Muito do incômodo e desconforto que o filme estabelece está no silêncio, naquilo que está entalado na garganta e não sai da boca dos personagens. É um roteiro muito cuidadoso, que trabalha nas sutilezas das dinâmicas de poder estabelecidas naquela família disfuncional. Os atores estão excelentes, sem exceção. Adoro o estilo do Todd Haynes, que muito bebe na fonte de Douglas Sirk, outro grande cineasta, de quem sou fã. A personagem de Julianne Moore é intrigante, assustadora, um tipo que sabe comer pelas beiradas e que marca seu território de maneiras muito estranhas, sob um véu de uma performance mega abilolada de meninez e graciosidade. Enquanto isso, ver Charles Melton fazer um adulto que obviamente cultiva uma criança atrofiada e solitária dentro de si foi desesperador. Muito bom.
Quando teu um problema no teu quintal, lide com ele com calma e ponderação, ao invés de jogar o teu problema no quintal dos outros. Basicamente! Muito bem feito e bem tenebroso.
Série muito intrigante, que prende o espectador pelo ritmo, embora muitas informações sejam difíceis de pegar no começo, até por conta legendas alucinadas da plataforma. Achei muito positivo a quantidade e variedade de personagens femininas, muito mais desenvolvidas e complexas do que eu esperava. O protagonista também é ótimo e o trio que se forma é inusitado e cativante. Tem alguma coisa ou outra de roteiro que eu acho que poderia ser melhor, às vezes tem didatismo demais e às vezes de menos. A dublagem também podia ser melhor, mas aprecio que usaram a voz dos atores mesmo. A fotografia é muito boa, a ambientação é de encher os olhos. A trilha também é um plus. Confesso que poderia ter menos episódios e acho uma loucura
que nenhum dos casais, depois de tudo que eles passaram, teve um beijinho sequer pra dar aquela catarse depois de tanta tensão acumulada - sei que o beijo de Gao Bingzhu e da Madame Wu foi cortado e me sinto roubada!
Mas recomendo muito essa série para quem quer começar a assistir dramas chineses.
Um curta singelo sobre solidão, sonhos perdidos e as tímidas tentativas de se conectar com outras pessoas. Um pouco econômico demais nos diálogos e, em termos de ritmo, poderia ter sido mais dinâmico, mas belamente filmado, sensível e com bom e elegantemente contido elenco. Gostei também do recorte de contexto e da ação dramática acontecer dentro ou nos arredores de um cinema. O não dito também ajuda a criar lacunas interessantes, para o espectador preencher com suas próprias teorias sobre a relação de Li Mo e seu amigo, quais sonhos foram abandonados e como era a vida pregressa dos protagonistas.
A estrutura não-linear e a ausência de didatismo demasiado é uma virtude do filme, mas o torna difícil de acompanhar para quem não conhece muito bem aquele recorte histórico da China e seus conflitos com o Japão durante a Segunda Guerra. Há de se ter um pouco de paciência, porque as informações vão aparecendo aos poucos e preenchendo lacunas, mas conhecer o mínimo do contexto é uma lição de casa para o espectador também. De qualquer forma, as atuações são ótimas - Tony Leung é um mestre, mas o elenco de apoio também dá conta de seus personagens. Muitos consideram esse filme propagandista e eu compreendo - caracterizaria ele como patriótico, talvez, mas é definitivamente menos simplista, direto e maniqueísta do que uma mera propaganda. O diretor é muito competente e o roteiro é interessante, mas senti falta de ver em mais detalhe o trabalho de espionagem dos personagens e de ver suas relações mais aprofundadas, em meio a tanta performance e mentira. Existem vislumbres do preço a se pagar, emocionalmente, pelo trabalho de espionagem, principalmente nas cenas entre os casais, e acho que esses momentos poderiam ser mais bem aproveitados, em contraste com as várias cenas entre os homens do governo Wang, que às vezes parecem um pouco redundantes. Apesar dessas ressalvas, é um filme bem feito, que suscita curiosidade sobre aquele contexto histórico que eu conhecia muito mal.
Não é uma série perfeita - há bastante espaço para melhorias em algumas interpretações, nas coreografias de algumas cenas de luta, na mixagem de som, em partes do roteiro e também no tratar de algumas temáticas, que poderiam ter sido aprofundadas ou até mais subversivas. Sinto falta, também, de mais importância narrativa para as personagens femininas.
