5/365 Entre-laços Uma das maiores necessidades do ser humano é a de aceitação. Ser aceito por aqueles que amamos. Ter a liberdade de sermos quem nós somos parece uma coisa tão natural para nós, mas sim, existem pessoas que essa liberdade é contestada. O "amor" acaba se tornando uma moeda de troca para que se adequemos as fórmulas daquilo que consideram certo. Sofremos educação e pressão social para sermos aquilo que querem que nós sejamos. Ainda é muito complicado, principalmente para pessoas mais "tradicionais", compreender que, para algumas pessoas, aquela "fórmula de sempre" na hora de criar os filhos, não serve. Ainda mais difícil é entrar na cabeça delas que uma pessoa pode nascer com um corpo de um gênero o qual não se identifica. Falta informação, falta quebra de estereótipos, falta quebra da barreira do preconceito. Transexualidade ainda é um assunto tabu que dificilmente é discutida de forma respeitosa na sociedade e na mídia, e consequentemente, muitas vezes tratado de forma preconceituosa pelas pessoas cis hétero e, infelizmente, até mesmo dentro do cenário LGBT+. No filme "Entre-Laços" a diretora realizou a missão de desmistificar o máximo possível este assunto, lidando com delicadeza e empatia uma história sobre uma menina que é acolhida por sua tia que é uma mulher transexual. A personagem Rinko, apesar de seus traços corporais e faciais que remeterem à um homem, trata as pessoas e a si mesma de forma extremamente delicada e feminina, uma pessoa que conseguiu construir sua própria identidade e autoestima, com sua humildade, força e dedicação, conversando sobre seu processo de transição com sinceridade e naturalidade, e isso conquista o amor e carinho das pessoas à sua volta, seu marido, sua sobrinha, e até mesmo nós, o espectadores. Claro, seria essa história praticamente uma utopia comparada com a realidade dura das pessoas trans do Brasil e do mundo. A mensagem que este filme quis passar, principalmente para nós, pessoas cis é: uma pessoa trans pode parecer a primeira vista como algo diferente, mas, quem disse que o diferente não pode ser melhor do que aquilo que é imposto como o "correto"? O laço de mãe e filha ocorreu e pode ocorrer naturalmente entre uma criança e uma mulher trans. Isso que a história quis dizer. As relações humanas só são complicadas quando colocamos barreiras a nossa frente. Vamos simplificar e quebrar as nossas barreiras para seguirmos juntos em frente. As vezes o amor que precisamos, tanto romântico como familiar, pode vir de alguém que é "diferente".
4/365 Tully ... Existem experiências e sentimentos que mesmo grandes autores e atores não conseguem representar de forma fiel se não forem mulheres. Não que eles não possam compreender, mas muitas vezes falta um pouco de empatia, de colocar-se no papel do outro, do observar a realidade de uma situação, enxergando não só os momentos bons e felizes, mas os momentos mais difíceis também. Um assunto que sempre foi representado de forma caricata em filmes e propagandas é a gravidez. Muitos relatos hoje em dia, discussões online entre mulheres que trocam experiências sobre depressão pós-parto e puerpério tem conseguido abrir mais a mente das pessoas que viam uma gravidez como algo sagrado, de pura felicidade, intocável. A gravidez muitas vezes pode ser uma das fases mais complicadas da vida de uma mulher em que chegam ao limite da exaustão tanto física como psicológica, e Tully (2018) comprou a responsabilidade de mostrar isso sem filtros, sem esconder as dificuldades da protagonista interpretada pela sempre maravilhosa Charlize Theron. A atriz nunca tem medo de modificar o corpo para realizar os seus trabalhos, e a maquiagem ajuda a fazer com que ela "suspire" exaustão: a pele que brilha, o cabelo que gruda, as machas na pele, as olheiras no rosto, etc, juntamente com a interpretação brilhante da atriz, torna a experiência de Tully palpável. As coisas começam a tranquilizar um pouco após a chegada da babá, que, se pararmos para observá-la, representa tanta coisa, como amizade, apoio, energia, jogo de cintura, esperança, juventude, coisas que faltavam em seu casamento e em si mesma. Os diálogos entre as duas são interessantes, contrastam entre si e ao mesmo tempo passam paciência e sinceridade. O plot twist que não era necessariamente um segredo a ser revelado, mas uma realidade a ser percebia, acredito ter sido o "tchãn" do filme. Essa obra é uma piscadela para as mulheres que já tiveram filhos, um desabafo sincero para os homens e uma conversa entre amigas para aquelas que ainda não passaram ou não quererem passar por essa experiência. É jogado na nossa cara o "tá vendo o que acontece quando você não está olhando?", colocando para fora todos os mal estares que até pouco tempo mães ensinavam as filhas simplesmente aguentar caladas, não expor, seguir em frente muitas vezes sem dar um tempo para sofrer. Tully lutou praticamente sozinha, tirou de si a famosa "força interior que não sabia que tinha", cuidando da casa, duas crianças e um bebê recém nascido, lidando com cansaço, insegurança e baixa autoestima, teve seus momentos de desespero, mas toda dificuldade e o drama que passou poderia ter sido amenizada se tivesse mais atenção das pessoas em volta, mais paciência em ouvi-la e trocar uma ideia. Então, lembre-se que uma mãe é um ser humano, ofereça ajuda, não faça ela passar por tudo sozinha, porque ninguém é inquebrável.
