Fazer cinema é usar a imagem para falar. Quando você precisa dizer tudo, não sobra nada pra mostrar. Eis um filmes que não acredita por nem um segundo no poder da linguagem imagética, aposta em falar tudo e acaba não dizendo nada coerente.
Achei um imenso chute pra fora do Lázaro Ramos que, tirando poucas cenas, falhou terrivelmente em fazer uma obra relevante sobre um tema relevante.
Fazer arte sobre coisas relevantes não torna essa arte, necessariamente, relevante.
O filme tem tudo pra ser médio, mas tem dois pontos altíssimos que o fazem excelente:
1. A retratação de uma religião pagã, totalmente desconectada dos conceitos da cristandade como família nuclear, focada num misto de animismo com religião nórdica é maravilhoso. A violência que os rituais são mostrados de maneira crua, sem morbidez, mas com a aquiescência natural de quem aceita aquilo como uma verdade.
2. A vulnerabilidade da protagonista, sozinha no mundo e sozinha no próprio relacionamento, a tornam a única possível vítima daquele culto. Quem morre, morre porque o culto o rejeita e não pelo contrário. A Dani é a única pessoa que o culto pode aceitar porque é a única pessoa que precisa dele tanto quanto ele precisa dela.
que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça
Filme maravilhoso. É um Brasil que não sabia o que era se transformando em algo que não tem a menor ideia do que será. O novo e o velho valsam o tempo inteiro.
3 estrelas que valem 5. Esse filme tem uma fução muito importante: ter um elenco majoritariamente negro, todos em atuações extremamente medianas. Até o Idris Elba tá mais-ou-menos.
Nem todo filme com protagonista negro precisa ser um Moonlight. Um filminho Tela Quente, bem sessão pipoca, com elenco negro é um passo importante para desestereotipar e naturalizar a presença nas telas.
Western bem óbvio, com as devidas licenças poéticas, e bem mediano. Mas gostei.
Não sabia se era Paul Thomas Anderson ou Wes Anderson. Espetáculo reconfortante para quem teve uma adolescência com paixonites, amigos, diversão, pores-do-sol e golden hour. Um show de nostalgia.
A densidade e o mergulho dentro de um universo de desesperança - que começa em Gotham, entra no Bruce e mescla os dois - foi o que me fez não gostar. A trilogia do Nolan oferecia uma dualidade na qual o vilão fazia o Batman enxergar algum aspecto que faltava dentro de si e amadurecer com a passagem do tempo - tempo esse que o Nolan adora trabalhar - para poder vencer.
Vi três filmes e vi cada pedaço do Batman sendo construído. O abandono da arrogância com o Ras Al-Ghu, o abandono da desconfiança total na parceria com o Gordon para vencer o Coringa e o abandono do comodismo para vencer o Bane.
Eu achei que faltou isso nesse Batman: ele começa estagiário e termina o filme ainda estagiário. Ele não merecia, o Charada venceu todas e ainda perdeu. Longe de mim querer uma redenção de Sessão da Tarde, mas porra, ainda não é o Batman: é só um sujeito com máscara de morcego.
E aquela aparição do Coringa pra puxar uma sequência, PQP. Que climinha Marvelzete.
Eu demoro um pouco para pegar o big picture das coisas, mas continuo assistindo por dois personagens: o Greg e o Tom.
Nenhum dos dois é realmente da família, são parentes postiços. Um por porque não se importa de ser chutado, porque precisa aceitar isso, o outro gosta de ser chutado porque acha que um dia isso o fará merecedor de alguma coisa.
Eles são tão parecidos e nenhum dos dois percebe isso. São dois peões, mas um é o peão da rainha e o outro um peão solto, sem eira e nem beira, no tabuleiro. E esse posicionamento inicial, do peão da rainha, que permite que ele mande no peão perdido. As humilhações que os dois passam são idênticas: mas só um percebe e se ressente de estar sendo humilhado.
No xadrez, quando um peão chega até a outra ponta do tabuleiro, ele é promovido. Qual dos dois vai chegar primeiro lá?
que a única forma dos personagens lidarem com as marcas do racismo diário são ressignificando-as através de experiências sobrenaturais, dado que tamanha crueldade não poderia caber nesse mundo.