Tendo dito isso, dei uma estrela a mais para essa série simplesmente pela sua ousadia e coragem, ainda mais levando em consideração o contexto histórico e sociopolítico no qual ela foi lançada. Existem também muitos acertos mais do que louváveis, em atuação, roteiro, abordagem de assuntos, cenas de tensão e na direção. Destaco aqui a atuação do ator protagonista, em papel duplo, que nunca me fez confundir um irmão gêmeo com o outro, sem precisar recorrer à tentação de truques como um sotaque, um corte de cabelo diferente ou uma forma de andar muito idiossincrática. Muitas vezes, só no olhar e na cadência da fala, já comprava que se tratava de outra pessoa.
É uma série que vejo como divisora de águas no mercado televisivo tailandês e que tem muito a nos ensinar sobre assumir riscos no audiovisual. O fato de ter sido dirigida por uma mulher trans é ainda mais surpreendente.
Até mesmo os inúmeros e muito incômodos momentos de merchandising não foram capazes de atrapalhar a ressonância emocional da série. Na verdade, eles até geraram em mim um desconforto interessante: foi necessário esse tanto de propaganda para bancar uma série como essa, o que revela ainda mais o quão desconfortável é viver em uma sociedade na qual tudo vira produto, porque consumo e acúmulo de riqueza são os valores imperativos. Num plot twist maluco, o estorvo das publis acabou até enfatizando a própria mensagem da série e fortalecendo a luta defendida pelos personagens.
Também me impressionou a disposição dos roteiristas e dos atores de tentar evitar muito maniqueísmo moral. E, em uma produção tão carregada de política, não negligenciaram a sensibilidade - em vários momentos, principalmente nos últimos dois episódios, me emocionei.
Espero que essa série sirva de exemplo e inspiração para produções do futuro, que centralizam narrativas queer mais complexas e ousadas. Nem levando em consideração seus méritos artísticos, admiro imensamente a proposta da série e a bravura de executá-la.
A segunda temporada conseguiu superar a primeira e levar os personagens e as tramas a lugares desafiadores, mas muito coerentes e emocionalmente contundentes. As sequências de ação estão ainda melhores e os atores se encontraram mais nos personagens. Uma pérola escondida que precisa ser vista.
Uma série cheia de personagens complexos, muito bem dirigida, várias temáticas bem espinhosas sendo abordadas com pouca timidez, mas muita dignidade e sinceridade. Bom elenco, sequências de ação muito bem feitas, enfim. Que sorte ter encontrado a série!
Um elenco carismático (embora muito desigual em termos de competência) e uma direção razoavelmente competente ajudam a carregar um enredo super tosco e um roteiro totalmente colado com cuspe. Esses roteiristas (que acho que são os autores do livro) são amadores de marca maior. Supostamente é superior à obra que inspirou essa adaptação, o que indica que aquele livro deve ser tenebroso. Me diverti comentando as cenas de merchan nada elegantes (até novelas brasileiras costumam fazem um trabalho bem melhor em incorporar seus patrocinadores na cena) e, por pior que seja, fui até o fim dessa farofa e provavelmente assistiria uma nova temporada só para ficar vendo o ator principal passeando de terno e sendo muito cativante.
Minha vida inteira fui fã de musicais e a adaptação de 61 é um filme que marcou a história do cinema e a minha vida. Tendo dito isso, a versão de 2021 roubou meu coração e, em alguns aspectos, até superou o filme antigo. Adorei o respeito que Spielberg teve com o musical, com suas características mais teatrais e tradicionais dos musicais clássicos da Broadway. Foi emocionante ver esse trabalho do meu ídolo, Sondheim, sendo honrado desse jeito - está evidente que Spielberg ama essa história e esse projeto. O roteiro do Tony Kushner trouxe mudanças muito inteligentes para essa história, mas manteve a dramaticidade elevada, até porque é uma adaptação de Romeu e Julieta. Infelizmente, Ansel Elgort é duramente ofuscado por seus colegas de cena e, por mais que o Tony nunca tenha sido um protagonista muito forte, o novo roteiro inseriu mais profundidade para ele que o ator simplesmente não deu conta de expressar. Isso também é sintoma de um elenco de apoio esplêndido, vindo dos palcos, que simplesmente manja de musical e sabe muito bem o que está fazendo. Rachel é linda de Maria, mas os destaques mesmo são Mike Faist, Ariana DeBose e David Alvarez (que eu lembro de ver ganhar o prêmio Tony pequenininho, quando fez Billy Elliot), como Riff, Anita e Bernardo, que merecem indicações em todos os prêmios (mas suspeito que serão esnobados em vários). Por fim, tenho que dizer que a escolha de repaginar o personagem do Doc e torná-lo Valentina, trazendo de volta a lenda Rita Moreno, foi muito acertada e me emocionei com ela cantando Somewhere, uma das canções mais lindas do cânone do teatro musical americano. Ótimo filme.
