Já há excelentes reviews feitas aqui e eu confesso que não encontro muitas palavras para escrever após assistir La la land. Só consigo dizer que o filme é perfeito em todos os aspectos possíveis - o roteiro e a direção são excelentes, a trilha sonora é perfeita, as atuações são sensacionais e o foge totalmente dos clichês românticos no final (apesar dele ser mais romance do que musical). Eu daria seis estrelas se fosse possível. Se algum filme esse ano merece todos os louros é La la land, que canta mais do que estações. Canta a vida.
Os maiores destaques do filme são a fotografia (perfeita) e as atuações do Tom Hardy e do Leonardo DiCaprio. Se esse homem não ganhar um Oscar agora pode desistir da profissão porque não ganha nunca mais. Ainda assim, é interessante ressaltar que o talento não foi diferente ou distante do que já foi apresentado por DiCaprio em vários trabalhos anteriores. Muito pelo contrário - sua grande atuação e imponência aqui são muito mais físicas do que qualquer outra coisa, e talvez seja justamente por isso que agora ele ganhe: a Academia adora premiar grandes esforços aliados a grandes talentos (não que ele não o tenha, pelo amor de Deus, mas se fosse SÓ por isso ele já deveria ter ganho há muito tempo). É tipo... Perdeu mil quilos pra fazer o papel? Teve que dormir em carcaças de animais? Teve que enfrentar baixíssimas temperaturas? É você que a Academia quer! Brincadeiras a parte, o roteiro é bom, a direção é acertada, não vejo problema nenhum com a tentativa de flertar com o metafísico através das aparições da ex mulher índia e do filho dele, e só não dei cinco estrelas porque acho que o filme, apesar de não ter sido cansativo, tem vinte ou trinta minutos se não totalmente desnecessários, que também nada acrescentam.
O filme é excelente! Fassbender está sensacional, apesar de achar que ele merecia um Oscar mais por 12 anos de escravidão do que por Steve Jobs. Ainda assim, coitado do Ashton Kutcher. Não vai ser fácil ser comparado (e perder de lavada pro resto da vida) com o Fassbender sobre quem fez o melhor Steve Jobs. A atuação de Kate Winslet é mais discreta do que a dele, mas igualmente acertada. Também saí do cinema encantada pelo roteiro e pela trilha sonora. O roteiro de Aaron Sorkin é excepcional. Minhas expectativas eram altas e ele fez jus à elas. Obviamente que os diálogos não ocorreram, mas acredito que eles ressaltaram a personalidade de Jobs e isso era o objetivo do filme. O próprio Steve Jobs de Fassbender zomba do fato de que todos parecem ir beber em um bar antes dos seus lançamentos e lhe dizer o que verdadeiramente pensam dele. Ainda assim, o filme é muito bom e cumpre seu objetivo de retratar mais a personalidade do Steve Jobs do que os eventos de sua vida em si.
A qualidade do filme é inegável, mas também é inegável que mesmo com as explicações, a linguagem técnica é incompreensível para boa parte dos telespectadores. Foi uma sacada bastante interessante vê-los tentando explicar esses termos através de analogias mais simples, mas tenho certeza que ainda ficou confuso. Outra crítica que não posso deixar de fazer: o cabelo de todo mundo estava horroroso. Tirando esses dois problemas, e não tendo sido atingida pelo primeiro, acredito que o filme seja cheio de sutis críticas e de atuações acertadas - com destaque para Christian Bale e Steve Carell, que de fato são quem tem mais espaço para brilhantismo -, mas para mim a mais interessante delas talvez seja a realizada às agências de classificação, como a Standard & Poor's e a Moody's, muito pelo momento de, respectivamente, rebaixamento e revisão de classificação que o Brasil passa pelas mesmas agências. Não quero entrar no mérito da questão se elas são ou não devidas, mas sim no mérito de que até isso foi atingido pela concorrência presente no livre mercado. O final também gera uma reflexão interessante. A crise que se pensou que seria o fim do capitalismo foi superada, mas uma outra, talvez similar a essa, já pode estar a caminho com o Bespoke Tranche Opportunity. Nós nunca aprendemos, não é?
Que episódio sensacional! Eu confesso que estava com muito medo de ser um filler desnecessário, mas não! Foi tanta coisa boa acontecendo que eu mal sei por onde começar.
A cachoeira, a semente de laranja, a foto de Irene Adler, John comentando que aquela parecia a noite mais longa da vida dele, Sherlock comentando que mal aparece na do cachorro...
Sutis e perfeitas referências. Fora as referências as temporadas passadas, claro, que também não faltaram.
A finalização do caso Moriarty foi excepcional. Moriarty está morto, sim, mas deixou um legado. Vive em outras mentes e no próprio palácio mental dele. Eu não sei vocês, mas me arrepiei demais com o "Look around you. This room is full of brides", porque pra mim significou ao mesmo tempo duas coisas muito importantes: primeiro o fato de que qualquer um pode tentar assumir o lugar de Moriarty, e segundo o fato de que qualquer uma pode lutar para que as mulheres ocupem melhores posições na sociedade. A ideia de tudo ser apenas uma alucinação de Sherlock é excelente, mas o que dizer sobre o final ainda mais genial, deixando em aberto a possibilidade do Sherlock atual na verdade ser fruto da imaginação do antigo...
Perfeito. Esse episódio foi um dos melhores, empatado com The Reichenbach Fall. Estou contando dias, horas, minutos e segundos para quarta temporada.
