Adoro filmes que me fazem sentir algo arrebatador, que me tiram daquela visão "técnica-chata-cinéfila". Filmes que mesmo não sendo perfeitos, levantam uma reflexão pertinente. Sin Nombre é um desses filmes, que faz o indivíduo questionar, ter empatia, sentir revolta, que faz o sujeito querer o mudar o mundo, quando não é capaz nem de mudar a própria vida, ou seja, é um filme bom para quem curte a viagem de "sentir o cinema", agora, para os cinéfilos chatos, que fazem do cinema uma enfadonha estrutura burocrata, tem coisas melhores. Na obra, os imigrantes são pessoas sem identidade, que compartilham o sonho de ter uma vida melhor, para isso, enfrentam a odisseia desumana para atingirem a terra de oportunidades, é triste, real, o efeito colateral de um imperialismo nojento. A MS-13... uma gangue indefensável, mas, em um país com raras oportunidades, sem resquício algum de senso comunitário, a gangue, a ilusão de irmandade e coesão familiar/comunitária, se torna um porto seguro para aqueles sem segurança alguma. Até o desconexo romance, tem lá sua beleza, afinal, com tanta desgraça e falta de perspectiva, só mesmo a porra do sentimento para liberar um pouco de dopamina, oxitocina, etc., e causar o minimo de prazer. Enfim, um bom filme para pensar e sentir.
Ótimo filme, adoro comédias francesas, mesmo sendo um gênero para ser assistido despretensiosamente, relaxando em um domingo qualquer, é comum essas comédias trazerem certas críticas de forma bem sutil, nesse caso por exemplo, considerei hilário a maneira que retrataram o pedantismo tipicamente artístico na figura do personagem Lolo, enfim, é um filme perfeito para relaxar e rir em um domingo qualquer.
PS: Dany Boon garante gargalhadas até mesmo quieto rs.
Um filme com muitos pontos altos, o principal foi Kylie Rogers, que atuação foi aquela? Se essa garotinha manter "a cabeça no lugar", tem tudo para ser um grande nome do cinema, gostei do "exagero" de Crowe na construção do papel, Amanda foi natural e Aaron Paul...ainda o vejo como Jesse de Breaking Bad rs. Quanto ao filme, um drama psicológico que por misturar passado/presente, conseguiu criar um suspense bem aprimorado, proporcionando pequenas doses de insight em cada cena, não considerei um filme emocionante, achei-o muito mais reflexivo/racional do que emotivo. O que mais amei nesse filme, foi o contexto psicológico trabalhado na questão do trauma que a perda pode causar, algo que ficou bem claro na vida adulta da personagem representada por Amanda, que envolvia-se em relações fugazes - vulgares para outros - justamente para não ter que lidar com a perda agonizante no futuro, quando a mesma encontrou-se em uma relação estável, o medo reapareceu e ironicamente, por amor ela boicotou aquela relação, afinal, o pior não é a perda, mas sim à espera de uma perda certa, esse contexto demonstrou perfeitamente que é impossível julgar certos atos sem conhecer a história da vida de uma pessoa, essa foi minha impressão. Gostei também da troca existente entre a personagem representada por Amanda e a garotinha traumatizada que rememorou seus próprios traumas, explanando perfeitamente que não há tratamento sem empatia, identificação e principalmente, troca. Gostei de tudo, ótimo filme, adoro filme que me faz pensar, refletir, analisar e esse filme está me fazendo pensar até agora. Ótimo!
Dois detalhes me fizeram assistir esse filme: Adrien Brody e cinema australiano, o Adrien é um ator magnífico, em silêncio, somente em um olhar acompanhado da expressão corporal, consegue extravasar toda à aflição do personagem, quanto ao cinema australiano, assisti mais de uma dezena de filmes do gênero suspense, todos com essa característica que definem como "arrastado", discordo, nos filmes que assisti, vejo que o cinema australiano valoriza o roteiro, a "estória", fazendo desses dois aspectos, o ponto central da trama, diferente do cinema americano, que faz da direção o aspecto central, explorando ao máximo, ações visuais que prendam o espectador, portanto, não considerado o filme "arrastado", mas sim, meticuloso no que diz respeito ao roteiro. O filme é absurdamente bom, a direção soube criar uma ambientação soturna, que combina perfeitamente com a perturbação psicológica da "estória", junto disso, à atuação de Adrien foi de acordo com essa ambientação, sempre demonstrando tormento nos olhares, confusão na expressão corporal, rispidez precisa nos diálogos. Adorei as reviravoltas, os encaixes do roteiro que encontraram ganchos perfeitos, enfim, é complicado comentar esse filme sem soltar spoilers, para quem gosta de sentir-se imergido em uma "estória" por quase duas horas, irá adorar, é o tipo do filme que nos faz dar uma "viajada" mental, como se fôssemos o personagem central da trama, como se estivéssemos "lendo" o filme, agora, para quem curte "efeitos visuais", nem assista, considerará filme "arrastado". Filme muito foda!