Um filme que transmite bem a sensação de desamparo e hostilidade de uma pequena comunidade na Lapônia, marcada pela escassez, corrupção e falta de perspectiva. Achei o filme parado em alguns momentos, mas melhora de ritmo no meio. Os personagens despertam curiosidade, mas senti falta de conhecê-los mais profundamente. Em geral, achei bem interessante e gostei da escolha de ter um protagonista contido, tímido, que está tentando encontrar seu heroísmo em um ambiente tão inóspito para isso.
Reconheço defeitos na série: alguns monólogos poderiam ser mais curtos, alguns diálogos menos didáticos, o roteiro em geral poderia ter sido menos predicante. Tendo dito isso, a experiência de assistir a série é tão envolvente, tão emocionante, tão assombrosa, que mesmo o distanciamento crítico não conseguiu me impedir de ficar totalmente vidrada e, principalmente, fascinada pelo belíssimo trabalho de Hamish Linklater e Samantha Sloyan. Interpretações de qualidade, um primor quando se trata de criação de atmosfera, um leque de personagens diversos e interessantes e temáticas urgentes fazem dessa série uma grande conquista de Mike Flanagan.
se o zac e o christopher tivessem transado logo, teríamos sido poupados daquelas montagens com foto de banco de imagens
e, sinceramente, é a mais pura verdade. Tinha uns atores bons aí, uma premissa interessante aí e o diretor/roteirista fez uma coisa bem meia boca. Uma mistura bem ordinária de Senhor das Moscas com Among Us, que tenta ser High Life, mas não tem a coragem necessária.
Fiquei com vontade de ver mais sobre os personagens, mas entendi que a proposta era justamente representar a simulação de intimidade entre estranhos, então, talvez, não faça tanto sentido cobrar mais profundidade (numa camada mais visível) do filme. Como sempre, filmes dessa época exigem um pouco de generosidade do espectador mais jovem, principalmente quando se trata da edição de som e dublagem. Tendo dito isso, a direção de fotografia é impressionante e os personagens são muito interessantes. A direção é bem cuidadosa e a personagem da Odete Lara é um mood eterno. Adorei a representação da noite de São Paulo que o filme faz e o bom equilíbrio entre pathos e espirituosidade do roteiro. O filme passou seu recado e vou lembrar de várias falas icônicas da Regina.
Preciso elogiar a direção cuidadosa e precisa de Rhys Thomas (que eu já admirava pelo trabalho em Documentary Now!). É uma série que trabalha tanto como homenagem quanto sátira, explicitando todos os truques da propaganda na ficção, desde os mais óbvios até os mais sutis. O aspecto político da série, que não hesita em ridicularizar propaganda de todos os lados do espectro, não atrapalha, também, o enredo cativante, direto e cômico. É uma pérola escondida de pasticho, despretensiosa e inteligente, cujo grande triunfo é sua riqueza de detalhes - a série realmente parece um programa autêntico oitentista do Leste Europeu. O roteiro não se aprofunda propositalmente, até por uma questão de fidelidade ao gênero, porém boas tiradas e uma observação certeira sobre maniqueísmo traz uma camada para a série que a leva para além de uma brincadeira com convenções cafonas.
Segredos de um Escândalo
3.5 312 Assista AgoraMuito do incômodo e desconforto que o filme estabelece está no silêncio, naquilo que está entalado na garganta e não sai da boca dos personagens. É um roteiro muito cuidadoso, que trabalha nas sutilezas das dinâmicas de poder estabelecidas naquela família disfuncional. Os atores estão excelentes, sem exceção. Adoro o estilo do Todd Haynes, que muito bebe na fonte de Douglas Sirk, outro grande cineasta, de quem sou fã. A personagem de Julianne Moore é intrigante, assustadora, um tipo que sabe comer pelas beiradas e que marca seu território de maneiras muito estranhas, sob um véu de uma performance mega abilolada de meninez e graciosidade. Enquanto isso, ver Charles Melton fazer um adulto que obviamente cultiva uma criança atrofiada e solitária dentro de si foi desesperador. Muito bom.
