Existem muitos problemas em 3%. Acho muito importante, entretanto, destacar que boa parte deles se deve ao limitadíssimo orçamento - e neste caso, foi feito um milagre. Boa parte das cenas está (mal) redublada, por conta da falta de experiência do Brasil em gastar com som; o figurino e maquiagem não convencem nem um pouco - por que todo mundo tem roupas rasgadas, mas não carece de outras questões estéticas além de possivelmente carvão na cara?; falta de preparação dos atores - única resposta para tanta gente talentosa repetindo diálogos robóticos.
É importante DEMAIS relativizar isso tudo. Essa é uma das nossas primeiras grandes produções e um milagre foi operado em termos técnicos. É muito legal ver que sci-fi tem se tornado possível no Brasil.
O problema de 3%, entretanto, não tem absolutamente nada a ver com orçamento. Ele é, na verdade, conceitual. A premissa da série é completamente furada: por que isolar até os 20 anos pessoas sem educação ou formação cultural alguma, com ausência de alimentação adequada, e condições básicas de vida? Ninguém ali deveria ser a pessoa que é, sendo formado em meio a tanta pobreza absoluta. Além disto, quanto tempo levaria para indivíduos subnutridos e sub-educados se tornarem os tão produtivos cidadãos de Maralto? Por que esta estratégia? E este problema leva a milhares de outros, como por exemplo o desenvolvimento dos personagens - o Mauro, por exemplo: por que ele tem uma empregada se ele não consegue nem ter uma bermuda pra vestir? E a coisa da tradição familiar, por que isso se ele nunca conheceu a família dele?
Isto também leva aos diálogos que beiram o inacreditável de tão ruins, repetidos por atuações robóticas e limitadas. É um empenho muito grande para conseguir se envolver com os personagens, visto que eles contradizem a sua construção o tempo todo - o que é o final ridículo da Joana, por exemplo? Por que eles gargalham abandonando o processo?
Outra coisa que me incomodou foi a escolha de usar a famosa "câmera tremida" literalmente o tempo inteiro, não havendo nenhuma diferença em ritmo e estilo de filmagem das cenas no lugar zoado e na área do Processo - que é distópico, limpo, branco, tecnológico, simétrico e silencioso - por que tremer a câmera o tempo inteiro e não explorar nenhum mise-en-scene? A direção / fotografia são pra mim os maiores responsáveis por atrapalhar a nossa imersão na história contada, já que falham em promover nossa suspensão de realidade e crença na "grandiosidade" que Maralto deveria passar e não passa.
O que mais me entristece é saber que existe competência técnica enorme pra execução de um projeto que é um queijo suíço conceitual. É uma vitória enorme pro audiovisual brasileiro, mas eu gostaria que tivessem produzido algo que é realmente bom em termos criativos.
Com certeza, a melhor trilha sonora que já vi em qualquer audiovisual em toda a minha vida - uma aula de como não o background, não os personagens, nem qualquer outro artifício, mas a trilha sonora e apenas ela é capaz de se erguer sozinha e contar uma história, descrevendo um universo muito maior através apenas de som.
O final foi legal, banho-maria como os outros décimos episódios das temporadas anteriores.
A cena final foi muito brega. Mas a pior de todas foi a da Asha Greyjoy: nunca desenvolveram ela, e ainda assim conseguiram desmontá-la com uma cena qe nada tem a ver com ela, que não apresentou nenhuma profundidade emocional e que pareceu mais um devaneio da cabeça dela do que realmente algo que estava a acontecer, tão rápida foi a passagem pra expôr os planos dela.
Aliás, Dinklage MONSTRUOSO, construindo um Tyrion tão complexo quanto o do próprio livro.
Desde que terminei o terceiro livro tinha pavor de inventarem de mudar alguma coisa no evento do Red Wedding, ao mesmo tempo em que tinha uma certa segurança por conta do Dan Weiss e do Benioff afirmarem que ele era uma das razões para que se fizesse a série.
