O final brinca muito com o nosso hábito com a narrativa hollywoodiana. Ao terminar antes de todos os terríveis eventos da noite, vemos o casal feliz, com um claro futuro pela frente e estabilidade emocional. Por esperarmos já condicionados que todo filme acabe assim, como em Hollywood, sentimos um impulso para reagirmos positivamente àquilo. Ao pereceber isto, só conseguimos sentir nojo e pena pelo que está por vir. Porra, que filme é esse cara?
A cena da Regina Casé entrando na piscina já está no hall de momentos antológicos do cinema nacional. Arrepiante demais em todos os sentidos - principalmente na força da sua mensagem.
O caixão de Chris Kyle, o Sniper Americano retratado no filme recente do Clint Eastwood, foi enterrado lotado de insígnias, representando seus atos de bravura e conquistas pela Guerra do Iraque. Centenas de medalhas. Conhecido pela façanha de possuir um dos maiores, senão o maior recorde de inimigos abatidos nos EUA (oficialmente, 160), Kyle é tido como herói no seu país.
O veterano de 4 tours no Iraque foi morto em 2013, num assassinato meio chocante: o ataque veio de um outro veterano. No caixão, chamam atenção as condecorações: mais de 160 tridentes do US Navy SEALS, uma das insígnias mais honrosas no exército americano. A bravura de matar uma centena e meia de insurgentes iraquianos.
American Sniper é um filme de moral questionável por isso: reforça a mentalidade e valores de Kyle, que chama em diversas ocasiões os iraquianos de "selvagens"; além disto, torna a morte de cada um - inclusive de crianças - procedimento de rotina, necessário para evitar que estes "selvagens" destruíssem a tentativa americana de trazer democracia e liberdade ao Iraque (claro, através de tanques e fuzis).
A forma com que tratam iraquianos como animais abatidos enquanto marines são heróis caídos, de maneira tão maniqueísta, faz pensar sobre a visão preta e branca de mundo que traz o filme. Não só uma mensagem desonesta como também preguiçosa, atrelada a valores antiquados, etnocêntricos e imorais.
Não é tão difícil assim calçar os sapatos do inimigo e entender o quão relativo e limitado é atribuir a si o título do bom e ao outro o do mau. É ser o herói ou vilão, libertador ou invasor. Tudo dependente de um ponto de vista.
Para efeito de comparação, o diálogo do Bear Jew, de Bastardos Inglórios, ao confrontar um soldado nazista condecorado por suas façanhas no combate aos Aliados:
- Did you get that for killing jews? - Bravery. --
- Did you get that for killing muslims?
O caixão: https://pbs.twimg.com/media/BC8NI-9CEAAF9-u.jpg
Direção meio sonolenta. O que mais chama a atenção é que dos três personagens principais, o Carell é quem tem a atuação mais fraca (ou menos confortável): Mark Ruffalo tá espetacular e até o Channing Tatum tá melhor em um papel dramático. Entendo que Carell estava reproduzindo uma figura que de fato existiu, mas ela acabou muito presa em maquiagem, visual e um excesso de maneirismos. Talvez meio oscar bait, não sei.
Infelizmente não tão bom quanto os outros, mas ainda dá pra apreciar. A sequência da ópera é provavelmente uma das melhores coisas que o Coppola já dirigiu, e destaque para as cenas em que o Andy Garcia refaz as cenas do Michael Corleone jovem com uma expressão facial assustadoramente igual.
Entretanto, o preparador de elenco desse filme deveria ter sido preso. A Sofia Coppola eu acho que dispensa comentários e pode facilmente encabeçar a lista de piores atuações em filmes grandiosos de Hollywood. O Andy Garcia, apesar de sensacional em boa parte do filme, parece o Joey Tribbiani de Friends em outras, abraçando um estereótipo italianizado meio bizarro e exagerado. E o Alpa, por sua vez, já é visto cheio de vícios nesse filme, infelizmente. Diferente dos dois primeiros, aqui reconhecemos um Al Pacino, e não um Michael Corleone. Seu personagem parece muito diferente daquele jovem dos outros dois filmes (o que até pode ser justificado pela idade), mas ainda assim deixa a desejar na figura de Don envelhecido.
Longe de achar o filme ruim. Na verdade, vi nele uma mistura dos dois primeiros (tanto na figura do velho Padrinho, Michael - como Vito no primeiro filme - como também na ascenção de Vincenzo, assim como Vito no segundo). Os últimos 40 minutos tornam este filme um encerramento digno pra trilogia.
