Por algum motivo a série parece muito acelerada, juntando diversos acontecimentos da versão animada em apenas um episódio e não permitindo que os momentos mais dramáticos causem tanto impacto, mas ao mesmo tempo parece muito devagar, repisando nos mesmos conflitos internos dos personagens ao longo de vários episódios. Entendo que mudanças são necessárias para adaptar toda a história em 8 episódios, e não acho que elas sejam ruins por si, o problema é que os personagens ficaram unidimensionais e sem muito desenvolvimento. Além disso, às vezes os conflitos tentam mostrar como nada é simples em um contexto de guerra, mas também há uma divisão clichê entre bem e mal, mocinhos e vilões. Achei esses aspectos contraditórios. Agora os elogios: a produção é espetacular (especialmente os cenários e figurinos), o elenco foi muito bem selecionado (gostei particularmente do Sokka, da Suki e do Zuko), e os efeitos visuais são muito bons. Ainda há algo que me parece estranho na apresentação das dobras, mas não é nada que atrapalhe muito.
O grande problema dessa série é usar os contos do Poe como base do roteiro para contar uma história que não tem absolutamente nada a ver com a obra do escritor. Funcionaria melhor se tivesse um roteiro completamente original. As críticas sociais são muito atuais e excelentes, mas não combinam com o espírito de horror das narrativas clássicas. A costura dos contos numa só história, ambientada nos tempos atuais, a fim de fazer críticas políticas, econômicas, culturais etc., simplesmente não funciona. A série se arrasta ao longo dos episódios para retratar diferentes textos do Edgar Allan Poe, e daria para cortar toda a narrativa da grande família para focar só na história dos gêmeos "patriarcas" - talvez em um filme. O atrativo da série, para mim, era ter os textos do Poe como base, mas no final ficou parecendo só um "extra" que não acrescenta em nada e poderia ser muito facilmente cortado ou trocado por outra coisa. Tô decepcionado.
Aprecio o realismo da série, principalmente pelos dramas serem normais - problemas amorosos e familiares, traumas, dificuldades de lidar com o luto, coisas do cotidiano mesmo, próximos da realidade e nada absurdos. Mas devo dizer que esperava mais conflitos. Talvez tenha ficado mal acostumado com os excessos de Grey's Anatomy, mas muitas situações se desmancham no ar e brigas que parecem inevitáveis nunca chegam a acontecer e as coisas simplesmente voltam aos eixos ou mudam sem explicação. Também senti isso na primeira temporada: às vezes falta uma sequência para alguns casos e problemas, e inclusive personagens simplesmente somem da história. A série é boa, mas tem muitos furos.
1. Não acredito que o Carter não explodiu nem uma vez com o Benton, mesmo com o tratamento horrível, e no final ainda acabam como parças?? 2. Todo o conflito do Benton com o outro médico que fraudou a pesquisa simplesmente se desmanchou no ar e não gostei da resolução da coisa toda. 3. Susan e Weaver tiveram seus momentos de confronto mas faltou sair uma pancadaria. 4. O processo contra o Greene por causa do diagnóstico errado sobre a mulher grávida acabou sumindo do enredo. E muito esquisito todo o processo de divórcio dele. 5. Harper chegou, causou conflitos e se foi... Inclusive ela dorme com o Ross, o Carter não lida bem e pouco tempo depois é como se nada tivesse acontecido. 6. Não sei quem é a Carol, porque em cada episódio ela se comporta de forma diferente. Nunca mais se falou sobre a tentativa de suicídio nem sobre a vida dela, e não consigo gostar nem me importar com ela.
Admiro muito a representação do folclore brasileiro, e gostei muito da diversidade e da mensagem principal dessa temporada. A produção é fantástica, mas algumas coisas me incomodam desde o início da série, principalmente o roteiro. Acho inclusive que o roteiro atrapalha algumas atuações e alguns diálogos chegam a causar vergonha alheia. Mas o principal problema, a meu ver, é a ideia de integrar tantas entidades em uma historinha só.
O lobisomem só aparece para "passar os poderes" pro omi branco, nem chegamos a vê-lo completamente transformado, e a mula praticamente some depois do terceiro episódio, não é?
Desde o começo da série não gostei das entidades terem uma "versão" humana. A Matinta é a única que realmente tem uma aura de Entidade, mas apesar de não gostar, acho que nessa temporada conseguiram integrar um pouco melhor esse aspecto focando mais nos povos indígenas. De todo modo, o roteiro tem um furo grave que desmonta tudo:
se o amuleto era tão importante e a Luna o havia recebido antes dos acontecimentos da primeira temporada, por que ela não foi protegida do Corpo Seco?