Assisti o filme pela mesma razão que muitos citaram nos comentários, ver o Woody Allen, porém, ao contrário de muitos, eu gostei do filme, obviamente, concordo com alguns comentários, aparentemente Turturro tentou homenagear Woody na construção do roteiro e direção, se foi essa a intenção, bela homenagem, o roteiro conseguiu trabalhar os dramas do homem comum, característica presente em quase todos os filmes do Woody, houve também, uma crítica velada à religião (patrulha judaica), além de outros pontos com a cara de Woody. Na direção, Turturro conseguiu captar muito bem a beleza de paisagens comuns, como uma simples escadaria, um simples semáforo, fez o papel de um ótimo diretor, captar a beleza que nossos olhos perdem na rotina, houve também a presença do multiculturalismo típico de uma metrópole, grande sacada de Turturro, pois ele meio que misturou um pouco da visão de Spike Lee com a visão do próprio Woody, enfim, adorei esse filme, ótimo roteiro, diálogos pertinentes, direção perfeita - dentro da intenção do filme - boas atuações, adorei!
Superou as minhas expectativas, imaginei que iria gostar do filme, afinal, o cinema sueco tem uma característica de abordar assuntos complexos de forma simples, mas não pensei que trabalhariam tão bem questões..."pesadas". Começando pelo alcoolismo, o ator Torkel, conseguiu explanar tão bem a questão do homem que se embriaga sem saber exatamente a razão, que entende o que o leva a beber, mas não compreende o que o faz prosseguir e perder o que considera importante, o ator Torkel nem precisou de grandes diálogos, seu olhar, sua expressão corporal, transmitiam a dor da embriaguez que não curou a agonia anterior, por isso gosto do cinema sueco, enquanto o americano precisa de diálogos imensos para dizer obviedades, o sueco deixa claro as maiores complexidades, mesmo sem nenhuma palavra. Outro ponto interessante, o filme trabalhou muito bem a questão do preconceito, não somente o preconceito relacionado ao casal, mas também o pré-conceito do garoto adotado, o pré-conceito do sistema, que tentava de toda forma negar o sonho de adoção do casal, o pré-conceito da vizinhança, enfim, tantos pré-conceitos diluídos, que juntos, criaram um preconceito maior, vindo de todos os lados. O ponto que considerei o ápice do filme, foi a reflexão em torno da "maldade" do garoto, nos incríveis diálogos, ambos personagens nos levaram a pensar se aquela "maldade" era algo inerente ao garoto ou se seus pontos desagradáveis eram consequência de uma história de vida deturpada, quando o garoto contou a história de sua família, ficou perceptível uma questão maior; Como não ser tomado pelo ódio irrestrito, quando jamais se conheceu o amor? Tanto que depois da convivência, do garoto ter percebido que alguém se preocupava, ter entrado em contato com um carinho grandioso do personagem vivido pelo ator Gustaf, houve uma mudança incrível em sua personalidade, por isso, amei esse filme, é o tipo da película que nos faz pensar, sem o blá blá conceitual repleto de "eruditices", direto e ao mesmo tempo subjetivo, adorei! Nem toquei no ponto da relação homo afetiva, por uma razão, no filme essa relação foi trabalhada apenas como um plano de fundo, como uma relação qualquer que tem seus dissabores e alegrias, demonstrando perfeitamente que o preconceito começa na diferenciação de uma relação, que é igual a qualquer outra. Filme maravilhoso, o personagem encarnado por Gustaf, teve em si a doçura materna e a frieza paterna, o jovem ator Thomas tem traços que prendem e encantam a visão, por fim, não dá para ser lacônico na descrição desse filme. Recomendo!
