Série muito intrigante, que prende o espectador pelo ritmo, embora muitas informações sejam difíceis de pegar no começo, até por conta legendas alucinadas da plataforma. Achei muito positivo a quantidade e variedade de personagens femininas, muito mais desenvolvidas e complexas do que eu esperava. O protagonista também é ótimo e o trio que se forma é inusitado e cativante. Tem alguma coisa ou outra de roteiro que eu acho que poderia ser melhor, às vezes tem didatismo demais e às vezes de menos. A dublagem também podia ser melhor, mas aprecio que usaram a voz dos atores mesmo. A fotografia é muito boa, a ambientação é de encher os olhos. A trilha também é um plus. Confesso que poderia ter menos episódios e acho uma loucura
que nenhum dos casais, depois de tudo que eles passaram, teve um beijinho sequer pra dar aquela catarse depois de tanta tensão acumulada - sei que o beijo de Gao Bingzhu e da Madame Wu foi cortado e me sinto roubada!
Mas recomendo muito essa série para quem quer começar a assistir dramas chineses.
Não é uma série perfeita - há bastante espaço para melhorias em algumas interpretações, nas coreografias de algumas cenas de luta, na mixagem de som, em partes do roteiro e também no tratar de algumas temáticas, que poderiam ter sido aprofundadas ou até mais subversivas. Sinto falta, também, de mais importância narrativa para as personagens femininas.
Tendo dito isso, dei uma estrela a mais para essa série simplesmente pela sua ousadia e coragem, ainda mais levando em consideração o contexto histórico e sociopolítico no qual ela foi lançada. Existem também muitos acertos mais do que louváveis, em atuação, roteiro, abordagem de assuntos, cenas de tensão e na direção. Destaco aqui a atuação do ator protagonista, em papel duplo, que nunca me fez confundir um irmão gêmeo com o outro, sem precisar recorrer à tentação de truques como um sotaque, um corte de cabelo diferente ou uma forma de andar muito idiossincrática. Muitas vezes, só no olhar e na cadência da fala, já comprava que se tratava de outra pessoa.
É uma série que vejo como divisora de águas no mercado televisivo tailandês e que tem muito a nos ensinar sobre assumir riscos no audiovisual. O fato de ter sido dirigida por uma mulher trans é ainda mais surpreendente.
Até mesmo os inúmeros e muito incômodos momentos de merchandising não foram capazes de atrapalhar a ressonância emocional da série. Na verdade, eles até geraram em mim um desconforto interessante: foi necessário esse tanto de propaganda para bancar uma série como essa, o que revela ainda mais o quão desconfortável é viver em uma sociedade na qual tudo vira produto, porque consumo e acúmulo de riqueza são os valores imperativos. Num plot twist maluco, o estorvo das publis acabou até enfatizando a própria mensagem da série e fortalecendo a luta defendida pelos personagens.
Também me impressionou a disposição dos roteiristas e dos atores de tentar evitar muito maniqueísmo moral. E, em uma produção tão carregada de política, não negligenciaram a sensibilidade - em vários momentos, principalmente nos últimos dois episódios, me emocionei.
Espero que essa série sirva de exemplo e inspiração para produções do futuro, que centralizam narrativas queer mais complexas e ousadas. Nem levando em consideração seus méritos artísticos, admiro imensamente a proposta da série e a bravura de executá-la.
A segunda temporada conseguiu superar a primeira e levar os personagens e as tramas a lugares desafiadores, mas muito coerentes e emocionalmente contundentes. As sequências de ação estão ainda melhores e os atores se encontraram mais nos personagens. Uma pérola escondida que precisa ser vista.
Uma série cheia de personagens complexos, muito bem dirigida, várias temáticas bem espinhosas sendo abordadas com pouca timidez, mas muita dignidade e sinceridade. Bom elenco, sequências de ação muito bem feitas, enfim. Que sorte ter encontrado a série!
