estou chocado a cada episódio com essa obra prima! não sei como demorei tantos anos para vê-la, mas agradeço por isso, pois está revivendo em chamas meu amor por godard e todo o universo que o envolve e que ele representa para mim.
e esse godard todo galã de boné e ósculos escuros fumando charuto diante da máquina de escrever? e depois até sem camisa. rs ainda, as músicas utilizadas nesse episódio são especialmente muito boas, a do começo e a do fim.
fazia anos, repito: anos que um godard não mexia tanto comigo assim. desde 2013, provavelmente. eu tinha até me esquecido, provavelmente não poderia nem perceber isso naquela época - por ter menos idade e consciência - o que assistir a um godard significa para mim.
VER GODARD É COMO MEDITAR
não tem nem o que comentar da genialidade desse roteiro, dessa montagem. não tem nem o que comentar. godard é godard.
que bom que eu demorei tanto pra começar a ver o histoire(s) du cinéma! isso que ainda semana passada tava falando mal dele aqui mesmo, nos comentários de um outro filme, aqui no filmow...
eu comecei a estudar francês em 2013 pra ver godard sem legenda. desde 2016 tenho tatuado no meu pulso o nome do meu filme favorito dele e hoje eu moro na frança.
eu só tenho um mestre do cinema e o nome dele é: GODard.
Assisti a O Decálogo neste último fim de semana e confesse que gostei de uma maneira diferente do que pensei que gostaria. Pensei que os personagens teriam ligações mais próximas, que as histórias se colidiriam de uma maneira mais impactante; mas minhas expectativas não se realizaram, e essa é a surpresa do filme: ele é exatamente como a vida, ele não é óbvio. Não poderia escolher um episódio favorito, consegui me envolver com todos com o passar do tempo. Daria, porém, certo destaque:
O começo de Não Matarás, achei a estética desse episódio a melhor entre todos e o início foi o que mais me impressionou, nessa história que lembra bastante Crime E Castigo, de Dostoiévski; Também o início de Honrarás Pai e Mãe, exatamente até o momento em que o pai chega de viagem, e o filme vai para um caminho que não é o que eu esperava; O meio de Não Cobiçarás Coisas Alheias, pois o começo e o final não me cativaram tanto; Diversas cenas de Não Matarás.
Penso que Kieslowski atingiu um tipo de narrativa tão perfeita através do cinema, que nenhum outro cineastra conseguiu atingir. Não que ele seja meu favorito, ou que o considero o melhor ou algo assim, simplesmente sinto um grau de perfeição em suas obras, são tão plenas...
Berlin Alexanderplatz faz com que o espectador acompanhe uma história de perto, mas não é possível "vivenciar" o que é visto - como se pudesse sentir o que os personagens sentem. Somos onipresentes, no sentido em que acompanhamos vários personagens, não só o protagonista, além de vermos coisas que este não poderia ver. Porém, há uma contradição: não sabemos de tudo, algumas coisas são escondidas do espectador e muitas vezes não é possível saber se o que está sendo mostrado realmente acontece ou é uma alucinação ou sonho, e nem mesmo é possível saber exatamente a ordem cronológica. Quando eu digo que o espectador acompanha a história de perto, é literalmente isso. Estamos sempre lá, observando tudo, como se fossemos um voyeur. Vemos tudo o que acontece, nos becos, nos bares, nas casas, nos prédios, nos quartos, nas ruas. Mas nunca estamos realmente lá, vivendo aquilo, estamos observando, mas não fazemos parte da história. É interessante notar que poucas vezes vemos os rostos dos personagens bem de perto, e quando isso acontece há algum tipo de parede ou janela entre a câmera (o espectador) e o personagem. Apesar da história ser sobre Franz Biberkopf, durante o filme acompanhamos vários outros personagens. Porém quando estes não têm mais importância, simplesmente desaparecem. Há muitas pessoas amáveis na história, mas tenho que dizer o quão terrível é Reinhold (não só na aparência, mas também na essência). Já o protagonista vai evoluindo com o passar do tempo; é difícil compreendê-lo nas primeiras partes, principalmente porque ele está mudando muito após ter saído da prisão, mas depois da parte 4 ou 5 ele não se torna mais tão misterioso, embora ainda tenha certo poder de surpreender. O filme tem inúmeras qualidades, não poderia citar todas elas. Como havia previsto, gostei muito e valeu a pena dar mais uma chance para o Fassbinder. Eu queria também comentar sobre o epílogo, que quase - QUASE - estragou o filme, mas preferi não fazê-lo, pois não deixei que detestáveis e desnecessários 100 minutos estragassem mais de 13 horas de puro deleite cinematográfico.
Vou começar a ver o filme nesta noite. Já assisti 6 filmes do Fassbinder, mas ainda não tive nenhuma experiência satisfatória com o diretor, não tendo apreciado nenhum dos seus filmes que vi. Apesar disso, as minhas expectativas em relação a Berlin Alexanderplatz são gigantes (assim como o filme, literalmente, o é) e sinto que ele poderá se torna um dos meus favoritos de sempre. Então, que comece a experiência.