Minha paixão por filmes, sempre me faz deixar para depois um ou outro, The Normal Heart foi um que me arrependi de ter demorado tanto para assistir, começando por ser uma produção da HBO, gosto dos detalhes técnicos que a HBO impõe em suas produções, na sequência, a direção de Ryan Murphy, acompanho esse diretor desde a série Nip Tuck, e por mais que seus trabalhos posteriores sejam completamente diferentes, Ryan consegue tornar a contestação presente em um roteiro, imagens organizadas que nos fazem pensar e sentir o que está escrito, quanto a história do filme, senti muitas coisas nesses 130 minutos, mas a sensação principal, foi um nojo completo, não pelas cenas de homens demonstrando carinho, toda forma de amor é bela, não pelas imagens bem trabalhadas de marcas no corpo, minha repulsa se concentrou em um governo omisso, meu asco foi por uma sociedade que pintava pequenos cartazes com dizeres "Câncer Gay", governo e sociedade que não se preocupavam, afinal, o HIV era doença de gay, não havia perigo em suas mentes limitadas de o vírus atingir os deuses corretos heterossexuais, e mesmo que fosse apenas um "Câncer Gay", gays também não são humanos? Qual a diferença do homem que ama sua esposa, e do gay que ama seu parceiro? Não é tudo amor? Não é tudo prazer? Muitos filmes me revoltam, mas eu penso "Ah é só ficção", mas esse não, essa luta foi real e pior do que foi mostrado magistralmente nessa obra, o que me deixa mais incomodado é saber que em pleno 2015, governos e sociedades em diversas culturas ainda são podres e preconceituosas, seja com o gay que só quer amar, com o preto que só quer trabalhar, com o migrante que só quer melhores condições, deixando um pouco a revolta de lado (impossível), que atuações maravilhosas, Mark Ruffalo eu tinha certeza que faria uma atuação fora de série, Julia Roberts nem preciso dizer, Jim Parsons qualquer coisa que fizer eu vou adorar, mas o Matt Bomer, só conhecia seu trabalho por uma série, meu pré-conceito urrava que Matt era apenas mais um ator bonito restrito a papéis onde pudesse impor seu charme, mas não, que atuação foi essa? Matt me fez sentir na pele suas dores, seu desespero, mesmo se não tivesse toda aquela caracterização, eu sei que ele conseguiria passar para o espectador a dor de seu personagem, Matt Bomer em minha modesta opinião, foi o ápice dessa produção...Filme emocionante, revoltante, me fez pensar, me fez sentir, o HIV apesar de diversos tratamentos inovadores, ainda é uma doença triste a ser superada, The Normal Heart entrou para a minha extensa lista de filmes favoritos, lindo, emocionante, revoltante e contestador.
Não vou me ater a fraqueza que faz as pessoas caírem no colo da religião e nas mãos de falsos profetas, aliás, não há profetas, sejam verdadeiros ou falsos, não vou me ater a teístas que criticam religiões insanas, oras, a crença em qualquer poder fomenta a religião organizada e abusos tais quais os descritos no filme, além de preconceitos, intolerância, a própria crença é alienante, Warren é apenas a outra face da moeda de teístas, todos são iguais, quanto ao filme, não entendo algumas críticas do tipo "Que filme chato", esse não é um filme para ser "legal" como um blockbuster, um filme conceitual ou um favorito ao Oscar, é apenas um filme que tem como objetivo comunicar uma história real percorrendo um caminho mais parecido com um documentário do que de um filme propriamente dito, não tem porque ser fabuloso, mas sim comunicar objetivamente o fato ocorrido, então, procurem entender o objetivo antes de destoar "Filme chato", eu gostei das atuações, adorei algumas cenas onde apareciam garotas nuas a espera do ato com Warren, considerei cenas absolutamente excitantes, foi um filme bom, comunicou o que ocorreu, obviamente com algumas alegorias, teve atuações esforçadas, cenas excitantes, e principalmente me deixou pensando, Warren Jeffs que era (é) um gênio do domínio psicológico de massas, ou a massa que é alienada o suficiente para cair nas garras do primeiro dominador que surgir como salvador? Ainda não tenho resposta, todos os filmes que assisto tem um personagem que me faz querer estudar profundamente sua mente/razões, esse filme, me fez desejar estudar a mente do real Warren Jeffs, e também entender a mente da massa que o segue, para assim compreender como se desenvolve em um sentido profundo essa relação de dominação versus submissão, filme incrível.