O episódio da comunidade de peregrinos durante da Guerra deixa bem claro que a sociedade foi construída em cima de sangue e exploração, quase numa analogia a ideia do cemitério indígena que faz com que as maldições sejam herdadas e nada de bom surja dali. Não há maldição sobrenatural, só uma reprodução eterna da mesma maldade sob justificativas torpes.
A série é ótima, uma das melhores que já vi na minha vida. Ver que somos sucessivamente marcados e traumatizados pelo racismo, observar em terceira pessoa situações que já passei em primeira pessoa foi uma das coisas mais desagradáveis que já experimentei numa produção audiovisual.
"Eles tomam tudo de você sempre, Henry. Seu trabalho, seu filho... O que você vai fazer?"
É um filme mediano, tem uma cronologia confusa, não centra na figura do Marighella, mas é alçado ao ótimo por três jogadas muito inteligentes:
1. Mudar o nome do Fleury para que não ganhar o mesmo reconhecimento do Ustra, por mais que esse primeiro seja mais a cara da ditadura que o último. Também é mais "merecedor" de reconhecimento que o Ustra, que era só um torturador de porão.
2. Reabilitar o patriotismo e os símbolos nacionais os retirando da ditadura (que é literalmente pau mandada dos EUA) passando-os para a mão da esquerda armada.
3. E a melhor: Seu Jorge, negro retinto, apelidado de Preto, interpretando um pardo (Marighella não era preto, lamento) que é perseguido pelo Bruno Gagliasso, branco, de olhos azuis, racista e bruto.
A única forma de descrever esse filme é como um prédio desmoronado no qual os bombeiros retiram pedra por pedra em busca de sobreviventes, acham todos mortos e fazem a autópsia para determinar a causa mortis de cada um.
Nunca vi uma dissecação tão lenta e dolorosa de um casamento até que não sobre mais nada.
A única razão válida para ter filhos é para dar treinamento físico e intelectual rígido o bastante para ter seu próprio corpo de guarda costas de elite.
Melhor trabalho do Nolan dentro da temática do tempo, mas não é melhor que Inception. Os personagens são muito mornos, não tem um drama pessoal e isso que dá espaço pro conceito do filme brilhar.
Inclusive é um grande trunfo para o Robert Pattinson. Ele foi o melhor personagem do filme, principalmente em questão de carisma, e isso servirá como um excelente lubrificante para audiência aceitá-lo como Batman. Arrisco que será o segundo melhor Batman (só perdendo para o Bale) e enterrará de vez a performance do Ben Affleck.
Gen V (1ª Temporada)
3.7 224 Assista AgoraGeração Z é uma desgraça tão grande que consegue estragar até The Boys. Vi até o episódio mais recente, o sexto, e tô dropando.
Pearl
3.9 999Novinha totalmente bilutetéia das ideias.
Medida Provisória
3.6 432Fazer cinema é usar a imagem para falar. Quando você precisa dizer tudo, não sobra nada pra mostrar. Eis um filmes que não acredita por nem um segundo no poder da linguagem imagética, aposta em falar tudo e acaba não dizendo nada coerente.
Achei um imenso chute pra fora do Lázaro Ramos que, tirando poucas cenas, falhou terrivelmente em fazer uma obra relevante sobre um tema relevante.
Fazer arte sobre coisas relevantes não torna essa arte, necessariamente, relevante.
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraO filme tem tudo pra ser médio, mas tem dois pontos altíssimos que o fazem excelente:
1. A retratação de uma religião pagã, totalmente desconectada dos conceitos da cristandade como família nuclear, focada num misto de animismo com religião nórdica é maravilhoso. A violência que os rituais são mostrados de maneira crua, sem morbidez, mas com a aquiescência natural de quem aceita aquilo como uma verdade.
2. A vulnerabilidade da protagonista, sozinha no mundo e sozinha no próprio relacionamento, a tornam a única possível vítima daquele culto. Quem morre, morre porque o culto o rejeita e não pelo contrário. A Dani é a única pessoa que o culto pode aceitar porque é a única pessoa que precisa dele tanto quanto ele precisa dela.