2/365 Como Superar um Fora Sabe quando procurávamos tesourinhos de locadora, aqueles filmes escondidinhos com uma capa meio sem graça e um título que parece título de matéria do WikiHow, mas que na verdade faz a gente se divertir por uma tarde e até refletir sobre algumas coisas para conversar com os amigos? É um filme comédia água com açúcar? É. Mas traz muitas verdades que muitas pessoas se identificam, principalmente, como o título diz, sobre o término de um relacionamento. A protagonista, Maria Fe, representa o papel de uma mulher sensível e inteligente que tem mania de se preocupar em fazer seu namorado feliz ao invés de dedicar-se mais a si mesma. Quando ele se muda para estudar, poucos meses depois ele termina com ela via skype, e a partir disso ela sofre com todas as fases da perda de alguém que estava sempre junto dela durante 6 anos, tentando superar este momento de decepção, solidão e a lacuna que o exnamorado deixou. No início é difícil, voltam as memórias e os "fantasmas". Todo lugar que ela olha, ele reaparece como se estivesse em sua frente. A pressão de seguir em frente, voltar a fazer coisas, tentar fazer o que nunca fez (seguindo as eternas dicas das pessoas próximas), a necessidade de conhecer pessoas novas, tudo é muito bem representado de forma leve e engraçada pelo filme. Com o apoio de suas amigas, Maria Fe percebe a necessidade de aprender a viver sozinha e fazer seus planos e projetos pessoais começarem a sair do papel. Toda a confusão de sentimentos de saudade e ao mesmo tempo derrota e orgulho ferido, e ainda tendo que enfrentar dúvidas, trabalho, pessoas sem noção, chefes malucos, seria hilário se não fosse muito próximo do real, e muito humano também. Mais um filme que representa muito bem o que é ser mulher no mundo em que muitas vezes não somos levadas à sério, desvalorizadas, mas isso é apenas uma oportunidade de tirar de dentro de nós uma força que não sabíamos que tínhamos. Segundo as palavras da própria MaFe, deixarmos de ser a princesa que sempre nos incentivaram a ser, começarmos a nos tornar fadas madrinha de nossas amigas e também o nosso próprio príncipe encantado, cuidar de si mesma, acreditar em si mesma e tentar realizar os nossos sonhos. Equilibrar tanto o amor como o trabalho, tanto a diversão como a responsabilidade, dar o que tem de bom e saber que merece receber o mesmo.