É inevitável para quem leu o livro, não traçar uma comparação imediata entre linhas e imagens, por ter adorado o livro e considerar Nick Hornby um criador de personagens intensos, esperava ficar frustrado com o filme, começando com Aaron Paul, não adianta, sempre o vejo como "Jesse Pinkman", não sei se é por ter adorado Breaking Bad ou se realmente Aaron sempre parece Pinkman, o Brosnan será eternamente "007", dessa vez encarnando um personagem que desde a época que eu li o livro, pensava ser um personagem perfeito para Vincent Cassel, a Collette é sensacional em tudo que faz, desde a série United States of Tara, sempre a vejo como "Tara", a Poots...Poots, linda Poots. O filme é sobre um tema complexo, tratado de maneira tão sucinta, que torna o tema leve, reflexivo ao invés de triste, o filme capturou muito bem a questão das razões, cada um tem as suas, e nenhum motivo que o leve ao suicídio, é pequeno ou grande, só quem passa por isso sabe o peso que uma razão pequena para os outros, é uma razão grandiosa, árdua e pesada para si, um drama levemente fragmentado nos momentos de humor sarcástico, humor que eu pensei "Com certeza será perdido nessa transição das linhas para a tela", mas não foi, me arrisco a dizer que o humor sarcástico foi até acentuado, adoro esse humor inglês, ainda tem a parte da importância, sentir que alguém se importa, a amizade que pode fortalecer uma vida, dar novos ares, vontades, uma amizade que nos faz sair um pouco de nós e pensar no outro como se fosse nós por um momento, um filme com drama e humor na medida certa, nada ao extremo para gargalhar ou chorar, mas simplório de uma forma que faz pensar, não fiquei frustrado, gostei do filme e das atuações, do começo e os diálogos das razões para morrer e do término, das descobertas das razões para viver.
Tinha dois filmes para assistir no domingo, por distração fiz confusão e comecei a assistir Gerontophilia imaginando que fosse o primeiro que eu havia escolhido, enfim, em certo ponto percebi o engano, mas decidi prosseguir com Gerontophilia, que só pelo nome eu já sabia do que se tratava, em uma determinada cena, onde aparece a imagem de uma figura histórica, automaticamente me lembrei do filme The Raspberry Reich do aclamado (e não é para menos) diretor Bruce LaBruce, onde aparece quase da mesma forma, a imagem de outra figura histórica com a diferença do contexto ao qual estava inserida, decidi não procurar saber se era ou não, após alguns momentos, reconheci o toque de Bruce no roteiro, que ficava claro através dos diálogos revolucionários, contrários aos costumes pré estabelecidos, relaxei e esperei as cenas fortes e intragáveis para os moralistas que assistem para julgar e vivem para moralizar toda a diversidade "errante", mas não, após uma hora, não presenciei as cenas explícitas que são caracteristicas dos filmes de LaBruce, vou além, o que começou apenas como um fetiche, ou melhor, parafilia para aqueles que creem na patologização sexual, se tornou uma história de amor, paixão por vias homoafetivas e ainda com o peso de ser um fetiche incompreendido pelos normalistas adeptos do papai e mamãe, houve ciúmes, intensidade, carinho, sonhos, entrega, troca, houve tanto, de maneira tão leve, que até o sexo ficou em segundo plano, e as atuações? Pô, o garoto Lake, transpassava uma doçura sedutora, Peabody, até no tom de voz me lembrava uma boêmia inexistente nos dias atuais, Desirre, ah Desirre, seu espírito revolucionário, um tanto ingênuo e sua lista incrível, eram excitantes, que garota...Grande Filme, belas atuações, uma leveza indescritivel, uma evolução obvia do diretor/roteirista LaBruce, e uma mensagem de que mesmo no distinto desejo pode haver uma busca, doação de afeto, paixão e todas as emoções do gênero, o filme acabou e me deixou uma sensação, "Queria mais"...
Quando li a sinopse imaginei que se tratava de mais um filme com o tão batido tema sobrenatural, mas na falta do que assistir, decidi arriscar...A principío o desenrolar da história estava interessante com a exposição dos conflitos psicológicos, nos 10 primeiros minutos já estava claro o teor desses conflitos, então até os 38 minutos a história se arrastou em um ritmo lento e monótono, chegou nos 60 minutos e eu ainda não tinha presenciado nenhum suspense ou terror psicológico, entre 60 e 70 minutos as coisas melhoraram com algumas revelações (óbvias) e dai por diante apenas concretizou a representação dos transtornos psicológicos com vestes sobrenaturais...Não é um roteiro tão original quanto parece, visto que em pelo menos 3 cenas tem situações clichês de filmes do gênero, não me amedrontou em nada, considerando que o transtorno psicológico foi retratado superficialmente levando em conta estereótipos ultrapassados, admiro quem conseguiu ver genialidade neste filme, admiro quem conseguiu ver um terror psicológico inovador neste filme mediano, só se salvou a atuação do garoto que fez o personagem Samuel, enquanto que a atriz que deu vida a Amelia foi sofrível na maior parte do tempo, enfim, não é original/inovador é um clichê modernizado.