A religião é uma seta na alma dos vulneráveis.
Maravilhoso trabalho do Ari Aster.
Nada de Novo no Front
4.0 615 Assista AgoraA guerra é o jovem morrendo e o velho falando.
Literalmente.
Túmulo dos Vagalumes
4.6 2,2Kque desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça que desgraça
À Meia-Noite Levarei Sua Alma
3.9 288 Assista AgoraHermes & Renato antes de Hermes & Renato.
Drive
3.9 3,5K Assista AgoraTodo mundo no filme tem cara de 😐, puta que pariu.
Bye Bye Brasil
3.9 145 Assista Agora"Arovigoulorrou... aaaah!!!"
[televisão explode]
- Cigano, Lorde
Filme maravilhoso.
É um Brasil que não sabia o que era se transformando em algo que não tem a menor ideia do que será. O novo e o velho valsam o tempo inteiro.
Vingança & Castigo
3.6 206 Assista Agora3 estrelas que valem 5.
Esse filme tem uma fução muito importante: ter um elenco majoritariamente negro, todos em atuações extremamente medianas. Até o Idris Elba tá mais-ou-menos.
Nem todo filme com protagonista negro precisa ser um Moonlight. Um filminho Tela Quente, bem sessão pipoca, com elenco negro é um passo importante para desestereotipar e naturalizar a presença nas telas.
Western bem óbvio, com as devidas licenças poéticas, e bem mediano. Mas gostei.
Licorice Pizza
3.5 598Não sabia se era Paul Thomas Anderson ou Wes Anderson.
Espetáculo reconfortante para quem teve uma adolescência com paixonites, amigos, diversão, pores-do-sol e golden hour. Um show de nostalgia.
Bem, não pra mim.
Batman
4.0 1,9K Assista AgoraNão gostei.
A densidade e o mergulho dentro de um universo de desesperança - que começa em Gotham, entra no Bruce e mescla os dois - foi o que me fez não gostar. A trilogia do Nolan oferecia uma dualidade na qual o vilão fazia o Batman enxergar algum aspecto que faltava dentro de si e amadurecer com a passagem do tempo - tempo esse que o Nolan adora trabalhar - para poder vencer.
Vi três filmes e vi cada pedaço do Batman sendo construído. O abandono da arrogância com o Ras Al-Ghu, o abandono da desconfiança total na parceria com o Gordon para vencer o Coringa e o abandono do comodismo para vencer o Bane.
Eu achei que faltou isso nesse Batman: ele começa estagiário e termina o filme ainda estagiário. Ele não merecia, o Charada venceu todas e ainda perdeu. Longe de mim querer uma redenção de Sessão da Tarde, mas porra, ainda não é o Batman: é só um sujeito com máscara de morcego.
E aquela aparição do Coringa pra puxar uma sequência, PQP.
Que climinha Marvelzete.
Succession (2ª Temporada)
4.5 228 Assista AgoraEu demoro um pouco para pegar o big picture das coisas, mas continuo assistindo por dois personagens: o Greg e o Tom.
Nenhum dos dois é realmente da família, são parentes postiços. Um por porque não se importa de ser chutado, porque precisa aceitar isso, o outro gosta de ser chutado porque acha que um dia isso o fará merecedor de alguma coisa.
Eles são tão parecidos e nenhum dos dois percebe isso. São dois peões, mas um é o peão da rainha e o outro um peão solto, sem eira e nem beira, no tabuleiro. E esse posicionamento inicial, do peão da rainha, que permite que ele mande no peão perdido.
As humilhações que os dois passam são idênticas: mas só um percebe e se ressente de estar sendo humilhado.
No xadrez, quando um peão chega até a outra ponta do tabuleiro, ele é promovido. Qual dos dois vai chegar primeiro lá?
Excelente série.
Reflexões de um Liquidificador
3.8 583 Assista AgoraAi que coisa pretensiosa.
Eles (1ª Temporada)
4.1 553 Assista AgoraA graça? Não tem nada de sobrenatural acontecendo. Absolutamente nada.