O Mal Que Nos Habita
3.6 534 Assista AgoraQuando teu um problema no teu quintal, lide com ele com calma e ponderação, ao invés de jogar o teu problema no quintal dos outros. Basicamente! Muito bem feito e bem tenebroso.
Luoyang
2.5 1Série muito intrigante, que prende o espectador pelo ritmo, embora muitas informações sejam difíceis de pegar no começo, até por conta legendas alucinadas da plataforma. Achei muito positivo a quantidade e variedade de personagens femininas, muito mais desenvolvidas e complexas do que eu esperava. O protagonista também é ótimo e o trio que se forma é inusitado e cativante. Tem alguma coisa ou outra de roteiro que eu acho que poderia ser melhor, às vezes tem didatismo demais e às vezes de menos. A dublagem também podia ser melhor, mas aprecio que usaram a voz dos atores mesmo. A fotografia é muito boa, a ambientação é de encher os olhos. A trilha também é um plus. Confesso que poderia ter menos episódios e acho uma loucura
que nenhum dos casais, depois de tudo que eles passaram, teve um beijinho sequer pra dar aquela catarse depois de tanta tensão acumulada - sei que o beijo de Gao Bingzhu e da Madame Wu foi cortado e me sinto roubada!
Mas recomendo muito essa série para quem quer começar a assistir dramas chineses.
All Tomorrow's Parties
3.0 1Um curta singelo sobre solidão, sonhos perdidos e as tímidas tentativas de se conectar com outras pessoas. Um pouco econômico demais nos diálogos e, em termos de ritmo, poderia ter sido mais dinâmico, mas belamente filmado, sensível e com bom e elegantemente contido elenco. Gostei também do recorte de contexto e da ação dramática acontecer dentro ou nos arredores de um cinema. O não dito também ajuda a criar lacunas interessantes, para o espectador preencher com suas próprias teorias sobre a relação de Li Mo e seu amigo, quais sonhos foram abandonados e como era a vida pregressa dos protagonistas.
Hidden Blade
3.9 3A estrutura não-linear e a ausência de didatismo demasiado é uma virtude do filme, mas o torna difícil de acompanhar para quem não conhece muito bem aquele recorte histórico da China e seus conflitos com o Japão durante a Segunda Guerra. Há de se ter um pouco de paciência, porque as informações vão aparecendo aos poucos e preenchendo lacunas, mas conhecer o mínimo do contexto é uma lição de casa para o espectador também. De qualquer forma, as atuações são ótimas - Tony Leung é um mestre, mas o elenco de apoio também dá conta de seus personagens. Muitos consideram esse filme propagandista e eu compreendo - caracterizaria ele como patriótico, talvez, mas é definitivamente menos simplista, direto e maniqueísta do que uma mera propaganda. O diretor é muito competente e o roteiro é interessante, mas senti falta de ver em mais detalhe o trabalho de espionagem dos personagens e de ver suas relações mais aprofundadas, em meio a tanta performance e mentira. Existem vislumbres do preço a se pagar, emocionalmente, pelo trabalho de espionagem, principalmente nas cenas entre os casais, e acho que esses momentos poderiam ser mais bem aproveitados, em contraste com as várias cenas entre os homens do governo Wang, que às vezes parecem um pouco redundantes. Apesar dessas ressalvas, é um filme bem feito, que suscita curiosidade sobre aquele contexto histórico que eu conhecia muito mal.
Not Me
4.4 21Não é uma série perfeita - há bastante espaço para melhorias em algumas interpretações, nas coreografias de algumas cenas de luta, na mixagem de som, em partes do roteiro e também no tratar de algumas temáticas, que poderiam ter sido aprofundadas ou até mais subversivas. Sinto falta, também, de mais importância narrativa para as personagens femininas.
Tendo dito isso, dei uma estrela a mais para essa série simplesmente pela sua ousadia e coragem, ainda mais levando em consideração o contexto histórico e sociopolítico no qual ela foi lançada. Existem também muitos acertos mais do que louváveis, em atuação, roteiro, abordagem de assuntos, cenas de tensão e na direção. Destaco aqui a atuação do ator protagonista, em papel duplo, que nunca me fez confundir um irmão gêmeo com o outro, sem precisar recorrer à tentação de truques como um sotaque, um corte de cabelo diferente ou uma forma de andar muito idiossincrática. Muitas vezes, só no olhar e na cadência da fala, já comprava que se tratava de outra pessoa.
