“Através das trevas do futuro passado, o mágico espera uma chance entre os dois mundos... o fogo caminha comigo”. A tranquilidade da cidade fictícia de Twin Peaks é violada quando uma jovem é encontrada morta e desfigurada à beira de um lago. A resposta para a pergunta “Quem matou Laura Palmer?” é incumbida ao investigador do FBI, Dale Cooper e o xerife local, Harry Truman. Juntos, passam a reunir peças do quebra cabeça para chegar ao assassino através de depoimentos, dicas e charadas.
Um dos principais atrativos da série é a forma envolvente com a qual ela conquista o espectador. Além do enigma chave, isso se deve a diversos elementos como a trilha sonora pontual, composta por Angelo Badalamenti, e jogo de luz e sombras, somado a uma primorosa direção de arte, que recria cenários com o clima dos anos 80 e belas paisagens. Ao longo do desenvolvimento da história, David Lynch repete a mensagem de seu clássico Veludo Azul (1986): nada é o que parece. Ao adentrar o universo da cidade, seus habitantes, até então inocentes e ordinários revelam-se suspeitos, perversos, e misteriosos. O enredo aborda temas polêmicos como prostituição, drogas, adultério e incesto. Através disso, os criadores questionam a cruel realidade escondida além do american way of life, modelo de civilização ideal segundo muitos americanos.
Devido à sua diversidade de temas, a série teve dificuldades para se enquadrar em gêneros. Mark Frost, um de seus criadores, a definiu como “uma novela noir”. Esse termo se deve ao fato da produção ter tido um papel importante na evolução da narrativa televisiva. Até os anos 1980 as séries se resumiam a episódios isolados, a trama começava e terminava em um único episódio. A partir de Twin Peaks, as narrativas se aproximaram das usadas em novelas, uma história contada em arcos com tramas simultâneas que podiam levar vários capítulos para se resolverem e requeriam mais da atenção do público.
Com a revelação do assassino da protagonista, ainda no início da segunda temporada, o foco mudou e as tramas paralelas ao enigma chave foram evidenciadas. Esse é o principal motivo pelo qual a produção é uma das minhas favoritas. A partir de então, é possível entrar em contato com seu mundo onírico, repleto de horror, elementos sobrenaturais e universos paralelos, que continuam fortes no longa metragem Twin Peaks - Fire Walk With Me (1992).
Twin Peaks foi para mim, um portal para conhecer o estilo de Lynch, hoje, um dos meus cineastas preferidos, ao lado do dinamarquês Lars Von Trier. A produção do americano junto a Frost vale ser vista, pois além de fantástica (em vários sentidos da palavra), foi precursora do modelo seguido pelas séries contemporâneas.
No salão vermelho, a falecida Laura Palmer sussurra ao ouvido do agente do Dale Cooper “Vejo você em 25 anos”. Enquanto isso, um anão dançava profetizando ao investigador: “Seu chiclete favorito voltará à moda em grande estilo”. Que venha 2017!
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Twin Peaks (2ª Temporada)
4.2 299“Através das trevas do futuro passado, o mágico espera uma chance entre os dois mundos... o fogo caminha comigo”. A tranquilidade da cidade fictícia de Twin Peaks é violada quando uma jovem é encontrada morta e desfigurada à beira de um lago. A resposta para a pergunta “Quem matou Laura Palmer?” é incumbida ao investigador do FBI, Dale Cooper e o xerife local, Harry Truman. Juntos, passam a reunir peças do quebra cabeça para chegar ao assassino através de depoimentos, dicas e charadas.
Um dos principais atrativos da série é a forma envolvente com a qual ela conquista o espectador. Além do enigma chave, isso se deve a diversos elementos como a trilha sonora pontual, composta por Angelo Badalamenti, e jogo de luz e sombras, somado a uma primorosa direção de arte, que recria cenários com o clima dos anos 80 e belas paisagens. Ao longo do desenvolvimento da história, David Lynch repete a mensagem de seu clássico Veludo Azul (1986): nada é o que parece. Ao adentrar o universo da cidade, seus habitantes, até então inocentes e ordinários revelam-se suspeitos, perversos, e misteriosos. O enredo aborda temas polêmicos como prostituição, drogas, adultério e incesto. Através disso, os criadores questionam a cruel realidade escondida além do american way of life, modelo de civilização ideal segundo muitos americanos.
Devido à sua diversidade de temas, a série teve dificuldades para se enquadrar em gêneros. Mark Frost, um de seus criadores, a definiu como “uma novela noir”. Esse termo se deve ao fato da produção ter tido um papel importante na evolução da narrativa televisiva. Até os anos 1980 as séries se resumiam a episódios isolados, a trama começava e terminava em um único episódio. A partir de Twin Peaks, as narrativas se aproximaram das usadas em novelas, uma história contada em arcos com tramas simultâneas que podiam levar vários capítulos para se resolverem e requeriam mais da atenção do público.
Com a revelação do assassino da protagonista, ainda no início da segunda temporada, o foco mudou e as tramas paralelas ao enigma chave foram evidenciadas. Esse é o principal motivo pelo qual a produção é uma das minhas favoritas. A partir de então, é possível entrar em contato com seu mundo onírico, repleto de horror, elementos sobrenaturais e universos paralelos, que continuam fortes no longa metragem Twin Peaks - Fire Walk With Me (1992).
Twin Peaks foi para mim, um portal para conhecer o estilo de Lynch, hoje, um dos meus cineastas preferidos, ao lado do dinamarquês Lars Von Trier. A produção do americano junto a Frost vale ser vista, pois além de fantástica (em vários sentidos da palavra), foi precursora do modelo seguido pelas séries contemporâneas.
No salão vermelho, a falecida Laura Palmer sussurra ao ouvido do agente do Dale Cooper “Vejo você em 25 anos”. Enquanto isso, um anão dançava profetizando ao investigador: “Seu chiclete favorito voltará à moda em grande estilo”. Que venha 2017!