Longe de ter uma atuação ruim, Krysten Ritter cumpre bem o papel de mulher abusada física e psicologicamente que sofre com culpa e com receio de que tudo aconteça novamente. Ela só não é o destaque de Jessica Jones porque a Marvel conseguiu construir o melhor vilão de seus filmes e séries - ou pelo menos alguém tão interessante quanto Loki, que ocupava sozinho o posto até o surgimento de Kilgrave. Se você acha coincidência que ambos sejam os melhores, analise a situação um pouco mais atentamente: os dois são motivados por questões pessoais, o que torna tudo mais interessante. Quem diz que a série se arrasta tem - até certo ponto - razão, porque é isso mesmo que acontece nos primeiros episódios, justamente aqueles em que Kilgrave não passa de um sussurro, uma visão aqui, uma voz acolá. Quando o personagem aparece, aí acaba o arraste, e David Tennant rouba a série pra si a tal ponto que Jessica Jones deveria passar a se chamar Kilgrave. Há quem diga que a personagem é forte, e ela é sim - apesar de em alguns momentos distribuir grosserias desnecessárias e não passar de uma paladina da justiça insuportavelmente chata. As cenas de luta são sofríveis e os personagens secundários são um problema sério. Não me interessei pelo arco de NENHUM deles. O policial, então, que cara mais chato. Achei o Luke Cage extremamente mal aproveitado. Eu sei que a série não era dele, mas o cara foi reduzido a mero par romântico da Jessica, sidekick nas horas vagas, passando todos os episodios como o mais provável de ser controlado pelo Kilgrave. Óbvio e boring. A série é excelente, mas tem seus defeitos como todas as outras, e, a cereja do bolo, discute a violência e o abuso contra a mulher (e seus danos colaterais) de maneira pertinente e inteligente.
Bem leve, seguindo a risca o modelo de comédia romântica com protagonista fracassado que dá um jeito na vida e encontra um amor ao mesmo tempo. Netflix me indicou por eu curtir o gênero, e faço o mesmo.
O roteiro não tem nada de novo, mas o filme pelo menos consegue ser divertido. As atuações também não são geniais, mas não comprometem. Tendo em vista isso tudo, só me resta elogiar mesmo a trilha sonora. Destaque pra Tonight (Best You Ever Had), do John Legend. Além da música ser ótima, encaixou perfeitamente bem nas cenas do Dominic (Michael Ealy) e da Lauren (Taraji P. Henson).
Que filme delicioso! Tomei um susto quando notei que ele tinha quase 3h de duração e outro quando percebi que faltavam dez minutos pra acabar que eu mal tinha percebido o tempo passar. Ok, talvez só durante as músicas do pai da Eliza, que eu achei longas demais. Eu protelei para ver o filme um tempão, porque não sou grande fã de musicais... Mas não achei My Fair Lady cansativo. Repito: Tirando as músicas do pai da Eliza, todas são tão bem inseridas no contexto do filme que é uma delícia acompanha-las. Mais do que merecido o Oscar de melhor ator pro Rex Harrison. O Professor Higgins dele foi excelente, sabendo variar entre as várias nuances de seu personagem de modo espetacular. Ele cantando I'm an ordinary man (let a woman in your life...) me arrancou muitos risos. A Audrey também está ótima aqui, mas pra mim o Harrison roubou o filme pra si.
Achei que o final deixou um pouco desejar. Li que o autor da peça foi pressionado porque o público queria a Eliza e o professor Higgins juntos. Veja bem, não é que eu a quisesse com o Freddy. Não. Eu só queria que ela tivesse aberto sua floricultura, que era seu sonho original. Ela poderia ter continuado amiga do professor, amiga do Coronel, amiga do Freddy... Senti falta dela conquistar o verdadeiro sonho dela
Eu gostei do filme e entendi o porquê dele ser um clássico tão grande do cinema. O Humphrey Bogart é sensacional. Cada fala dele transmite a dor e o sofrimento do Rick, antes mesmo da Ilsa chegar em Casablanca. O roteiro foi bastante generoso com ele, com "We'll always have Paris" ou "Here's looking at you, kid" ou "Of all the gin joints, in all the towns, in all the world, she walks into mine". É MUITO difícil escolher uma favorita. Se o Victor Lazlo do Paul Henreid não foi genial como o Rick, também não comprometeu o filme em absolutamente nada, cumprindo bem seu papel de traído conformado. Meu pequeno problema com o filme foi a Ilsa. Não acreditei por um segundo nesse amor eterno que ela dizia sentir pelo Rick. Esperei mais da personagem. Gostei do filme, mas terminei de assistir com a sensação de que Ilsa não merecia nenhum dos dois homens, e ali estavam os dois, dispostos a morrer por ela. A trilha sonora é perfeita. Não tem como ouvir As Time Goes By do mesmo jeito depois de ver Casablanca. Mesmo não tendo caído de amores pelo filme (talvez só pelo Rick), não nego que é um filme bom. Não é qualquer filme que décadas depois ainda consegue atrair tantos telespectadores. Não é qualquer filme que deixa 3, 4 frases marcadas para sempre na mente de quem assiste e na história do cinema.
Ok, o roteiro do filme é ruim. As atuações femininas também. Mas Colin Firth continua o mesmo amor de sempre, e é por causa dele que dou três estrelas. Sem ele, meia estrela provavelmente seria mais do que suficiente.
GRAÇAS A DEUS O HULU SALVOU A SÉRIE! VIDA LONGA A TMP! (O que passa na cabeça de uma emissora que cancela uma série com um humor ácido e inteligente como o de The Mindy Project e renova New Girl, que se perdeu faz muuuuuito tempo?)
Felicity perdeu totalmente o brilho que tinha, o discurso do Oliver de te-amo-mas-vivo-a-fugir-desse-amor foi um saco, Thea ficou mais chata do que já era... Ray Palmer, de quem muitos fãs reclamaram, foi a melhor adição que a temporada teve. Sim, melhor até do que esse Ra's Al Ghul incompetente que me arrumaram. Alguns episódios se arrastaram demais. Eu terminava de assistir e ficava "não acredito que perdi 45 minutos e nada interessante ou relevante aconteceu". Esperava BEM mais. Eu já shippei Olicity, mas já deu pra perceber que isso estraga a série. Fica CW demais. Arrow precisa urgentemente voltar a ser o que era antes.
A qualidade de Scandal caiu demais nessa quarta temporada. Eu espero que Shonda não demore em perceber que ninguém aguenta mais esse insuportável do Fitz. Toda vez que ele aparece em cena já me dá vontade de vomitar. A série está sendo muito prejudicada por causa desse relacionamento ridículo. Os dois já concluíram mil vezes que não dá pra se relacionar (no mínimo) enquanto o Fitz for presidente, e ainda assim de tempos em tempos um corre pros braços do outro, só pra meia hora depois eles concluírem o que já tinham concluído séculos atrás: eles não podem ficar juntos. Essa chatice toda acaba prejudicando outras histórias também, que acabam estagnando por causa do casal mais chato de Washington. Jake, Abby, Huck, Quinn, Mellie, Cyrus... todos eles poderiam ter plots melhores se Olivia por dois segundos ouvisse os discursos cheios de lição de moral que ela dá em todo mundo mas que ela própria não ouve e se Fitz passasse a se preocupar com os EUA e não pra quem Olivia tem aberto as pernas.
