Manchester by the Sea, no Brasil Manchester à Beira-Mar é um filme de origem estadunidense lançado em 2016, do gênero de drama, dirigido pelo cineasta e roteirista/argumentista nova-iorquino Kenneth Lonergan. Estrelado por Casey Affleck, Michelle Williams, Lucas Hedges e Kyle Chandler, o roteiro é do Lonergan e tem como produtores: Kimberly Steward, Lauren Beck, Chris Moore e Kevin J. Walsh e pra surpresa de muitos Matt Damon (o ator de filmes como: O “Resgate do Soldado Ryan” do Steven Spielberg e Os “Infiltrados” do diretor Martin Scorsese).
A trama do filme é relativamente simples, trata da vida do personagem Lee Chandler (Casey Affleck) que saí de Manchester, sua cidade natal para viver em Boston nos Estados Unidos. Lá ele vive uma vida aparentemente infeliz, onde trabalha como um “faz tudo”, contudo as coisas mudam quando seu irmão Joe Chandler (Kyle Chandler) morre em decorrência de problemas de saúde; com isso o protagonista precisa voltar para a Inglaterra para cuidar de seu sobrinho, e agora órfão, Patrick Chandler (Lucas Hedges). Apesar da simplicidade da trama, o filme acaba não sendo trivial. Todos nós uma hora ou outra temos ou teremos que enfrentar o luto, e não falo do luto propriamente dito, pelo menos não no sentido genuíno, mas de lidarmos com percas, com decepções, com problemas que são existentes na trajetória humana. O personagem do Casey Affleck demonstra um extremo pessimismo em suas atitudes, em suas expressões, é perceptível que o personagem está emocionalmente quebrado, sem expectativas de uma reviravolta ou de ao menos uma melhora. O ator não esboça muita expressividade (o que é uma característica dele, inclusive em outros trabalhos), e nesse contexto a inexpressividade se encaixa na proposta do filme — tanto que o Casey Affleck venceu o Oscar 2017 na categoria de Melhor ator por esse trabalho.
A intenção da obra é mostrar como a vida realmente é, diferentemente da maioria das obras cinematográficas que tratam a vida como se, ao final, ela fosse ficar tão perfeita quanto a proporção áurea. Talvez as coisas nunca irão ficar ajustadas, provavelmente sempre haverá algo a se preocupar, sempre haverá uma frustração por alguma determinada decisão que não obtivemos o resultado esperado. Isso fica claro logo no primeiro ato, quando o personagem está nitidamente desconfortável em executar as atividades do seu trabalho pela qual ele não sente prazer algum, e isso nos leva a refletir sobre o nosso lugar no mundo. Será que estamos fazendo o que gostamos? Será que tomamos nossas próprias decisões ou simplesmente estamos seguindo o que a vida nos proporciona? Para o filósofo Clóvis de Barros Filho, ao fazermos uma escolha estamos anulando uma infinidade de possibilidades, estamos abrindo mão de uma gama de outros caminhos que tomaríamos caso já não tivéssemos tomado tal decisão, e talvez fique o questionamento: será que a frustração do protagonista se trata de uma decisão errada? De um rumo pela qual ele não queria que sua vida tomasse, ou até mesmo de uma “não decisão”, afinal, não fazer nada acaba também sendo uma escolha.
Quando eu digo que o filme é uma Ode¹, estou sendo provocador, ou até certo ponto irônico, afinal em nenhum momento vemos um caráter entusiástico no filme, mas é justamente pela obra representar o que eu chamaria de um “pessimismo poético” que faço essa associação. O que fica nítido é que as expressões nas atuações, o roteiro, a fotografia e o ritmo lento da obra fomentam uma reflexão a respeito do quanto a vida pode ser dura, de que mesmo que você esteja mal, a vida não espera você melhorar, muito pelo contrário, ela pode ser ainda pior.
O filme acabou sendo um sucesso de público e de crítica, tendo uma receita de quase US$ 79 milhões, com um custo de produção que ficou na casa dos US$ 9 milhões, o que é considerado bem baixo, gerando assim um retorno extremamente positivo. Além disso, o filme recebeu diversas indicações no Critics’ Choice Awards, Globo de Ouro, Oscar, dentre outros festivais de muita relevância, vencendo ainda mais de vinte premiações. Para finalizar, aproprio-me de um trecho da crítica do site TheWrap para expressar Manchester à Beira-Mar: “De partir e aquecer o coração. Traz emoções que te atingem em cheio”.
¹ Poema lírico cujas estrofes são simétricas (versos possuem a mesma medida); possui um caráter entusiástico, alegre e animador.
The Sixth Sense, no Brasil, O Sexto Sentido, 1999, é um filme de suspense e terror psicológico de origem estadunidense, e com direção de M. Night Shyamalan, indiano naturalizado americano. A trama gira em torno do garoto (Haley Joel Osment) que vive perturbado e isolado a esconder um segredo dos que estão à sua volta. Por conta disso,o psicólogo infantil, e também transtornado, (Bruce Willis) passa a acompanhar o garoto em seus relatos de delírios.
O longa foi lançado no dia 06 de agosto de 1999: um sucesso de crítica e público. Sua bilheteria foi de aproximadamente 672 milhões de dólares, sendo, aproximadamente, 293 milhões apenas nos Estados Unidos, o que fez com que a obra tivesse a maior bilheteria do gênero terror da história do cinema por longos 18 anos, quando, finalmente, foi ultrapassado por It (2017). No geral, naquele ano o único filme a superar a bilheteria de The Sixth Sense foi Star Wars: Episode I — The Phantom Menace. Do ponto de vista da crítica, recebeu uma recepção muito positiva, tanto que, foi considerado um dos melhores filmes do ano, o que rendeu cinco indicações ao Oscar, sendo eles a de Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Edição e Melhor Roteiro Original.
O longa também foi responsável pela projeção de M. Night Shyamalan em Hollywood, o mesmo só havia trabalhado em apenas dois filmes antes de The Sixth Sense. Um dos pontos que mais chamou a atenção do público em relação ao longa foi o seu Plot Twist (revira volta no enredo), tanto que essa ferramenta passou a ser uma marca registrada do diretor em seus trabalhos subsequentes, como, por exemplo, em Unbreakable (2000), The Village (2004), The Visit (2015), Split (2016) e tantos outros.
A relevância de The Sixth Sense na cultura pop é algo que precisa ser destacado, tanto que, o filme foi nomeado o 89º melhor filme americano de todos os tempos em uma pesquisa realizada pelo American Film Institute em 2007. Além de que, a frase “I see dead people”,em tradução: “Eu vejo gente morta”, dita pelo personagem Cole Sear foi classificada no 44º lugar da “100 Anos… 100 Citações em Filmes”, melhores citações cinematográficas, e acabou por se tornar um bordão popular.
É curioso como o Plot Twist do filme foi um elemento narrativo importante para estabelecer a assinatura do diretor/roteirista. Quentin Trantino, por exemplo, é muito famoso pelos diálogos dos personagens em seus filmes, além de sempre inserir muita violência e sangue em seus trabalhos, já o Michael Bay prefere explorar explosões e efeitos especiais para conquistar o público, Zack Snyder gosta de usar a câmera lenta em determinados planos, Tim Burton costuma tratar suas fantasias com um toque mais sombrio, e Guilhermo Del Toro sempre insere criaturas bizarras em seus filmes. Ou seja, cada um com as suas preferências para conquistar os seus respectivos públicos, mas, não nos enganemos, Shyamalan não se limita a um Plot Twist. O diretor trata de temas que são recorrentes em seus filmes, como, por exemplo, a fé e a religião, bem como o extraordinário. O mesmo traz à tona temas fantásticos ao mundo real, no estilo “como seria se isso de fato acontecesse?”.
Duas décadas após o seu lançamento, The Sixth Sense ainda é cultuado por muitos. Sua bilheteria, seu sucesso comercial e impacto cultural ainda são discutidos, além de ser um filme referência para outros do gênero. Por mais que o diretor tenha feito diversos trabalhos posteriores (alguns ótimos, outros nem tanto), The Sixth Sense será sempre lembrado com louvor pelos que veneram obras de suspense, em especial, aos que já são fãs do diretor.
Clockwork Orange, no Brasil Laranja Mecânica, é um filme de origem britano-americana do início da década de 70, baseado no romance homônimo do escritor Anthony Burgess, em 1962. O longa foi produzido e dirigido pelo cineasta americano Stanley Kubrick e se tornou popular por seu conteúdo perturbador, além de tratar de assuntos sociais e políticos e por tecer um comentário sobre a psiquiatria.
A trama conta a história de Alex (Malcolm McDowell), um jovem aparentemente carismático e fanático por música clássica, em especial, Beethovem. Alex também é um sociopata que adora cometer crimes, o que o próprio denomina de “ultraviolência”. O mesmo também é um líder de uma gangue de arruaceiros que, inclusive, o ajudam em seus atos. Durante o filme há uma série de crimes, contudo, em um determinado momento Alex é capturado e levado a uma clínica de reabilitação pautada na técnica do condicionamento psicológico, um tratamento controverso, no filme nomeado de “tratamento Ludovico”.
Existem dois pontos muito importantes que precisamos destacar neste filme, um é a quebra de paradigmas, e o outro a intensa crítica ao behaviorismo (conjunto de abordagens que estabelecem o comportamento como objeto de estudo da psicologia). O autor da obra original (Anthony Burgess) desaprovava os trabalhos dos behavioristas Frederic Skinner e John B. Watson, inclusive o Burgess afirmava que o livro Para Além da Liberdade e da Dignidade (1971), escrito por Skinner era “um dos livros mais perigosos já escritos”. A grande crítica em especial girava em torno do condicionamento clássico,um processo que descreve a origem e a modificação de alguns comportamentos com base no efeito estímulo-resposta. Nos termos neurais, o condicionamento clássico corresponde a um tipo de memória implícita. Durante o filme percebe-se que o método usado para tratar um criminoso é o de fazer com que o mesmo tenha uma aversão a crimes. Até aí nada de tão controverso, mas há um detalhe importante: essa aversão é causada por meio de tortura que, inclusive, é apoiada pelo governo. Kubrick definiu esse filme como: “(…) uma sátira social lidando com a questão de saber se a psicologia comportamental e o condicionamento psicológico são as novas armas perigosas para um governo totalitário usar para impor grandes controles sobre seus cidadãos, e transformá-los em pouco mais do que robôs”.
