SUPERBE! Fantastique! Anita travessa merece ser admirada para além dos closes de glúteo, garantindo ainda que poderá ser correspondido(a) por uma das experiências mais criativas de folhetim nas telonas da Rede Globo.
Recebemos, homens e mulheres, de corpos atentos o poder de sedução de Anita, não por ser a linda garota, mas por personificar numa os diversos desejos que não conseguimos, pobres coitados, conter em nós mesmos. As representações tão plurais, construídas pelas imagens desta minissérie da Rede Globo, imortalizam nos moldes do folhetim uma ruptura da instituição do matrimônio, a traição. Há anos que a enaltecida emissora brasileira não produzia algo com tamanhas qualidades visuais e polêmicas de revirar o imaginário dos espectadores. [...]
Peter Gabriel engradece o espetáculo que foi um dos responsáveis pela gradativa ruptura com o piano gentil de Bush em "The Kick Inside" para se acertar no ponto de maior experimentação do seu universo obscuro. "Violin" é uma abertura excelente, assim como o figurinão desengoçado de "Them heavy people" e o especial de natal culmina em "December will be magic again", depois de faixas eloquentes e maravilhosas como "Egypt" e "The Wedding List", ambas do disco "Never for ever", tido como principal transição na carreira da artista para uma imersão em pioneirismo eletrônico. Suas composições nos transportam a outros lugares, possuem compreensão técnica não mais que melodias energéticas, nos fazendo reféns de seu ritmo e pesquisadores de seus significados.
O que será dito neste comentário não diz respeito ao experimento de assistir à saga folhetinesca mexicana LA USURPADORA inteiramente, mas pelo corte de 400 minutos do original, lançado oficialmente em dvd pela Televisa. O material editado da famosa telenovela de Paola Bracho pode ter perdido completamente a essência por sucumbir-se a tamanha agilidade de narrativa, mostrando desleixo aos detalhes pitorescos das reviravoltas e exacerbando a artificialidade das interpretações. Numa primeira sequência, compreendemos alguma revelação e, antes mesmo de que se desdobre, a história é forçada a avançar com longos vazios que ironicamente deixam a história mais prazerosa de ser assistida, evidenciando os seus traços da sensibilidade Camp.
Desta maneira, a conveniência de assistir a este formato da novela está na possibilidade de encontra-la com uma linguagem diferente, na involuntária zombaria de si própria por dar lugar a bruscos cortes que revelam lágrimas ingênuas e gargalhadas de bruxa. Instiga-me o uso recorrente do clichê em novelas mexicanas e a sensibilidade que em vários momentos se mostra reflexo da cultura popular tanto discriminada. A começar pelo melodrama e seus artifícios quadrados que desde o teatro até o cinema, passando pelos jornais, rádios e revistas, produzem significações que valem a pena de ser pensadas por traduzirem muitos fenômenos populares da indústria cultural.
Se pensar nos termos existenciais do drama humano, talvez seja irremediável a planificação daqueles personagens que os banaliza em figuras infantis e previsíveis. Todavia, o delicioso no caricato é a recorrência do humor em si próprio que consegue em muitas situações encontrar complexidade em atos tão simplificados. Quem nunca achou atraente a pérfida postura de Paola Bracho? Ou se deleitou até gorfar com a diabética inocência entre Paulina e Carlos Daniel? No meu caso, sou fascinado pela personagem de Estefania, o patinho feio dominado socialmente que transforma-se no belo cisne e encontra segurança na própria individualidade.
...E contra os meus princípios "filmowísticos", indubitavelmente, abro a única exceção de marcar LA USURPADORA e inaugurar - já finalizando, assim espero... - a minha página de títulos que dizem respeito a TV. Não poderia ficar de fora as previsíveis e inesquecíveis tolices da dialética existencial Paola/Paulina que, por sinal, foram bem apropriadas pela juventude que acompanhava! Isso me inclui, oras! Sabe quem sou eu? tan, tan, tan...
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Presença de Anita
3.9 350SUPERBE! Fantastique! Anita travessa merece ser admirada para além dos closes de glúteo, garantindo ainda que poderá ser correspondido(a) por uma das experiências mais criativas de folhetim nas telonas da Rede Globo.
