O nome do psicodélico citado foi raiz de tannis ou entendi errado? Achei curioso porque é justamente o alucinógeno ficcional do filme O Bebê de Rosemary. Depois também relembrei que Adrian Marcato é um personagem do clássico de 68. Bem interessante esse tanto de referência e a maneira como elas são utilizadas na trama.
Se uma mulher chega recitando poesia pra mim do nada, provavelmente me apaixono. Se Louise chega recitando poesia pra mim do nada, com certeza tenho um treco. E como já falaram antes, não faz o menor sentido esse filme ser desconhecido. Mais um pra série pérolas perdidas por aí.
Muitos comentários aqui já deram conta de explorar o objetivo que o filme tem em representar as relações humanas contemporâneas e as angústias do ser humano. Gostaria de chamar atenção especial para a maneira como Lisa é vista. Stone a enxerga como um bote salva vidas quando, na verdade, ele não consegue se relacionar nem com ele mesmo. Essa idealização do amor romântico e as projeções que fazemos são o que geralmente minam as relações desde o começo (principalmente nos dias de hoje). Até mesmo às "estranhezas" de Lisa parecem idealizadas e, a partir do momento que ela lhe recorda seus (próprios) incômodos, tudo perde o sentido. Uma cena me pareceu crucial. A que Michael fala sobre querer chorar e não conseguir. Nesse momento ele se questiona se o comportamento tem relação com o uso se Zoloft (medicamento usado para depressão). Foi aí que eu pensei: como é possível chorar numa sociedade em que sequer é permitido sentir? Uma sociedade em que não é permitido esse incômodo, não é permitido o fracasso. Uma sociedade em que as pessoas não estão preocupadas em realmente ouvir (aos outros e a si), em que nós nos tornamos apáticos à nossa própria vida e somos apenas mais um número dentro de uma linha de produção mecanizada. Bom, pelo menos nos permitimos esse grande incômodo que o filme é. Valeu a pena.
Uma das partes mais geniais pra mim não é só o fato de Jennifer representar Gaia, mas a maneira como ela é tratada pelos homens em diversos momentos. Me lembrou de uma parte do documentário do Joseph Campbell (O Poder do Mito) em que ele fala sobre como as deusas femininas ocupavam um papel central na época em que a humanidade vivia apenas da agricultura e da caça (justamente porque as deusas representavam a terra e a natureza). Depois que os grupos começaram a se fixar e guerrear por território é que os deuses masculinos ganharam destaque e a terra começou a ser explorada de outra forma. A própria representação desses deuses é muito relacionada com o poder, a destruição e a subordinação das figuras femininas. O que é bem exemplificado no filme.
"A gente pode não saber o que será profundo, mas a gente sempre sabe o que seria." Das descobertas poéticas que desnudam a alma e encantam como uma paixão.
Acredito que a metáfora mais bonita é que muitos daqueles que parecem monstros são na verdade demasiado humanos, cheios de imperfeições e contradições. Uma mensagem linda sobre como não devemos separar as pessoas simplesmente em boas e más; e como podemos amar e libertar uma pessoa ao mesmo tempo. Arte e psicologia fazendo desse enredo algo simplesmente singular. Favoritado.
Como já falaram aqui, acho que o grande problema do filme é tratar um tema tão complexo em tão pouco tempo. Acho que muitas coisas precisavam ser melhor desenvolvidas. Acho interessante a ideia do Will salvar a Isla em diversas realidades paralelas. Mas acredito que só faria sentido de fato se mostrassem como isso afeta ele nas diversas realidades e momentos. Sempre que as pessoas cruzam o nosso caminho o objetivo é que tanto elas quanto nós possamos sofrer alguma transformação. E é bem óbvio a relação que o filme tem com a série The OA, embora cada uma tenha suas peculiaridades.
Quase ninguém comenta sobre a crítica social presente no filme. É o que torna tudo muito mais interessante. O governo fazendo controle social, manipulação disfarçada de liberdade, pessoas sendo caçadas como animais, o armamento desenfreado nos EUA e por aí vai.
Percebemos como a indiferença está presente por todos os lados, nos fazendo acreditar que somos até invisíveis. Alguns simplesmente fogem para poder superar esse tipo de situação, e outros, infelizmente, não podem suportar. Mas nós não podemos ser indiferentes (por mais que isso pareça tentador às vezes), pois a mão que estendemos a alguém (principalmente a uma criança ou jovem) pode sim fazer a diferença - algo que talvez sequer possamos perceber. Me debulhando em lágrimas depois dessa obra. Como eu disse, não há como ficar alheio a algo que dói tanto.