O personagem Bruce Robertson é muito interessante, manipulador, dissimulado, cínico, falso, insensível...Insensível? Me parecia apenas mais um personagem desumano sem motivos, e de repente...Bum!..Um traço de humanidade embutido em flashes até aquele momento sem sentido, o filme prosseguiu com mais atos de tripudiações gratuitas, imaginei que aquele ser humano era extremamente nojento, maléfico...Mas neste ponto já parecia que sua suposta malignidade era uma fuga de algo...mas do que? Quando me fiz esta indagação, a única resposta plausível foi que existia algo que o deixava na fronteira entre a razão e loucura, e eis que surge a primeira descoberta dos motivos que o levam a ser o que é...Com a chegada da primeira descoberta, foi embora a visão que eu tinha do ser nojento, e se instalou imediatamente uma certa empatia, dai por diante apenas desfrutei da narrativa impressionante e em cada fala analisava ainda mais a personalidade extasiante do personagem...Quase no término já estava expostas todas as razões, só consegui pensar "Como uma dor pode nos fazer reagir contra o mundo ao redor?"...Me identifiquei imediatamente...Neste ponto compreendi a extrema sensibilidade do personagem, que por não saber lidar com certas "rastairas" vivenciais, reagia contra um inimigo imaginário, jogava com os outros para fugir de todas suas "merdas"...Nem falei das drogas, pq assim como na realidade, neste caso elas também não são o fator principal da suposta degradação do individuo, são apenas uma consequência de acontecimentos...E para finalizar, a relação do Bruce com o poder, escancarou perfeitamente a relação que a maioria das pessoas tem quando provam um pingo de poder, como se poder fosse sinônimo de opressão...Filme maravilhoso, trabalhou a ambiguidade do ser humano, o despertar de atos reprováveis. os meandros da personalidade...McAvoy se superou, roteiro perfeito e Creep aparecendo no momento certo, para quem gosta de analisar personalidade ou comportamento de personagens é um filme excelente...Muito Foda!
Uma relação de opostos que tem como único fator em comum o sentimento, a principio parecia mais um filme a tratar do embate ciência vs religião com uma trama de amor ao fundo e que teria uma moral proselitista no final, me enganei, em certo momento percebi que não se tratava apenas de crença/descrença, presença/ausência de provas, o filme tomou um rumo onde o ceticismo partiu em busca da resposta não para provar algo para a humanidade ou para si mesmo, mas por um desejo de rever aquele amor, ou melhor, ter a oportunidade de dizer adeus ou apenas reencontra-lo, a partir deste momento não vi mais o fator espiritualidade, vi uma história de amor que ultrapassou até a barreira do que é racional, vi um cético que necessita de certezas, mas as abandonou para investigar as dúvidas, não da existência/inexistência de um poder maior, mas de uma necessidade inexplicável de amar até o que ele não poderia explicar, então terminei de assistir e conclui que foi uma bela história de amor com o embate ciência vs religão ao fundo, posso estar completamente errado em minha análise, e é isso que amei no filme, não há ponto de vista certo ou errado, há apenas pontos de vista e em certos momentos nem as convicções importam...Lindo!!!!
Não sou apreciador do gênero found footage, mas esse filme me surpreendeu, foi muito bem trabalhado o aspecto psicológico do assassino, a oscilação entre ser organizado e desorganizado na condução de seus crimes o diferenciou de célebres sk's que na vida real seguiam uma linha organizada que evidenciava sua personalidade, ou o inverso que tb exemplificava pontos peculiares da personalidade, no caso do assassino ficcional foi bem usada essa instabilidade intencional entre os dois polos para confundir os profilers, o roteirista se atentou ainda a modificar o modus operandi do personagem, retratando muito bem o jogo de gato e rato que é uma investigação veridica, é um filme que prende sem necessitar de violência gratuita, em nenhum momento houve a pretensão de definir o assassino como psicopata/sociopata que é um erro insuportável que ocorre em filmes desse gênero, se bem que pelo que foi mostrado ele se enquadraria mais em um perfil emotivo/explosivo, e para fechar com chave de ouro, ainda tivemos o exemplo mais bem feito em filmes que já vi da Sindrome de Estocolmo, sendo explicada nas entrelinhas pelo sentido deturpado que o algoz deu para a vida da vitima, que posteriormente não se enxerga mais sem aquele caminho a seguir, conseguiu passar um ar de realismo, e o estado mental do criminoso foi muito bem explorado no roteiro, ótimo filme.
Esse roteiro propõe uma indagação existencial e social por trás da simbologia de cada personagem perfeitamente criado, o mais interessante que este filme me fez refletir foi o da necessidade de muitos pessoas buscarem justamente um lugar seguro, perfeito, um paraíso coletivo ou individual onde tudo seja feliz mesmo que utópico, e da necessidade de serem guiados por uma figura protetora, vi em Kynodontas uma metáfora de deus no homem e os que creem na figura dos filhos (fantoches), enquanto na ficção jovens são criados isolados e não conseguem ver alem do lugar, no mundo uma serie de pessoas vivem isoladas mentalmente por as leis de um criador tão sociopata quanto o "homem sociopata" como já foi dito em alguns comentários...Grande filme...A questão é...eles estão isolados na ficção, mas será que alguns sabem que estão isolados em sua própria ignorância?