Melhor temporada de um dos melhores dramas da TV americana. Pena que não tenha o reconhecimento que merece. Que temporada sensacional! Em plena terceira temporada ainda me impressiono com a qualidade do roteiro da série e em como ela consegue abordar os aspectos pessoais e profissionais da vida de Philip e Elizabeth com tanta maestria. Foi uma baita temporada. A série analisa tão bem tantos assuntos que é até difícil discorrer sobre todos eles. Amo as cenas entre Elizabeth e Philip. É sensacional ver que ambos tem limites - que só demonstram para si próprios -, ideias de certo e errado, peso na consciência, tudo que um ser humano normal também tem. Eles são espiões, mas não são máquinas.
E o peso na consciência vai muito além de toda situação com Paige. Dormir com uma garota que tem a mesma idade da filha de Philip o afeta sim. Enganar Martha, matar um colega de trabalho inocente dela, enganar Stan (a quem ele considera amigo)...
Tudo isso tira pedacinhos de Philip (e de Elizabeth também, apesar dela ser mais discreta) que o "Império do Mal" jamais vai conseguir colocar de volta. E a série mostra tudo isso com uma serenidade e despretensão incrível. Elizabeth desaba por causa de uma conversa com uma velhinha que ela. Philip desaba porque foi matar um desconhecido e viu que ele tinha brinquedos como os do próprio filho. Paige descobre toda a verdade não porque flagra os pais matando alguém, ou porque descobre algo numa cena de ação totalmente avassaladora, mas porque simplesmente os pergunta e eles respondem. Aplaudo de pé também a abordagem histórica. Conseguir numa série de 13 episódios abordar a Guerra Fria e suas consequências não somente nos EUA e na URSS mas também na Nicarágua e no Afeganistão... Não é qualquer série que utiliza a história de maneira tão conveniente e convincente. A season finale é a prova disso. Que cenas finais foram aquelas?
Coisa de gênio aliar o desabafo de Philip, a língua grande da Paige e, a cereja do bolo, a primeira vez em que Reagan chamou a URSS de império do mal!
Mal posso esperar pela quarta temporada. Por mim The Americans chega no mínimo até o fim da Guerra Fria, e se dissesse aqui que não gostaria que Philip e Elizabeth chegassem até os dias atuais (não necessariamente como espiões) estaria mentindo.
Não sei se a qualidade da primeira temporada foi mantida nesta segunda por causa dos quatro primeiros episódios. É verdade que no fim tudo fez sentido (e que sentido!!!!), mas achei o desenvolvimento um pouco mais lento do que o habitual no começo. A atuação do Rhys e da Russell é sensacional, mas jamais esperei menos que isso. O destaque da temporada pra mim é, dessa forma, a condução do roteiro, principalmente no que diz respeito as crianças da trama. É raro ver séries inseri-las na trama principal, e tão bem como The Americans fez, confesso que nunca vi. É incrível como absolutamente tudo se encaixa na season finale. Como cada cena, no fim, faz sentido. Nada é por nada aqui. TUDO tem algum significado. Claro que você pode demorar 13 episódios pra entender e ligar as pontas soltas... Mas a graça de The Americans é justamente essa.
Que filme lindo! Vou ter uma dívida eterna com a netflix por ter me sugerido! Tem o ar daqueles filmes dos anos 90 (que eu adoro e que eu sinto falta nos filmes de hoje em dia) e aborda de um jeito tão fofo o primeiro amor... Amei.
Atuações sensacionais e roteiro acertado. Deve-se ressaltar também a trilha sonora sensacional de Harry Connick Jr. As músicas casam com as cenas e com o ambiente do filme de maneira incrível. It Had to be You, naquela cena do Harry correndo... escolha perfeita e encantadora, pra dizer o mínimo. Só posso passar a recomendar esse sensacional filme a todo ser humano que me disser que De Repente é Amor é bom, inovador, original, ou algo similar. Com mais de 15 anos de diferença do lançamento de um para o de outro, Meg Ryan e Billy Crystal mostraram como fazer um filme com encontros e desencontros de um amor verdadeiro e, mais de 15 anos depois, De Repente é Amor não chega nem perto de abordar a temática como o fez Harry e Sally - Feitos um para o Outro. Não é um clássico das comédias românticas por nada. Vale muito a pena assistir.
(na hora em que ela falou "sou só um capítulo, não um livro" eu imaginei que no final ele se declararia pra ela através dessa frase)
, mas o filme não deixa de ser fofo e de ter uma trilha sonora encantadora por causa disso. Agora, se você for assistir só pelo Tennant, saiba que o que lhe espera é o cúmulo do romance água-com-açucar. Se você gosta de comédias românticas... Hegg (a ilha na qual a história de A Noiva Isca se passa) com certeza é o lugar certo pra você.
O que faz Empire o grande hit que é não é um único fator, mas sim uma combinação deles. A Taraji P. Henson faz uma Cookie sensacional sim, mas Terrence Howard não fica nem um pouco atrás na construção de Lucious Lyon. E pode-se dizer o mesmo de praticamente todos os integrantes da família Lyon. E se é pra falar de atuação, não podemos nos esquecer das participações especiais que abrilhantam quase todo episódio da série. O roteiro é afiado e cada novo episódio traz uma nova história conectada com o plot inicial que te faz continuar assistindo o próximo, e o próximo e o próximo. E como se isso não bastasse, as músicas são muito boas. E originais, é bom destacar, porque Empire nada tem a ver com Glee e com o ar adolescentezinho musical da mesma. Empire é séria, constrói um enredo empolgante e eu mal posso esperar pela segunda temporada.