No começo me incomodei um pouco porque achei, equivocadamente, que estavam romantizando um caso de pedofilia. Depois percebi que tudo tinha um fundamento e fazia parte do processo psicológico da personagem. É ótimo ver seu crescimento emocional e perceber o momento em que ela (como adulta e mulher) aprende a aceitar e amar suas imperfeições.
Cada vez mais fã da Glória por interpretar mulheres tão importantes pra nossa história e que muitas vezes são desconhecidos pela maioria das pessoas graças à nossa cultura machista. Primeiro, em Flores Raras, na pele de Lota de Macedo como arquiteta-paisagista, urbanista, que teve uma relação homoafetiva com a poetisa Elizabeth Bishop. Agora como a grande psiquiatra Nise da Silveira, que com sua influência de Jung, transformou o Hospício Pedro II num lugar muito mais humano (quando ainda existiam lobotomia e eletrochoques) realizando a descoberta de artistas que antes eram apenas discriminados como loucos e inúteis. "O meu instrumento é o pincel, o seu é o picador de gelo". Que filme, que mulher, que história!!! Super recomendo.
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História do Oculto
3.5 42 Assista AgoraO nome do psicodélico citado foi raiz de tannis ou entendi errado? Achei curioso porque é justamente o alucinógeno ficcional do filme O Bebê de Rosemary. Depois também relembrei que Adrian Marcato é um personagem do clássico de 68. Bem interessante esse tanto de referência e a maneira como elas são utilizadas na trama.
Dois Minutos Além do Infinito
3.9 64Filme simples e incrível! Só pra deixar registrado mais um agradecimento ao Fantaspoa 2021.
Tudo por Ela
1.8 52O famoso rolê errado
Vampiros x the Bronx
2.9 99Um filme de sessão da tarde com efeitos zoados, mas ainda assim divertido. E com um bela metáfora sobre gentrificação.
Nós Duas
4.0 43 Assista AgoraO jeitinho francês de dar um soco na boca do estômago é diferente sabe?
Um recorte inovador sobre histórias LGBTs (apesar de representar a realidade nua e crua). Atuações e fotografia belíssimas.
Amor Proibido
3.9 38Se uma mulher chega recitando poesia pra mim do nada, provavelmente me apaixono. Se Louise chega recitando poesia pra mim do nada, com certeza tenho um treco.
E como já falaram antes, não faz o menor sentido esse filme ser desconhecido. Mais um pra série pérolas perdidas por aí.
Anomalisa
3.8 497 Assista AgoraMuitos comentários aqui já deram conta de explorar o objetivo que o filme tem em representar as relações humanas contemporâneas e as angústias do ser humano. Gostaria de chamar atenção especial para a maneira como Lisa é vista. Stone a enxerga como um bote salva vidas quando, na verdade, ele não consegue se relacionar nem com ele mesmo. Essa idealização do amor romântico e as projeções que fazemos são o que geralmente minam as relações desde o começo (principalmente nos dias de hoje). Até mesmo às "estranhezas" de Lisa parecem idealizadas e, a partir do momento que ela lhe recorda seus (próprios) incômodos, tudo perde o sentido. Uma cena me pareceu crucial. A que Michael fala sobre querer chorar e não conseguir. Nesse momento ele se questiona se o comportamento tem relação com o uso se Zoloft (medicamento usado para depressão). Foi aí que eu pensei: como é possível chorar numa sociedade em que sequer é permitido sentir? Uma sociedade em que não é permitido esse incômodo, não é permitido o fracasso. Uma sociedade em que as pessoas não estão preocupadas em realmente ouvir (aos outros e a si), em que nós nos tornamos apáticos à nossa própria vida e somos apenas mais um número dentro de uma linha de produção mecanizada. Bom, pelo menos nos permitimos esse grande incômodo que o filme é. Valeu a pena.
Animais Fantásticos e Onde Habitam
4.0 2,2KSó magia top, Rogerinho.
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraUma das partes mais geniais pra mim não é só o fato de Jennifer representar Gaia, mas a maneira como ela é tratada pelos homens em diversos momentos. Me lembrou de uma parte do documentário do Joseph Campbell (O Poder do Mito) em que ele fala sobre como as deusas femininas ocupavam um papel central na época em que a humanidade vivia apenas da agricultura e da caça (justamente porque as deusas representavam a terra e a natureza). Depois que os grupos começaram a se fixar e guerrear por território é que os deuses masculinos ganharam destaque e a terra começou a ser explorada de outra forma. A própria representação desses deuses é muito relacionada com o poder, a destruição e a subordinação das figuras femininas. O que é bem exemplificado no filme.