Um elenco carismático (embora muito desigual em termos de competência) e uma direção razoavelmente competente ajudam a carregar um enredo super tosco e um roteiro totalmente colado com cuspe. Esses roteiristas (que acho que são os autores do livro) são amadores de marca maior. Supostamente é superior à obra que inspirou essa adaptação, o que indica que aquele livro deve ser tenebroso. Me diverti comentando as cenas de merchan nada elegantes (até novelas brasileiras costumam fazem um trabalho bem melhor em incorporar seus patrocinadores na cena) e, por pior que seja, fui até o fim dessa farofa e provavelmente assistiria uma nova temporada só para ficar vendo o ator principal passeando de terno e sendo muito cativante.
Reconheço defeitos na série: alguns monólogos poderiam ser mais curtos, alguns diálogos menos didáticos, o roteiro em geral poderia ter sido menos predicante. Tendo dito isso, a experiência de assistir a série é tão envolvente, tão emocionante, tão assombrosa, que mesmo o distanciamento crítico não conseguiu me impedir de ficar totalmente vidrada e, principalmente, fascinada pelo belíssimo trabalho de Hamish Linklater e Samantha Sloyan. Interpretações de qualidade, um primor quando se trata de criação de atmosfera, um leque de personagens diversos e interessantes e temáticas urgentes fazem dessa série uma grande conquista de Mike Flanagan.
Preciso elogiar a direção cuidadosa e precisa de Rhys Thomas (que eu já admirava pelo trabalho em Documentary Now!). É uma série que trabalha tanto como homenagem quanto sátira, explicitando todos os truques da propaganda na ficção, desde os mais óbvios até os mais sutis. O aspecto político da série, que não hesita em ridicularizar propaganda de todos os lados do espectro, não atrapalha, também, o enredo cativante, direto e cômico. É uma pérola escondida de pasticho, despretensiosa e inteligente, cujo grande triunfo é sua riqueza de detalhes - a série realmente parece um programa autêntico oitentista do Leste Europeu. O roteiro não se aprofunda propositalmente, até por uma questão de fidelidade ao gênero, porém boas tiradas e uma observação certeira sobre maniqueísmo traz uma camada para a série que a leva para além de uma brincadeira com convenções cafonas.
Estou devastada. Passei tanto nervoso e me apeguei tanto aos personagens que cheguei a ter pesadelo com essa série. O mais incrível dela é que ela não é maniqueísta - todos os personagens são imperfeitos. Eu ficava alternando entre dó, admiração, medo, repulsa, fascínio. Um exemplo de como representar algo com empatia, sem conivência.
Uma série com muita autenticidade, por ser despretensiosa e baseada nas experiências reais do Joe Gilgun. Os personagens são muito coloridos e é um presente ver o Joe Gilgun protagonizando uma série novamente - ele é um ator extremamente talentoso, que merece ser valorizado pelo mercado. O que mais me impressionou na série é que ela junta leveza e humor com pathos e uma discussão séria sobre as dificuldades enfrentadas pela classe trabalhadora, assim como uma sensibilidade enorme quando trata de saúde mental. Ela desmancha muito a imagem do criminoso cool, que é impenetrável e organizado. Aqui os personagens são comicamente desastrados e abertamente carinhosos.
Olha, uns defeitinhos aqui e ali? Tem. Mas são defeitinhos que nós costumamos facilmente perdoar em séries gringas. Boca a Boca é uma série muito bem feita, muito brasileira, que prendeu minha atenção. Fico feliz em apoiar o audiovisual brasileiro, que merece mais recursos e apoio. Curti bastante e torço pelo sucesso dessa série.
O elenco conquista facilmente, os personagens são muito cativantes e o tom leve e despretensioso da série fez com que eu assistisse a primeira temporada inteira em uma sentada. O Michael Cimino, em especial, é tão charmoso que me fez torcer pelo Victor mesmo quando o personagem errava e agia de forma imatura. A série ganha muito pela sensibilidade e sinceridade. Entretanto alguns dos diálogos eram esquisitos, como se um adulto tivesse tentando escrever como ele imagina que jovens conversam. Claro, isso é até comum em séries teen, mas nessa eu realmente sofri um pouquinho de vergonha alheia aqui e ali - mas nada que atrapalhasse muito a experiência. Eu adoro um clichê teen, mas sinto que aqui houveram alguns clichês desnecessários, meio antiquados até. O filme era para continuar a conversa que o filme e o livro começaram e não senti muito frescor, com exceção da identidade latina da família do Victor.