Os traumas são tão grandes, desde o
estupro da Lucky ao isolamento da Ruby
que a única forma dos personagens lidarem com as marcas do racismo diário são ressignificando-as através de experiências sobrenaturais, dado que tamanha crueldade não poderia caber nesse mundo.
O episódio da comunidade de peregrinos durante da Guerra deixa bem claro que a sociedade foi construída em cima de sangue e exploração, quase numa analogia a ideia do cemitério indígena que faz com que as maldições sejam herdadas e nada de bom surja dali. Não há maldição sobrenatural, só uma reprodução eterna da mesma maldade sob justificativas torpes.
A série é ótima, uma das melhores que já vi na minha vida. Ver que somos sucessivamente marcados e traumatizados pelo racismo, observar em terceira pessoa situações que já passei em primeira pessoa foi uma das coisas mais desagradáveis que já experimentei numa produção audiovisual.
"Eles tomam tudo de você sempre, Henry. Seu trabalho, seu filho... O que você vai fazer?"
Ó Paí, Ó
3.2 476Depois de uma viagem pelo sul da Bahia, parei por três dias em Arraial D'Ajuda, fumei um e vi esse filme. Excelente experiência, me diverti a rodo.
E é literalmente para isso que esse filme foi feito.
Quer coisa cult vai ver Glauber Rocha, otário.
Marighella
3.9 1,1K Assista AgoraÉ um filme mediano, tem uma cronologia confusa, não centra na figura do Marighella, mas é alçado ao ótimo por três jogadas muito inteligentes:
1. Mudar o nome do Fleury para que não ganhar o mesmo reconhecimento do Ustra, por mais que esse primeiro seja mais a cara da ditadura que o último. Também é mais "merecedor" de reconhecimento que o Ustra, que era só um torturador de porão.
2. Reabilitar o patriotismo e os símbolos nacionais os retirando da ditadura (que é literalmente pau mandada dos EUA) passando-os para a mão da esquerda armada.
O pós-crédito do hino é genial.
3. E a melhor: Seu Jorge, negro retinto, apelidado de Preto, interpretando um pardo (Marighella não era preto, lamento) que é perseguido pelo Bruno Gagliasso, branco, de olhos azuis, racista e bruto.
BÔNUS:
Brasil: Verdade e Justiça durante o depoimento fake do Lúcio foi demais.
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista AgoraA única forma de descrever esse filme é como um prédio desmoronado no qual os bombeiros retiram pedra por pedra em busca de sobreviventes, acham todos mortos e fazem a autópsia para determinar a causa mortis de cada um.
Nunca vi uma dissecação tão lenta e dolorosa de um casamento até que não sobre mais nada.
Horrível no melhor sentido da palavra.
Um Cão Andaluz
4.1 707Cult demais pra mim.
Vou ver um Velozes e Furiosos pra passar o estranhamento.
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista AgoraA única razão válida para ter filhos é para dar treinamento físico e intelectual rígido o bastante para ter seu próprio corpo de guarda costas de elite.
Terminei o filme doido pra ter uns oito.
Tenet
3.4 1,3K Assista AgoraMelhor trabalho do Nolan dentro da temática do tempo, mas não é melhor que Inception. Os personagens são muito mornos, não tem um drama pessoal e isso que dá espaço pro conceito do filme brilhar.
Inclusive é um grande trunfo para o Robert Pattinson. Ele foi o melhor personagem do filme, principalmente em questão de carisma, e isso servirá como um excelente lubrificante para audiência aceitá-lo como Batman. Arrisco que será o segundo melhor Batman (só perdendo para o Bale) e enterrará de vez a performance do Ben Affleck.
Pois é, o filme serviu para um monte de coisas.
Eles Não Usam Black-Tie
4.3 286"É melhor passar fome entre os amigos do que passar fome entre estranhos."
Dunkirk
3.8 2,0K Assista AgoraTeria sido melhor se tivesse sido dirigido por outro diretor... tipo Michael Bay.
Mas aceitável.
Gigantes da Indústria
4.6 24Romantizado sim, ruim não.