A Academia esse ano preferiu premiar criatividade e ousadia ao invés de premiar os melhores filmes de fato. É isso que Birdman é, e antes que venham dizer que é mimimi porque Boyhood não ganhou, é isso que ele é também. Ok, houve criatividade. Passou 12 anos em produção (uma semana por ano, importante ressaltar)... e só. Tô nem aí pra isso, honestamente. Quero é resultado, e achei o resultado bem apático. Mas como a Academia tem mania de premiar esforço, e como o público se adaptou a essa ideia, tem um monte de gente achando que Boyhood deveria ter ganho. Tolinhos. Achei Birdman, por sua vez, melhor que Boyhood. É diferente e ousado, não posso negar. Bem dirigido, com boas atuações. Mas nada disso o salva de ser um porre. O filme depende de vários fatores pessoais da vida do Keaton pra ser minimamente interessante. Se você entra na sala de cinema sem saber que ele foi o Batman e que a carreira dele estava em decadência... O filme não lhe diz absolutamente nada. Entra pra lista de filmezinho com reviravolta reflexiva no final, e só. Mas sempre tem aquele pessoal que aparece pra dizer que o filme é uma homenagem a sétima arte, uma homenagem a profissão de ator, uma homenagem a carreira do Keaton, uma homenagem a sei lá mais o quê... E é mesmo. E é justamente essa série de fatores que o fizeram ganhar como melhor filme sem o ser de fato. Birdman não foi o melhor filme de 2014. Foi o filme que homenageou a sétima, a oitava, a nona, sei lá quantas artes. Foi o filme que homenageou e valorizou a profissão de quem? De quem? Dos próprios atores! Isso é o estereótipo clássico de filmes adorados pela Academia. Se fosse um cozinheiro em decadência, se fosse um professor em decadência... Não tinha nem metade desse hype todo. Keaton foi bem? Foi, mas não mereceu Oscar de melhor ator mesmo não. Justíssimo o Redmayne ter ganho. Birdman mereceu Fotografia, e o e a filmagem em plano-sequência também foi um aspecto positivo, agregando valor a história e ao estado psicológico do Riggan. Não achei o melhor trabalho do Iñárritu, mas não posso negar que o filme foi bem dirigido. Só o achei um porre, bastante arrastado e muito longe de ser o melhor filme de 2014. Minha cabeça nem se recuperou ainda daquela bateria irritante.
Quero deixar claro - bem claro - que gostei de American Sniper. O roteiro é bem escrito, o filme é bem dirigido e os atores cumprem bem seu papel. A questão é que o telespectador não pode esperar nada de diferente do que já viu em várias outras cinebiografias, porque American Sniper usa o mesmo artifício que O Discurso do Rei, Uma Mente Brilhante, A Teoria de Tudo e O Jogo da Imitação, por exemplo, já usaram. Muda um pouquinho a história real aqui e/ou omite parte do caráter dos personagens ali em busca da ideia de que o personagem principal, nesse caso, Chris Kyle, foi um herói por algo ou alguém - nesse caso, por sua pátria e família. Li críticas que esculhambavam Sniper pela falta de perspectiva do outro lado da guerra, ou pela falta de questionamento se Chris Kyle foi mesmo o herói que os EUA diz ter sido. O filme é uma biografia de um dos principais nomes dos SEALS. Quem em sã consciência vai assistir um filme desses esperando que Hollywood questionasse algo do tipo "Chris Kyle: herói ou assassino"? O diretor do filme é Clint Eastwood, gente. CLARO que Chris Kyle ia ser o herói que matou 160 pessoas e que queria ter matado muito mais pra proteger os colegas. Isso aqui não é documentário de Michael Moore não. Vi muitas pessoas reclamando na saída da sessão de duas coisas: a) o filme é monótono e b) Bradley Cooper não merecia indicação. O filme é monótono pra quem não gosta de filmes de guerra. E se você não gosta de filmes de guerra, pelo amor de Deus, veja outra coisa. Realmente não entendo quem odeia filmes de guerra e PAGA pra ver Sniper Americano. Quanto ao Bradley merecer ou não indicação... O caso é mais complexo. A questão na verdade é que o Jake Gylenhaal atua (BEM) melhor do que ele em O Abutre. Inegável. Mas também é inegável que essa é a melhor atuação da carreira do Bradley Cooper, e cabe ressaltar aqui que ele já tinha sido indicado outras duas vezes ao Oscar (melhor ator por O Lado Bom da Vida e melhor ator coadjuvante por Trapaça). Ficou complicado pra Academia não indicá-lo já o tendo indicado anteriormente por atuações bastante inferiores a essa. Só lamento pelo Jake Gylenhaal, que realmente merecia a vaga do Bradley. Foi a melhor atuação da carreira dele também. Se é pra ganhar alguma coisa hoje no Oscar, o prêmio deve ir pra Edição do Som. A Mixagem é sensacional. Sério. Parecia que o tiro tinha sido dado bem do meu lado. Enfim, o filme se propõe também a discutir a mudança do ser humano que vai pra guerra e que volta dela, e apesar de o fazer com competência, outros antes dele já o fizeram. Mas vale a pena assistir, se não pela história em si ou pela atuação do Cooper ao menos pra entrar na discussão herói ou assassino, rs.
O filme é absolutamente sensacional. Eu não tenho nem palavras pra descrever a genialidade da atuação do Eddie. Vi muitas críticas pelo fato do filme não ter discutido profundamente as teorias do Hawking, o que é inacreditável. O foco do filme NUNCA foi esse. O público alvo do filme NUNCA foi físicos, astrofísicos ou cientistas que queriam entender melhor as teorias dele. Quem quer entender a teoria dos buracos negros dele tem é que comprar o livro, ler os artigos, ao invés de comprar ingresso de cinema de uma adaptação baseada em um livro da primeira esposa dele sobre a vida conjugal do casal. Tem gente que simplesmente tem que criticar, e inventa qualquer desculpa pra isso. Me poupem. O filme é muito bom sim, e há vários anos não vejo um páreo tão duro pra Academia decidir esse prêmio de melhor ator.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraJá há excelentes reviews feitas aqui e eu confesso que não encontro muitas palavras para escrever após assistir La la land.