Pra mim, o pior defeito da série, que eu espero que eles corrijam na segunda temporada, foram as oportunidades perdidas.
O começo da série parecia indicar um caminho mais complexo e menos visto na ficção - uma trajetória de descobrimento para o protagonista que fosse um pouco menos óbvia, um entendimento de sua sexualidade e como ela flui no espectro. Até tive expectativas que essa série exploraria (finalmente) a bissexualidade ou pansexualidade - que são identidades tão comuns, mas pouquíssimo exploradas de forma explícita na ficção e que sofrem constantes apagamentos e caem nos estereótipos mais chatinhos: de traição, de promiscuidade, de ser "só uma fase". Eu, inclusive, teria achado muito interessante se Victor e Benji não tivessem ficado juntos, até para ilustrar que o seu único colega abertamente gay não precisa ser, necessariamente, seu par romântico. Esse clichê parecia que ia finalmente ser subvertido - aliás, sinto que até grande parte do público estaria plenamente pronta e animada para explorar essas novas facetas e deixar para trás essas convenções já cansadas.
Me pergunto também porque não desenvolver a questão do Victor não estar pronto para perder a virgindade - algo que, em garotos, é muito ridicularizado. A série deu a entender que ele simplesmente não era atraído pela Mia. Eu achei esquisito. Eu tinha comprado que ele gostava dela, mas que sua paixonite pelo Benji era simplesmente mais potente. Até que ponto é produtivo esse arco narrativo de "garota hétero é usada por jovem gay que está se analisando, mas que depois irá perdoá-lo e serão grandes amigos?". Aquela traição precisa ser discutida mais a fundo no futuro da série.
Claro, fiquei contente com o auto-descobrimento do Victor e irei assistir a próxima temporada, se houver. Até torço para que a segunda temporada se arrisque mais, já que Love, Victor encontrou um lar na Hulu, depois de ser transferido da Disney+.
Não é uma série que vai agradar todo mundo, mas no final eu estava fungando e chorando descontroladamente. As interpretações do elenco são muito precisas - os atores defendem os personagens com muita dignidade, até quando eles cometem grandes atrocidades morais. O resultado, para o espectador, pode ser desconforto ou catarse. Para mim, houve uma catarse muito intensa, após exercitar minha empatia para com personagens tão complexamente danificados e tão cheios de potencial, tanto para bondade quanto para destruição. É intenso perceber os contrastes bizarros que compõem a experiência de ser jovem no século XXI: é ser alienado, porém extremamente sensível e alerta - é ter uma ebulição gigantesca de emoções, seguida de desprendimento emocional tão assustador que beira à sociopatia (ou mergulha nela de vez). É aprender a normalizar os horrores de uma sociedade agressiva e odiosa para conseguir sobreviver com um pingo de alegria. Porque se não há nem nos adultos capacidade de processar a desgraça cíclica desse mundo, como haverá, nos jovens, recurso emocional e intelectual para lutar por um futuro de felicidade? O que resta é uma busca desesperada por um momento de prazer, uma sensação de controle ou descontrole (isso varia), não importam as consequências. O mundo parece que vai acabar mesmo. PS: Destaque para Zendaya, Hunter Schafer e Jacob Elordi, que são atores de grande e surpreendente competência.
Luoyang
2.5 1Série muito intrigante, que prende o espectador pelo ritmo, embora muitas informações sejam difíceis de pegar no começo, até por conta legendas alucinadas da plataforma. Achei muito positivo a quantidade e variedade de personagens femininas, muito mais desenvolvidas e complexas do que eu esperava. O protagonista também é ótimo e o trio que se forma é inusitado e cativante. Tem alguma coisa ou outra de roteiro que eu acho que poderia ser melhor, às vezes tem didatismo demais e às vezes de menos. A dublagem também podia ser melhor, mas aprecio que usaram a voz dos atores mesmo. A fotografia é muito boa, a ambientação é de encher os olhos. A trilha também é um plus. Confesso que poderia ter menos episódios e acho uma loucura
que nenhum dos casais, depois de tudo que eles passaram, teve um beijinho sequer pra dar aquela catarse depois de tanta tensão acumulada - sei que o beijo de Gao Bingzhu e da Madame Wu foi cortado e me sinto roubada!
Mas recomendo muito essa série para quem quer começar a assistir dramas chineses.