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História(s) do Cinema
4.2 19estou chocado a cada episódio com essa obra prima! não sei como demorei tantos anos para vê-la, mas agradeço por isso, pois está revivendo em chamas meu amor por godard e todo o universo que o envolve e que ele representa para mim.
História(s) do Cinema
4.2 19e esse godard todo galã de boné e ósculos escuros fumando charuto diante da máquina de escrever? e depois até sem camisa. rs
ainda, as músicas utilizadas nesse episódio são especialmente muito boas, a do começo e a do fim.
História(s) do Cinema
4.2 19fazia anos, repito: anos que um godard não mexia tanto comigo assim. desde 2013, provavelmente. eu tinha até me esquecido, provavelmente não poderia nem perceber isso naquela época - por ter menos idade e consciência - o que assistir a um godard significa para mim.
VER GODARD É COMO MEDITAR
não tem nem o que comentar da genialidade desse roteiro, dessa montagem. não tem nem o que comentar. godard é godard.
que bom que eu demorei tanto pra começar a ver o histoire(s) du cinéma!
isso que ainda semana passada tava falando mal dele aqui mesmo, nos comentários de um outro filme, aqui no filmow...
eu comecei a estudar francês em 2013 pra ver godard sem legenda. desde 2016 tenho tatuado no meu pulso o nome do meu filme favorito dele e hoje eu moro na frança.
eu só tenho um mestre do cinema e o nome dele é: GODard.
O Decálogo
4.7 108Assisti a O Decálogo neste último fim de semana e confesse que gostei de uma maneira diferente do que pensei que gostaria. Pensei que os personagens teriam ligações mais próximas, que as histórias se colidiriam de uma maneira mais impactante; mas minhas expectativas não se realizaram, e essa é a surpresa do filme: ele é exatamente como a vida, ele não é óbvio.
Não poderia escolher um episódio favorito, consegui me envolver com todos com o passar do tempo. Daria, porém, certo destaque:
O começo de Não Matarás, achei a estética desse episódio a melhor entre todos e o início foi o que mais me impressionou, nessa história que lembra bastante Crime E Castigo, de Dostoiévski;
Também o início de Honrarás Pai e Mãe, exatamente até o momento em que o pai chega de viagem, e o filme vai para um caminho que não é o que eu esperava;
O meio de Não Cobiçarás Coisas Alheias, pois o começo e o final não me cativaram tanto;
Diversas cenas de Não Matarás.
Penso que Kieslowski atingiu um tipo de narrativa tão perfeita através do cinema, que nenhum outro cineastra conseguiu atingir. Não que ele seja meu favorito, ou que o considero o melhor ou algo assim, simplesmente sinto um grau de perfeição em suas obras, são tão plenas...
Berlin Alexanderplatz
4.5 29Berlin Alexanderplatz faz com que o espectador acompanhe uma história de perto, mas não é possível "vivenciar" o que é visto - como se pudesse sentir o que os personagens sentem. Somos onipresentes, no sentido em que acompanhamos vários personagens, não só o protagonista, além de vermos coisas que este não poderia ver. Porém, há uma contradição: não sabemos de tudo, algumas coisas são escondidas do espectador e muitas vezes não é possível saber se o que está sendo mostrado realmente acontece ou é uma alucinação ou sonho, e nem mesmo é possível saber exatamente a ordem cronológica.
Quando eu digo que o espectador acompanha a história de perto, é literalmente isso. Estamos sempre lá, observando tudo, como se fossemos um voyeur. Vemos tudo o que acontece, nos becos, nos bares, nas casas, nos prédios, nos quartos, nas ruas. Mas nunca estamos realmente lá, vivendo aquilo, estamos observando, mas não fazemos parte da história. É interessante notar que poucas vezes vemos os rostos dos personagens bem de perto, e quando isso acontece há algum tipo de parede ou janela entre a câmera (o espectador) e o personagem.
Apesar da história ser sobre Franz Biberkopf, durante o filme acompanhamos vários outros personagens. Porém quando estes não têm mais importância, simplesmente desaparecem. Há muitas pessoas amáveis na história, mas tenho que dizer o quão terrível é Reinhold (não só na aparência, mas também na essência). Já o protagonista vai evoluindo com o passar do tempo; é difícil compreendê-lo nas primeiras partes, principalmente porque ele está mudando muito após ter saído da prisão, mas depois da parte 4 ou 5 ele não se torna mais tão misterioso, embora ainda tenha certo poder de surpreender.
O filme tem inúmeras qualidades, não poderia citar todas elas. Como havia previsto, gostei muito e valeu a pena dar mais uma chance para o Fassbinder. Eu queria também comentar sobre o epílogo, que quase - QUASE - estragou o filme, mas preferi não fazê-lo, pois não deixei que detestáveis e desnecessários 100 minutos estragassem mais de 13 horas de puro deleite cinematográfico.
Berlin Alexanderplatz
4.5 29Vou começar a ver o filme nesta noite. Já assisti 6 filmes do Fassbinder, mas ainda não tive nenhuma experiência satisfatória com o diretor, não tendo apreciado nenhum dos seus filmes que vi. Apesar disso, as minhas expectativas em relação a Berlin Alexanderplatz são gigantes (assim como o filme, literalmente, o é) e sinto que ele poderá se torna um dos meus favoritos de sempre. Então, que comece a experiência.