O outro ponto de destaque deste filme é a quebra de paradigmas. Este longa possuí uma forma muito peculiar de tratar a violência, é muito comum que filmes com esse caráter usem técnicas padronizadas para retratar tal tema. Por exemplo, geralmente em filmes muito violentos vemos cenas com trilhas sonoras altas, trilhas bem intensas, mescladas com cenas repletas de cortes ou planos fechados, além de uma fotografia mais escuras. Kubrick “joga” esse conceito fora: usa planos abertos, cenas nítidas que buscam não camuflar a violência representada. A própria vestimenta branca da gangue do filme é curiosa, pois quebra com o estereótipo de que rebeldes usam roupas escuras. Wilson Roberto Vieira,em seu livro Caos Semiótico, trata muito dessa questão. Ele defende que o filme propicia a criação de um elemento-surpresa, que a obra abre mão de clichês para que o conteúdo fale mais alto:“Kubrick despe a violência de todos os recursos formais excessivos possíveis, para que o conteúdo fale mais alto”.
Mesmo com toda essa temática controversa, Clockwork Orange foi um sucesso de crítica e de público. A obra teve um orçamento extremamente baixo, cerca de US$ 2,2 milhões foram gastos no filme, mas a sua arrecadação ultrapassou os 26 milhões de dólares. Além disso, o filme recebeu várias indicações, dentre as principais: 7 indicações ao prêmio BAFTA, além de 4 ao Oscar, incluindo os de Melhor Filme, Melhor Diretor, e Melhor Roteiro Adaptado para Stanley Kubrick. Apesar de todos estes anos, Clockwork Orange permanece no imaginário popular como uma obra complexa e que ainda gera discussões. Com sua crítica ácida e seu conteúdo perturbador, nos leva a compreender que existe uma linha tênue entre o correto e o perturbador.
Mad Max: Fury Road, no Brasil Mad Max: Estrada da Fúria é um filme de origem australiano-estadunidense, dos gêneros de ação e ficção científica, lançado em 2015. Dirigido pelo cineasta australiano George Miller e escrito por Brendan McCarthy e Nico Lathouris, além do próprio George Miller, o filme conta com nomes conhecidos como os de Tom Hardy, Charlize Theron e Nicholas Hoult. Este é o quarto filme de uma franquia já iniciada no final da década de 70, seus filmes antecessores foram Mad Max (1979), Mad Max 2: The Road Warrior (1981) e Mad Max Beyond Thunderdome (1985). A trama se passa em um futuro distópico onde elementos como água e combustível estão escassos, e como conseqüência disto os tornam cada vez mais valiosos e disputados. A trama segue contando a história de Max Rockatansky que, juntamente com a Imperatriz Furiosa fogem dentro de um caminhão tanque de um líder tirano chamado de Immortan Joe, o que leva o Immortan Joe a segui-los juntamente com seu exército de súditos.
O filme mostra como George Miller e a própria franquia Mad Max evoluíram, lá atrás, no final dos anos 70 Miller lançava seu primeiro filme da franquia, o curioso é que o filme tinha algumas características bem diferentes desta ultima versão, no início a franquia tinha uma característica mais de filme indie, havia um aspecto mais urbano, bem mais “pé no chão”. Com um orçamento de apenas U$400,000 o filme acabou surpreendendo muita gente e trouxe um retorno de cerca de US$100 milhões, o que logicamente fez com que essa franquia tivesse seguimento e assim viessem seus sucessores. Contudo após o lançamento do terceiro filme a produção do quarto filme parecia que não iria sair do papel, foram cerca de 25 anos de dificuldades para conseguir captar recursos financeiros para realização da obra. Como se já não bastasse isso houveram várias idas e vindas sobre questões relacionadas ao roteiro e se Mel Gibson (protagonista dos filmes originais) iria voltar para fazer um quarto filme, Miller acreditava que o Mel Gibson não iria aceitar o retorno ao papel por causa da sua idade. Depois de tantos impasses finalmente o filme começou a ser rodado, porém devido às fortes chuvas que aconteceram em 2011 em Broken Hill na Austrália, as filmagens acabaram sendo transferidas para o deserto da Namíbia, as chuvas inesperadas fizeram com que Broken Hill se transformasse em uma paisagem exuberante de flores silvestres, inadequadas para o visual que estaria presente no filme.
Após estes diversos contratempos o filme enfim foi lançado em 7 de Maio de 2015 no TCL Chinese Theatre em Hollywood. Sua estréia mundial foi em 15 de maio daquele mesmo ano, o longa também foi exibido no 68º Festival de Cinema de Cannes na França. O filme recebeu uma “aclamação universal” por parte da crítica especializada. Segundo o site Cineclick o filme é “Lindo e Brutal”, o diretor do site Omelete, Erico Borgo afirma que o filme é um “Espetáculo visual” além de dizer que o George Miller “filma como um príncipe do cinema”. No quesito premiações o filme foi muito bem, sendo indicado a 2 Globos de Ouro, 7 categorias do prêmio BAFTA e 10 indicações ao Oscar, levando os prêmios de Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som, Melhor Direção de Arte, Melhor Maquiagem e Penteados, Melhor Figurino e Melhor Edição no Oscar 2016.
O que George Miller fez com esse filme foi algo incrível, ele reestruturou o seu próprio universo de faroeste pós-apocalíptico, a fotografia do filme é impecável, as cores são muito chamativas, a trilha é muito imersiva, fazendo com que o filme flua de forma muito homogênea. As atuações também contam bastante, a Charlize Theron traz uma personagem muito forte, mas ao mesmo tempo sensível, por alguns momentos no filme o expectador até sente a dor que a personagem está sentindo, além do ótimo Tom Hardy que nos trás um ótimo Max, a caracterização do líder cultista Immortan Joe também é bem interessante. Miller com toda sua megalomania nos trás um culto a loucura, um verdadeiro filme de ação sem a trivialidade dos inúmeros filmes feitos atualmente, Mad Max: Fury Road é um espetáculo visual que precisa ser visto e revisto como uma referência contemporânea do gênero.
The Revenant, no Brasil O Regresso é um filme de origem norte-americana do gênero de drama/faroeste dirigido pelo mexicano Alejandro González Iñárritu, escrito por Mark L. Smith e pelo próprio Iñárritu baseado em uma história verídica retratada em um romance homônimo escrito por Michael Punke. O filme conta com Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Will Poulter e Domhnall Gleeson no elenco.
O filme é ambientado no velho oeste e se passa no início do século IXX, o longa traz a história do explorador Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) que em determinado momento é atacado por um urso feroz e seu companheiro John Fitzgerald (Tom Hardy) o deixa para morrer após também acabar assassinando seu filho. Contudo, Hugh Glass sobrevive e inicia uma busca selvagem por vingança a aquele que outrora o traiu. A trama por si só já mostra ser instigante apesar de não ser tão original, porém o que mais chama a atenção são alguns outros aspectos que fazem este longa ser tão visceral.
A direção do Alejandro González Iñárritu merece ser destacada, o diretor que já havia se destacado um ano antes com o filme Birdman or (The Unexpected Virtue of Ignorance) (2014), que inclusive lhe rendeu o Oscar de melhor diretor, também acerta nesse ótimo trabalho. Iñárritu possui uma característica muito interessante em seus filmes, ele costuma usar uma técnica chamada de plano-sequência (que basicamente é um plano em a ação é registrada em uma sequência inteira, sem cortes.), esta é uma técnica muito usada por outros grandes diretores como Stanley Kubrick, Martin Scorsese, Alfonso Cuarón dentre outros nomes. Segundo o teórico francês Jacques Aumont “o que caracteriza o plano-sequência não é apenas a sua duração, mas o fato de ele ser articulado para representar o equivalente de uma sequência. Conviria, portanto, distingui-lo do plano longo “onde nenhuma sucessão de acontecimentos é representada”, tais como planos fixos de duração acima da média envolvendo diálogos ou simples localizações de personagens e cenários”. Um fato também muito interessante é o de que o diretor optou em usar apenas a luz natural em suas filmagens, o que é bem incomum tendo em vista o risco que isso poderia causar no resultado final das gravações. Outro nome muito importante nessa produção é o do diretor de fotografia Emmanuel Lubezki, nome de confiança do Iñárritu, Lubezki que já tinha ganhado dois Oscar por seus trabalhos em Gravity (2013) e Birdman (2014), também foi um dos grandes responsáveis pelo ótimo visual do filme. A paleta de cores, os cenários, a iluminação natural tudo isto está bem sincronizado nesse longa que ainda possui um CGI digno de aplausos, a cena do ataque do urso por exemplo, é muito bem articulada e nos faz acreditar que aquele urso é de verdade.
O filme trás Leonardo DiCaprio, que recentemente havia interpretado Jordan Belfort no filme The Wolf of Wall Street (2013) do diretor Martin Scorsese e Tom Hardy que também recentemente tinha atuado no filme Mad Max: Fury Road (2015) do George Miller. Ambos demonstram muito potencial em seus papéis, Tom Hardy como a personificação do mal, do vilão, do personagem em que todos criam uma aversão. Já o DiCaprio mostra que realmente tem talento, há uma imersão do ator no personagem, inclusive há rumores de que o ator realmente tenha ficado gripado durante as filmagens, e isto não é difícil de acreditar já que em diversos momentos vemos um sofrimento muito intenso do personagem do DiCaprio. A maquiagem também ajudou bastante a trazer esse aspecto mais crível do filme, não é atoa que este foi o filme que rendeu ao Leonardo DiCaprio a tão desejada estatueta.
No geral o filme foi um sucesso de crítica e bilheteria, o filme teve um orçamento de US$ 135 milhões e uma receita que ultrapassou os US$ 532 milhões segundo o site Box Office Mojo. O filme recebeu diversos prêmios e indicações dentre os principais 12 indicações ao Oscar, vencendo nas categorias de Melhor Diretor (Alejandro Gonzalez Iñárritu), Melhor Ator (Leonardo DiCaprio) e Melhor Fotografia (Emmanuel Lubezki), além de ter ganhado três Globo de Ouro: melhor filme de drama, melhor ator de drama para o DiCaprio e melhor diretor para o Iñárritu. O filme também foi muito importante por quebrar alguns tabus. O primeiro foi o de após 65 anos um diretor voltar a ganhar o Oscar por dois anos consecutivos, a última vez em que isto aconteceu foi com o diretor Joseph L. Mankiewicz nos anos de 1949 e 1950. O outro tabu foi o de finalmente ter premiado o ator Leonardo DiCaprio com o Oscar de melhor ator, o mesmo já havia recebido cinco indicações porém até então nunca tinha ganhado o tal prêmio.