Not Me
4.4 20Não é uma série perfeita - há bastante espaço para melhorias em algumas interpretações, nas coreografias de algumas cenas de luta, na mixagem de som, em partes do roteiro e também no tratar de algumas temáticas, que poderiam ter sido aprofundadas ou até mais subversivas. Sinto falta, também, de mais importância narrativa para as personagens femininas.
Tendo dito isso, dei uma estrela a mais para essa série simplesmente pela sua ousadia e coragem, ainda mais levando em consideração o contexto histórico e sociopolítico no qual ela foi lançada. Existem também muitos acertos mais do que louváveis, em atuação, roteiro, abordagem de assuntos, cenas de tensão e na direção. Destaco aqui a atuação do ator protagonista, em papel duplo, que nunca me fez confundir um irmão gêmeo com o outro, sem precisar recorrer à tentação de truques como um sotaque, um corte de cabelo diferente ou uma forma de andar muito idiossincrática. Muitas vezes, só no olhar e na cadência da fala, já comprava que se tratava de outra pessoa.
É uma série que vejo como divisora de águas no mercado televisivo tailandês e que tem muito a nos ensinar sobre assumir riscos no audiovisual. O fato de ter sido dirigida por uma mulher trans é ainda mais surpreendente.
Até mesmo os inúmeros e muito incômodos momentos de merchandising não foram capazes de atrapalhar a ressonância emocional da série. Na verdade, eles até geraram em mim um desconforto interessante: foi necessário esse tanto de propaganda para bancar uma série como essa, o que revela ainda mais o quão desconfortável é viver em uma sociedade na qual tudo vira produto, porque consumo e acúmulo de riqueza são os valores imperativos. Num plot twist maluco, o estorvo das publis acabou até enfatizando a própria mensagem da série e fortalecendo a luta defendida pelos personagens.
Também me impressionou a disposição dos roteiristas e dos atores de tentar evitar muito maniqueísmo moral. E, em uma produção tão carregada de política, não negligenciaram a sensibilidade - em vários momentos, principalmente nos últimos dois episódios, me emocionei.
Espero que essa série sirva de exemplo e inspiração para produções do futuro, que centralizam narrativas queer mais complexas e ousadas. Nem levando em consideração seus méritos artísticos, admiro imensamente a proposta da série e a bravura de executá-la.
Warrior (2ª Temporada)
4.2 25A segunda temporada conseguiu superar a primeira e levar os personagens e as tramas a lugares desafiadores, mas muito coerentes e emocionalmente contundentes. As sequências de ação estão ainda melhores e os atores se encontraram mais nos personagens. Uma pérola escondida que precisa ser vista.
Warrior (1ª Temporada)
4.1 50 Assista AgoraUma série cheia de personagens complexos, muito bem dirigida, várias temáticas bem espinhosas sendo abordadas com pouca timidez, mas muita dignidade e sinceridade. Bom elenco, sequências de ação muito bem feitas, enfim. Que sorte ter encontrado a série!
Eleita (1ª Temporada)
3.3 23 Assista AgoraMuito boa!!!!!!
KinnPorsche
4.1 34Um elenco carismático (embora muito desigual em termos de competência) e uma direção razoavelmente competente ajudam a carregar um enredo super tosco e um roteiro totalmente colado com cuspe. Esses roteiristas (que acho que são os autores do livro) são amadores de marca maior. Supostamente é superior à obra que inspirou essa adaptação, o que indica que aquele livro deve ser tenebroso. Me diverti comentando as cenas de merchan nada elegantes (até novelas brasileiras costumam fazem um trabalho bem melhor em incorporar seus patrocinadores na cena) e, por pior que seja, fui até o fim dessa farofa e provavelmente assistiria uma nova temporada só para ficar vendo o ator principal passeando de terno e sendo muito cativante.
Succession (3ª Temporada)
4.4 188Como que eu vou fazer pra esperar mais de um ano pela quarta temporada? Jesse Armstrong, você me paga!!!!!