O que mais me atrai na série, sem dúvidas, é poder ver o folclore brasileiro "criando vida" na tela, mas não sou muito fã da execução. Como disse, muitos problemas no roteiro. Acho que se houvesse uma série antológica, com episódios independentes, cada um contando um episódio envolvendo alguma das diversas entidades da nossa cultura, e enquanto entidades mesmo e não seres híbridos, seria mais interessante. Quem sabe Cidade Invisível abra portas para outras séries envolvendo o folclore no futuro. Adoraria assistir.
Das séries do Mike Flanagan, essa com certeza é a mais fraca até agora. Acho que o problema principal foi o de ter muitas narrativas paralelas.
A história principal é a que se passa na casa/hospital em que os adolescentes precisam lidar com suas doenças e os medos que elas causam. Se a série focasse só nisso, acredito que teria sido incrível, pois os melhores momentos provém dos conflitos dos personagens com sua mortalidade. Mas aí, além disso, temos as histórias do clube da meia-noite, que em geral não achei tão interessantes, e muitas delas são homenagens a estilos narrativos muito específicos (como exemplo a história inspirada nos filmes de detetive noir). E nessas histórias do clube temos de tudo, né: ficção científica, dramas psicológicos, suspenses criminais, etc. Só isso já mistura muita coisa com a história principal. Mas tem mais. Além de tudo isso, ainda temos o passado da casa/hospital e a história de um suposto culto, que debate o que é saúde e espiritualidade. É muita coisa.
Como um todo, a série peca no excesso de histórias e de ambiguidades. Ficamos sem saber afinal o que é real e o que é projeção de medos e "estados de espírito" dos personagens, o que é apenas uma história do clube, o que é parte da história da casa e do culto... Muita coisa junta e mal articulada, sem falar nas diversas referências aos anos 1980 e 1990 que perpassam a série toda. E, para além disso, os personagens na maioria das vezes não são tão interessantes nem possuem muito carisma. As histórias do clube ainda tentam falar algo sobre cada um deles, seus conflitos interiores, suas histórias passadas, mas acho que pouquíssima coisa realmente chega a cativar.
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Avatar: O Último Mestre do Ar (1ª Temporada)
3.8 165 Assista AgoraPor algum motivo a série parece muito acelerada, juntando diversos acontecimentos da versão animada em apenas um episódio e não permitindo que os momentos mais dramáticos causem tanto impacto, mas ao mesmo tempo parece muito devagar, repisando nos mesmos conflitos internos dos personagens ao longo de vários episódios. Entendo que mudanças são necessárias para adaptar toda a história em 8 episódios, e não acho que elas sejam ruins por si, o problema é que os personagens ficaram unidimensionais e sem muito desenvolvimento. Além disso, às vezes os conflitos tentam mostrar como nada é simples em um contexto de guerra, mas também há uma divisão clichê entre bem e mal, mocinhos e vilões. Achei esses aspectos contraditórios. Agora os elogios: a produção é espetacular (especialmente os cenários e figurinos), o elenco foi muito bem selecionado (gostei particularmente do Sokka, da Suki e do Zuko), e os efeitos visuais são muito bons. Ainda há algo que me parece estranho na apresentação das dobras, mas não é nada que atrapalhe muito.
A Queda da Casa de Usher
4.0 286 Assista AgoraO grande problema dessa série é usar os contos do Poe como base do roteiro para contar uma história que não tem absolutamente nada a ver com a obra do escritor. Funcionaria melhor se tivesse um roteiro completamente original. As críticas sociais são muito atuais e excelentes, mas não combinam com o espírito de horror das narrativas clássicas. A costura dos contos numa só história, ambientada nos tempos atuais, a fim de fazer críticas políticas, econômicas, culturais etc., simplesmente não funciona. A série se arrasta ao longo dos episódios para retratar diferentes textos do Edgar Allan Poe, e daria para cortar toda a narrativa da grande família para focar só na história dos gêmeos "patriarcas" - talvez em um filme. O atrativo da série, para mim, era ter os textos do Poe como base, mas no final ficou parecendo só um "extra" que não acrescenta em nada e poderia ser muito facilmente cortado ou trocado por outra coisa. Tô decepcionado.
Plantão Médico (2ª Temporada)
4.2 12 Assista AgoraAprecio o realismo da série, principalmente pelos dramas serem normais - problemas amorosos e familiares, traumas, dificuldades de lidar com o luto, coisas do cotidiano mesmo, próximos da realidade e nada absurdos. Mas devo dizer que esperava mais conflitos. Talvez tenha ficado mal acostumado com os excessos de Grey's Anatomy, mas muitas situações se desmancham no ar e brigas que parecem inevitáveis nunca chegam a acontecer e as coisas simplesmente voltam aos eixos ou mudam sem explicação. Também senti isso na primeira temporada: às vezes falta uma sequência para alguns casos e problemas, e inclusive personagens simplesmente somem da história. A série é boa, mas tem muitos furos.