Infelizmente a história não segura o filme. As atuações (principalmente Bale e Amy Adams) estão ótimas, mas o David O. Russel ainda tem que comer muito feijão com arroz. Aliás, acho que um dos pontos mais fracos do filme é o diálogo.
A sensação que eu tenho depois de assistir a qualquer coisa do Von Trier é a liberdade enorme que se tem para criar um filme e o quão pouco ela é aproveitada pelo cinema hollywoodiano.
O livro é muito, muito bom. Trabalha uma porrada de questões com uma abordagem extremamente delicada, e o desenvolvimento da história e dos personagens é incrível.
No entanto, é o tipo de obra que eu consideraria inadaptável, a não ser que fosse dirigido por um Ridley Scott ou outro que entenda de sci fi e curta montar algo de umas 3h de duração. Alguém que leu o livro já assistiu ao filme? Ele se aproxima, de alguma forma, da obra original?
É realmente o que promete: testosterona e porrada entre robôs e monstros gigantes. E muita, muita MARRA.
À exceção dos personagens: acho que praticamente todos são terríveis. O Del Toro optou por construir personagens extremamente excêntricos e característicos na tentativa de disfarçar o quão rasos estes são. Não conseguiu, mas não é algo que atrapalhe um filme onde máquina e intraterrestres são mais protagonistas que os humanos em si.
Eu juro que queria entender a necessidade da galera que vai assistir ao filme no cinema em fazer uma piada a cada cinco minutos. É impressionante como em todo filme de terror boa parte do público transforma num dever cívico criar o alívio cômico na sala de cinema.
Ainda temos uns bons meses de cinema, mas acho muito, mas muito difícil que qualquer coisa neste ano supere Gravity. Na empolgação, ainda diria que é um dos melhores filmes dos últimos 5 anos.
Essa é uma das primeiras vezes em que eu realmente não encontro qualquer tipo de palavra capaz de descrever esse filme. Só vejam, em 3d e no cinema. Se não, perderão boa parte da experiência.
Cumpre excepcionalmente bem o que propõe: entreter.
Além das cenas maravilhosas que narram o contexto de uma situação como essa (quem resolve ficar, o saque a mercados, as relações internacionais e como as particularidades de cada não afetam seu desempenho na pandemia, a investigação do virus), a tensão e ação são muito bem construídas. O único defeito, que ficou claro, é que o caminho que o Brad Pitt faz ao longo do filme é largamente desproporcional e forçado, inverossímil. Extremamente divertido, de qqr forma.
Lembro que assisti no cinema quando era muito pequeno e obviamente não curti (por aqui venderam o filme como infantil). Revi hoje. Que animação maravilhosa... Ainda tô tentando encaixar as alegorias que o filme propõe.
Sinceramente, achei o paralelo que o filme tenta traçar entre a máfia e a crise neoliberal nos EUA muito mal construído. Com exceção do último diálogo, não fica muito claro se o filme é uma alegoria para a crise, uma pequena representação dela, ou se tenta expôr os efeitos dela sob a máfia.
O filme tem umas sequências excepcionais, e um potencial bruto enorme, que infelizmente, na minha opinião, não foi muito bem aproveitado.
Aos que alegaram que é um filme extremamente patriótico, eu discordo. Além de apontar a incompetência da burocracia que domina a CIA, em poucos momentos se vê parcialidade. Na verdade, severas críticas são feitas (como a cena em que ouvem - de um campo de tortura - Obama falar que os EUA não torturam e deveriam restaurar a estatura moral do país e etc). Fora que, em poucos momentos, se vê a bandeira tremular ou se destacar, ou a vitória sobre Bin Laden como uma vitória estadunidense. Tanto é que o final consiste no alívio da personagem da Jessica Chastain, e não na celebração americana. Além da exposição de uma porrada de blacksites da CIA que funcionam como complexos de tortura.
É óbvio que sempre irá existir uma ótica distorcida, mas achei o filme realista, muito bem dirigido e com uma tensão excepcionalmente construída. O roteiro - e as pequenas coisas que aponta, expõe, e ataca - é muito bom, assim como as atuações. No geral, vale a pena assistir.