É uma série que vejo como divisora de águas no mercado televisivo tailandês e que tem muito a nos ensinar sobre assumir riscos no audiovisual. O fato de ter sido dirigida por uma mulher trans é ainda mais surpreendente.
Até mesmo os inúmeros e muito incômodos momentos de merchandising não foram capazes de atrapalhar a ressonância emocional da série. Na verdade, eles até geraram em mim um desconforto interessante: foi necessário esse tanto de propaganda para bancar uma série como essa, o que revela ainda mais o quão desconfortável é viver em uma sociedade na qual tudo vira produto, porque consumo e acúmulo de riqueza são os valores imperativos. Num plot twist maluco, o estorvo das publis acabou até enfatizando a própria mensagem da série e fortalecendo a luta defendida pelos personagens.
Também me impressionou a disposição dos roteiristas e dos atores de tentar evitar muito maniqueísmo moral. E, em uma produção tão carregada de política, não negligenciaram a sensibilidade - em vários momentos, principalmente nos últimos dois episódios, me emocionei.
Espero que essa série sirva de exemplo e inspiração para produções do futuro, que centralizam narrativas queer mais complexas e ousadas. Nem levando em consideração seus méritos artísticos, admiro imensamente a proposta da série e a bravura de executá-la.
Warrior (2ª Temporada)
4.2 25A segunda temporada conseguiu superar a primeira e levar os personagens e as tramas a lugares desafiadores, mas muito coerentes e emocionalmente contundentes. As sequências de ação estão ainda melhores e os atores se encontraram mais nos personagens. Uma pérola escondida que precisa ser vista.
Warrior (1ª Temporada)
4.1 50 Assista AgoraUma série cheia de personagens complexos, muito bem dirigida, várias temáticas bem espinhosas sendo abordadas com pouca timidez, mas muita dignidade e sinceridade. Bom elenco, sequências de ação muito bem feitas, enfim. Que sorte ter encontrado a série!
Eleita (1ª Temporada)
3.3 25 Assista AgoraMuito boa!!!!!!
KinnPorsche
4.1 34Um elenco carismático (embora muito desigual em termos de competência) e uma direção razoavelmente competente ajudam a carregar um enredo super tosco e um roteiro totalmente colado com cuspe. Esses roteiristas (que acho que são os autores do livro) são amadores de marca maior. Supostamente é superior à obra que inspirou essa adaptação, o que indica que aquele livro deve ser tenebroso. Me diverti comentando as cenas de merchan nada elegantes (até novelas brasileiras costumam fazem um trabalho bem melhor em incorporar seus patrocinadores na cena) e, por pior que seja, fui até o fim dessa farofa e provavelmente assistiria uma nova temporada só para ficar vendo o ator principal passeando de terno e sendo muito cativante.
Amor, Sublime Amor
3.4 355 Assista AgoraMinha vida inteira fui fã de musicais e a adaptação de 61 é um filme que marcou a história do cinema e a minha vida. Tendo dito isso, a versão de 2021 roubou meu coração e, em alguns aspectos, até superou o filme antigo. Adorei o respeito que Spielberg teve com o musical, com suas características mais teatrais e tradicionais dos musicais clássicos da Broadway. Foi emocionante ver esse trabalho do meu ídolo, Sondheim, sendo honrado desse jeito - está evidente que Spielberg ama essa história e esse projeto. O roteiro do Tony Kushner trouxe mudanças muito inteligentes para essa história, mas manteve a dramaticidade elevada, até porque é uma adaptação de Romeu e Julieta. Infelizmente, Ansel Elgort é duramente ofuscado por seus colegas de cena e, por mais que o Tony nunca tenha sido um protagonista muito forte, o novo roteiro inseriu mais profundidade para ele que o ator simplesmente não deu conta de expressar. Isso também é sintoma de um elenco de apoio esplêndido, vindo dos palcos, que simplesmente manja de musical e sabe muito bem o que está fazendo. Rachel é linda de Maria, mas os destaques mesmo são Mike Faist, Ariana DeBose e David Alvarez (que eu lembro de ver ganhar o prêmio Tony pequenininho, quando fez Billy Elliot), como Riff, Anita e Bernardo, que merecem indicações em todos os prêmios (mas suspeito que serão esnobados em vários). Por fim, tenho que dizer que a escolha de repaginar o personagem do Doc e torná-lo Valentina, trazendo de volta a lenda Rita Moreno, foi muito acertada e me emocionei com ela cantando Somewhere, uma das canções mais lindas do cânone do teatro musical americano. Ótimo filme.