1/365 Roma, de Alfonso Cuarón. O filme é todo filmado em preto e branco, como uma memória distante ou como um filme antigo que faz nos sentirmos nostálgicos. O que acredito ter encantado a maioria das pessoas que assistiu esse filme é a atriz que interpreta a protagonista Cleo (Yalitza Aparicio) que parece tornar a interpretação tão natural e tão fácil de compreender e simpatizar. O foco do filme é retratar o dia-dia e a força de duas grandes mulheres, a empregada Cleo e sua patroa Sofía (Marina de Tavira). Ambas foram ignoradas e deixadas de lado por seus companheiros e por isso precisam lidar com grandes responsabilidades, apesar de suas inseguranças. O diretor conseguiu passar, além de uma contextualização impecável dos anos 70, a grande admiração por essas personagens, e esse sentimento chegou até mim com facilidade. Em entrevistas ele diz ser um filme autobiográfico e percebo este filme como homenagem à essas mulheres que o criaram. Já ouvi diversas histórias sobre as mulheres da minha família, vós e tias que sempre foram muito esforçadas em manter a estabilidade de suas famílias, mas nem sempre recebiam o respeito que mereciam. Naquela época, elas acreditavam que seu papel era aceitar suas grandes decepções e seguir em frente. Então, depois de ver este filme, refleti sobre as mulheres do passado. Como elas viviam, como elas pensavam. O tanto que sofreram e lutaram. A força delas era viver em uma sociedade que as menosprezava, que falava que o lugar delas era em casa, cuidando dos filhos. Refleti sobre o peso de uma gravidez. A responsabilidade de um casamento. Desde então, passei a me perguntar: Quem eu sou como mulher? O que eu devo fazer? Onde é o meu lugar? Qual é a minha verdadeira força? Cleo me contou nos momentos mais difíceis, as respostas virão, e nós seremos as nossas próprias heroínas que salvarão o dia.
Esse é um filme que retrata forte realismo e humanidade. Os detalhes colocados na representação de uma mulher a beira do desespero e do luto, faz com que nós consigamos nos relacionar facilmente com a protagonista, que, apesar da situação horrível que está passando, ainda é forte, corajosa e com senso de justiça a qualquer custo. Acredito que muitas pessoas já se colocaram em alguma situação em que perderam as esperanças, se questionaram sobre tudo que acreditavam,quase se afogaram com a ânsia de poder fazer alguma coisa em relação ao que os afligiu. Pior ainda é quando essa "coisa" está diretamente ligada a vingança, essa raiva tão forte que corrói profundamente, não importa quem seja. Já foram retratados em filmes e até mesmo nas notícias diversos casos em que a justiça foi falha, brechas foram encontradas, que leis foram manipuladas á favor dos bandidos. É possível perceber sob o ponto de vista da protagonista que decepção e a indignação é tão humana quanto a vontade de punir com as próprias mãos. Mas, não seria violência uma covardia que nos assemelha a aqueles que nos fizeram mal? Então, em contexto de total desespero, o que é a verdadeira coragem? Em Pedaços faz nós pararmos e refletirmos sobre diversas situações críticas, questões éticas,emocionais e de comportamento, sendo um exercício de representação humana para trazer ao público um sinal de alerta, uma denúncia sobre preconceito e terrorismo, além de, principalmente, a reflexão sobre o valor a ser pago em troca de vingança.
Tem uma coisinha que eu percebi, mas pode ser que eu esteja enganada... a aventura toda é narrada pela personagem da Natalie Portman, já revelando também que ela foi a única sobrevivente, mas existe a possibilidade de isso ser intencional. Podemos ter nessa situação um narrador que "não é confiável", então várias partes da aventura, as mortes das personagens por exemplo, podem ter acontecido de outras maneiras, assim como também a protagonista. Se o et conseguiu enviar um clone para fora do prisma, pode ser que, quando os olhos da personagem brilham no final, na realidade ela também é o et que mentiu para os humanos sobre quem realmente sobreviveu a bomba. É apenas uma teoria, de que muitas coisas na narrativa que ficaram mal explicadas tem, talvez, a intenção de sinalizar que o que estava sendo contado não era totalmente verdade... enfim. É uma ideia que também frustra bastante já que eu pessoalmente me sentiria muito traída de assistir um filme tão longo, e no final ser tudo uma mentira do ET para se passar por humana para se encontrar com seu parceiro. O que vocês acham?
Ai meu coração </3 Não consegui ver nem edição, nem fotografia nem nada porque só chorei o tempo todo. E isso acontece pela total sensibilidade e humanidade que esse filme quer representar. Não é o melhor filme do mundo, nem de longe, mas é certeiro nas nossas emoções. Joga na sua cara o "e se..." universal, a tristeza, a solidão,a insegurança e a vontade de ser feliz de novo, que nem os velhos tempos. A vontade desesperadora de voltar atrás e fazer tudo de novo. Tudo isso de forma realista, crua e em preto em branco, que aos poucos puxa a dor do fundo do nosso coração e nos da vontade de "vomitar" tudo. Desidratei, refleti e sofri. Não indico porque ele é meu, só meu e tá guardadinho no canto do meu coração.