The Shining, no Brasil O Iluminado é um filme de origem britano-estadunidense, do gênero de terror, lançado no ano de 1980, produzido e dirigido pelo cineasta Stanley Kubrick e co-escrito por Diane Johnson. O filme é uma adaptação do romance do famoso escritor Stephen King, cuja obra possui o mesmo nome. O longa possui Jack Nicholson, Shelley Duvall, Danny Lloyd e Scatman Crothers no elenco principal.
O Iluminado é considerado como um dos maiores filmes de terror de todos os tempos, além de possuir uma legião de admiradores que consideram o longa uma obra prima, inclusive figuras muito populares já demonstraram sua admiração pela obra. O diretor norte-americano Martin Scorsese escrevendo para o The Daily Beast, classificou-o como um dos 11 filmes mais assustadores de todos os tempos. Muitos consideram que O Iluminado seja um dos melhores filmes do diretor, e estamos falando de ninguém mais ninguém menos que Stanley Kubrick, um dos maiores e mais influentes diretores que Hollywood já teve. O mesmo possui clássicos do cinema como 2001: A Space Odyssey (1968) e A Clockwork Orange (1971).
Muito se fala no quanto esse filme revolucionou o cinema de terror, com sua característica muito singular de causar uma tensão, a obra se sobressai sobre a grande maioria dos filmes do gênero que basicamente se sustentam na banalidade de causar sustos momentâneos ou de estabelecer seres mirabolantes que beiram o clichê. Kubrick decidiu se basear na obra que trata de um homem teoricamente comum que está confinado em um hotel isolado da sociedade e que através disso passa a ser influenciado pelo ambiente. Inclusive, existe um ramo da psicologia denominado de “psicologia ambiental” (estudo da influência do ambiente em relação ao individuo) que ganhou força e é considerado um estudo emergente, com origem na década de 60, tendo como um de seus principais estudiosos o psicólogo alemão-americano Kurt Lewin, ele defende que o meio tem uma capacidade muito significativa de modificar o comportamento humano. Nesse contexto, podemos ver a degradação psicológica do protagonista que começa cada vez mais a demonstrar atitudes violentas e inesperadas, existe uma tensão crescente no filme além de vários enigmas que pairam no ambiente, como por exemplo, na cena em que a personagem da Shelley Duvall passa em frente ao espelho e seu reflexo não aparece, ou nas diversas visões que os protagonistas têm durante o filme.
Além das questões enigmáticas e comportamentais o filme também acerta nas questões técnicas, a trilha é muito imersiva, a fotografia é primorosa pois foi composta quase toda de maneira simétrica. A atuação do Jack Nicholson é icônica, e não é atoa que a cena em que o protagonista usa um machado para quebrar a porta e fala: “Here’s Johnny” se tornou uma das cenas mais memoráveis do cinema. O curioso é que apesar de todos esses méritos o filme não é bem visto pelo Stephen King (escritor da obra original), segundo o mesmo as liberdades criativas do diretor modificaram drasticamente a história e principalmente a personalidade dos protagonistas. O descontentamento do escritor parece ser tão grande que, no final da década de 90, Stephen King deu o seu aval para ser lançada uma minissérie também baseada em sua obra.
Polêmicas à parte O Iluminado sem dúvidas possui uma grande influência não só nos filmes como também na cultura popular. É notável que a obra carrega todo um enigma que cresce com o decorrer do filme. Existem várias questões interpretativas que geram discussões até hoje, inclusive em 2012 foi lançado o documentário Room 237 (no Brasil: O Labirinto de Kubrick) que é dedicado exclusivamente a esmiuçar o filme. Para grande parte dos amantes não só do terror, mas também do cinema em geral, esse certamente é um filme revolucionário, enigmático e singular.
Schindler’s List, no Brasil A lista de Schindler é um longa-metragem de origem norte-americana, dirigido por Steven Spielberg e do gênero de Drama. O filme trata da história de Oskar Schindler, personagem que de fato existiu e que ficou muito conhecido por salvar a vida de centenas de judeus durante o Holocausto, o filme possuí nomes muito queridos em Hollywood como os de Liam Neeson e Bem Kingsley. O longa foi um sucesso absoluto de bilheteria e foi muito bem recebido pela crítica, recebeu diversos prêmios, dentre alguns, sete Oscar, incluindo o de melhor filme e melhor diretor, além de três Globos de Ouro e sete prêmios BAFTAs.
A lista de Schindler recebeu uma aclamação por parte da crítica especializada, inclusive a American Film Institute elegeu o longa como o oitavo melhor filme americano da história. Partindo dessa aclamação vamos entender um pouco sobre o que de fato o filme tem de especial, podemos elencar diversos pontos mais nesse momento iremos destacar os mais marcantes. Baseado no romance Schindler’s Ark do escritor Thomas Keneally, o filme se passa por volta de 1939, período em que a segunda guerra mundial estava se iniciando e que o Nazismo estava cada vez mais forte. Nesse contexto Oskar Schindler, empresário alemão e membro do Partido Nazista, estava interessado em lucrar com a guerra e a partir daí decide montar uma fábrica de panelas para fornecer ao exército. Schindler começa a contratar diversos judeus poloneses para trabalharem em sua fábrica, como conseqüência disso os mesmos acabam se livrando de serem transportados aos campos de concentração. Schindler percebendo isso começa a querer contratar cada vez mais “trabalhadores” para salvá-los, e com isso o filme nos mostra diversos momentos tocantes. Revela um lado filantrópico por parte de Schindler, em alguns momentos torna-se, inclusive, uma tarefa difícil não deixar uma lágrima cair: o filme é repleto de momento marcantes.
Outro lado que temos que ressaltar é na questão técnica do filme, algumas escolhas arriscadas tiveram que ser feitas neste longa, uma delas, inclusive, é a escolha de o filme ser feito em preto e branco. Não sendo uma decisão incomum, pois, outros diretores de sucesso acabaram optando por deixar seus filmes com tal estética, incomum mesmo é o fato de um filme contemporâneo, com mais de três horas, possuir essa fotografia. Aparentemente o filme poderia ficar enfadonho para alguns e isso poderia atrapalhar a recepção por parte do público, mais percebemos que isto não atrapalhou. Há uma cena em que uma criança se mostra em um casaco de vermelho. É uma cena muito marcante, já que é um dos raros momentos em que vemos uma cor diferente em cima do P&B predominante. Na cena em questão há um significado no qual cada um pode interpretar ao seu jeito. Para Andy Patrizio do IGN a cena da menina de casaco vermelho serve para indicar que o protagonista mudou, “Spielberg põe uma virada na história dela, fazendo-a ser mais uma na pilha de corpos no carrinho para ser incinerada. O olhar no rosto de Schindler é inequívoco. Minutos antes, ele viu as cinzas e a fuligem dos corpos em chamas se acumulando em seu carro como apenas um incômodo”.
Quando se fala em Steven Spielberg talvez muita gente o associe aos seus filmes “Blockbuster’s” como Tubarão, Jurassic Park e tantos outros, mas não podemos esquecer que o mesmo fez um trabalho muito artístico nesse filme. Existe todo um sentimento passado em tela, seja pela escolha de rodar o filme em preto e branco, seja de gravar cenas com a câmera na mão ou de manter uma estética parecida a um documentário. As escolhas parecem muito assertivas, tanto que, mesmo em um filme que tinha tudo para ter uma bilheteria restrita conseguiu ultrapassar os 300 milhões de dólares com um orçamento de apenas US$ 22 milhões. O filme proporciona diversos momentos de reflexão, além de uma mensagem muito marcante, como a de seu final: quando Oskar Schindler recebe uma carta de seus trabalhadores e se depara com uma citação. Citação esta que serve muito bem para enaltecer a filantropia do protagonista, além de reforçar a argumentação do filme “Aquele que salva uma vida salva o mundo inteiro”.
Ed Wood é um longa metragem lançado no ano de 1994 pela Touchstone Pictures, do gênero biografia/comédia dramática, dirigido pelo diretor norte-americano Tim Burton e que se baseia no livro Nightmare of Ecstasy do escritor Rudolph Grey. O filme apresenta um pouco da carreira de Edward Davis Wood Jr., considerado o pior diretor de todos os tempos. A trama do filme se passa nos anos 50 e mostra como Edward Davis Wood Jr. (Ed Wood) se envolveu com diversos atores inclusive com o astro Bela Lugosi que naquela altura já estava em fim de carreira.
Uma das coisas que mais chamam a atenção nesse filme é a ambientação bem ao estilo do diretor Tim Burton que naquele período já tinha mostrado sua assinatura nos filmes Beetlejuice (1988), Batman (1989) e Batman Returns (1992), é muito característico do diretor apresentar em seus filmes um lado mais fantasioso e sombrio e talvez seja por isso que o diretor optou em produzir o filme em preto e branco, uma escolha muito assertiva por sinal, outro fato que é preciso destacar é o de que a partir desse filme uma nova parceria estava se iniciando em Hollywood, a parceria do Burton com o ator Johnny Depp, foi a primeira vez em que os dois trabalharam juntos e isso pareceu dar muito certo já que nos anos que sucederam ambos trabalharam juntos em outros diversos filmes, outro ator que se destacou bastante no longa foi o Californiano Martin Landau que inclusive ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante por interpretar o Bela Lugosi no filme, outro nome que merece uma menção é o de Bill Murray que interpretou Bunny Breckinridge e que naquela altura já tinha sido indicado ao Globo de ouro por seu papel no filme Ghostbusters.
É muito instigante ver como o Tim Burton conseguiu apresentar de uma forma gótica e ao mesmo tempo cômica a história desse controverso diretor trash. Em alguns momentos percebemos que a bizarrice e a criatividade de Ed Wood pareciam não ter limites, seja com o seu método de direção baseado em improvisação ou pela sua persistência em projetos de qualidade duvidosa. A relação do Ed Wood com o Bela Lugosi também merece muito destaque, o Bela Lugosi que naquele período apesar de estar em fim de carreira já tinha ganhado muito destaque por papéis marcantes dentre eles o de Drácula no ano de 1931. Apesar de o filme ser dos anos 90 a ambientação dele nos faz acreditar que estamos em uma época mais remota, inclusive a cena de abertura é uma síntese perfeita de como a ambientação desse filme é pontual.