Missa da Meia-Noite
3.9 730Reconheço defeitos na série: alguns monólogos poderiam ser mais curtos, alguns diálogos menos didáticos, o roteiro em geral poderia ter sido menos predicante. Tendo dito isso, a experiência de assistir a série é tão envolvente, tão emocionante, tão assombrosa, que mesmo o distanciamento crítico não conseguiu me impedir de ficar totalmente vidrada e, principalmente, fascinada pelo belíssimo trabalho de Hamish Linklater e Samantha Sloyan. Interpretações de qualidade, um primor quando se trata de criação de atmosfera, um leque de personagens diversos e interessantes e temáticas urgentes fazem dessa série uma grande conquista de Mike Flanagan.
Hacks (1ª Temporada)
4.2 91Deborah e Ava, amo vocês com todo o meu coração
Young Royals (1ª Temporada)
4.3 347 Assista AgoraMuito fofo e divertido de assistir!
Como Se Tornar uma Divindade na Flórida (1ª Temporada)
3.7 9Não acredito que cancelaram essa pérola. Por favor, alguém precisa salvar essa série!
Comrade Detective (1ª Temporada)
4.0 2Preciso elogiar a direção cuidadosa e precisa de Rhys Thomas (que eu já admirava pelo trabalho em Documentary Now!). É uma série que trabalha tanto como homenagem quanto sátira, explicitando todos os truques da propaganda na ficção, desde os mais óbvios até os mais sutis. O aspecto político da série, que não hesita em ridicularizar propaganda de todos os lados do espectro, não atrapalha, também, o enredo cativante, direto e cômico. É uma pérola escondida de pasticho, despretensiosa e inteligente, cujo grande triunfo é sua riqueza de detalhes - a série realmente parece um programa autêntico oitentista do Leste Europeu. O roteiro não se aprofunda propositalmente, até por uma questão de fidelidade ao gênero, porém boas tiradas e uma observação certeira sobre maniqueísmo traz uma camada para a série que a leva para além de uma brincadeira com convenções cafonas.
Califado (1ª Temporada)
4.5 126 Assista AgoraEstou devastada. Passei tanto nervoso e me apeguei tanto aos personagens que cheguei a ter pesadelo com essa série. O mais incrível dela é que ela não é maniqueísta - todos os personagens são imperfeitos. Eu ficava alternando entre dó, admiração, medo, repulsa, fascínio. Um exemplo de como representar algo com empatia, sem conivência.
Brassic (1ª Temporada)
4.3 2Uma série com muita autenticidade, por ser despretensiosa e baseada nas experiências reais do Joe Gilgun. Os personagens são muito coloridos e é um presente ver o Joe Gilgun protagonizando uma série novamente - ele é um ator extremamente talentoso, que merece ser valorizado pelo mercado. O que mais me impressionou na série é que ela junta leveza e humor com pathos e uma discussão séria sobre as dificuldades enfrentadas pela classe trabalhadora, assim como uma sensibilidade enorme quando trata de saúde mental. Ela desmancha muito a imagem do criminoso cool, que é impenetrável e organizado. Aqui os personagens são comicamente desastrados e abertamente carinhosos.
Boca a Boca (1ª Temporada)
3.8 168 Assista AgoraOlha, uns defeitinhos aqui e ali? Tem. Mas são defeitinhos que nós costumamos facilmente perdoar em séries gringas. Boca a Boca é uma série muito bem feita, muito brasileira, que prendeu minha atenção. Fico feliz em apoiar o audiovisual brasileiro, que merece mais recursos e apoio. Curti bastante e torço pelo sucesso dessa série.
Com Amor, Victor (1ª Temporada)
4.0 180 Assista AgoraO elenco conquista facilmente, os personagens são muito cativantes e o tom leve e despretensioso da série fez com que eu assistisse a primeira temporada inteira em uma sentada. O Michael Cimino, em especial, é tão charmoso que me fez torcer pelo Victor mesmo quando o personagem errava e agia de forma imatura. A série ganha muito pela sensibilidade e sinceridade. Entretanto alguns dos diálogos eram esquisitos, como se um adulto tivesse tentando escrever como ele imagina que jovens conversam. Claro, isso é até comum em séries teen, mas nessa eu realmente sofri um pouquinho de vergonha alheia aqui e ali - mas nada que atrapalhasse muito a experiência. Eu adoro um clichê teen, mas sinto que aqui houveram alguns clichês desnecessários, meio antiquados até. O filme era para continuar a conversa que o filme e o livro começaram e não senti muito frescor, com exceção da identidade latina da família do Victor.
