antigo Almodóvar. Assista com bons olhos, mas baixe a expectativa. Apesar da habitual estética (sempre marcante) e do tom trágico da trama, o filme não me pegou. Continuarei seguindo o diretor, acreditando que sempre há tempo para se recuperar o fôlego.
Vida Selvagem
3.4 8A história cativa pelo tom amoral e espontâneo dos franceses no enfrentar de diferentes realidades. O ponto forte são as crianças inseridas em um ambiente aberto, mundano, onde a "passagem do tempo" e o amadurecimento dos personagens ocorrem sob todo tipo de injúria. O diretor sabe alimentar um bom drama e nos deixa desconcertado ao final da exibição. Para espíritos livres!
Web Junkie - Viciados em Internet
3.1 9Apesar da falta de dados estatísticos sobre o tema e outras considerações, o filme me pegou em cheio! O roteiro é um híbrido de drama e documentário, que foca no cotidiano opressor de uma clínica para dependentes de internet, mais especificamente de viciados em games. O tema abordado requer atenção e é algo novo a ser considerado sob o prisma psicológico. Há instantes melancólicos registrados pela câmera, assim como também outros beirando o absurdo. No fundo, a experiência deixa um gosto amargo tamanha a impotência e o constrangimento gerados pela falta de tato humano.
A Noite dos Mortos-Vivos
3.6 373 Assista AgoraUm remake de peso, fiquei bastante surpreso! A década de 90 não estava preparada para a "pegada" de Savini, que soube fazer a fervura subir. O filme é tenso, invasivo e repleto de momentos memoráveis. A maquiagem impressiona e as batidas de martelo nas portas e janelas permanecem ecoando. Assista na madrugada!
Marguerite
3.7 68 Assista AgoraUm bom exemplo de quando a vida vira utopia e se faz transbordar em um doce delírio! O interessante é acompanhar Catherine Frot a cada cena, num exercício estético que transita entre a ingenuidade e o sonho, permitindo-se sentir o êxtase (e também a vergonha) que brotam da tela.
A Viagem de Meu Pai
3.9 38 Assista AgoraComo contar uma história triste de maneira leve e realista? Vez ou outra surgem bons títulos que conseguem essa proeza, deixando um gosto doce ao tratar de temas notoriamente amargos, tais como ausência familiar, trauma infantil e demência senil. O que poderia ser aversivo em uma tentativa de se evitar a dor, torna-se um exercício emocional elevado e repleto de boas surpresas, partindo da ótima química entre a dupla central (pai e filha). Além da fotografia caprichada, toda a estética do filme é "retrô", privilegiando a atuação de um ícone ainda vivo do Cinema Francês, Jean Rochefort, hoje com 86 anos. Não deixe a experiência passar, seria como perder um bom vinho!
Picnic
3.8 13Em uma referência à experiência dos muros, o filme pode ser considerado um "ponto fora da curva", tamanha originalidade, poesia e capacidade de transgressão da trama. A maneira como o trio dialoga com o espectador (por intermédio de gestos, alucinações e divagações) propicia um exercício sempre interessante, isso sem falar da fotografia, que salta aos olhos como uma espécie de desdobramento dos afetos e sofrimento psíquico dos personagens. Baixe e assista assim que puder, já que o título é alternativo e encontra-se perdido pela web!
Everlasting Love
4.0 1Uma jornada de encher os olhos! O título esteve inédito no Brasil até ser exibido no "Ciclo de Clássicos Restaurados", promovido pelo Centro Cultural São Paulo, em parceria com a Cineteca de Bolonha. Tanto o trabalho de imagem quanto de trilha sonora deixaram o filme bem sedutor, quase hipnótico, já que durante a trama a atriz Lyda Borelli aparece em praticamente todas as cenas. É uma história de amor trágica filmada de perto, com ênfase nos gestos e no "ir e vir" dos personagens, tudo sendo sustentado por cenários suntuosos. Aqui no Brasil foi exibido com o nome "Mas...o Meu Amor Não Morre". Ao final da sessão, o desejo é de conhecer mais pela produção italiana vinda dos primórdios, tamanha a sofisticação e experiência visual apresentadas. (06/05/2016)
Gritos e Sussurros
4.3 472"O fundamental é a vida; a vida continua sempre; é de vida que fala este filme de morte."
Ninguém Deseja a Noite
3.4 51 Assista AgoraBonito e extremamente sedutor em um todo, porém, durante toda a trama, fui visitado pela ideia de que dificilmente uma mulher pudesse dar conta de uma empreitada dessas no Polo Norte. A fotografia é tão estilizada e a exploração dos cenários tão bem feita, que torna o filme uma experiência visual diferente e compensadora. No fim, você percebe que é um trabalho feito por mulheres, prestando uma ode à coragem feminina de enfrentar um mundo que continua hostil e segmentado...e diante disso, eu baixei a guarda e deixei as imagens falarem por si mesmas.
O Que Eu Fiz Para Merecer Isso?
3.2 21 Assista AgoraAo final da sessão eu me perguntei: "O Que Eu Fiz para Merecer Isso?", tamanha a decepção e constrangimento com a trama. Como pode um diretor desse calibre realizar um filme desses?! Leconte tem um ótimo currículo e títulos marcantes feitos na década de 90, mas agora parece estar cedendo para a nova safra de produções francesas que vem se debruçando em comédias populares. Cheio de cacoetes, humor ingênuo e personagens caricatos. Não vale o ingresso e nem o tempo despendido!