O filme infelizmente acabou sendo um fracasso de bilheteria mais em compensação foi bastante aclamado pela crítica e recebeu diversos prêmios e indicações, destacam-se as indicações ao Globo de Ouro, ao BAFTA, e até a Palma de Ouro (Prêmio de maior prestígio do Festival de Cannes na França) além das premiações do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Martin Landau) e de ter ganhado dois Oscar nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Martin Landau) e Melhor Maquiagem. Certamente esse clássico da filmografia do Tim Burton merece uma atenção especial, pois além de tratar da história de um personagem muito icônico também nos trás diversos elementos que fazem essa cinebiografia ser tão marcante.
From Dusk Till Dawn em uma tradução literal: “Do anoitecer ao Amanhecer” é um filme de origem estadunidense do gênero ação/terror dirigido pelo diretor Robert Rodriguez no ano de 1996, apesar da tradução literal ser bem diferente o filme acabou chegando ao Brasil com o título Um drink no inferno.
O filme conta com alguns nomes conhecidos como os de George Clooney e Quentin Tarantino, inclusive o mesmo Tarantino acabou escrevendo o roteiro do filme, o longa, no período em que foi lançado não alcançou uma grande recepção do público muito menos uma bilheteria surpreendente, seu sucesso foi bastante modesto, contudo, com o passar do tempo o filme foi “envelhecendo bem” e hoje é considerado Cult, além disso, ganhou duas sequências From Dusk Till Dawn 2: Texas Blood Money (1999) e From Dusk Till Dawn 3: The Hangman’s Daughter (2000) além de ter ganhado uma série baseada na história original no ano de 2014.
From Dusk Till Dawn poderia ser apenas mais um filme americano dos anos 90 que até hoje é falado, mas algo nos leva a pensar sobre qual seria o motivo que o diferencia dos demais, e talvez essa resposta seja simples, o plot twist inserido na trama acaba sendo um elemento chave para o seu sucesso, sua estrutura não convencional acaba surpreendendo a todos que o assistem, seu modo exagerado de tratar uma trama que até então vinha se desdobrando de uma forma tradicional é trocado por uma sequência de bizarrices, um humor macabro acaba tomando conta do que até então era apenas um filme policial e que agora se torna trash.
Para os amantes do cinema trash este filme certamente acaba sendo um grande clássico, talvez não seja um exagero afirmar que este longa esteja na “prateleira” dos mais populares filmes do gênero e de que o diretor Robert Rodriguez esteja na lista dos grandes nomes do trash, lista que possuí figuras como Ed Wood, Peter Jackson, Sam Raimi e tantos outros.
Reservoir Dogs, no Brasil Cães de Aluguel é um filme de origem estadunidense, dirigido por ninguém menos que o americano Quentin Jerome Tarantino, ou simplesmente Quentin Tarantino, um dos diretores mais singulares da atualidade, o filme foi lançado no início dos anos 90 e foi o primeiro trabalho do diretor.
Muito se fala no filme “Pulp Fiction” (filme lançado após Resevoir Dogs), alguns dizem até que é o melhor filme do Tarantino, mas não vamos entrar nessa questão, mas sim no quão importante foi o seu antecessor não só para a produção desse clássico, mas também para a carreira desse renomado diretor.
Primeiramente precisamos entender o contexto, era o ano de 1992 e Tarantino, ainda desconhecido, acabou escrevendo e posteriormente dirigindo o filme que contava com nomes como os de Tim Roth, Michael Madsen e Steve Buscemi no elenco, a produção do filme também exigiu sacrifícios, um deles foi a do diretor ter que bancar parte do orçamento da produção com o dinheiro do seu próprio bolso já que o mesmo acabou vendendo o roteiro para o filme True Romance, seu orçamento foi bem baixo cerca de US$ 1,2 milhões foram gastos para produzir o filme, o resultado foi positivo, pois arrecadou mais de US$ 2,8 milhões que apesar de não ser um número tão expressivo o valor foi maior que o dobro de seu modesto orçamento, é bem verdade que o filme não ganhou grande repercussão na época, muito de sua popularidade veio só após o sucesso de Pulp Fiction, contudo Reservoir Dogs foi o responsável por trazer pela primeira vez ao público muitas das características tão marcantes do diretor.
É preciso estabelecer um paralelo comparativo para perceber a semelhança de Reservoir Dogs em relação aos outros filmes do Tarantino. Os mais marcantes, como a narrativa não-linear, que o diretor sempre adota, além de aspectos como a violência bastante brutal, os diálogos e até mesmo a trilha sonora que conta até com “Hooked on a Feeling” da banda sueca Blue Swede.
Reservoir Dogs, hoje, é considerado um filme Cult, outro fato curioso é que além de ser um clássico do cinema independente Reservoir Dogs foi eleito “o maior filme independente de todos os tempos” pela revista britânica Empire; o filme contribuiu muito, pois foi fundamental para a carreira do Quentin Tarantino além de ter sido quem sabe o “empurrão” pra Pulp Fiction e tantos outros clássicos do Tarantino que vieram com o decorrer dos anos.
Le fabuleux destin d’Amélie Poulain, no Brasil O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é um Longa-metragem de origem Francesa dirigido pelo cineasta e também Francês Jean-Pierre Jeunet. O filme recebeu cinco indicações ao Oscar e uma ao Globo de Ouro, além de ter ganho outros diversos prêmios, dentre alguns deles dois prêmios BAFTA; O filme apesar de ter sua origem na França tornou-se muito popular em diversos países, contudo o que pretendo destacar nesta pequena resenha não são as informações do longa ou o meu veredicto, mas o que está nas entrelinhas.
Logo de cara percebe-se uma quebra de padrão já que o filme trata-se de uma comédia romântica não muito convencional, a forma com que a narração nos apresenta a infância da Amélie Poulain (Audrey Tautou) é muito interessante, de início percebe-se qual o tom que o filme pretende seguir, já mais à frente podemos ver a protagonista em seu cotidiano no subúrbio de Paris, conhecemos também os personagens que alimentam muito bem a trama e que se relacionarão com a protagonista em algum momento da trama, tudo flui muito bem, o filme tem um aspecto bastante sutil, a riqueza está nos detalhes, seja através da fisionomia dos personagens, ou com outros aspectos como cenário ou coloração, percebemos uma fotografia digna de aplausos e também um ótimo trabalho de cor, a direção de arte usa bastante as cores vermelho e verde, o vermelho talvez para remeter à paixão e o verde para retratar algo mais harmonioso, algo como a inocência (elementos presentes no filme).
Além da coloração atrativa, a fotografia também enaltece em alguns momentos a bela arquitetura Parisiense além da ótima trilha de Yann Tiersen que nos insere ainda mais no filme, frases de efeito como: “São tempos difíceis para os sonhadores” mostra que o filme realmente tem a intenção de tocar quem o assiste. Certamente, para os fãs da Psicanálise esse filme é um “prato cheio” para análises de personalidades e sentimentos. Concluo enfatizando o quão singular é este filme que nos trás uma bela combinação técnica e criativa e que fazem o expectador ter uma experiência diferenciada e ao mesmo tempo única.
Começo logo com uma afirmativa bastante contundente, porém não é novidade falarmos que a franquia mais contestada dos Estúdios da Pixar é Carros, há quem goste, contudo, a grande maioria questiona o porquê do estúdio insistir tanto em uma franquia tão desgastada e já nem tanto original, se compararmos com outros filmes como "Os Incríveis", "Toy Story", "Monstros S.A", "Procurando Nemo" percebemos uma distância muito grande no quesito qualidade, nem parece que estamos falando de filmes produzidos no mesmo estúdio, já com relação ao filme em si em nenhum momento há uma cena marcante, ou a introdução de um personagem memorável ou de ao menos algo "não clichê", não empolga de forma alguma, tanto que nem há muito o que discutir já que o que vemos é uma história rasa e bem básica, filme insiste nos mesmos erros talvez esse seja um problema crônico desta franquia especificamente, ela não é feita como uma obra de arte, não é feita pra ser memorável ou ao menos original, ela aparenta ser apenas um filme para arrecadar bilheteria e pra conquistar ainda mais dinheiro com as crianças através do merchandising de seus produtos.
Antes de começar qualquer comentário temos que reforçar que o filme de fato tem uma grande ameaça, o Khan, dessa vez J.J Abrams acertou no vilão, já que no primeiro o vilão Nero não convenceu, o filme como um todo é melhorado, ele mantém o mesmo nível porém há uma evolução em alguns aspectos, realmente os personagens foram melhor desenvolvidos como é o caso do personagem do Benedict Cumberbatch, já os personagens capitão Kirk e Spok foram melhor desenvolvidos.
Star Trek é um bom filme, nada de muito acima da média é claro, os efeitos são bons algumas cenas são legais porém algumas coisas coisas incomodam, por exemplo o vilão, a grande ameaça do filme é Nero, puxa um vilão meio medíocre e não muito aproveitado sinceramente não deu pra estabelecê-lo como uma grande ameaça, mas no geral o filme diverte porém não convence.
Divertida mente é um bom filme, porém bem abaixo dos outros filmes da Pixar, de fato ele é bem criativo, possuí cenas muito boas porém o que me incomodou foi não estabelecer personagens cativantes, um ou outro personagem se destaca um pouco porém a própria Pixar é famosa por criar ótimos personagens (coisa que não aconteceu nesse filme), resumindo é uma boa animação porém está abaixo da média se comparada as lançadas anteriormente pela própria Pixar.
O filme pode até tentar ser inovador em alguns aspectos mais peca no que é um problema crônico do cinema Brasileiro, as palavras Chulas, mesmo em um filme que não é de comédia há uma insistência em algo que não ajuda ao filme, sem contar que é bem curto, a impressão é que o filme nem acabou, ele basicamente anda mas não vai pra lugar algum, é o tipo de filme que é muito simples pra ser descrito como um bom filme, mais também não é tão ruim comparado a outras produções da Globo filmes.
Manchester à Beira-Mar
3.8 1,4K Assista AgoraManchester by the Sea, no Brasil Manchester à Beira-Mar é um filme de origem estadunidense lançado em 2016, do gênero de drama, dirigido pelo cineasta e roteirista/argumentista nova-iorquino Kenneth Lonergan. Estrelado por Casey Affleck, Michelle Williams, Lucas Hedges e Kyle Chandler, o roteiro é do Lonergan e tem como produtores: Kimberly Steward, Lauren Beck, Chris Moore e Kevin J. Walsh e pra surpresa de muitos Matt Damon (o ator de filmes como: O “Resgate do Soldado Ryan” do Steven Spielberg e Os “Infiltrados” do diretor Martin Scorsese).