Tudo foi muito fiel. A execução dos eventos, a atmosfera e principalmente Catelyn. No livro, por ser narrado através de sua ótica, o choque e o que rola na cerimônia são de uma intensidade absurda, e ler o desespero dela palavra por palavra é o que faz o red wedding ser tão pesado. A Michelle Fairley conseguiu transparecer isso MUITO bem, de forma que a adaptação audiovisual não deveu quase nada à passagem do livro.
Vale também mencionar o arco do Jon e do Bran pela qualidade adaptativa. Com a ideia de se manterem fieis ao livro, trouxeram eventos de três pontos diferentes em momentos oportunos: o ataque do corvo de Orell, que ocorre antes mesmo de Jon se envolver com os wildlings; a separação de Oscha e Rickon do resto; e o encontro de Jon e Bran através do lobo. Tudo foi muito bem executado e costurado.
O final foi ridículo. Na verdade, a maioria da 2ª parte da terceira temporada foi fraca e inconstante.
Ainda assim, me surpreendeu ver fã da HQ reclamando de como a série não é nem um pouco fiel. Pelo amor de deus, vocês ainda estão vendo isso de forma negativa? A HQ é absolutamente inverossímil, enquanto a série segue por outro caminho. Ela é uma ADAPTAÇÃO dos quadrinhos, e não uma reprodução desses. Já ganhou vida própria desde a segunda temporada, e francamente, eu acredito que esteja muito melhor ( li até o final do 'arco da fazenda' nas HQ's).
Me agrada mais uma fuga do clichê de zumbis e conflitos imprevisíveis e realistas se construindo do que uma exata adaptação de uma história escrita em uma linguagem completamente diferente da televisiva.
Pra quem está estranhando como o Nazir entrou no país, um fato curioso é que apenas seis meses após o 9/11 alguns dos terroristas envolvidos (e procurados pelo atentado) conseguiram visto americano pra entrar no país.
Não que isso justifique a entrada do Nazir, só achei legal comentar a história aqui, rs.
Acho legal como nenhum personagem da série é convertido a total herói. Torna-os mais humanos. Além disso, é excelente ver uma série que fala de Oriente Médio sem um olhar etnocentrista.
A sensibilidade do Brody e sua trajetória são a porta para que se observe o islamismo com outros olhos (e o fato de que nem todo mundo por lá é fundamentalista).
Curti muito as duas temporadas, no entanto, essa deixou a desejar um pouco.
Como já falaram por aqui, o Near resolve tudo por mágica. Existem raciocínios que ele conclui sem ao menos possuir prova, sem engenhosidade alguma. Por falar em engenhosidade, ficou bem claro que, se passando 5 anos após a morte do L, seria necessário tornar Kira um tabu global. E eu acho que se enrolam aí.
Dividem a personalidade do L em duas (Near e Mello). O Near seria um bom personagem se não fosse um 'sucessor de L'. Isso desvaloriza-o demais. O Mello é um personagem estúpido. Os excessos (o míssil com o death note, avião sequestrado, dinheiro caindo do céu) também me incomodaram. De qualquer forma, Raito continuou sendo meu personagem favorito.
No último episódio, a polícia possui um caderno e Mikami outro. Como isso é possível se havia apenas um caderno na Terra? O caderno da polícia era forjado também?
The OA (Parte 1)
4.1 981 Assista Agorauma série que mistura jutsus e Nosso Lar
3% (1ª Temporada)
3.6 772 Assista AgoraExistem muitos problemas em 3%. Acho muito importante, entretanto, destacar que boa parte deles se deve ao limitadíssimo orçamento - e neste caso, foi feito um milagre. Boa parte das cenas está (mal) redublada, por conta da falta de experiência do Brasil em gastar com som; o figurino e maquiagem não convencem nem um pouco - por que todo mundo tem roupas rasgadas, mas não carece de outras questões estéticas além de possivelmente carvão na cara?; falta de preparação dos atores - única resposta para tanta gente talentosa repetindo diálogos robóticos.
É importante DEMAIS relativizar isso tudo. Essa é uma das nossas primeiras grandes produções e um milagre foi operado em termos técnicos. É muito legal ver que sci-fi tem se tornado possível no Brasil.