Eu devo ter algum probleminha, porque eu dei altas risadas com o "humor excêntrico" do filme. Humor que também é mórbido e é necessário ter uma mente flexível e aberta para compreender o que realmente um rapaz perdido no meio da floresta com seu amigo cadáver querem dizer. Me apaixonei pelo filme, pela criatividade, pela melancolia, pela ironia, pelas cenas "nojinho" . Mas quer saber? Não tem nenhum problema em ter "probleminha", em ser "doido" aos olhos dos outros... o filme mesmo mostra que o "doido" é a pessoa criativa, é uma pessoa gentil, é uma pessoa sincera, é uma pessoa fiel, e principalmente uma pessoa sonhadora e apaixonada. Se isso é ser "doido", como vêem o protagonista desse filme.. eu também quero ser doida, e quero ser amiga de pessoas doidas também. Quero amar um dia uma pessoa doida dessas. Uma pessoa dedicada que não vai te deixar para tras e vai te levar até o oceano, seja lá o que ele for, mas que eu acredito que seja, principalmente, apoio à libertar-se e ser você mesmo. Existe melhor pessoa do que essa? Então por que a sociedade os vê como "doidos"? Será que não é a sociedade que anda meio doida?
Um filme com tantos twists carpados que deixa a gente até tonto, porém cada vez mais empolgado. Um roteiro excelente e fotografia de tirar o fôlego. Sem dúvida um dos melhores filmes de 2016 e merecia ser mais valorizado nas premiações. Quem estuda roteiro, esse é um filme imperdível principalmente para quem curte tramas dramáticas tipo quebra-cabeça que passa uma baita mensagem girl power total. Nota 1000
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Entre-Laços
4.3 725/365 Entre-laços
Uma das maiores necessidades do ser humano é a de aceitação. Ser aceito por aqueles que amamos.
Ter a liberdade de sermos quem nós somos parece uma coisa tão natural para nós, mas sim, existem pessoas que essa liberdade é contestada.
O "amor" acaba se tornando uma moeda de troca para que se adequemos as fórmulas daquilo que consideram certo.
Sofremos educação e pressão social para sermos aquilo que querem que nós sejamos.
Ainda é muito complicado, principalmente para pessoas mais "tradicionais", compreender que, para algumas pessoas, aquela "fórmula de sempre" na hora de criar os filhos, não serve.
Ainda mais difícil é entrar na cabeça delas que uma pessoa pode nascer com um corpo de um gênero o qual não se identifica.
Falta informação, falta quebra de estereótipos, falta quebra da barreira do preconceito.
Transexualidade ainda é um assunto tabu que dificilmente é discutida de forma respeitosa na sociedade e na mídia, e consequentemente, muitas vezes tratado de forma preconceituosa pelas pessoas cis hétero e, infelizmente, até mesmo dentro do cenário LGBT+.
No filme "Entre-Laços" a diretora realizou a missão de desmistificar o máximo possível este assunto, lidando com delicadeza e empatia uma história sobre uma menina que é acolhida por sua tia que é uma mulher transexual.
A personagem Rinko, apesar de seus traços corporais e faciais que remeterem à um homem, trata as pessoas e a si mesma de forma extremamente delicada e feminina, uma pessoa que conseguiu construir sua própria identidade e autoestima, com sua humildade, força e dedicação, conversando sobre seu processo de transição com sinceridade e naturalidade, e isso conquista o amor e carinho das pessoas à sua volta, seu marido, sua sobrinha, e até mesmo nós, o espectadores.
Claro, seria essa história praticamente uma utopia comparada com a realidade dura das pessoas trans do Brasil e do mundo.
A mensagem que este filme quis passar, principalmente para nós, pessoas cis é: uma pessoa trans pode parecer a primeira vista como algo diferente, mas, quem disse que o diferente não pode ser melhor do que aquilo que é imposto como o "correto"?
O laço de mãe e filha ocorreu e pode ocorrer naturalmente entre uma criança e uma mulher trans. Isso que a história quis dizer. As relações humanas só são complicadas quando colocamos barreiras a nossa frente. Vamos simplificar e quebrar as nossas barreiras para seguirmos juntos em frente. As vezes o amor que precisamos, tanto romântico como familiar, pode vir de alguém que é "diferente".