A trama do filme é relativamente simples, trata da vida do personagem Lee Chandler (Casey Affleck) que saí de Manchester, sua cidade natal para viver em Boston nos Estados Unidos. Lá ele vive uma vida aparentemente infeliz, onde trabalha como um “faz tudo”, contudo as coisas mudam quando seu irmão Joe Chandler (Kyle Chandler) morre em decorrência de problemas de saúde; com isso o protagonista precisa voltar para a Inglaterra para cuidar de seu sobrinho, e agora órfão, Patrick Chandler (Lucas Hedges).
Apesar da simplicidade da trama, o filme acaba não sendo trivial. Todos nós uma hora ou outra temos ou teremos que enfrentar o luto, e não falo do luto propriamente dito, pelo menos não no sentido genuíno, mas de lidarmos com percas, com decepções, com problemas que são existentes na trajetória humana. O personagem do Casey Affleck demonstra um extremo pessimismo em suas atitudes, em suas expressões, é perceptível que o personagem está emocionalmente quebrado, sem expectativas de uma reviravolta ou de ao menos uma melhora. O ator não esboça muita expressividade (o que é uma característica dele, inclusive em outros trabalhos), e nesse contexto a inexpressividade se encaixa na proposta do filme — tanto que o Casey Affleck venceu o Oscar 2017 na categoria de Melhor ator por esse trabalho.
A intenção da obra é mostrar como a vida realmente é, diferentemente da maioria das obras cinematográficas que tratam a vida como se, ao final, ela fosse ficar tão perfeita quanto a proporção áurea. Talvez as coisas nunca irão ficar ajustadas, provavelmente sempre haverá algo a se preocupar, sempre haverá uma frustração por alguma determinada decisão que não obtivemos o resultado esperado. Isso fica claro logo no primeiro ato, quando o personagem está nitidamente desconfortável em executar as atividades do seu trabalho pela qual ele não sente prazer algum, e isso nos leva a refletir sobre o nosso lugar no mundo. Será que estamos fazendo o que gostamos? Será que tomamos nossas próprias decisões ou simplesmente estamos seguindo o que a vida nos proporciona? Para o filósofo Clóvis de Barros Filho, ao fazermos uma escolha estamos anulando uma infinidade de possibilidades, estamos abrindo mão de uma gama de outros caminhos que tomaríamos caso já não tivéssemos tomado tal decisão, e talvez fique o questionamento: será que a frustração do protagonista se trata de uma decisão errada? De um rumo pela qual ele não queria que sua vida tomasse, ou até mesmo de uma “não decisão”, afinal, não fazer nada acaba também sendo uma escolha.
Quando eu digo que o filme é uma Ode¹, estou sendo provocador, ou até certo ponto irônico, afinal em nenhum momento vemos um caráter entusiástico no filme, mas é justamente pela obra representar o que eu chamaria de um “pessimismo poético” que faço essa associação. O que fica nítido é que as expressões nas atuações, o roteiro, a fotografia e o ritmo lento da obra fomentam uma reflexão a respeito do quanto a vida pode ser dura, de que mesmo que você esteja mal, a vida não espera você melhorar, muito pelo contrário, ela pode ser ainda pior.
O filme acabou sendo um sucesso de público e de crítica, tendo uma receita de quase US$ 79 milhões, com um custo de produção que ficou na casa dos US$ 9 milhões, o que é considerado bem baixo, gerando assim um retorno extremamente positivo. Além disso, o filme recebeu diversas indicações no Critics’ Choice Awards, Globo de Ouro, Oscar, dentre outros festivais de muita relevância, vencendo ainda mais de vinte premiações. Para finalizar, aproprio-me de um trecho da crítica do site TheWrap para expressar Manchester à Beira-Mar: “De partir e aquecer o coração. Traz emoções que te atingem em cheio”.
¹ Poema lírico cujas estrofes são simétricas (versos possuem a mesma medida); possui um caráter entusiástico, alegre e animador.
O Sexto Sentido
4.2 2,4K Assista AgoraThe Sixth Sense, no Brasil, O Sexto Sentido, 1999, é um filme de suspense e terror psicológico de origem estadunidense, e com direção de M. Night Shyamalan, indiano naturalizado americano. A trama gira em torno do garoto (Haley Joel Osment) que vive perturbado e isolado a esconder um segredo dos que estão à sua volta. Por conta disso,o psicólogo infantil, e também transtornado, (Bruce Willis) passa a acompanhar o garoto em seus relatos de delírios.
O longa foi lançado no dia 06 de agosto de 1999: um sucesso de crítica e público. Sua bilheteria foi de aproximadamente 672 milhões de dólares, sendo, aproximadamente, 293 milhões apenas nos Estados Unidos, o que fez com que a obra tivesse a maior bilheteria do gênero terror da história do cinema por longos 18 anos, quando, finalmente, foi ultrapassado por It (2017). No geral, naquele ano o único filme a superar a bilheteria de The Sixth Sense foi Star Wars: Episode I — The Phantom Menace. Do ponto de vista da crítica, recebeu uma recepção muito positiva, tanto que, foi considerado um dos melhores filmes do ano, o que rendeu cinco indicações ao Oscar, sendo eles a de Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Edição e Melhor Roteiro Original.
O longa também foi responsável pela projeção de M. Night Shyamalan em Hollywood, o mesmo só havia trabalhado em apenas dois filmes antes de The Sixth Sense. Um dos pontos que mais chamou a atenção do público em relação ao longa foi o seu Plot Twist (revira volta no enredo), tanto que essa ferramenta passou a ser uma marca registrada do diretor em seus trabalhos subsequentes, como, por exemplo, em Unbreakable (2000), The Village (2004), The Visit (2015), Split (2016) e tantos outros.
A relevância de The Sixth Sense na cultura pop é algo que precisa ser destacado, tanto que, o filme foi nomeado o 89º melhor filme americano de todos os tempos em uma pesquisa realizada pelo American Film Institute em 2007. Além de que, a frase “I see dead people”,em tradução: “Eu vejo gente morta”, dita pelo personagem Cole Sear foi classificada no 44º lugar da “100 Anos… 100 Citações em Filmes”, melhores citações cinematográficas, e acabou por se tornar um bordão popular.
É curioso como o Plot Twist do filme foi um elemento narrativo importante para estabelecer a assinatura do diretor/roteirista. Quentin Trantino, por exemplo, é muito famoso pelos diálogos dos personagens em seus filmes, além de sempre inserir muita violência e sangue em seus trabalhos, já o Michael Bay prefere explorar explosões e efeitos especiais para conquistar o público, Zack Snyder gosta de usar a câmera lenta em determinados planos, Tim Burton costuma tratar suas fantasias com um toque mais sombrio, e Guilhermo Del Toro sempre insere criaturas bizarras em seus filmes. Ou seja, cada um com as suas preferências para conquistar os seus respectivos públicos, mas, não nos enganemos, Shyamalan não se limita a um Plot Twist. O diretor trata de temas que são recorrentes em seus filmes, como, por exemplo, a fé e a religião, bem como o extraordinário. O mesmo traz à tona temas fantásticos ao mundo real, no estilo “como seria se isso de fato acontecesse?”.
Duas décadas após o seu lançamento, The Sixth Sense ainda é cultuado por muitos. Sua bilheteria, seu sucesso comercial e impacto cultural ainda são discutidos, além de ser um filme referência para outros do gênero. Por mais que o diretor tenha feito diversos trabalhos posteriores (alguns ótimos, outros nem tanto), The Sixth Sense será sempre lembrado com louvor pelos que veneram obras de suspense, em especial, aos que já são fãs do diretor.
Laranja Mecânica
4.3 3,8K Assista AgoraClockwork Orange, no Brasil Laranja Mecânica, é um filme de origem britano-americana do início da década de 70, baseado no romance homônimo do escritor Anthony Burgess, em 1962. O longa foi produzido e dirigido pelo cineasta americano Stanley Kubrick e se tornou popular por seu conteúdo perturbador, além de tratar de assuntos sociais e políticos e por tecer um comentário sobre a psiquiatria.
A trama conta a história de Alex (Malcolm McDowell), um jovem aparentemente carismático e fanático por música clássica, em especial, Beethovem. Alex também é um sociopata que adora cometer crimes, o que o próprio denomina de “ultraviolência”. O mesmo também é um líder de uma gangue de arruaceiros que, inclusive, o ajudam em seus atos. Durante o filme há uma série de crimes, contudo, em um determinado momento Alex é capturado e levado a uma clínica de reabilitação pautada na técnica do condicionamento psicológico, um tratamento controverso, no filme nomeado de “tratamento Ludovico”.
Existem dois pontos muito importantes que precisamos destacar neste filme, um é a quebra de paradigmas, e o outro a intensa crítica ao behaviorismo (conjunto de abordagens que estabelecem o comportamento como objeto de estudo da psicologia). O autor da obra original (Anthony Burgess) desaprovava os trabalhos dos behavioristas Frederic Skinner e John B. Watson, inclusive o Burgess afirmava que o livro Para Além da Liberdade e da Dignidade (1971), escrito por Skinner era “um dos livros mais perigosos já escritos”. A grande crítica em especial girava em torno do condicionamento clássico,um processo que descreve a origem e a modificação de alguns comportamentos com base no efeito estímulo-resposta. Nos termos neurais, o condicionamento clássico corresponde a um tipo de memória implícita. Durante o filme percebe-se que o método usado para tratar um criminoso é o de fazer com que o mesmo tenha uma aversão a crimes. Até aí nada de tão controverso, mas há um detalhe importante: essa aversão é causada por meio de tortura que, inclusive, é apoiada pelo governo. Kubrick definiu esse filme como: “(…) uma sátira social lidando com a questão de saber se a psicologia comportamental e o condicionamento psicológico são as novas armas perigosas para um governo totalitário usar para impor grandes controles sobre seus cidadãos, e transformá-los em pouco mais do que robôs”.
