Você está em
  1. > Home
  2. > Usuários
  3. > nattsza
30 years (BRA)
Usuário desde Novembro de 2013
Grau de compatibilidade cinéfila
Baseado em 0 avaliações em comum

well, a 25-year-old Brazilian guy who loves music and thinks Pink Floyd is the greatest act this world's ever witnessed.

Últimas opiniões enviadas

  • Natan Souza

    "Coisas estranhas acontecem em Bad City. Uma cidade iraniana fantasma, lar de prostitutas, viciados, cafetões e outras almas sórdidas. Um reduto de depravação e falta de esperança, onde uma vampira solitária persegue os habitantes mais repugnantes. Mas quando um garoto conhece uma garota, uma história de amor incomum começa a florescer... vermelha como o sangue."

    Que mentira e exagero, meu, KKKKK. Essa sinopse aí contém mais coisas acontecendo do que o filme em si todo. Reescrevendo-a para algo mais honesto, teríamos:

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    "Coisas absolutamente corriqueiras acontecem em Ordinary City. Uma cidade iraniana do interior, lar de UMA prostituta, UM viciado, UM cafetão e outras almas de moral mediana que só dão as caras mesmo numa festa. Um reduto de uma putariazinha aqui e ali, já que ninguém é de ferro, e falta do que fazer (vai pra capital, meu fi), onde uma vampira antissocial persegue os habitantes mais aleatórios. Mas quando um garoto conhece uma garota (não, não uma OUTRA garota, seu bobo; é a própria vampira da frase anterior), uma história de amor babão da parte dele e apatia da parte dela começa a florescer... vermelha como o sangue, apesar de essa metáfora, por si só cafona, ser trivial aqui, já que o filme é em preto e branco e sangue é o que menos se vê neste caralho do meu cu."

    Falando sério agora: Qual é o problema desta diretora roteirista? Pela segunda vez, após Amores Canibais, me senti ludibriado, desta vez especialmente pela aprovação que li na Wikipedia que o filme teve — pô, 96% dos críticos e 75% do público geral no Rotten Tomatoes. E fui vê-lo exatamente na esperança de que o primeiro filme dela, antes de algo mais comercial e hollywoodiano, pudesse retroativamente redimi-la; que decepção... Porém, ao menos aqui percebi a farsa muito antes (talvez já pelo trauma do citado Amores Canibais), tanto é que, após muuuito tempo sem fazer isto, precisei de umas três sessões para terminar o filme. Fiquei com sono quando comecei a ver inicialmente e o filme estava tão insuportavelmente sem sentido, que nem me esforcei, lavei o rosto e continuei; acho que isso já faz uns meses e só fui terminá-lo hoje. Terminei e fiquei pensando: "Sou só eu ou esta diretora tem alguma espécie de problema pesado de narcisismo artístico?" Daí, lendo o restante da página do filme na Wikipedia, leio estes dois parágrafos:

    1: "People ask me, 'Why did you make A Girl Walks Home Alone at Night?' My answer is that I was lonely—that's why. But taking that a step further, the truth is that I make films to make friends and find real intimacy; a connection with others based on something that's meaningful to me. The people who make these films with you, your cast and crew—it's like they're on a vision quest with you. That is an incomparable experience. And then when the film is done and out there, the people who are attracted to your film—the audiences, festivals that embrace it, other filmmakers, artists, the critics who like what you do—those are my friends. And I don't expect to be friends with everyone."
    2: "She has also said that 'every piece of the story, every character, every costume, every bit of music' is something that she 'love[s] to the point of obsession.'"

    Aí eu: "Aaah..." Tá aí a confissão explícita de que, sim, ela possui algum problema com narrativas pretensiosas que são apenas exercícios cinematográficos autoindulgentes. E, honestamente, a priori, não vejo isso necessariamente como um problema, já que narcisismo artístico pode gerar obras maravilhosas. O problema é que ela acha que está dizendo algo com os seus filmes, quando não está dizendo nada. Há elementos narrativos aqui que futuramente ela tenta reaproveitar em Amores Canibais, só que, assim como nele, ela ACHA que com eles está transmitindo qualquer mensagem, mas são elementos pretensiosamente desconexos. Exemplo em ambos os filmes é a inserção de

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    uma rave e do uso de drogas

    como uma tentativa de passar qualquer que seja a mensagem abstrata que o espectador possa tirar. Outro são cenas "atmosféricas" intercaladas pelos filmes, geralmente cenas solo de personagens refletindo, passando o tempo fazendo vários nadas ou passeando aleatoriamente por aí.
    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    E aquela vala lá recebendo corpo toda hora como uma tentativa de desenvolver um pouco a mitologia da cidade? (Tá tendo surto de peste negra nesta porra?) Corresponderia àquele lixão lá de Amores Canibais? Aqui ela ainda joga uma personagem trans numas cenas aqui e ali para — novamente — simular a existência de qualquer mensagem que o espectador precisa "entender" subjetivamente.