O problema de 3%, entretanto, não tem absolutamente nada a ver com orçamento. Ele é, na verdade, conceitual. A premissa da série é completamente furada: por que isolar até os 20 anos pessoas sem educação ou formação cultural alguma, com ausência de alimentação adequada, e condições básicas de vida? Ninguém ali deveria ser a pessoa que é, sendo formado em meio a tanta pobreza absoluta. Além disto, quanto tempo levaria para indivíduos subnutridos e sub-educados se tornarem os tão produtivos cidadãos de Maralto? Por que esta estratégia? E este problema leva a milhares de outros, como por exemplo o desenvolvimento dos personagens - o Mauro, por exemplo: por que ele tem uma empregada se ele não consegue nem ter uma bermuda pra vestir? E a coisa da tradição familiar, por que isso se ele nunca conheceu a família dele?
Isto também leva aos diálogos que beiram o inacreditável de tão ruins, repetidos por atuações robóticas e limitadas. É um empenho muito grande para conseguir se envolver com os personagens, visto que eles contradizem a sua construção o tempo todo - o que é o final ridículo da Joana, por exemplo? Por que eles gargalham abandonando o processo?
Outra coisa que me incomodou foi a escolha de usar a famosa "câmera tremida" literalmente o tempo inteiro, não havendo nenhuma diferença em ritmo e estilo de filmagem das cenas no lugar zoado e na área do Processo - que é distópico, limpo, branco, tecnológico, simétrico e silencioso - por que tremer a câmera o tempo inteiro e não explorar nenhum mise-en-scene? A direção / fotografia são pra mim os maiores responsáveis por atrapalhar a nossa imersão na história contada, já que falham em promover nossa suspensão de realidade e crença na "grandiosidade" que Maralto deveria passar e não passa.
O que mais me entristece é saber que existe competência técnica enorme pra execução de um projeto que é um queijo suíço conceitual. É uma vitória enorme pro audiovisual brasileiro, mas eu gostaria que tivessem produzido algo que é realmente bom em termos criativos.
Cowboy Bebop
4.6 251 Assista AgoraUma das maiores obras-primas que já vi.
Com certeza, a melhor trilha sonora que já vi em qualquer audiovisual em toda a minha vida - uma aula de como não o background, não os personagens, nem qualquer outro artifício, mas a trilha sonora e apenas ela é capaz de se erguer sozinha e contar uma história, descrevendo um universo muito maior através apenas de som.
Recomendo pro mundo inteiro.
Game of Thrones (3ª Temporada)
4.6 1,8K Assista AgoraO final foi legal, banho-maria como os outros décimos episódios das temporadas anteriores.
A cena final foi muito brega. Mas a pior de todas foi a da Asha Greyjoy: nunca desenvolveram ela, e ainda assim conseguiram desmontá-la com uma cena qe nada tem a ver com ela, que não apresentou nenhuma profundidade emocional e que pareceu mais um devaneio da cabeça dela do que realmente algo que estava a acontecer, tão rápida foi a passagem pra expôr os planos dela.
Aliás, Dinklage MONSTRUOSO, construindo um Tyrion tão complexo quanto o do próprio livro.
Game of Thrones (3ª Temporada)
4.6 1,8K Assista AgoraDesde que terminei o terceiro livro tinha pavor de inventarem de mudar alguma coisa no evento do Red Wedding, ao mesmo tempo em que tinha uma certa segurança por conta do Dan Weiss e do Benioff afirmarem que ele era uma das razões para que se fizesse a série.
Tudo foi muito fiel. A execução dos eventos, a atmosfera e principalmente Catelyn. No livro, por ser narrado através de sua ótica, o choque e o que rola na cerimônia são de uma intensidade absurda, e ler o desespero dela palavra por palavra é o que faz o red wedding ser tão pesado. A Michelle Fairley conseguiu transparecer isso MUITO bem, de forma que a adaptação audiovisual não deveu quase nada à passagem do livro.