O outro ponto de destaque deste filme é a quebra de paradigmas. Este longa possuí uma forma muito peculiar de tratar a violência, é muito comum que filmes com esse caráter usem técnicas padronizadas para retratar tal tema. Por exemplo, geralmente em filmes muito violentos vemos cenas com trilhas sonoras altas, trilhas bem intensas, mescladas com cenas repletas de cortes ou planos fechados, além de uma fotografia mais escuras. Kubrick “joga” esse conceito fora: usa planos abertos, cenas nítidas que buscam não camuflar a violência representada. A própria vestimenta branca da gangue do filme é curiosa, pois quebra com o estereótipo de que rebeldes usam roupas escuras. Wilson Roberto Vieira,em seu livro Caos Semiótico, trata muito dessa questão. Ele defende que o filme propicia a criação de um elemento-surpresa, que a obra abre mão de clichês para que o conteúdo fale mais alto:“Kubrick despe a violência de todos os recursos formais excessivos possíveis, para que o conteúdo fale mais alto”.
Mesmo com toda essa temática controversa, Clockwork Orange foi um sucesso de crítica e de público. A obra teve um orçamento extremamente baixo, cerca de US$ 2,2 milhões foram gastos no filme, mas a sua arrecadação ultrapassou os 26 milhões de dólares. Além disso, o filme recebeu várias indicações, dentre as principais: 7 indicações ao prêmio BAFTA, além de 4 ao Oscar, incluindo os de Melhor Filme, Melhor Diretor, e Melhor Roteiro Adaptado para Stanley Kubrick. Apesar de todos estes anos, Clockwork Orange permanece no imaginário popular como uma obra complexa e que ainda gera discussões. Com sua crítica ácida e seu conteúdo perturbador, nos leva a compreender que existe uma linha tênue entre o correto e o perturbador.
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraMad Max: Fury Road, no Brasil Mad Max: Estrada da Fúria é um filme de origem australiano-estadunidense, dos gêneros de ação e ficção científica, lançado em 2015. Dirigido pelo cineasta australiano George Miller e escrito por Brendan McCarthy e Nico Lathouris, além do próprio George Miller, o filme conta com nomes conhecidos como os de Tom Hardy, Charlize Theron e Nicholas Hoult. Este é o quarto filme de uma franquia já iniciada no final da década de 70, seus filmes antecessores foram Mad Max (1979), Mad Max 2: The Road Warrior (1981) e Mad Max Beyond Thunderdome (1985). A trama se passa em um futuro distópico onde elementos como água e combustível estão escassos, e como conseqüência disto os tornam cada vez mais valiosos e disputados. A trama segue contando a história de Max Rockatansky que, juntamente com a Imperatriz Furiosa fogem dentro de um caminhão tanque de um líder tirano chamado de Immortan Joe, o que leva o Immortan Joe a segui-los juntamente com seu exército de súditos.
O filme mostra como George Miller e a própria franquia Mad Max evoluíram, lá atrás, no final dos anos 70 Miller lançava seu primeiro filme da franquia, o curioso é que o filme tinha algumas características bem diferentes desta ultima versão, no início a franquia tinha uma característica mais de filme indie, havia um aspecto mais urbano, bem mais “pé no chão”. Com um orçamento de apenas U$400,000 o filme acabou surpreendendo muita gente e trouxe um retorno de cerca de US$100 milhões, o que logicamente fez com que essa franquia tivesse seguimento e assim viessem seus sucessores. Contudo após o lançamento do terceiro filme a produção do quarto filme parecia que não iria sair do papel, foram cerca de 25 anos de dificuldades para conseguir captar recursos financeiros para realização da obra. Como se já não bastasse isso houveram várias idas e vindas sobre questões relacionadas ao roteiro e se Mel Gibson (protagonista dos filmes originais) iria voltar para fazer um quarto filme, Miller acreditava que o Mel Gibson não iria aceitar o retorno ao papel por causa da sua idade. Depois de tantos impasses finalmente o filme começou a ser rodado, porém devido às fortes chuvas que aconteceram em 2011 em Broken Hill na Austrália, as filmagens acabaram sendo transferidas para o deserto da Namíbia, as chuvas inesperadas fizeram com que Broken Hill se transformasse em uma paisagem exuberante de flores silvestres, inadequadas para o visual que estaria presente no filme.
Após estes diversos contratempos o filme enfim foi lançado em 7 de Maio de 2015 no TCL Chinese Theatre em Hollywood. Sua estréia mundial foi em 15 de maio daquele mesmo ano, o longa também foi exibido no 68º Festival de Cinema de Cannes na França. O filme recebeu uma “aclamação universal” por parte da crítica especializada. Segundo o site Cineclick o filme é “Lindo e Brutal”, o diretor do site Omelete, Erico Borgo afirma que o filme é um “Espetáculo visual” além de dizer que o George Miller “filma como um príncipe do cinema”. No quesito premiações o filme foi muito bem, sendo indicado a 2 Globos de Ouro, 7 categorias do prêmio BAFTA e 10 indicações ao Oscar, levando os prêmios de Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som, Melhor Direção de Arte, Melhor Maquiagem e Penteados, Melhor Figurino e Melhor Edição no Oscar 2016.
O que George Miller fez com esse filme foi algo incrível, ele reestruturou o seu próprio universo de faroeste pós-apocalíptico, a fotografia do filme é impecável, as cores são muito chamativas, a trilha é muito imersiva, fazendo com que o filme flua de forma muito homogênea. As atuações também contam bastante, a Charlize Theron traz uma personagem muito forte, mas ao mesmo tempo sensível, por alguns momentos no filme o expectador até sente a dor que a personagem está sentindo, além do ótimo Tom Hardy que nos trás um ótimo Max, a caracterização do líder cultista Immortan Joe também é bem interessante. Miller com toda sua megalomania nos trás um culto a loucura, um verdadeiro filme de ação sem a trivialidade dos inúmeros filmes feitos atualmente, Mad Max: Fury Road é um espetáculo visual que precisa ser visto e revisto como uma referência contemporânea do gênero.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraThe Revenant, no Brasil O Regresso é um filme de origem norte-americana do gênero de drama/faroeste dirigido pelo mexicano Alejandro González Iñárritu, escrito por Mark L. Smith e pelo próprio Iñárritu baseado em uma história verídica retratada em um romance homônimo escrito por Michael Punke. O filme conta com Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Will Poulter e Domhnall Gleeson no elenco.
O filme é ambientado no velho oeste e se passa no início do século IXX, o longa traz a história do explorador Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) que em determinado momento é atacado por um urso feroz e seu companheiro John Fitzgerald (Tom Hardy) o deixa para morrer após também acabar assassinando seu filho. Contudo, Hugh Glass sobrevive e inicia uma busca selvagem por vingança a aquele que outrora o traiu. A trama por si só já mostra ser instigante apesar de não ser tão original, porém o que mais chama a atenção são alguns outros aspectos que fazem este longa ser tão visceral.
A direção do Alejandro González Iñárritu merece ser destacada, o diretor que já havia se destacado um ano antes com o filme Birdman or (The Unexpected Virtue of Ignorance) (2014), que inclusive lhe rendeu o Oscar de melhor diretor, também acerta nesse ótimo trabalho. Iñárritu possui uma característica muito interessante em seus filmes, ele costuma usar uma técnica chamada de plano-sequência (que basicamente é um plano em a ação é registrada em uma sequência inteira, sem cortes.), esta é uma técnica muito usada por outros grandes diretores como Stanley Kubrick, Martin Scorsese, Alfonso Cuarón dentre outros nomes. Segundo o teórico francês Jacques Aumont “o que caracteriza o plano-sequência não é apenas a sua duração, mas o fato de ele ser articulado para representar o equivalente de uma sequência. Conviria, portanto, distingui-lo do plano longo “onde nenhuma sucessão de acontecimentos é representada”, tais como planos fixos de duração acima da média envolvendo diálogos ou simples localizações de personagens e cenários”.
Um fato também muito interessante é o de que o diretor optou em usar apenas a luz natural em suas filmagens, o que é bem incomum tendo em vista o risco que isso poderia causar no resultado final das gravações. Outro nome muito importante nessa produção é o do diretor de fotografia Emmanuel Lubezki, nome de confiança do Iñárritu, Lubezki que já tinha ganhado dois Oscar por seus trabalhos em Gravity (2013) e Birdman (2014), também foi um dos grandes responsáveis pelo ótimo visual do filme. A paleta de cores, os cenários, a iluminação natural tudo isto está bem sincronizado nesse longa que ainda possui um CGI digno de aplausos, a cena do ataque do urso por exemplo, é muito bem articulada e nos faz acreditar que aquele urso é de verdade.
O filme trás Leonardo DiCaprio, que recentemente havia interpretado Jordan Belfort no filme The Wolf of Wall Street (2013) do diretor Martin Scorsese e Tom Hardy que também recentemente tinha atuado no filme Mad Max: Fury Road (2015) do George Miller. Ambos demonstram muito potencial em seus papéis, Tom Hardy como a personificação do mal, do vilão, do personagem em que todos criam uma aversão. Já o DiCaprio mostra que realmente tem talento, há uma imersão do ator no personagem, inclusive há rumores de que o ator realmente tenha ficado gripado durante as filmagens, e isto não é difícil de acreditar já que em diversos momentos vemos um sofrimento muito intenso do personagem do DiCaprio. A maquiagem também ajudou bastante a trazer esse aspecto mais crível do filme, não é atoa que este foi o filme que rendeu ao Leonardo DiCaprio a tão desejada estatueta.
No geral o filme foi um sucesso de crítica e bilheteria, o filme teve um orçamento de US$ 135 milhões e uma receita que ultrapassou os US$ 532 milhões segundo o site Box Office Mojo. O filme recebeu diversos prêmios e indicações dentre os principais 12 indicações ao Oscar, vencendo nas categorias de Melhor Diretor (Alejandro Gonzalez Iñárritu), Melhor Ator (Leonardo DiCaprio) e Melhor Fotografia (Emmanuel Lubezki), além de ter ganhado três Globo de Ouro: melhor filme de drama, melhor ator de drama para o DiCaprio e melhor diretor para o Iñárritu. O filme também foi muito importante por quebrar alguns tabus. O primeiro foi o de após 65 anos um diretor voltar a ganhar o Oscar por dois anos consecutivos, a última vez em que isto aconteceu foi com o diretor Joseph L. Mankiewicz nos anos de 1949 e 1950. O outro tabu foi o de finalmente ter premiado o ator Leonardo DiCaprio com o Oscar de melhor ator, o mesmo já havia recebido cinco indicações porém até então nunca tinha ganhado o tal prêmio.