Só consigo dizer que o filme é perfeito em todos os aspectos possíveis - o roteiro e a direção são excelentes, a trilha sonora é perfeita, as atuações são sensacionais e o foge totalmente dos clichês românticos no final (apesar dele ser mais romance do que musical). Eu daria seis estrelas se fosse possível. Se algum filme esse ano merece todos os louros é La la land, que canta mais do que estações. Canta a vida.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraOs maiores destaques do filme são a fotografia (perfeita) e as atuações do Tom Hardy e do Leonardo DiCaprio. Se esse homem não ganhar um Oscar agora pode desistir da profissão porque não ganha nunca mais. Ainda assim, é interessante ressaltar que o talento não foi diferente ou distante do que já foi apresentado por DiCaprio em vários trabalhos anteriores. Muito pelo contrário - sua grande atuação e imponência aqui são muito mais físicas do que qualquer outra coisa, e talvez seja justamente por isso que agora ele ganhe: a Academia adora premiar grandes esforços aliados a grandes talentos (não que ele não o tenha, pelo amor de Deus, mas se fosse SÓ por isso ele já deveria ter ganho há muito tempo). É tipo... Perdeu mil quilos pra fazer o papel? Teve que dormir em carcaças de animais? Teve que enfrentar baixíssimas temperaturas? É você que a Academia quer!
Brincadeiras a parte, o roteiro é bom, a direção é acertada, não vejo problema nenhum com a tentativa de flertar com o metafísico através das aparições da ex mulher índia e do filho dele, e só não dei cinco estrelas porque acho que o filme, apesar de não ter sido cansativo, tem vinte ou trinta minutos se não totalmente desnecessários, que também nada acrescentam.
Steve Jobs
3.5 591 Assista AgoraO filme é excelente! Fassbender está sensacional, apesar de achar que ele merecia um Oscar mais por 12 anos de escravidão do que por Steve Jobs. Ainda assim, coitado do Ashton Kutcher. Não vai ser fácil ser comparado (e perder de lavada pro resto da vida) com o Fassbender sobre quem fez o melhor Steve Jobs. A atuação de Kate Winslet é mais discreta do que a dele, mas igualmente acertada.
Também saí do cinema encantada pelo roteiro e pela trilha sonora. O roteiro de Aaron Sorkin é excepcional. Minhas expectativas eram altas e ele fez jus à elas. Obviamente que os diálogos não ocorreram, mas acredito que eles ressaltaram a personalidade de Jobs e isso era o objetivo do filme. O próprio Steve Jobs de Fassbender zomba do fato de que todos parecem ir beber em um bar antes dos seus lançamentos e lhe dizer o que verdadeiramente pensam dele.
Ainda assim, o filme é muito bom e cumpre seu objetivo de retratar mais a personalidade do Steve Jobs do que os eventos de sua vida em si.
A Grande Aposta
3.7 1,3KA qualidade do filme é inegável, mas também é inegável que mesmo com as explicações, a linguagem técnica é incompreensível para boa parte dos telespectadores. Foi uma sacada bastante interessante vê-los tentando explicar esses termos através de analogias mais simples, mas tenho certeza que ainda ficou confuso.
Outra crítica que não posso deixar de fazer: o cabelo de todo mundo estava horroroso.
Tirando esses dois problemas, e não tendo sido atingida pelo primeiro, acredito que o filme seja cheio de sutis críticas e de atuações acertadas - com destaque para Christian Bale e Steve Carell, que de fato são quem tem mais espaço para brilhantismo -, mas para mim a mais interessante delas talvez seja a realizada às agências de classificação, como a Standard & Poor's e a Moody's, muito pelo momento de, respectivamente, rebaixamento e revisão de classificação que o Brasil passa pelas mesmas agências. Não quero entrar no mérito da questão se elas são ou não devidas, mas sim no mérito de que até isso foi atingido pela concorrência presente no livre mercado.
O final também gera uma reflexão interessante. A crise que se pensou que seria o fim do capitalismo foi superada, mas uma outra, talvez similar a essa, já pode estar a caminho com o Bespoke Tranche Opportunity. Nós nunca aprendemos, não é?
Sherlock: A Abominável Noiva
4.4 190 Assista AgoraQue episódio sensacional! Eu confesso que estava com muito medo de ser um filler desnecessário, mas não! Foi tanta coisa boa acontecendo que eu mal sei por onde começar.
Foi genial abordar o feminismo e o papel quase nulo da mulher na sociedade, inserir o "Elementary, my dear Watson"...
A cachoeira, a semente de laranja, a foto de Irene Adler, John comentando que aquela parecia a noite mais longa da vida dele, Sherlock comentando que mal aparece na do cachorro...
A finalização do caso Moriarty foi excepcional. Moriarty está morto, sim, mas deixou um legado. Vive em outras mentes e no próprio palácio mental dele. Eu não sei vocês, mas me arrepiei demais com o "Look around you. This room is full of brides", porque pra mim significou ao mesmo tempo duas coisas muito importantes: primeiro o fato de que qualquer um pode tentar assumir o lugar de Moriarty, e segundo o fato de que qualquer uma pode lutar para que as mulheres ocupem melhores posições na sociedade.
A ideia de tudo ser apenas uma alucinação de Sherlock é excelente, mas o que dizer sobre o final ainda mais genial, deixando em aberto a possibilidade do Sherlock atual na verdade ser fruto da imaginação do antigo...
Jessica Jones (1ª Temporada)
4.1 1,1K Assista AgoraLonge de ter uma atuação ruim, Krysten Ritter cumpre bem o papel de mulher abusada física e psicologicamente que sofre com culpa e com receio de que tudo aconteça novamente. Ela só não é o destaque de Jessica Jones porque a Marvel conseguiu construir o melhor vilão de seus filmes e séries - ou pelo menos alguém tão interessante quanto Loki, que ocupava sozinho o posto até o surgimento de Kilgrave. Se você acha coincidência que ambos sejam os melhores, analise a situação um pouco mais atentamente: os dois são motivados por questões pessoais, o que torna tudo mais interessante.
Quem diz que a série se arrasta tem - até certo ponto - razão, porque é isso mesmo que acontece nos primeiros episódios, justamente aqueles em que Kilgrave não passa de um sussurro, uma visão aqui, uma voz acolá. Quando o personagem aparece, aí acaba o arraste, e David Tennant rouba a série pra si a tal ponto que Jessica Jones deveria passar a se chamar Kilgrave.