Dentro do que prometeu, achei muito bom. É uma homenagem ao cinema e aos sonhos que ele proporciona. Fica mais do que claro que a última intenção do filme é ser realista, muito pelo contrário, nós passamos todos os seus cem minutos dentro do imaginário dos protagonistas. Isso fica óbvio com o ônibus de escoteiros, aquele policial estereotipado de óculos escuros na moto, e, obviamente, a dupla dinâmica dirigindo aquele carro dos anos 70. São grandes referências ao cinema hollywoodiano (o qual eles admiram).
Dá pra ficar até amanhã citando essas referências diretas e indiretas que o filme faz a outras obras, mas a ideia é justamente essa. O conceito de realidade do trio é o que eles assistem na televisão, e eles continuam a enxergar o mundo nessa ótica mesmo quando se deparam com as coisas como realmente são.
Não consigo imaginar por que raios tem gente que não gostou do filme por ele não ser 'real' ou parecer cartunizado e estereotipado. A ideia é essa!!!
Independente da qualidade do filme, não dá pra negar que as atuações tem uma força brutal. A Anne Hathaway poderia levar o Oscar só por 'I Dreamed a Dream', sem falar do Hugh Jackman. O roteiro pode ser confuso, mal-adaptado, e o filme não ser essa coca-cola toda, mas que atuações...
Introdução à Música do Sangue
1.9 9Com certeza a pior coisa que eu vi nos últimos 5 anos.
Irreversível
4.0 1,8K Assista AgoraOuso dizer que é um dos filmes mais bem dirigidos que já vi.
O final brinca muito com o nosso hábito com a narrativa hollywoodiana. Ao terminar antes de todos os terríveis eventos da noite, vemos o casal feliz, com um claro futuro pela frente e estabilidade emocional. Por esperarmos já condicionados que todo filme acabe assim, como em Hollywood, sentimos um impulso para reagirmos positivamente àquilo. Ao pereceber isto, só conseguimos sentir nojo e pena pelo que está por vir. Porra, que filme é esse cara?
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraA cena da Regina Casé entrando na piscina já está no hall de momentos antológicos do cinema nacional. Arrepiante demais em todos os sentidos - principalmente na força da sua mensagem.
Sniper Americano
3.6 1,9K Assista AgoraO caixão de Chris Kyle, o Sniper Americano retratado no filme recente do Clint Eastwood, foi enterrado lotado de insígnias, representando seus atos de bravura e conquistas pela Guerra do Iraque. Centenas de medalhas. Conhecido pela façanha de possuir um dos maiores, senão o maior recorde de inimigos abatidos nos EUA (oficialmente, 160), Kyle é tido como herói no seu país.
O veterano de 4 tours no Iraque foi morto em 2013, num assassinato meio chocante: o ataque veio de um outro veterano. No caixão, chamam atenção as condecorações: mais de 160 tridentes do US Navy SEALS, uma das insígnias mais honrosas no exército americano. A bravura de matar uma centena e meia de insurgentes iraquianos.
American Sniper é um filme de moral questionável por isso: reforça a mentalidade e valores de Kyle, que chama em diversas ocasiões os iraquianos de "selvagens"; além disto, torna a morte de cada um - inclusive de crianças - procedimento de rotina, necessário para evitar que estes "selvagens" destruíssem a tentativa americana de trazer democracia e liberdade ao Iraque (claro, através de tanques e fuzis).
A forma com que tratam iraquianos como animais abatidos enquanto marines são heróis caídos, de maneira tão maniqueísta, faz pensar sobre a visão preta e branca de mundo que traz o filme. Não só uma mensagem desonesta como também preguiçosa, atrelada a valores antiquados, etnocêntricos e imorais.
Não é tão difícil assim calçar os sapatos do inimigo e entender o quão relativo e limitado é atribuir a si o título do bom e ao outro o do mau. É ser o herói ou vilão, libertador ou invasor. Tudo dependente de um ponto de vista.
Para efeito de comparação, o diálogo do Bear Jew, de Bastardos Inglórios, ao confrontar um soldado nazista condecorado por suas façanhas no combate aos Aliados:
- Did you get that for killing jews?
- Bravery.
--
- Did you get that for killing muslims?
O caixão: https://pbs.twimg.com/media/BC8NI-9CEAAF9-u.jpg
Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo
3.3 809 Assista AgoraDireção meio sonolenta. O que mais chama a atenção é que dos três personagens principais, o Carell é quem tem a atuação mais fraca (ou menos confortável): Mark Ruffalo tá espetacular e até o Channing Tatum tá melhor em um papel dramático. Entendo que Carell estava reproduzindo uma figura que de fato existiu, mas ela acabou muito presa em maquiagem, visual e um excesso de maneirismos. Talvez meio oscar bait, não sei.