O Iluminado
4.3 4,0K Assista AgoraThe Shining, no Brasil O Iluminado é um filme de origem britano-estadunidense, do gênero de terror, lançado no ano de 1980, produzido e dirigido pelo cineasta Stanley Kubrick e co-escrito por Diane Johnson. O filme é uma adaptação do romance do famoso escritor Stephen King, cuja obra possui o mesmo nome. O longa possui Jack Nicholson, Shelley Duvall, Danny Lloyd e Scatman Crothers no elenco principal.
O Iluminado é considerado como um dos maiores filmes de terror de todos os tempos, além de possuir uma legião de admiradores que consideram o longa uma obra prima, inclusive figuras muito populares já demonstraram sua admiração pela obra. O diretor norte-americano Martin Scorsese escrevendo para o The Daily Beast, classificou-o como um dos 11 filmes mais assustadores de todos os tempos. Muitos consideram que O Iluminado seja um dos melhores filmes do diretor, e estamos falando de ninguém mais ninguém menos que Stanley Kubrick, um dos maiores e mais influentes diretores que Hollywood já teve. O mesmo possui clássicos do cinema como 2001: A Space Odyssey (1968) e A Clockwork Orange (1971).
Muito se fala no quanto esse filme revolucionou o cinema de terror, com sua característica muito singular de causar uma tensão, a obra se sobressai sobre a grande maioria dos filmes do gênero que basicamente se sustentam na banalidade de causar sustos momentâneos ou de estabelecer seres mirabolantes que beiram o clichê. Kubrick decidiu se basear na obra que trata de um homem teoricamente comum que está confinado em um hotel isolado da sociedade e que através disso passa a ser influenciado pelo ambiente. Inclusive, existe um ramo da psicologia denominado de “psicologia ambiental” (estudo da influência do ambiente em relação ao individuo) que ganhou força e é considerado um estudo emergente, com origem na década de 60, tendo como um de seus principais estudiosos o psicólogo alemão-americano Kurt Lewin, ele defende que o meio tem uma capacidade muito significativa de modificar o comportamento humano. Nesse contexto, podemos ver a degradação psicológica do protagonista que começa cada vez mais a demonstrar atitudes violentas e inesperadas, existe uma tensão crescente no filme além de vários enigmas que pairam no ambiente, como por exemplo, na cena em que a personagem da Shelley Duvall passa em frente ao espelho e seu reflexo não aparece, ou nas diversas visões que os protagonistas têm durante o filme.
Além das questões enigmáticas e comportamentais o filme também acerta nas questões técnicas, a trilha é muito imersiva, a fotografia é primorosa pois foi composta quase toda de maneira simétrica. A atuação do Jack Nicholson é icônica, e não é atoa que a cena em que o protagonista usa um machado para quebrar a porta e fala: “Here’s Johnny” se tornou uma das cenas mais memoráveis do cinema. O curioso é que apesar de todos esses méritos o filme não é bem visto pelo Stephen King (escritor da obra original), segundo o mesmo as liberdades criativas do diretor modificaram drasticamente a história e principalmente a personalidade dos protagonistas. O descontentamento do escritor parece ser tão grande que, no final da década de 90, Stephen King deu o seu aval para ser lançada uma minissérie também baseada em sua obra.
Polêmicas à parte O Iluminado sem dúvidas possui uma grande influência não só nos filmes como também na cultura popular. É notável que a obra carrega todo um enigma que cresce com o decorrer do filme. Existem várias questões interpretativas que geram discussões até hoje, inclusive em 2012 foi lançado o documentário Room 237 (no Brasil: O Labirinto de Kubrick) que é dedicado exclusivamente a esmiuçar o filme. Para grande parte dos amantes não só do terror, mas também do cinema em geral, esse certamente é um filme revolucionário, enigmático e singular.
A Lista de Schindler
4.6 2,3K Assista AgoraSchindler’s List, no Brasil A lista de Schindler é um longa-metragem de origem norte-americana, dirigido por Steven Spielberg e do gênero de Drama. O filme trata da história de Oskar Schindler, personagem que de fato existiu e que ficou muito conhecido por salvar a vida de centenas de judeus durante o Holocausto, o filme possuí nomes muito queridos em Hollywood como os de Liam Neeson e Bem Kingsley. O longa foi um sucesso absoluto de bilheteria e foi muito bem recebido pela crítica, recebeu diversos prêmios, dentre alguns, sete Oscar, incluindo o de melhor filme e melhor diretor, além de três Globos de Ouro e sete prêmios BAFTAs.
A lista de Schindler recebeu uma aclamação por parte da crítica especializada, inclusive a American Film Institute elegeu o longa como o oitavo melhor filme americano da história. Partindo dessa aclamação vamos entender um pouco sobre o que de fato o filme tem de especial, podemos elencar diversos pontos mais nesse momento iremos destacar os mais marcantes. Baseado no romance Schindler’s Ark do escritor Thomas Keneally, o filme se passa por volta de 1939, período em que a segunda guerra mundial estava se iniciando e que o Nazismo estava cada vez mais forte. Nesse contexto Oskar Schindler, empresário alemão e membro do Partido Nazista, estava interessado em lucrar com a guerra e a partir daí decide montar uma fábrica de panelas para fornecer ao exército. Schindler começa a contratar diversos judeus poloneses para trabalharem em sua fábrica, como conseqüência disso os mesmos acabam se livrando de serem transportados aos campos de concentração. Schindler percebendo isso começa a querer contratar cada vez mais “trabalhadores” para salvá-los, e com isso o filme nos mostra diversos momentos tocantes. Revela um lado filantrópico por parte de Schindler, em alguns momentos torna-se, inclusive, uma tarefa difícil não deixar uma lágrima cair: o filme é repleto de momento marcantes.
Outro lado que temos que ressaltar é na questão técnica do filme, algumas escolhas arriscadas tiveram que ser feitas neste longa, uma delas, inclusive, é a escolha de o filme ser feito em preto e branco. Não sendo uma decisão incomum, pois, outros diretores de sucesso acabaram optando por deixar seus filmes com tal estética, incomum mesmo é o fato de um filme contemporâneo, com mais de três horas, possuir essa fotografia. Aparentemente o filme poderia ficar enfadonho para alguns e isso poderia atrapalhar a recepção por parte do público, mais percebemos que isto não atrapalhou. Há uma cena em que uma criança se mostra em um casaco de vermelho. É uma cena muito marcante, já que é um dos raros momentos em que vemos uma cor diferente em cima do P&B predominante. Na cena em questão há um significado no qual cada um pode interpretar ao seu jeito. Para Andy Patrizio do IGN a cena da menina de casaco vermelho serve para indicar que o protagonista mudou, “Spielberg põe uma virada na história dela, fazendo-a ser mais uma na pilha de corpos no carrinho para ser incinerada. O olhar no rosto de Schindler é inequívoco. Minutos antes, ele viu as cinzas e a fuligem dos corpos em chamas se acumulando em seu carro como apenas um incômodo”.
Quando se fala em Steven Spielberg talvez muita gente o associe aos seus filmes “Blockbuster’s” como Tubarão, Jurassic Park e tantos outros, mas não podemos esquecer que o mesmo fez um trabalho muito artístico nesse filme. Existe todo um sentimento passado em tela, seja pela escolha de rodar o filme em preto e branco, seja de gravar cenas com a câmera na mão ou de manter uma estética parecida a um documentário. As escolhas parecem muito assertivas, tanto que, mesmo em um filme que tinha tudo para ter uma bilheteria restrita conseguiu ultrapassar os 300 milhões de dólares com um orçamento de apenas US$ 22 milhões. O filme proporciona diversos momentos de reflexão, além de uma mensagem muito marcante, como a de seu final: quando Oskar Schindler recebe uma carta de seus trabalhadores e se depara com uma citação. Citação esta que serve muito bem para enaltecer a filantropia do protagonista, além de reforçar a argumentação do filme “Aquele que salva uma vida salva o mundo inteiro”.
Ed Wood
4.0 583 Assista AgoraEd Wood é um longa metragem lançado no ano de 1994 pela Touchstone Pictures, do gênero biografia/comédia dramática, dirigido pelo diretor norte-americano Tim Burton e que se baseia no livro Nightmare of Ecstasy do escritor Rudolph Grey. O filme apresenta um pouco da carreira de Edward Davis Wood Jr., considerado o pior diretor de todos os tempos. A trama do filme se passa nos anos 50 e mostra como Edward Davis Wood Jr. (Ed Wood) se envolveu com diversos atores inclusive com o astro Bela Lugosi que naquela altura já estava em fim de carreira.
Uma das coisas que mais chamam a atenção nesse filme é a ambientação bem ao estilo do diretor Tim Burton que naquele período já tinha mostrado sua assinatura nos filmes Beetlejuice (1988), Batman (1989) e Batman Returns (1992), é muito característico do diretor apresentar em seus filmes um lado mais fantasioso e sombrio e talvez seja por isso que o diretor optou em produzir o filme em preto e branco, uma escolha muito assertiva por sinal, outro fato que é preciso destacar é o de que a partir desse filme uma nova parceria estava se iniciando em Hollywood, a parceria do Burton com o ator Johnny Depp, foi a primeira vez em que os dois trabalharam juntos e isso pareceu dar muito certo já que nos anos que sucederam ambos trabalharam juntos em outros diversos filmes, outro ator que se destacou bastante no longa foi o Californiano Martin Landau que inclusive ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante por interpretar o Bela Lugosi no filme, outro nome que merece uma menção é o de Bill Murray que interpretou Bunny Breckinridge e que naquela altura já tinha sido indicado ao Globo de ouro por seu papel no filme Ghostbusters.
É muito instigante ver como o Tim Burton conseguiu apresentar de uma forma gótica e ao mesmo tempo cômica a história desse controverso diretor trash. Em alguns momentos percebemos que a bizarrice e a criatividade de Ed Wood pareciam não ter limites, seja com o seu método de direção baseado em improvisação ou pela sua persistência em projetos de qualidade duvidosa. A relação do Ed Wood com o Bela Lugosi também merece muito destaque, o Bela Lugosi que naquele período apesar de estar em fim de carreira já tinha ganhado muito destaque por papéis marcantes dentre eles o de Drácula no ano de 1931. Apesar de o filme ser dos anos 90 a ambientação dele nos faz acreditar que estamos em uma época mais remota, inclusive a cena de abertura é uma síntese perfeita de como a ambientação desse filme é pontual.