Há quem diga que a personagem é forte, e ela é sim - apesar de em alguns momentos distribuir grosserias desnecessárias e não passar de uma paladina da justiça insuportavelmente chata. As cenas de luta são sofríveis e os personagens secundários são um problema sério. Não me interessei pelo arco de NENHUM deles. O policial, então, que cara mais chato. Achei o Luke Cage extremamente mal aproveitado. Eu sei que a série não era dele, mas o cara foi reduzido a mero par romântico da Jessica, sidekick nas horas vagas, passando todos os episodios como o mais provável de ser controlado pelo Kilgrave. Óbvio e boring.
A série é excelente, mas tem seus defeitos como todas as outras, e, a cereja do bolo, discute a violência e o abuso contra a mulher (e seus danos colaterais) de maneira pertinente e inteligente.
Virando a Página
3.0 110 Assista AgoraBem leve, seguindo a risca o modelo de comédia romântica com protagonista fracassado que dá um jeito na vida e encontra um amor ao mesmo tempo. Netflix me indicou por eu curtir o gênero, e faço o mesmo.
Pense como Eles
3.4 292 Assista AgoraO roteiro não tem nada de novo, mas o filme pelo menos consegue ser divertido. As atuações também não são geniais, mas não comprometem. Tendo em vista isso tudo, só me resta elogiar mesmo a trilha sonora. Destaque pra Tonight (Best You Ever Had), do John Legend. Além da música ser ótima, encaixou perfeitamente bem nas cenas do Dominic (Michael Ealy) e da Lauren (Taraji P. Henson).
Minha Bela Dama
4.0 358 Assista AgoraQue filme delicioso! Tomei um susto quando notei que ele tinha quase 3h de duração e outro quando percebi que faltavam dez minutos pra acabar que eu mal tinha percebido o tempo passar. Ok, talvez só durante as músicas do pai da Eliza, que eu achei longas demais. Eu protelei para ver o filme um tempão, porque não sou grande fã de musicais... Mas não achei My Fair Lady cansativo. Repito: Tirando as músicas do pai da Eliza, todas são tão bem inseridas no contexto do filme que é uma delícia acompanha-las.
Mais do que merecido o Oscar de melhor ator pro Rex Harrison. O Professor Higgins dele foi excelente, sabendo variar entre as várias nuances de seu personagem de modo espetacular. Ele cantando I'm an ordinary man (let a woman in your life...) me arrancou muitos risos. A Audrey também está ótima aqui, mas pra mim o Harrison roubou o filme pra si.
Achei que o final deixou um pouco desejar. Li que o autor da peça foi pressionado porque o público queria a Eliza e o professor Higgins juntos. Veja bem, não é que eu a quisesse com o Freddy. Não. Eu só queria que ela tivesse aberto sua floricultura, que era seu sonho original. Ela poderia ter continuado amiga do professor, amiga do Coronel, amiga do Freddy... Senti falta dela conquistar o verdadeiro sonho dela
Casablanca
4.3 1,0K Assista AgoraEu gostei do filme e entendi o porquê dele ser um clássico tão grande do cinema. O Humphrey Bogart é sensacional. Cada fala dele transmite a dor e o sofrimento do Rick, antes mesmo da Ilsa chegar em Casablanca. O roteiro foi bastante generoso com ele, com "We'll always have Paris" ou "Here's looking at you, kid" ou "Of all the gin joints, in all the towns, in all the world, she walks into mine". É MUITO difícil escolher uma favorita.
Se o Victor Lazlo do Paul Henreid não foi genial como o Rick, também não comprometeu o filme em absolutamente nada, cumprindo bem seu papel de traído conformado.
Meu pequeno problema com o filme foi a Ilsa. Não acreditei por um segundo nesse amor eterno que ela dizia sentir pelo Rick. Esperei mais da personagem. Gostei do filme, mas terminei de assistir com a sensação de que Ilsa não merecia nenhum dos dois homens, e ali estavam os dois, dispostos a morrer por ela.
A trilha sonora é perfeita. Não tem como ouvir As Time Goes By do mesmo jeito depois de ver Casablanca. Mesmo não tendo caído de amores pelo filme (talvez só pelo Rick), não nego que é um filme bom. Não é qualquer filme que décadas depois ainda consegue atrair tantos telespectadores. Não é qualquer filme que deixa 3, 4 frases marcadas para sempre na mente de quem assiste e na história do cinema.
Hope Springs – Um Lugar Para Sonhar
2.8 58Ok, o roteiro do filme é ruim. As atuações femininas também. Mas Colin Firth continua o mesmo amor de sempre, e é por causa dele que dou três estrelas. Sem ele, meia estrela provavelmente seria mais do que suficiente.
Projeto Mindy (3ª Temporada)
4.1 34GRAÇAS A DEUS O HULU SALVOU A SÉRIE! VIDA LONGA A TMP!
(O que passa na cabeça de uma emissora que cancela uma série com um humor ácido e inteligente como o de The Mindy Project e renova New Girl, que se perdeu faz muuuuuito tempo?)
Arqueiro (3ª Temporada)
3.7 563 Assista AgoraFelicity perdeu totalmente o brilho que tinha, o discurso do Oliver de te-amo-mas-vivo-a-fugir-desse-amor foi um saco, Thea ficou mais chata do que já era... Ray Palmer, de quem muitos fãs reclamaram, foi a melhor adição que a temporada teve. Sim, melhor até do que esse Ra's Al Ghul incompetente que me arrumaram. Alguns episódios se arrastaram demais. Eu terminava de assistir e ficava "não acredito que perdi 45 minutos e nada interessante ou relevante aconteceu". Esperava BEM mais. Eu já shippei Olicity, mas já deu pra perceber que isso estraga a série. Fica CW demais. Arrow precisa urgentemente voltar a ser o que era antes.
Escândalos: Os Bastidores do Poder (4ª Temporada)
4.1 103 Assista AgoraA qualidade de Scandal caiu demais nessa quarta temporada. Eu espero que Shonda não demore em perceber que ninguém aguenta mais esse insuportável do Fitz. Toda vez que ele aparece em cena já me dá vontade de vomitar. A série está sendo muito prejudicada por causa desse relacionamento ridículo. Os dois já concluíram mil vezes que não dá pra se relacionar (no mínimo) enquanto o Fitz for presidente, e ainda assim de tempos em tempos um corre pros braços do outro, só pra meia hora depois eles concluírem o que já tinham concluído séculos atrás: eles não podem ficar juntos.