Tully
3.9 562 Assista Agora4/365 Tully ...
Existem experiências e sentimentos que mesmo grandes autores e atores não conseguem representar de forma fiel se não forem mulheres. Não que eles não possam compreender, mas muitas vezes falta um pouco de empatia, de colocar-se no papel do outro, do observar a realidade de uma situação, enxergando não só os momentos bons e felizes, mas os momentos mais difíceis também.
Um assunto que sempre foi representado de forma caricata em filmes e propagandas é a gravidez.
Muitos relatos hoje em dia, discussões online entre mulheres que trocam experiências sobre depressão pós-parto e puerpério tem conseguido abrir mais a mente das pessoas que viam uma gravidez como algo sagrado, de pura felicidade, intocável.
A gravidez muitas vezes pode ser uma das fases mais complicadas da vida de uma mulher em que chegam ao limite da exaustão tanto física como psicológica, e Tully (2018) comprou a responsabilidade de mostrar isso sem filtros, sem esconder as dificuldades da protagonista interpretada pela sempre maravilhosa Charlize Theron.
A atriz nunca tem medo de modificar o corpo para realizar os seus trabalhos, e a maquiagem ajuda a fazer com que ela "suspire" exaustão: a pele que brilha, o cabelo que gruda, as machas na pele, as olheiras no rosto, etc, juntamente com a interpretação brilhante da atriz, torna a experiência de Tully palpável.
As coisas começam a tranquilizar um pouco após a chegada da babá, que, se pararmos para observá-la, representa tanta coisa, como amizade, apoio, energia, jogo de cintura, esperança, juventude, coisas que faltavam em seu casamento e em si mesma. Os diálogos entre as duas são interessantes, contrastam entre si e ao mesmo tempo passam paciência e sinceridade.
O plot twist que não era necessariamente um segredo a ser revelado, mas uma realidade a ser percebia, acredito ter sido o "tchãn" do filme.
Essa obra é uma piscadela para as mulheres que já tiveram filhos, um desabafo sincero para os homens e uma conversa entre amigas para aquelas que ainda não passaram ou não quererem passar por essa experiência. É jogado na nossa cara o "tá vendo o que acontece quando você não está olhando?", colocando para fora todos os mal estares que até pouco tempo mães ensinavam as filhas simplesmente aguentar caladas, não expor, seguir em frente muitas vezes sem dar um tempo para sofrer.
Tully lutou praticamente sozinha, tirou de si a famosa "força interior que não sabia que tinha", cuidando da casa, duas crianças e um bebê recém nascido, lidando com cansaço, insegurança e baixa autoestima, teve seus momentos de desespero, mas toda dificuldade e o drama que passou poderia ter sido amenizada se tivesse mais atenção das pessoas em volta, mais paciência em ouvi-la e trocar uma ideia. Então, lembre-se que uma mãe é um ser humano, ofereça ajuda, não faça ela passar por tudo sozinha, porque ninguém é inquebrável.
Como Superar um Fora
3.6 219 Assista Agora2/365 Como Superar um Fora
Sabe quando procurávamos tesourinhos de locadora, aqueles filmes escondidinhos com uma capa meio sem graça e um título que parece título de matéria do WikiHow, mas que na verdade faz a gente se divertir por uma tarde e até refletir sobre algumas coisas para conversar com os amigos?
É um filme comédia água com açúcar? É. Mas traz muitas verdades que muitas pessoas se identificam, principalmente, como o título diz, sobre o término de um relacionamento.
A protagonista, Maria Fe, representa o papel de uma mulher sensível e inteligente que tem mania de se preocupar em fazer seu namorado feliz ao invés de dedicar-se mais a si mesma. Quando ele se muda para estudar, poucos meses depois ele termina com ela via skype, e a partir disso ela sofre com todas as fases da perda de alguém que estava sempre junto dela durante 6 anos, tentando superar este momento de decepção, solidão e a lacuna que o exnamorado deixou.
No início é difícil, voltam as memórias e os "fantasmas". Todo lugar que ela olha, ele reaparece como se estivesse em sua frente.
A pressão de seguir em frente, voltar a fazer coisas, tentar fazer o que nunca fez (seguindo as eternas dicas das pessoas próximas), a necessidade de conhecer pessoas novas, tudo é muito bem representado de forma leve e engraçada pelo filme. Com o apoio de suas amigas, Maria Fe percebe a necessidade de aprender a viver sozinha e fazer seus planos e projetos pessoais começarem a sair do papel.