A Serbian Film não tem nada de nojento, é um filme que explora com genialidade o submundo da vida ou de cada um, e surpresa, todos temos uma vida tão nojenta quanto a do personagem, a arte retrata a vida em todos os aspectos, e quando um filme retrata tão bem particularidades da vida que tentamos esconder através da hipocrisia ou da ilusão de uma vida rosa com florzinhas, esse filme só pode ser admirado e parabenizado por criar tão bem o que queremos quando vemos um filme, que é uma sensação qualquer, e a Serbian Film seja no chocar ou no extasiar cumpre muito bem seu papel de causar essas sensações...Quem achou muito nojento, odiou, ou se deprimiu , ou se mata ou se tranque em casa, pq a vida e as pessoas por trás dos sorrisos e cumprimentos são mais nojentas e odiosas que esse filme incrível.
Filmaço...Belas torturas, um terrorismo psicológico primoroso, o roteiro em si não é um dos melhores, até mesmo pq algumas partes do filme são bem chatinhas...Mas tirando isso, um filmaço do gênio Takashi Miike.
Não gosto muito de adaptações de livros para o cinema, mas Le Hérrison me surpreendeu pela profundidade com que foi trabalhada os conflitos, pela atuação perfeita da Garance que fez a garota Paloma, e pelo charme maduro da linda Josiane Balasko.
A proposta do filme é boa, mas as atuações não transmitiram emoção/dor alguma, me pareceu que a tristeza, frieza, e outras questões atormentadoras ficaram restritas ao roteiro/direção, e em muitos momentos o filme se arrastou em acontecimentos banais, faltou atuação e edição...
Takashi Miike é um gênio...Provocou desde a excitação na parte do pai com a filha prostituta até intensas risadas na parte da mãe apanhando do filho...É uma critica, ou melhor, um chute no saco de certos conceitos morais, sociais e familiares...É um lindo filme!
Tipo do filme que a fotografia falou por si só...Não esperava que depois de OldBoy um outro filme com esse tema vingança me surpreendesse de forma positiva... Incrível!
Ótimo filme, o conflito desse amor/desejo, mãe/filho no filme é trabalhado de uma forma leve colocando em primeiro plano muito mais a angustia dessa excitação/paixão do que a atração sexual,em alguns comentários disseram que mais parece um filme porno,quem disse isso nunca viu um porno na vida...
O que mais gostei no filme foi a forma com que a trama paralela de cada personagem se uniu perfeitamente sem ficar monótono, um tema muito bem trabalhado, com ótimas atuações...
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Sem Identidade
3.9 50 Assista AgoraAdoro filmes que me fazem sentir algo arrebatador, que me tiram daquela visão "técnica-chata-cinéfila". Filmes que mesmo não sendo perfeitos, levantam uma reflexão pertinente. Sin Nombre é um desses filmes, que faz o indivíduo questionar, ter empatia, sentir revolta, que faz o sujeito querer o mudar o mundo, quando não é capaz nem de mudar a própria vida, ou seja, é um filme bom para quem curte a viagem de "sentir o cinema", agora, para os cinéfilos chatos, que fazem do cinema uma enfadonha estrutura burocrata, tem coisas melhores. Na obra, os imigrantes são pessoas sem identidade, que compartilham o sonho de ter uma vida melhor, para isso, enfrentam a odisseia desumana para atingirem a terra de oportunidades, é triste, real, o efeito colateral de um imperialismo nojento. A MS-13... uma gangue indefensável, mas, em um país com raras oportunidades, sem resquício algum de senso comunitário, a gangue, a ilusão de irmandade e coesão familiar/comunitária, se torna um porto seguro para aqueles sem segurança alguma. Até o desconexo romance, tem lá sua beleza, afinal, com tanta desgraça e falta de perspectiva, só mesmo a porra do sentimento para liberar um pouco de dopamina, oxitocina, etc., e causar o minimo de prazer. Enfim, um bom filme para pensar e sentir.
Lolo - O Filho da Minha Namorada
2.9 53Ótimo filme, adoro comédias francesas, mesmo sendo um gênero para ser assistido despretensiosamente, relaxando em um domingo qualquer, é comum essas comédias trazerem certas críticas de forma bem sutil, nesse caso por exemplo, considerei hilário a maneira que retrataram o pedantismo tipicamente artístico na figura do personagem Lolo, enfim, é um filme perfeito para relaxar e rir em um domingo qualquer.