O filme infelizmente acabou sendo um fracasso de bilheteria mais em compensação foi bastante aclamado pela crítica e recebeu diversos prêmios e indicações, destacam-se as indicações ao Globo de Ouro, ao BAFTA, e até a Palma de Ouro (Prêmio de maior prestígio do Festival de Cannes na França) além das premiações do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Martin Landau) e de ter ganhado dois Oscar nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Martin Landau) e Melhor Maquiagem. Certamente esse clássico da filmografia do Tim Burton merece uma atenção especial, pois além de tratar da história de um personagem muito icônico também nos trás diversos elementos que fazem essa cinebiografia ser tão marcante.
Um Drink no Inferno
3.7 1,4K Assista AgoraFrom Dusk Till Dawn em uma tradução literal: “Do anoitecer ao Amanhecer” é um filme de origem estadunidense do gênero ação/terror dirigido pelo diretor Robert Rodriguez no ano de 1996, apesar da tradução literal ser bem diferente o filme acabou chegando ao Brasil com o título Um drink no inferno.
O filme conta com alguns nomes conhecidos como os de George Clooney e Quentin Tarantino, inclusive o mesmo Tarantino acabou escrevendo o roteiro do filme, o longa, no período em que foi lançado não alcançou uma grande recepção do público muito menos uma bilheteria surpreendente, seu sucesso foi bastante modesto, contudo, com o passar do tempo o filme foi “envelhecendo bem” e hoje é considerado Cult, além disso, ganhou duas sequências From Dusk Till Dawn 2: Texas Blood Money (1999) e From Dusk Till Dawn 3: The Hangman’s Daughter (2000) além de ter ganhado uma série baseada na história original no ano de 2014.
From Dusk Till Dawn poderia ser apenas mais um filme americano dos anos 90 que até hoje é falado, mas algo nos leva a pensar sobre qual seria o motivo que o diferencia dos demais, e talvez essa resposta seja simples, o plot twist inserido na trama acaba sendo um elemento chave para o seu sucesso, sua estrutura não convencional acaba surpreendendo a todos que o assistem, seu modo exagerado de tratar uma trama que até então vinha se desdobrando de uma forma tradicional é trocado por uma sequência de bizarrices, um humor macabro acaba tomando conta do que até então era apenas um filme policial e que agora se torna trash.
Para os amantes do cinema trash este filme certamente acaba sendo um grande clássico, talvez não seja um exagero afirmar que este longa esteja na “prateleira” dos mais populares filmes do gênero e de que o diretor Robert Rodriguez esteja na lista dos grandes nomes do trash, lista que possuí figuras como Ed Wood, Peter Jackson, Sam Raimi e tantos outros.
Cães de Aluguel
4.2 1,9K Assista AgoraReservoir Dogs, no Brasil Cães de Aluguel é um filme de origem estadunidense, dirigido por ninguém menos que o americano Quentin Jerome Tarantino, ou simplesmente Quentin Tarantino, um dos diretores mais singulares da atualidade, o filme foi lançado no início dos anos 90 e foi o primeiro trabalho do diretor.
Muito se fala no filme “Pulp Fiction” (filme lançado após Resevoir Dogs), alguns dizem até que é o melhor filme do Tarantino, mas não vamos entrar nessa questão, mas sim no quão importante foi o seu antecessor não só para a produção desse clássico, mas também para a carreira desse renomado diretor.
Primeiramente precisamos entender o contexto, era o ano de 1992 e Tarantino, ainda desconhecido, acabou escrevendo e posteriormente dirigindo o filme que contava com nomes como os de Tim Roth, Michael Madsen e Steve Buscemi no elenco, a produção do filme também exigiu sacrifícios, um deles foi a do diretor ter que bancar parte do orçamento da produção com o dinheiro do seu próprio bolso já que o mesmo acabou vendendo o roteiro para o filme True Romance, seu orçamento foi bem baixo cerca de US$ 1,2 milhões foram gastos para produzir o filme, o resultado foi positivo, pois arrecadou mais de US$ 2,8 milhões que apesar de não ser um número tão expressivo o valor foi maior que o dobro de seu modesto orçamento, é bem verdade que o filme não ganhou grande repercussão na época, muito de sua popularidade veio só após o sucesso de Pulp Fiction, contudo Reservoir Dogs foi o responsável por trazer pela primeira vez ao público muitas das características tão marcantes do diretor.
É preciso estabelecer um paralelo comparativo para perceber a semelhança de Reservoir Dogs em relação aos outros filmes do Tarantino. Os mais marcantes, como a narrativa não-linear, que o diretor sempre adota, além de aspectos como a violência bastante brutal, os diálogos e até mesmo a trilha sonora que conta até com “Hooked on a Feeling” da banda sueca Blue Swede.
Reservoir Dogs, hoje, é considerado um filme Cult, outro fato curioso é que além de ser um clássico do cinema independente Reservoir Dogs foi eleito “o maior filme independente de todos os tempos” pela revista britânica Empire; o filme contribuiu muito, pois foi fundamental para a carreira do Quentin Tarantino além de ter sido quem sabe o “empurrão” pra Pulp Fiction e tantos outros clássicos do Tarantino que vieram com o decorrer dos anos.
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain
4.3 5,0K Assista AgoraLe fabuleux destin d’Amélie Poulain, no Brasil O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é um Longa-metragem de origem Francesa dirigido pelo cineasta e também Francês Jean-Pierre Jeunet. O filme recebeu cinco indicações ao Oscar e uma ao Globo de Ouro, além de ter ganho outros diversos prêmios, dentre alguns deles dois prêmios BAFTA; O filme apesar de ter sua origem na França tornou-se muito popular em diversos países, contudo o que pretendo destacar nesta pequena resenha não são as informações do longa ou o meu veredicto, mas o que está nas entrelinhas.
Logo de cara percebe-se uma quebra de padrão já que o filme trata-se de uma comédia romântica não muito convencional, a forma com que a narração nos apresenta a infância da Amélie Poulain (Audrey Tautou) é muito interessante, de início percebe-se qual o tom que o filme pretende seguir, já mais à frente podemos ver a protagonista em seu cotidiano no subúrbio de Paris, conhecemos também os personagens que alimentam muito bem a trama e que se relacionarão com a protagonista em algum momento da trama, tudo flui muito bem, o filme tem um aspecto bastante sutil, a riqueza está nos detalhes, seja através da fisionomia dos personagens, ou com outros aspectos como cenário ou coloração, percebemos uma fotografia digna de aplausos e também um ótimo trabalho de cor, a direção de arte usa bastante as cores vermelho e verde, o vermelho talvez para remeter à paixão e o verde para retratar algo mais harmonioso, algo como a inocência (elementos presentes no filme).
Além da coloração atrativa, a fotografia também enaltece em alguns momentos a bela arquitetura Parisiense além da ótima trilha de Yann Tiersen que nos insere ainda mais no filme, frases de efeito como: “São tempos difíceis para os sonhadores” mostra que o filme realmente tem a intenção de tocar quem o assiste. Certamente, para os fãs da Psicanálise esse filme é um “prato cheio” para análises de personalidades e sentimentos. Concluo enfatizando o quão singular é este filme que nos trás uma bela combinação técnica e criativa e que fazem o expectador ter uma experiência diferenciada e ao mesmo tempo única.
Carros 3
3.6 315 Assista AgoraO mais fraco da Pixar.
Começo logo com uma afirmativa bastante contundente, porém não é novidade falarmos que a franquia mais contestada dos Estúdios da Pixar é Carros, há quem goste, contudo, a grande maioria questiona o porquê do estúdio insistir tanto em uma franquia tão desgastada e já nem tanto original, se compararmos com outros filmes como "Os Incríveis", "Toy Story", "Monstros S.A", "Procurando Nemo" percebemos uma distância muito grande no quesito qualidade, nem parece que estamos falando de filmes produzidos no mesmo estúdio, já com relação ao filme em si em nenhum momento há uma cena marcante, ou a introdução de um personagem memorável ou de ao menos algo "não clichê", não empolga de forma alguma, tanto que nem há muito o que discutir já que o que vemos é uma história rasa e bem básica, filme insiste nos mesmos erros talvez esse seja um problema crônico desta franquia especificamente, ela não é feita como uma obra de arte, não é feita pra ser memorável ou ao menos original, ela aparenta ser apenas um filme para arrecadar bilheteria e pra conquistar ainda mais dinheiro com as crianças através do merchandising de seus produtos.
Além da Escuridão: Star Trek
4.0 1,4K Assista AgoraAntes de começar qualquer comentário temos que reforçar que o filme de fato tem uma grande ameaça, o Khan, dessa vez J.J Abrams acertou no vilão, já que no primeiro o vilão Nero não convenceu, o filme como um todo é melhorado, ele mantém o mesmo nível porém há uma evolução em alguns aspectos, realmente os personagens foram melhor desenvolvidos como é o caso do personagem do Benedict Cumberbatch, já os personagens capitão Kirk e Spok foram melhor desenvolvidos.
Star Trek
4.0 1,1K Assista AgoraStar Trek é um bom filme, nada de muito acima da média é claro, os efeitos são bons algumas cenas são legais porém algumas coisas coisas incomodam, por exemplo o vilão, a grande ameaça do filme é Nero, puxa um vilão meio medíocre e não muito aproveitado sinceramente não deu pra estabelecê-lo como uma grande ameaça, mas no geral o filme diverte porém não convence.
Divertida Mente
4.3 3,2K Assista AgoraDivertida mente é um bom filme, porém bem abaixo dos outros filmes da Pixar, de fato ele é bem criativo, possuí cenas muito boas porém o que me incomodou foi não estabelecer personagens cativantes, um ou outro personagem se destaca um pouco porém a própria Pixar é famosa por criar ótimos personagens (coisa que não aconteceu nesse filme), resumindo é uma boa animação porém está abaixo da média se comparada as lançadas anteriormente pela própria Pixar.
Entre Abelhas
3.4 832O filme pode até tentar ser inovador em alguns aspectos mais peca no que é um problema crônico do cinema Brasileiro, as palavras Chulas, mesmo em um filme que não é de comédia há uma insistência em algo que não ajuda ao filme, sem contar que é bem curto, a impressão é que o filme nem acabou, ele basicamente anda mas não vai pra lugar algum, é o tipo de filme que é muito simples pra ser descrito como um bom filme, mais também não é tão ruim comparado a outras produções da Globo filmes.