Corações de Ferro
3.9 1,4K Assista AgoraFoda pelo desenvolvimento dos personagens e relação com o tanque. Também, pelas cenas de combate.
A cena final lembra demaaaaaaaaaais o finzinho de Full Metal Jacket! A única coisa viajada é
o cara da SS não matar ele. Não fosse a SS, não seria algo tão problemático.
O Túmulo dos Vagalumes
4.3 48Porra.
O Poderoso Chefão: Parte III
4.2 1,1K Assista AgoraInfelizmente não tão bom quanto os outros, mas ainda dá pra apreciar. A sequência da ópera é provavelmente uma das melhores coisas que o Coppola já dirigiu, e destaque para as cenas em que o Andy Garcia refaz as cenas do Michael Corleone jovem com uma expressão facial assustadoramente igual.
Entretanto, o preparador de elenco desse filme deveria ter sido preso. A Sofia Coppola eu acho que dispensa comentários e pode facilmente encabeçar a lista de piores atuações em filmes grandiosos de Hollywood. O Andy Garcia, apesar de sensacional em boa parte do filme, parece o Joey Tribbiani de Friends em outras, abraçando um estereótipo italianizado meio bizarro e exagerado. E o Alpa, por sua vez, já é visto cheio de vícios nesse filme, infelizmente. Diferente dos dois primeiros, aqui reconhecemos um Al Pacino, e não um Michael Corleone. Seu personagem parece muito diferente daquele jovem dos outros dois filmes (o que até pode ser justificado pela idade), mas ainda assim deixa a desejar na figura de Don envelhecido.
Longe de achar o filme ruim. Na verdade, vi nele uma mistura dos dois primeiros (tanto na figura do velho Padrinho, Michael - como Vito no primeiro filme - como também na ascenção de Vincenzo, assim como Vito no segundo). Os últimos 40 minutos tornam este filme um encerramento digno pra trilogia.
Trapaça
3.4 2,2K Assista AgoraInfelizmente a história não segura o filme. As atuações (principalmente Bale e Amy Adams) estão ótimas, mas o David O. Russel ainda tem que comer muito feijão com arroz. Aliás, acho que um dos pontos mais fracos do filme é o diálogo.
Ninfomaníaca: Volume 1
3.7 2,7K Assista AgoraA sensação que eu tenho depois de assistir a qualquer coisa do Von Trier é a liberdade enorme que se tem para criar um filme e o quão pouco ela é aproveitada pelo cinema hollywoodiano.
Ender's Game: O Jogo do Exterminador
3.4 891 Assista AgoraO livro é muito, muito bom. Trabalha uma porrada de questões com uma abordagem extremamente delicada, e o desenvolvimento da história e dos personagens é incrível.
No entanto, é o tipo de obra que eu consideraria inadaptável, a não ser que fosse dirigido por um Ridley Scott ou outro que entenda de sci fi e curta montar algo de umas 3h de duração. Alguém que leu o livro já assistiu ao filme? Ele se aproxima, de alguma forma, da obra original?
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista AgoraSenhoras e senhores, que trabalho de direção.
Círculo de Fogo
3.8 2,6K Assista AgoraÉ realmente o que promete: testosterona e porrada entre robôs e monstros gigantes. E muita, muita MARRA.
À exceção dos personagens: acho que praticamente todos são terríveis. O Del Toro optou por construir personagens extremamente excêntricos e característicos na tentativa de disfarçar o quão rasos estes são. Não conseguiu, mas não é algo que atrapalhe um filme onde máquina e intraterrestres são mais protagonistas que os humanos em si.
The Dark Side Of The Rainbow
4.4 57The Great Gig in the Sky nessa sincronia é alucinante.
Invocação do Mal
3.8 3,9K Assista AgoraEu juro que queria entender a necessidade da galera que vai assistir ao filme no cinema em fazer uma piada a cada cinco minutos. É impressionante como em todo filme de terror boa parte do público transforma num dever cívico criar o alívio cômico na sala de cinema.
Gravidade
3.9 5,1K Assista AgoraAinda temos uns bons meses de cinema, mas acho muito, mas muito difícil que qualquer coisa neste ano supere Gravity. Na empolgação, ainda diria que é um dos melhores filmes dos últimos 5 anos.