Toda a confusão de sentimentos de saudade e ao mesmo tempo derrota e orgulho ferido, e ainda tendo que enfrentar dúvidas, trabalho, pessoas sem noção, chefes malucos, seria hilário se não fosse muito próximo do real, e muito humano também.
Mais um filme que representa muito bem o que é ser mulher no mundo em que muitas vezes não somos levadas à sério, desvalorizadas, mas isso é apenas uma oportunidade de tirar de dentro de nós uma força que não sabíamos que tínhamos. Segundo as palavras da própria MaFe, deixarmos de ser a princesa que sempre nos incentivaram a ser, começarmos a nos tornar fadas madrinha de nossas amigas e também o nosso próprio príncipe encantado, cuidar de si mesma, acreditar em si mesma e tentar realizar os nossos sonhos. Equilibrar tanto o amor como o trabalho, tanto a diversão como a responsabilidade, dar o que tem de bom e saber que merece receber o mesmo.
Roma
4.1 1,4K Assista Agora1/365 Roma, de Alfonso Cuarón.
O filme é todo filmado em preto e branco, como uma memória distante ou como um filme antigo que faz nos sentirmos nostálgicos.
O que acredito ter encantado a maioria das pessoas que assistiu esse filme é a atriz que interpreta a protagonista Cleo (Yalitza Aparicio) que parece tornar a interpretação tão natural e tão fácil de compreender e simpatizar.
O foco do filme é retratar o dia-dia e a força de duas grandes mulheres, a empregada Cleo e sua patroa Sofía (Marina de Tavira). Ambas foram ignoradas e deixadas de lado por seus companheiros e por isso precisam lidar com grandes responsabilidades, apesar de suas inseguranças.
O diretor conseguiu passar, além de uma contextualização impecável dos anos 70, a grande admiração por essas personagens, e esse sentimento chegou até mim com facilidade. Em entrevistas ele diz ser um filme autobiográfico e percebo este filme como homenagem à essas mulheres que o criaram.
Já ouvi diversas histórias sobre as mulheres da minha família, vós e tias que sempre foram muito esforçadas em manter a estabilidade de suas famílias, mas nem sempre recebiam o respeito que mereciam. Naquela época, elas acreditavam que seu papel era aceitar suas grandes decepções e seguir em frente.
Então, depois de ver este filme, refleti sobre as mulheres do passado. Como elas viviam, como elas pensavam. O tanto que sofreram e lutaram. A força delas era viver em uma sociedade que as menosprezava, que falava que o lugar delas era em casa, cuidando dos filhos. Refleti sobre o peso de uma gravidez. A responsabilidade de um casamento.
Desde então, passei a me perguntar: Quem eu sou como mulher? O que eu devo fazer? Onde é o meu lugar? Qual é a minha verdadeira força? Cleo me contou nos momentos mais difíceis, as respostas virão, e nós seremos as nossas próprias heroínas que salvarão o dia.
Um Lugar Silencioso
4.0 3,0K Assista Agora*suavemente bate palmas, sem fazer barulho, acenando a cabeça positivamente, com sorriso encorajador*
Em Pedaços
3.9 235 Assista AgoraEsse é um filme que retrata forte realismo e humanidade. Os detalhes colocados na representação de uma mulher a beira do desespero e do luto, faz com que nós consigamos nos relacionar facilmente com a protagonista, que, apesar da situação horrível que está passando, ainda é forte, corajosa e com senso de justiça a qualquer custo.
Acredito que muitas pessoas já se colocaram em alguma situação em que perderam as esperanças, se questionaram sobre tudo que acreditavam,quase se afogaram com a ânsia de poder fazer alguma coisa em relação ao que os afligiu. Pior ainda é quando essa "coisa" está diretamente ligada a vingança, essa raiva tão forte que corrói profundamente, não importa quem seja.
Já foram retratados em filmes e até mesmo nas notícias diversos casos em que a justiça foi falha, brechas foram encontradas, que leis foram manipuladas á favor dos bandidos. É possível perceber sob o ponto de vista da protagonista que decepção e a indignação é tão humana quanto a vontade de punir com as próprias mãos. Mas, não seria violência uma covardia que nos assemelha a aqueles que nos fizeram mal? Então, em contexto de total desespero, o que é a verdadeira coragem?