PS: Dany Boon garante gargalhadas até mesmo quieto rs.
Pais & Filhas
3.8 221 Assista AgoraUm filme com muitos pontos altos, o principal foi Kylie Rogers, que atuação foi aquela? Se essa garotinha manter "a cabeça no lugar", tem tudo para ser um grande nome do cinema, gostei do "exagero" de Crowe na construção do papel, Amanda foi natural e Aaron Paul...ainda o vejo como Jesse de Breaking Bad rs.
Quanto ao filme, um drama psicológico que por misturar passado/presente, conseguiu criar um suspense bem aprimorado, proporcionando pequenas doses de insight em cada cena, não considerei um filme emocionante, achei-o muito mais reflexivo/racional do que emotivo.
O que mais amei nesse filme, foi o contexto psicológico trabalhado na questão do trauma que a perda pode causar, algo que ficou bem claro na vida adulta da personagem representada por Amanda, que envolvia-se em relações fugazes - vulgares para outros - justamente para não ter que lidar com a perda agonizante no futuro, quando a mesma encontrou-se em uma relação estável, o medo reapareceu e ironicamente, por amor ela boicotou aquela relação, afinal, o pior não é a perda, mas sim à espera de uma perda certa, esse contexto demonstrou perfeitamente que é impossível julgar certos atos sem conhecer a história da vida de uma pessoa, essa foi minha impressão.
Gostei também da troca existente entre a personagem representada por Amanda e a garotinha traumatizada que rememorou seus próprios traumas, explanando perfeitamente que não há tratamento sem empatia, identificação e principalmente, troca.
Gostei de tudo, ótimo filme, adoro filme que me faz pensar, refletir, analisar e esse filme está me fazendo pensar até agora. Ótimo!
Visões do Passado
3.0 159 Assista AgoraDois detalhes me fizeram assistir esse filme: Adrien Brody e cinema australiano, o Adrien é um ator magnífico, em silêncio, somente em um olhar acompanhado da expressão corporal, consegue extravasar toda à aflição do personagem, quanto ao cinema australiano, assisti mais de uma dezena de filmes do gênero suspense, todos com essa característica que definem como "arrastado", discordo, nos filmes que assisti, vejo que o cinema australiano valoriza o roteiro, a "estória", fazendo desses dois aspectos, o ponto central da trama, diferente do cinema americano, que faz da direção o aspecto central, explorando ao máximo, ações visuais que prendam o espectador, portanto, não considerado o filme "arrastado", mas sim, meticuloso no que diz respeito ao roteiro. O filme é absurdamente bom, a direção soube criar uma ambientação soturna, que combina perfeitamente com a perturbação psicológica da "estória", junto disso, à atuação de Adrien foi de acordo com essa ambientação, sempre demonstrando tormento nos olhares, confusão na expressão corporal, rispidez precisa nos diálogos. Adorei as reviravoltas, os encaixes do roteiro que encontraram ganchos perfeitos, enfim, é complicado comentar esse filme sem soltar spoilers, para quem gosta de sentir-se imergido em uma "estória" por quase duas horas, irá adorar, é o tipo do filme que nos faz dar uma "viajada" mental, como se fôssemos o personagem central da trama, como se estivéssemos "lendo" o filme, agora, para quem curte "efeitos visuais", nem assista, considerará filme "arrastado". Filme muito foda!
Amante a Domicílio
3.2 234 Assista AgoraAssisti o filme pela mesma razão que muitos citaram nos comentários, ver o Woody Allen, porém, ao contrário de muitos, eu gostei do filme, obviamente, concordo com alguns comentários, aparentemente Turturro tentou homenagear Woody na construção do roteiro e direção, se foi essa a intenção, bela homenagem, o roteiro conseguiu trabalhar os dramas do homem comum, característica presente em quase todos os filmes do Woody, houve também, uma crítica velada à religião (patrulha judaica), além de outros pontos com a cara de Woody. Na direção, Turturro conseguiu captar muito bem a beleza de paisagens comuns, como uma simples escadaria, um simples semáforo, fez o papel de um ótimo diretor, captar a beleza que nossos olhos perdem na rotina, houve também a presença do multiculturalismo típico de uma metrópole, grande sacada de Turturro, pois ele meio que misturou um pouco da visão de Spike Lee com a visão do próprio Woody, enfim, adorei esse filme, ótimo roteiro, diálogos pertinentes, direção perfeita - dentro da intenção do filme - boas atuações, adorei!