Essa é uma das primeiras vezes em que eu realmente não encontro qualquer tipo de palavra capaz de descrever esse filme. Só vejam, em 3d e no cinema. Se não, perderão boa parte da experiência.
Apenas Deus Perdoa
3.0 630 Assista AgoraDesisti no TAKE IT OFF!!!!
Realmente, que puta decepção. O filme é tão pseudo, mas tão pseudo, que ele consegue ser PEDANTE. Chega a ser ofensivo.
Guerra Mundial Z
3.5 3,2K Assista AgoraCumpre excepcionalmente bem o que propõe: entreter.
Além das cenas maravilhosas que narram o contexto de uma situação como essa (quem resolve ficar, o saque a mercados, as relações internacionais e como as particularidades de cada não afetam seu desempenho na pandemia, a investigação do virus), a tensão e ação são muito bem construídas. O único defeito, que ficou claro, é que o caminho que o Brad Pitt faz ao longo do filme é largamente desproporcional e forçado, inverossímil. Extremamente divertido, de qqr forma.
Invasão à Casa Branca
3.3 786 Assista AgoraDa série: quero ver, quero rir.
A Viagem de Chihiro
4.5 2,3K Assista AgoraLembro que assisti no cinema quando era muito pequeno e obviamente não curti (por aqui venderam o filme como infantil). Revi hoje. Que animação maravilhosa... Ainda tô tentando encaixar as alegorias que o filme propõe.
O Homem da Máfia
3.1 592 Assista AgoraSinceramente, achei o paralelo que o filme tenta traçar entre a máfia e a crise neoliberal nos EUA muito mal construído. Com exceção do último diálogo, não fica muito claro se o filme é uma alegoria para a crise, uma pequena representação dela, ou se tenta expôr os efeitos dela sob a máfia.
O filme tem umas sequências excepcionais, e um potencial bruto enorme, que infelizmente, na minha opinião, não foi muito bem aproveitado.
A Hora Mais Escura
3.6 1,1K Assista AgoraAos que alegaram que é um filme extremamente patriótico, eu discordo. Além de apontar a incompetência da burocracia que domina a CIA, em poucos momentos se vê parcialidade. Na verdade, severas críticas são feitas (como a cena em que ouvem - de um campo de tortura - Obama falar que os EUA não torturam e deveriam restaurar a estatura moral do país e etc). Fora que, em poucos momentos, se vê a bandeira tremular ou se destacar, ou a vitória sobre Bin Laden como uma vitória estadunidense. Tanto é que o final consiste no alívio da personagem da Jessica Chastain, e não na celebração americana. Além da exposição de uma porrada de blacksites da CIA que funcionam como complexos de tortura.
É óbvio que sempre irá existir uma ótica distorcida, mas achei o filme realista, muito bem dirigido e com uma tensão excepcionalmente construída. O roteiro - e as pequenas coisas que aponta, expõe, e ataca - é muito bom, assim como as atuações. No geral, vale a pena assistir.
Colegas
3.4 606 Assista AgoraDentro do que prometeu, achei muito bom. É uma homenagem ao cinema e aos sonhos que ele proporciona. Fica mais do que claro que a última intenção do filme é ser realista, muito pelo contrário, nós passamos todos os seus cem minutos dentro do imaginário dos protagonistas. Isso fica óbvio com o ônibus de escoteiros, aquele policial estereotipado de óculos escuros na moto, e, obviamente, a dupla dinâmica dirigindo aquele carro dos anos 70. São grandes referências ao cinema hollywoodiano (o qual eles admiram).
Dá pra ficar até amanhã citando essas referências diretas e indiretas que o filme faz a outras obras, mas a ideia é justamente essa. O conceito de realidade do trio é o que eles assistem na televisão, e eles continuam a enxergar o mundo nessa ótica mesmo quando se deparam com as coisas como realmente são.
Não consigo imaginar por que raios tem gente que não gostou do filme por ele não ser 'real' ou parecer cartunizado e estereotipado. A ideia é essa!!!
Os Miseráveis
4.1 4,2K Assista AgoraIndependente da qualidade do filme, não dá pra negar que as atuações tem uma força brutal. A Anne Hathaway poderia levar o Oscar só por 'I Dreamed a Dream', sem falar do Hugh Jackman. O roteiro pode ser confuso, mal-adaptado, e o filme não ser essa coca-cola toda, mas que atuações...