Pra mim, o pior defeito da série, que eu espero que eles corrijam na segunda temporada, foram as oportunidades perdidas.
O começo da série parecia indicar um caminho mais complexo e menos visto na ficção - uma trajetória de descobrimento para o protagonista que fosse um pouco menos óbvia, um entendimento de sua sexualidade e como ela flui no espectro. Até tive expectativas que essa série exploraria (finalmente) a bissexualidade ou pansexualidade - que são identidades tão comuns, mas pouquíssimo exploradas de forma explícita na ficção e que sofrem constantes apagamentos e caem nos estereótipos mais chatinhos: de traição, de promiscuidade, de ser "só uma fase". Eu, inclusive, teria achado muito interessante se Victor e Benji não tivessem ficado juntos, até para ilustrar que o seu único colega abertamente gay não precisa ser, necessariamente, seu par romântico. Esse clichê parecia que ia finalmente ser subvertido - aliás, sinto que até grande parte do público estaria plenamente pronta e animada para explorar essas novas facetas e deixar para trás essas convenções já cansadas.
Me pergunto também porque não desenvolver a questão do Victor não estar pronto para perder a virgindade - algo que, em garotos, é muito ridicularizado. A série deu a entender que ele simplesmente não era atraído pela Mia. Eu achei esquisito. Eu tinha comprado que ele gostava dela, mas que sua paixonite pelo Benji era simplesmente mais potente. Até que ponto é produtivo esse arco narrativo de "garota hétero é usada por jovem gay que está se analisando, mas que depois irá perdoá-lo e serão grandes amigos?". Aquela traição precisa ser discutida mais a fundo no futuro da série.
Claro, fiquei contente com o auto-descobrimento do Victor e irei assistir a próxima temporada, se houver. Até torço para que a segunda temporada se arrisque mais, já que Love, Victor encontrou um lar na Hulu, depois de ser transferido da Disney+.
The Terror (1ª Temporada)
4.0 183 Assista AgoraO stress que eu passei, brasil...
Casamento às Cegas (1ª Temporada)
3.3 213 Assista AgoraTosco? Sim.
Consegui parar de assistir? Não
The Americans (6ª Temporada)
4.7 90Brazil, I'm devastated.
Succession (2ª Temporada)
4.5 227 Assista AgoraPassada, impactada, arrasada.
Euphoria (1ª Temporada)
4.3 891Não é uma série que vai agradar todo mundo, mas no final eu estava fungando e chorando descontroladamente.
As interpretações do elenco são muito precisas - os atores defendem os personagens com muita dignidade, até quando eles cometem grandes atrocidades morais. O resultado, para o espectador, pode ser desconforto ou catarse. Para mim, houve uma catarse muito intensa, após exercitar minha empatia para com personagens tão complexamente danificados e tão cheios de potencial, tanto para bondade quanto para destruição.
É intenso perceber os contrastes bizarros que compõem a experiência de ser jovem no século XXI: é ser alienado, porém extremamente sensível e alerta - é ter uma ebulição gigantesca de emoções, seguida de desprendimento emocional tão assustador que beira à sociopatia (ou mergulha nela de vez).
É aprender a normalizar os horrores de uma sociedade agressiva e odiosa para conseguir sobreviver com um pingo de alegria. Porque se não há nem nos adultos capacidade de processar a desgraça cíclica desse mundo, como haverá, nos jovens, recurso emocional e intelectual para lutar por um futuro de felicidade? O que resta é uma busca desesperada por um momento de prazer, uma sensação de controle ou descontrole (isso varia), não importam as consequências. O mundo parece que vai acabar mesmo.
PS: Destaque para Zendaya, Hunter Schafer e Jacob Elordi, que são atores de grande e surpreendente competência.
Segurança em Jogo (1ª Temporada)
3.9 130 Assista AgoraQUE SÉRIE MEU BRASIL!!!!!!!
Jornada de Heróis (1ª Temporada)
3.7 7Personagens que prendem, trama mirabolante porém divertida e coesa. Uma boa série.
Shtisel (2ª Temporada)
4.3 15Preciso da 3ª temporada! Que desespero!