Recebemos, homens e mulheres, de corpos atentos o poder de sedução de Anita, não por ser a linda garota, mas por personificar numa os diversos desejos que não conseguimos, pobres coitados, conter em nós mesmos. As representações tão plurais, construídas pelas imagens desta minissérie da Rede Globo, imortalizam nos moldes do folhetim uma ruptura da instituição do matrimônio, a traição. Há anos que a enaltecida emissora brasileira não produzia algo com tamanhas qualidades visuais e polêmicas de revirar o imaginário dos espectadores. [...]
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http://cinexistencia.blogspot.com.br/2013/06/ne-me-quitte-pas-anita.html
Kate Bush Christmas Special
4.7 4Peter Gabriel engradece o espetáculo que foi um dos responsáveis pela gradativa ruptura com o piano gentil de Bush em "The Kick Inside" para se acertar no ponto de maior experimentação do seu universo obscuro. "Violin" é uma abertura excelente, assim como o figurinão desengoçado de "Them heavy people" e o especial de natal culmina em "December will be magic again", depois de faixas eloquentes e maravilhosas como "Egypt" e "The Wedding List", ambas do disco "Never for ever", tido como principal transição na carreira da artista para uma imersão em pioneirismo eletrônico. Suas composições nos transportam a outros lugares, possuem compreensão técnica não mais que melodias energéticas, nos fazendo reféns de seu ritmo e pesquisadores de seus significados.
A Usurpadora
4.4 757ENAMORADOS DE UNA USURPADORA
O que será dito neste comentário não diz respeito ao experimento de assistir à saga folhetinesca mexicana LA USURPADORA inteiramente, mas pelo corte de 400 minutos do original, lançado oficialmente em dvd pela Televisa. O material editado da famosa telenovela de Paola Bracho pode ter perdido completamente a essência por sucumbir-se a tamanha agilidade de narrativa, mostrando desleixo aos detalhes pitorescos das reviravoltas e exacerbando a artificialidade das interpretações. Numa primeira sequência, compreendemos alguma revelação e, antes mesmo de que se desdobre, a história é forçada a avançar com longos vazios que ironicamente deixam a história mais prazerosa de ser assistida, evidenciando os seus traços da sensibilidade Camp.
Desta maneira, a conveniência de assistir a este formato da novela está na possibilidade de encontra-la com uma linguagem diferente, na involuntária zombaria de si própria por dar lugar a bruscos cortes que revelam lágrimas ingênuas e gargalhadas de bruxa. Instiga-me o uso recorrente do clichê em novelas mexicanas e a sensibilidade que em vários momentos se mostra reflexo da cultura popular tanto discriminada. A começar pelo melodrama e seus artifícios quadrados que desde o teatro até o cinema, passando pelos jornais, rádios e revistas, produzem significações que valem a pena de ser pensadas por traduzirem muitos fenômenos populares da indústria cultural.
Se pensar nos termos existenciais do drama humano, talvez seja irremediável a planificação daqueles personagens que os banaliza em figuras infantis e previsíveis. Todavia, o delicioso no caricato é a recorrência do humor em si próprio que consegue em muitas situações encontrar complexidade em atos tão simplificados. Quem nunca achou atraente a pérfida postura de Paola Bracho? Ou se deleitou até gorfar com a diabética inocência entre Paulina e Carlos Daniel? No meu caso, sou fascinado pela personagem de Estefania, o patinho feio dominado socialmente que transforma-se no belo cisne e encontra segurança na própria individualidade.
A Usurpadora
4.4 757...E contra os meus princípios "filmowísticos", indubitavelmente, abro a única exceção de marcar LA USURPADORA e inaugurar - já finalizando, assim espero... - a minha página de títulos que dizem respeito a TV. Não poderia ficar de fora as previsíveis e inesquecíveis tolices da dialética existencial Paola/Paulina que, por sinal, foram bem apropriadas pela juventude que acompanhava! Isso me inclui, oras! Sabe quem sou eu? tan, tan, tan...