Essa chatice toda acaba prejudicando outras histórias também, que acabam estagnando por causa do casal mais chato de Washington. Jake, Abby, Huck, Quinn, Mellie, Cyrus... todos eles poderiam ter plots melhores se Olivia por dois segundos ouvisse os discursos cheios de lição de moral que ela dá em todo mundo mas que ela própria não ouve e se Fitz passasse a se preocupar com os EUA e não pra quem Olivia tem aberto as pernas.
The Americans (3ª Temporada)
4.4 65 Assista AgoraMelhor temporada de um dos melhores dramas da TV americana. Pena que não tenha o reconhecimento que merece. Que temporada sensacional! Em plena terceira temporada ainda me impressiono com a qualidade do roteiro da série e em como ela consegue abordar os aspectos pessoais e profissionais da vida de Philip e Elizabeth com tanta maestria. Foi uma baita temporada.
A série analisa tão bem tantos assuntos que é até difícil discorrer sobre todos eles. Amo as cenas entre Elizabeth e Philip. É sensacional ver que ambos tem limites - que só demonstram para si próprios -, ideias de certo e errado, peso na consciência, tudo que um ser humano normal também tem. Eles são espiões, mas não são máquinas.
E o peso na consciência vai muito além de toda situação com Paige. Dormir com uma garota que tem a mesma idade da filha de Philip o afeta sim. Enganar Martha, matar um colega de trabalho inocente dela, enganar Stan (a quem ele considera amigo)...
E a série mostra tudo isso com uma serenidade e despretensão incrível.
Elizabeth desaba por causa de uma conversa com uma velhinha que ela. Philip desaba porque foi matar um desconhecido e viu que ele tinha brinquedos como os do próprio filho. Paige descobre toda a verdade não porque flagra os pais matando alguém, ou porque descobre algo numa cena de ação totalmente avassaladora, mas porque simplesmente os pergunta e eles respondem.
Aplaudo de pé também a abordagem histórica. Conseguir numa série de 13 episódios abordar a Guerra Fria e suas consequências não somente nos EUA e na URSS mas também na Nicarágua e no Afeganistão... Não é qualquer série que utiliza a história de maneira tão conveniente e convincente. A season finale é a prova disso. Que cenas finais foram aquelas?
Coisa de gênio aliar o desabafo de Philip, a língua grande da Paige e, a cereja do bolo, a primeira vez em que Reagan chamou a URSS de império do mal!
Mal posso esperar pela quarta temporada. Por mim The Americans chega no mínimo até o fim da Guerra Fria, e se dissesse aqui que não gostaria que Philip e Elizabeth chegassem até os dias atuais (não necessariamente como espiões) estaria mentindo.
The Americans (2ª Temporada)
4.3 50 Assista AgoraNão sei se a qualidade da primeira temporada foi mantida nesta segunda por causa dos quatro primeiros episódios. É verdade que no fim tudo fez sentido (e que sentido!!!!), mas achei o desenvolvimento um pouco mais lento do que o habitual no começo.
A atuação do Rhys e da Russell é sensacional, mas jamais esperei menos que isso. O destaque da temporada pra mim é, dessa forma, a condução do roteiro, principalmente no que diz respeito as crianças da trama. É raro ver séries inseri-las na trama principal, e tão bem como The Americans fez, confesso que nunca vi.
É incrível como absolutamente tudo se encaixa na season finale. Como cada cena, no fim, faz sentido. Nada é por nada aqui. TUDO tem algum significado. Claro que você pode demorar 13 episódios pra entender e ligar as pontas soltas... Mas a graça de The Americans é justamente essa.
O Primeiro Amor
4.1 1,3K Assista AgoraQue filme lindo! Vou ter uma dívida eterna com a netflix por ter me sugerido! Tem o ar daqueles filmes dos anos 90 (que eu adoro e que eu sinto falta nos filmes de hoje em dia) e aborda de um jeito tão fofo o primeiro amor... Amei.
Harry & Sally: Feitos um Para o Outro
3.9 502 Assista AgoraAtuações sensacionais e roteiro acertado. Deve-se ressaltar também a trilha sonora sensacional de Harry Connick Jr. As músicas casam com as cenas e com o ambiente do filme de maneira incrível. It Had to be You, naquela cena do Harry correndo... escolha perfeita e encantadora, pra dizer o mínimo.
Só posso passar a recomendar esse sensacional filme a todo ser humano que me disser que De Repente é Amor é bom, inovador, original, ou algo similar. Com mais de 15 anos de diferença do lançamento de um para o de outro, Meg Ryan e Billy Crystal mostraram como fazer um filme com encontros e desencontros de um amor verdadeiro e, mais de 15 anos depois, De Repente é Amor não chega nem perto de abordar a temática como o fez Harry e Sally - Feitos um para o Outro. Não é um clássico das comédias românticas por nada. Vale muito a pena assistir.
A Noiva Isca
3.0 66O roteiro é bastante previsível
(na hora em que ela falou "sou só um capítulo, não um livro" eu imaginei que no final ele se declararia pra ela através dessa frase)
Agora, se você for assistir só pelo Tennant, saiba que o que lhe espera é o cúmulo do romance água-com-açucar. Se você gosta de comédias românticas... Hegg (a ilha na qual a história de A Noiva Isca se passa) com certeza é o lugar certo pra você.
Empire - Fama e Poder (1ª Temporada)
4.4 149O que faz Empire o grande hit que é não é um único fator, mas sim uma combinação deles. A Taraji P. Henson faz uma Cookie sensacional sim, mas Terrence Howard não fica nem um pouco atrás na construção de Lucious Lyon. E pode-se dizer o mesmo de praticamente todos os integrantes da família Lyon. E se é pra falar de atuação, não podemos nos esquecer das participações especiais que abrilhantam quase todo episódio da série. O roteiro é afiado e cada novo episódio traz uma nova história conectada com o plot inicial que te faz continuar assistindo o próximo, e o próximo e o próximo. E como se isso não bastasse, as músicas são muito boas. E originais, é bom destacar, porque Empire nada tem a ver com Glee e com o ar adolescentezinho musical da mesma. Empire é séria, constrói um enredo empolgante e eu mal posso esperar pela segunda temporada.
O Casamento do Ano
2.8 561 Assista AgoraQue desperdício de elenco, meu Deus!