Em Pedaços faz nós pararmos e refletirmos sobre diversas situações críticas, questões éticas,emocionais e de comportamento, sendo um exercício de representação humana para trazer ao público um sinal de alerta, uma denúncia sobre preconceito e terrorismo, além de, principalmente, a reflexão sobre o valor a ser pago em troca de vingança.
Aniquilação
3.4 1,6K Assista AgoraUma teoria sobre o filme:
Tem uma coisinha que eu percebi, mas pode ser que eu esteja enganada... a aventura toda é narrada pela personagem da Natalie Portman, já revelando também que ela foi a única sobrevivente, mas existe a possibilidade de isso ser intencional. Podemos ter nessa situação um narrador que "não é confiável", então várias partes da aventura, as mortes das personagens por exemplo, podem ter acontecido de outras maneiras, assim como também a protagonista. Se o et conseguiu enviar um clone para fora do prisma, pode ser que, quando os olhos da personagem brilham no final, na realidade ela também é o et que mentiu para os humanos sobre quem realmente sobreviveu a bomba. É apenas uma teoria, de que muitas coisas na narrativa que ficaram mal explicadas tem, talvez, a intenção de sinalizar que o que estava sendo contado não era totalmente verdade... enfim. É uma ideia que também frustra bastante já que eu pessoalmente me sentiria muito traída de assistir um filme tão longo, e no final ser tudo uma mentira do ET para se passar por humana para se encontrar com seu parceiro. O que vocês acham?
Blue Jay
3.8 265 Assista AgoraAi meu coração </3 Não consegui ver nem edição, nem fotografia nem nada porque só chorei o tempo todo. E isso acontece pela total sensibilidade e humanidade que esse filme quer representar. Não é o melhor filme do mundo, nem de longe, mas é certeiro nas nossas emoções. Joga na sua cara o "e se..." universal, a tristeza, a solidão,a insegurança e a vontade de ser feliz de novo, que nem os velhos tempos. A vontade desesperadora de voltar atrás e fazer tudo de novo. Tudo isso de forma realista, crua e em preto em branco, que aos poucos puxa a dor do fundo do nosso coração e nos da vontade de "vomitar" tudo. Desidratei, refleti e sofri. Não indico porque ele é meu, só meu e tá guardadinho no canto do meu coração.
Um Cadáver para Sobreviver
3.5 936 Assista AgoraEu devo ter algum probleminha, porque eu dei altas risadas com o "humor excêntrico" do filme. Humor que também é mórbido e é necessário ter uma mente flexível e aberta para compreender o que realmente um rapaz perdido no meio da floresta com seu amigo cadáver querem dizer. Me apaixonei pelo filme, pela criatividade, pela melancolia, pela ironia, pelas cenas "nojinho" . Mas quer saber? Não tem nenhum problema em ter "probleminha", em ser "doido" aos olhos dos outros... o filme mesmo mostra que o "doido" é a pessoa criativa, é uma pessoa gentil, é uma pessoa sincera, é uma pessoa fiel, e principalmente uma pessoa sonhadora e apaixonada. Se isso é ser "doido", como vêem o protagonista desse filme.. eu também quero ser doida, e quero ser amiga de pessoas doidas também. Quero amar um dia uma pessoa doida dessas. Uma pessoa dedicada que não vai te deixar para tras e vai te levar até o oceano, seja lá o que ele for, mas que eu acredito que seja, principalmente, apoio à libertar-se e ser você mesmo. Existe melhor pessoa do que essa? Então por que a sociedade os vê como "doidos"? Será que não é a sociedade que anda meio doida?
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista AgoraMe emocionei bastante com esse filme e gostaria e vários pais e futuros pais assistissem e conseguissem absorver a mensagem que é passada
A Criada
4.4 1,3K Assista AgoraUm filme com tantos twists carpados que deixa a gente até tonto, porém cada vez mais empolgado. Um roteiro excelente e fotografia de tirar o fôlego. Sem dúvida um dos melhores filmes de 2016 e merecia ser mais valorizado nas premiações. Quem estuda roteiro, esse é um filme imperdível principalmente para quem curte tramas dramáticas tipo quebra-cabeça que passa uma baita mensagem girl power total. Nota 1000