Miss Violence
3.9 1,0K Assista AgoraUm soco no estômago. Um vômito social.
Exemplo real de como as situações de abuso contra a mulher podem ser mais comuns onde menos se deveria esperar.
O Perfume da Memória
4.0 168"A gente pode não saber o que será profundo, mas a gente sempre sabe o que seria."
Das descobertas poéticas que desnudam a alma e encantam como uma paixão.
Sete Minutos Depois da Meia-Noite
4.1 992 Assista AgoraAcredito que a metáfora mais bonita é que muitos daqueles que parecem monstros são na verdade demasiado humanos, cheios de imperfeições e contradições. Uma mensagem linda sobre como não devemos separar as pessoas simplesmente em boas e más; e como podemos amar e libertar uma pessoa ao mesmo tempo. Arte e psicologia fazendo desse enredo algo simplesmente singular. Favoritado.
A Descoberta
3.3 385 Assista AgoraComo já falaram aqui, acho que o grande problema do filme é tratar um tema tão complexo em tão pouco tempo. Acho que muitas coisas precisavam ser melhor desenvolvidas. Acho interessante a ideia do Will salvar a Isla em diversas realidades paralelas. Mas acredito que só faria sentido de fato se mostrassem como isso afeta ele nas diversas realidades e momentos. Sempre que as pessoas cruzam o nosso caminho o objetivo é que tanto elas quanto nós possamos sofrer alguma transformação. E é bem óbvio a relação que o filme tem com a série The OA, embora cada uma tenha suas peculiaridades.
A Chegada
4.2 3,4K Assista Agora- Se visse sua vida toda, do começo ao fim... Você mudaria alguma coisa?
- Talvez eu... Dissesse o que sinto mais vezes.
Uma Noite de Crime: Anarquia
3.5 1,2KQuase ninguém comenta sobre a crítica social presente no filme. É o que torna tudo muito mais interessante. O governo fazendo controle social, manipulação disfarçada de liberdade, pessoas sendo caçadas como animais, o armamento desenfreado nos EUA e por aí vai.
O Substituto
4.4 1,7K Assista AgoraPercebemos como a indiferença está presente por todos os lados, nos fazendo acreditar que somos até invisíveis. Alguns simplesmente fogem para poder superar esse tipo de situação, e outros, infelizmente, não podem suportar. Mas nós não podemos ser indiferentes (por mais que isso pareça tentador às vezes), pois a mão que estendemos a alguém (principalmente a uma criança ou jovem) pode sim fazer a diferença - algo que talvez sequer possamos perceber. Me debulhando em lágrimas depois dessa obra. Como eu disse, não há como ficar alheio a algo que dói tanto.
Vanilla Sky
3.8 2,0K Assista Agora"Te vejo em outra vida, quando nós dois formos gatos."
O Diário de uma Adolescente
3.6 151 Assista AgoraE o trabalho artístico no filme é sensacional!
O Diário de uma Adolescente
3.6 151 Assista AgoraNo começo me incomodei um pouco porque achei, equivocadamente, que estavam romantizando um caso de pedofilia. Depois percebi que tudo tinha um fundamento e fazia parte do processo psicológico da personagem. É ótimo ver seu crescimento emocional e perceber o momento em que ela (como adulta e mulher) aprende a aceitar e amar suas imperfeições.
Nise: O Coração da Loucura
4.3 656 Assista AgoraCada vez mais fã da Glória por interpretar mulheres tão importantes pra nossa história e que muitas vezes são desconhecidos pela maioria das pessoas graças à nossa cultura machista. Primeiro, em Flores Raras, na pele de Lota de Macedo como arquiteta-paisagista, urbanista, que teve uma relação homoafetiva com a poetisa Elizabeth Bishop. Agora como a grande psiquiatra Nise da Silveira, que com sua influência de Jung, transformou o Hospício Pedro II num lugar muito mais humano (quando ainda existiam lobotomia e eletrochoques) realizando a descoberta de artistas que antes eram apenas discriminados como loucos e inúteis. "O meu instrumento é o pincel, o seu é o picador de gelo". Que filme, que mulher, que história!!! Super recomendo.