Succession (3ª Temporada)
4.4 189Como que eu vou fazer pra esperar mais de um ano pela quarta temporada? Jesse Armstrong, você me paga!!!!!
The Last Ones
3.0 3Um filme que transmite bem a sensação de desamparo e hostilidade de uma pequena comunidade na Lapônia, marcada pela escassez, corrupção e falta de perspectiva. Achei o filme parado em alguns momentos, mas melhora de ritmo no meio. Os personagens despertam curiosidade, mas senti falta de conhecê-los mais profundamente. Em geral, achei bem interessante e gostei da escolha de ter um protagonista contido, tímido, que está tentando encontrar seu heroísmo em um ambiente tão inóspito para isso.
Missa da Meia-Noite
3.9 730Reconheço defeitos na série: alguns monólogos poderiam ser mais curtos, alguns diálogos menos didáticos, o roteiro em geral poderia ter sido menos predicante. Tendo dito isso, a experiência de assistir a série é tão envolvente, tão emocionante, tão assombrosa, que mesmo o distanciamento crítico não conseguiu me impedir de ficar totalmente vidrada e, principalmente, fascinada pelo belíssimo trabalho de Hamish Linklater e Samantha Sloyan. Interpretações de qualidade, um primor quando se trata de criação de atmosfera, um leque de personagens diversos e interessantes e temáticas urgentes fazem dessa série uma grande conquista de Mike Flanagan.
Hacks (1ª Temporada)
4.2 91Deborah e Ava, amo vocês com todo o meu coração
Zola
3.2 52 Assista AgoraEstou esperando por esse filme desde aquele dia histórico no twitter e não creio que ele agora está entre nós!
Young Royals (1ª Temporada)
4.3 347 Assista AgoraMuito fofo e divertido de assistir!
Viajantes: Instinto e Desejo
2.6 112 Assista AgoraVi no letterboxd uma resenha que dizia que
se o zac e o christopher tivessem transado logo, teríamos sido poupados daquelas montagens com foto de banco de imagens
Um Ato de Esperança
3.3 59 Assista AgoraAi Emma... Te amo
Como Se Tornar uma Divindade na Flórida (1ª Temporada)
3.7 9Não acredito que cancelaram essa pérola. Por favor, alguém precisa salvar essa série!
Duas Tias Loucas de Férias
3.0 57 Assista AgoraCompletamente tresloucado, apenas apostas ousadas. Adorei.
Noite Vazia
4.1 88Fiquei com vontade de ver mais sobre os personagens, mas entendi que a proposta era justamente representar a simulação de intimidade entre estranhos, então, talvez, não faça tanto sentido cobrar mais profundidade (numa camada mais visível) do filme. Como sempre, filmes dessa época exigem um pouco de generosidade do espectador mais jovem, principalmente quando se trata da edição de som e dublagem. Tendo dito isso, a direção de fotografia é impressionante e os personagens são muito interessantes. A direção é bem cuidadosa e a personagem da Odete Lara é um mood eterno. Adorei a representação da noite de São Paulo que o filme faz e o bom equilíbrio entre pathos e espirituosidade do roteiro. O filme passou seu recado e vou lembrar de várias falas icônicas da Regina.
Comrade Detective (1ª Temporada)
4.0 2Preciso elogiar a direção cuidadosa e precisa de Rhys Thomas (que eu já admirava pelo trabalho em Documentary Now!). É uma série que trabalha tanto como homenagem quanto sátira, explicitando todos os truques da propaganda na ficção, desde os mais óbvios até os mais sutis. O aspecto político da série, que não hesita em ridicularizar propaganda de todos os lados do espectro, não atrapalha, também, o enredo cativante, direto e cômico. É uma pérola escondida de pasticho, despretensiosa e inteligente, cujo grande triunfo é sua riqueza de detalhes - a série realmente parece um programa autêntico oitentista do Leste Europeu. O roteiro não se aprofunda propositalmente, até por uma questão de fidelidade ao gênero, porém boas tiradas e uma observação certeira sobre maniqueísmo traz uma camada para a série que a leva para além de uma brincadeira com convenções cafonas.
BLACK IS KING: Um Filme de Beyoncé
4.5 198 Assista AgoraA Beyoncé faz TUDO