Agora os desabafos:
1. Não acredito que o Carter não explodiu nem uma vez com o Benton, mesmo com o tratamento horrível, e no final ainda acabam como parças??
2. Todo o conflito do Benton com o outro médico que fraudou a pesquisa simplesmente se desmanchou no ar e não gostei da resolução da coisa toda.
3. Susan e Weaver tiveram seus momentos de confronto mas faltou sair uma pancadaria.
4. O processo contra o Greene por causa do diagnóstico errado sobre a mulher grávida acabou sumindo do enredo. E muito esquisito todo o processo de divórcio dele.
5. Harper chegou, causou conflitos e se foi... Inclusive ela dorme com o Ross, o Carter não lida bem e pouco tempo depois é como se nada tivesse acontecido.
6. Não sei quem é a Carol, porque em cada episódio ela se comporta de forma diferente. Nunca mais se falou sobre a tentativa de suicídio nem sobre a vida dela, e não consigo gostar nem me importar com ela.
Cidade Invisível (2ª Temporada)
3.4 183 Assista AgoraAdmiro muito a representação do folclore brasileiro, e gostei muito da diversidade e da mensagem principal dessa temporada. A produção é fantástica, mas algumas coisas me incomodam desde o início da série, principalmente o roteiro. Acho inclusive que o roteiro atrapalha algumas atuações e alguns diálogos chegam a causar vergonha alheia. Mas o principal problema, a meu ver, é a ideia de integrar tantas entidades em uma historinha só.
O lobisomem só aparece para "passar os poderes" pro omi branco, nem chegamos a vê-lo completamente transformado, e a mula praticamente some depois do terceiro episódio, não é?
Desde o começo da série não gostei das entidades terem uma "versão" humana. A Matinta é a única que realmente tem uma aura de Entidade, mas apesar de não gostar, acho que nessa temporada conseguiram integrar um pouco melhor esse aspecto focando mais nos povos indígenas. De todo modo, o roteiro tem um furo grave que desmonta tudo:
se o amuleto era tão importante e a Luna o havia recebido antes dos acontecimentos da primeira temporada, por que ela não foi protegida do Corpo Seco?
O que mais me atrai na série, sem dúvidas, é poder ver o folclore brasileiro "criando vida" na tela, mas não sou muito fã da execução. Como disse, muitos problemas no roteiro. Acho que se houvesse uma série antológica, com episódios independentes, cada um contando um episódio envolvendo alguma das diversas entidades da nossa cultura, e enquanto entidades mesmo e não seres híbridos, seria mais interessante. Quem sabe Cidade Invisível abra portas para outras séries envolvendo o folclore no futuro. Adoraria assistir.
O Clube da Meia-Noite (1ª Temporada)
3.0 142 Assista AgoraDas séries do Mike Flanagan, essa com certeza é a mais fraca até agora. Acho que o problema principal foi o de ter muitas narrativas paralelas.
A história principal é a que se passa na casa/hospital em que os adolescentes precisam lidar com suas doenças e os medos que elas causam. Se a série focasse só nisso, acredito que teria sido incrível, pois os melhores momentos provém dos conflitos dos personagens com sua mortalidade. Mas aí, além disso, temos as histórias do clube da meia-noite, que em geral não achei tão interessantes, e muitas delas são homenagens a estilos narrativos muito específicos (como exemplo a história inspirada nos filmes de detetive noir). E nessas histórias do clube temos de tudo, né: ficção científica, dramas psicológicos, suspenses criminais, etc. Só isso já mistura muita coisa com a história principal. Mas tem mais. Além de tudo isso, ainda temos o passado da casa/hospital e a história de um suposto culto, que debate o que é saúde e espiritualidade. É muita coisa.
Como um todo, a série peca no excesso de histórias e de ambiguidades. Ficamos sem saber afinal o que é real e o que é projeção de medos e "estados de espírito" dos personagens, o que é apenas uma história do clube, o que é parte da história da casa e do culto... Muita coisa junta e mal articulada, sem falar nas diversas referências aos anos 1980 e 1990 que perpassam a série toda. E, para além disso, os personagens na maioria das vezes não são tão interessantes nem possuem muito carisma. As histórias do clube ainda tentam falar algo sobre cada um deles, seus conflitos interiores, suas histórias passadas, mas acho que pouquíssima coisa realmente chega a cativar.