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista AgoraA Academia esse ano preferiu premiar criatividade e ousadia ao invés de premiar os melhores filmes de fato. É isso que Birdman é, e antes que venham dizer que é mimimi porque Boyhood não ganhou, é isso que ele é também. Ok, houve criatividade. Passou 12 anos em produção (uma semana por ano, importante ressaltar)... e só. Tô nem aí pra isso, honestamente. Quero é resultado, e achei o resultado bem apático. Mas como a Academia tem mania de premiar esforço, e como o público se adaptou a essa ideia, tem um monte de gente achando que Boyhood deveria ter ganho. Tolinhos.
Achei Birdman, por sua vez, melhor que Boyhood. É diferente e ousado, não posso negar. Bem dirigido, com boas atuações. Mas nada disso o salva de ser um porre.
O filme depende de vários fatores pessoais da vida do Keaton pra ser minimamente interessante. Se você entra na sala de cinema sem saber que ele foi o Batman e que a carreira dele estava em decadência... O filme não lhe diz absolutamente nada. Entra pra lista de filmezinho com reviravolta reflexiva no final, e só.
Mas sempre tem aquele pessoal que aparece pra dizer que o filme é uma homenagem a sétima arte, uma homenagem a profissão de ator, uma homenagem a carreira do Keaton, uma homenagem a sei lá mais o quê... E é mesmo. E é justamente essa série de fatores que o fizeram ganhar como melhor filme sem o ser de fato. Birdman não foi o melhor filme de 2014. Foi o filme que homenageou a sétima, a oitava, a nona, sei lá quantas artes. Foi o filme que homenageou e valorizou a profissão de quem? De quem? Dos próprios atores! Isso é o estereótipo clássico de filmes adorados pela Academia. Se fosse um cozinheiro em decadência, se fosse um professor em decadência... Não tinha nem metade desse hype todo.
Keaton foi bem? Foi, mas não mereceu Oscar de melhor ator mesmo não. Justíssimo o Redmayne ter ganho. Birdman mereceu Fotografia, e o e a filmagem em plano-sequência também foi um aspecto positivo, agregando valor a história e ao estado psicológico do Riggan. Não achei o melhor trabalho do Iñárritu, mas não posso negar que o filme foi bem dirigido. Só o achei um porre, bastante arrastado e muito longe de ser o melhor filme de 2014. Minha cabeça nem se recuperou ainda daquela bateria irritante.
Sniper Americano
3.6 1,9K Assista AgoraQuero deixar claro - bem claro - que gostei de American Sniper. O roteiro é bem escrito, o filme é bem dirigido e os atores cumprem bem seu papel. A questão é que o telespectador não pode esperar nada de diferente do que já viu em várias outras cinebiografias, porque American Sniper usa o mesmo artifício que O Discurso do Rei, Uma Mente Brilhante, A Teoria de Tudo e O Jogo da Imitação, por exemplo, já usaram. Muda um pouquinho a história real aqui e/ou omite parte do caráter dos personagens ali em busca da ideia de que o personagem principal, nesse caso, Chris Kyle, foi um herói por algo ou alguém - nesse caso, por sua pátria e família.
Li críticas que esculhambavam Sniper pela falta de perspectiva do outro lado da guerra, ou pela falta de questionamento se Chris Kyle foi mesmo o herói que os EUA diz ter sido. O filme é uma biografia de um dos principais nomes dos SEALS. Quem em sã consciência vai assistir um filme desses esperando que Hollywood questionasse algo do tipo "Chris Kyle: herói ou assassino"? O diretor do filme é Clint Eastwood, gente. CLARO que Chris Kyle ia ser o herói que matou 160 pessoas e que queria ter matado muito mais pra proteger os colegas. Isso aqui não é documentário de Michael Moore não.
Vi muitas pessoas reclamando na saída da sessão de duas coisas: a) o filme é monótono e b) Bradley Cooper não merecia indicação. O filme é monótono pra quem não gosta de filmes de guerra. E se você não gosta de filmes de guerra, pelo amor de Deus, veja outra coisa. Realmente não entendo quem odeia filmes de guerra e PAGA pra ver Sniper Americano. Quanto ao Bradley merecer ou não indicação... O caso é mais complexo. A questão na verdade é que o Jake Gylenhaal atua (BEM) melhor do que ele em O Abutre. Inegável. Mas também é inegável que essa é a melhor atuação da carreira do Bradley Cooper, e cabe ressaltar aqui que ele já tinha sido indicado outras duas vezes ao Oscar (melhor ator por O Lado Bom da Vida e melhor ator coadjuvante por Trapaça). Ficou complicado pra Academia não indicá-lo já o tendo indicado anteriormente por atuações bastante inferiores a essa. Só lamento pelo Jake Gylenhaal, que realmente merecia a vaga do Bradley. Foi a melhor atuação da carreira dele também.
Se é pra ganhar alguma coisa hoje no Oscar, o prêmio deve ir pra Edição do Som. A Mixagem é sensacional. Sério. Parecia que o tiro tinha sido dado bem do meu lado. Enfim, o filme se propõe também a discutir a mudança do ser humano que vai pra guerra e que volta dela, e apesar de o fazer com competência, outros antes dele já o fizeram. Mas vale a pena assistir, se não pela história em si ou pela atuação do Cooper ao menos pra entrar na discussão herói ou assassino, rs.
A Teoria de Tudo
4.1 3,4K Assista AgoraO filme é absolutamente sensacional. Eu não tenho nem palavras pra descrever a genialidade da atuação do Eddie. Vi muitas críticas pelo fato do filme não ter discutido profundamente as teorias do Hawking, o que é inacreditável. O foco do filme NUNCA foi esse. O público alvo do filme NUNCA foi físicos, astrofísicos ou cientistas que queriam entender melhor as teorias dele. Quem quer entender a teoria dos buracos negros dele tem é que comprar o livro, ler os artigos, ao invés de comprar ingresso de cinema de uma adaptação baseada em um livro da primeira esposa dele sobre a vida conjugal do casal. Tem gente que simplesmente tem que criticar, e inventa qualquer desculpa pra isso. Me poupem. O filme é muito bom sim, e há vários anos não vejo um páreo tão duro pra Academia decidir esse prêmio de melhor ator.