Vale também mencionar o arco do Jon e do Bran pela qualidade adaptativa. Com a ideia de se manterem fieis ao livro, trouxeram eventos de três pontos diferentes em momentos oportunos: o ataque do corvo de Orell, que ocorre antes mesmo de Jon se envolver com os wildlings; a separação de Oscha e Rickon do resto; e o encontro de Jon e Bran através do lobo. Tudo foi muito bem executado e costurado.
Game of Thrones (3ª Temporada)
4.6 1,8K Assista AgoraA atuação do cara que faz o Joffrey (Jack Gleeson) é absurdamente boa. Na verdade, o nível das atuações da série é bem elevado.
The Walking Dead (3ª Temporada)
4.1 2,9KO final foi ridículo. Na verdade, a maioria da 2ª parte da terceira temporada foi fraca e inconstante.
Ainda assim, me surpreendeu ver fã da HQ reclamando de como a série não é nem um pouco fiel. Pelo amor de deus, vocês ainda estão vendo isso de forma negativa? A HQ é absolutamente inverossímil, enquanto a série segue por outro caminho. Ela é uma ADAPTAÇÃO dos quadrinhos, e não uma reprodução desses. Já ganhou vida própria desde a segunda temporada, e francamente, eu acredito que esteja muito melhor ( li até o final do 'arco da fazenda' nas HQ's).
Me agrada mais uma fuga do clichê de zumbis e conflitos imprevisíveis e realistas se construindo do que uma exata adaptação de uma história escrita em uma linguagem completamente diferente da televisiva.
Homeland: Segurança Nacional (2ª Temporada)
4.5 525 Assista AgoraEpisódio 11 foi um espetáculo à parte.
Homeland: Segurança Nacional (2ª Temporada)
4.5 525 Assista AgoraUma história real:
Pra quem está estranhando como o Nazir entrou no país, um fato curioso é que apenas seis meses após o 9/11 alguns dos terroristas envolvidos (e procurados pelo atentado) conseguiram visto americano pra entrar no país.
Não que isso justifique a entrada do Nazir, só achei legal comentar a história aqui, rs.
The Walking Dead (3ª Temporada)
4.1 2,9KQue finale animal. Com certeza o melhor seriado que já assisti e, honestamente, não dá pra botar defeito.
The Walking Dead (3ª Temporada)
4.1 2,9KTriste saber que faltam mais dois episódios pra série entrar num hiato de novo (sim, vai ter mid-season finale que nem na segunda)...
Homeland: Segurança Nacional (2ª Temporada)
4.5 525 Assista AgoraAcho legal como nenhum personagem da série é convertido a total herói. Torna-os mais humanos. Além disso, é excelente ver uma série que fala de Oriente Médio sem um olhar etnocentrista.
A sensibilidade do Brody e sua trajetória são a porta para que se observe o islamismo com outros olhos (e o fato de que nem todo mundo por lá é fundamentalista).
Death Note (2ª Temporada)
4.3 399 Assista AgoraCurti muito as duas temporadas, no entanto, essa deixou a desejar um pouco.
Como já falaram por aqui, o Near resolve tudo por mágica. Existem raciocínios que ele conclui sem ao menos possuir prova, sem engenhosidade alguma. Por falar em engenhosidade, ficou bem claro que, se passando 5 anos após a morte do L, seria necessário tornar Kira um tabu global. E eu acho que se enrolam aí.
Dividem a personalidade do L em duas (Near e Mello). O Near seria um bom personagem se não fosse um 'sucessor de L'. Isso desvaloriza-o demais. O Mello é um personagem estúpido. Os excessos (o míssil com o death note, avião sequestrado, dinheiro caindo do céu) também me incomodaram. De qualquer forma, Raito continuou sendo meu personagem favorito.
Só mais uma pergunta:
No último episódio, a polícia possui um caderno e Mikami outro. Como isso é possível se havia apenas um caderno na Terra? O caderno da polícia era forjado também?
Como Eu Conheci Sua Mãe (5ª Temporada)
4.5 285 Assista AgoraIsso sim é humor. Que roteiro DO CARALHO.