    Puta merda.

    E confesso que este — ao contrário daquela imundície indizível chamada Amores Canibais — ainda oferece algum potencial. A fotografia sombria em preto e branco é boa; a trilha sonora é interessante; o filme inicialmente parece construir o tipo de atmosfera lenta do qual, quando bem-feito e dentro duma modéstia necessária a esse tipo de proposta, eu gosto. No entanto, tudo isso é estragado não apenas por essas questões pretensiosas e desperdiçadas, mas exatamente porque ela não decide se quer criar algo nessa pegada mais abstrata ou se quer uma história mais pontual e palpável. Resultado: uma bagunça de acontecimentos do mais absoluto nada e num ritmo sem sentido.

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    O virjão lá tem um encontro com uma mina aleatória no meio da noite durante uma bad e já se apaixona a ponto de chamar a guria para fugir com ele após o assassinato do pai. Percebe que ela pode ter alguma relação com esse evento e mesmo assim continua com o plano; não que necessariamente tivesse de ser uma questão moral pelo assassinato do pai disfuncional e um peso na vida, mas ele simplesmente não sabe qual poderia ter sido o papel dela no evento: será que ela é a assassina? Se sim, por que teria matado o pai? Autodefesa ou um assassinato aleatório? Será que já matou mais pessoas? Será que ela não poderia se voltar contra ele futuramente também? Etc., etc. A guria — a porra duma vampira justiceira apática depressiva misantropa —, após alguns assassinatos que pelo menos parecem indicar algum propósito maior para a sua existência no contexto da cidade, reflete seriamente por 0,3 segundos e aceita. "Sabe, eu mato despropositadamente morador de rua aleatório, mas me apaixono e fujo com um guri qualquer que por algum motivo cósmico exerce um magnetismo e um fascínio capazes de domar o meu vampirismo impiedoso."

    Uau. É um Crepúsculo reverso iraniano.

    Nem a proposta principal em si e o perfil da protagonista nós conseguimos tatear direito, pois não são bem desenvolvidos. Não sabemos se

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    o cafetão foi o primeiro assassinato dela, se ela é uma nativa da cidade ou chegou recentemente, como ela se tornou uma vampira...

    É claro que tais elementos misteriosos funcionam numa narrativa bem construída, mas aqui não, já que a diretora joga tudo isso fora com o romance raso de que falei no parágrafo anterior. E, afinal, o que que ela quis passar com as vítimas ou quase vítimas da vampira? Temos
    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    um cuzão cafetão, um cuzão velho viciado, um morador de rua e um garoto qualquer que é apenas... um garoto qualquer.

    A mensagem é um feminismo superficial e caricato:
    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    os dois cuzões são homens descartáveis que atacam mulheres, então, beleza, pau no cu deles. Daí o gurizinho é um potencial futuro escroto só por ser homem, então a vampira pretensamente feminista brincando de justiceira vai lá e tenta corrigir o que o menino ainda nem fez através dum encontro esperançosamente traumático. E o morador de rua — além de que também é homem, é claro, e portanto, nas entrelinhas, deve ter feito algo ruim que justifique a sua sina, né — é apenas um estratégia narrativa enche-linguiça para mostrar o quão má ela é e contextualizar a fala dramática de resistência afetiva de que "você não me conhece. Eu fiz coisas ruins".

    Puta que o caralha, viu.

    O final do filme, admito, vai lá, seria até interessante num filme que funcionasse.

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    Ele lá, puto da vida, tendo uma crise existencial interna após o assassinato do pai, encosta o carro na estrada, sai, coloca tudo na balança brevemente, decide tocar o foda-se, volta pro carro, coloca uma música — com um estilo que se contrapõe às anteriores durante o filme, o que passa uma ideia de conclusão resignada bacana — e os dois se olham em silêncio e trocam mensagens, compreensões e acordos não verbais rumo ao imprevisível que os aguarda, com aquele gato majestoso lá de boaça no fundo para climatizar ainda mais a coisa.

    Bacana, mas infelizmente esses poucos segundos finais não conseguem salvar a tragédia que é o todo aqui.

    Ai, ai, ai, que pena. Lembrete mental: passar longe de qualquer coisa desta diretora futuramente. Dois já foi suficiente para me traumatizar e eu já não aguento mais escrever resenha grande para filme ruim só de raiva e recalque, kkk.

    Nota final: 2/10.

    Você precisa estar logado para comentar. Fazer login.
  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

Este site usa cookies para oferecer a melhor experiência possível. Ao navegar em nosso site, você concorda com o uso de cookies.

Se você precisar de mais informações e / ou não quiser que os cookies sejam colocados ao usar o site, visite a página da Política de Privacidade.