Patrick, Idade 1,5
4.0 492Superou as minhas expectativas, imaginei que iria gostar do filme, afinal, o cinema sueco tem uma característica de abordar assuntos complexos de forma simples, mas não pensei que trabalhariam tão bem questões..."pesadas". Começando pelo alcoolismo, o ator Torkel, conseguiu explanar tão bem a questão do homem que se embriaga sem saber exatamente a razão, que entende o que o leva a beber, mas não compreende o que o faz prosseguir e perder o que considera importante, o ator Torkel nem precisou de grandes diálogos, seu olhar, sua expressão corporal, transmitiam a dor da embriaguez que não curou a agonia anterior, por isso gosto do cinema sueco, enquanto o americano precisa de diálogos imensos para dizer obviedades, o sueco deixa claro as maiores complexidades, mesmo sem nenhuma palavra. Outro ponto interessante, o filme trabalhou muito bem a questão do preconceito, não somente o preconceito relacionado ao casal, mas também o pré-conceito do garoto adotado, o pré-conceito do sistema, que tentava de toda forma negar o sonho de adoção do casal, o pré-conceito da vizinhança, enfim, tantos pré-conceitos diluídos, que juntos, criaram um preconceito maior, vindo de todos os lados. O ponto que considerei o ápice do filme, foi a reflexão em torno da "maldade" do garoto, nos incríveis diálogos, ambos personagens nos levaram a pensar se aquela "maldade" era algo inerente ao garoto ou se seus pontos desagradáveis eram consequência de uma história de vida deturpada, quando o garoto contou a história de sua família, ficou perceptível uma questão maior; Como não ser tomado pelo ódio irrestrito, quando jamais se conheceu o amor? Tanto que depois da convivência, do garoto ter percebido que alguém se preocupava, ter entrado em contato com um carinho grandioso do personagem vivido pelo ator Gustaf, houve uma mudança incrível em sua personalidade, por isso, amei esse filme, é o tipo da película que nos faz pensar, sem o blá blá conceitual repleto de "eruditices", direto e ao mesmo tempo subjetivo, adorei! Nem toquei no ponto da relação homo afetiva, por uma razão, no filme essa relação foi trabalhada apenas como um plano de fundo, como uma relação qualquer que tem seus dissabores e alegrias, demonstrando perfeitamente que o preconceito começa na diferenciação de uma relação, que é igual a qualquer outra. Filme maravilhoso, o personagem encarnado por Gustaf, teve em si a doçura materna e a frieza paterna, o jovem ator Thomas tem traços que prendem e encantam a visão, por fim, não dá para ser lacônico na descrição desse filme. Recomendo!
The Normal Heart
4.3 1,0K Assista AgoraMinha paixão por filmes, sempre me faz deixar para depois um ou outro, The Normal Heart foi um que me arrependi de ter demorado tanto para assistir, começando por ser uma produção da HBO, gosto dos detalhes técnicos que a HBO impõe em suas produções, na sequência, a direção de Ryan Murphy, acompanho esse diretor desde a série Nip Tuck, e por mais que seus trabalhos posteriores sejam completamente diferentes, Ryan consegue tornar a contestação presente em um roteiro, imagens organizadas que nos fazem pensar e sentir o que está escrito, quanto a história do filme, senti muitas coisas nesses 130 minutos, mas a sensação principal, foi um nojo completo, não pelas cenas de homens demonstrando carinho, toda forma de amor é bela, não pelas imagens bem trabalhadas de marcas no corpo, minha repulsa se concentrou em um governo omisso, meu asco foi por uma sociedade que pintava pequenos cartazes com dizeres "Câncer Gay", governo e sociedade que não se preocupavam, afinal, o HIV era doença de gay, não havia perigo em suas mentes limitadas de o vírus atingir os deuses corretos heterossexuais, e mesmo que fosse apenas um "Câncer Gay", gays também não são humanos? Qual a diferença do homem que ama sua esposa, e do gay que ama seu parceiro? Não é tudo amor? Não é tudo prazer? Muitos filmes me revoltam, mas eu penso "Ah é só ficção", mas esse não, essa luta foi real e pior do que foi mostrado magistralmente nessa obra, o que me deixa mais incomodado é saber que em pleno 2015, governos e sociedades em diversas culturas ainda são podres e preconceituosas, seja com o gay que só quer amar, com o preto que só quer trabalhar, com o migrante que só quer melhores condições, deixando um pouco a revolta de lado (impossível), que atuações maravilhosas, Mark Ruffalo eu tinha certeza que faria uma atuação fora de série, Julia Roberts nem preciso dizer, Jim Parsons qualquer coisa que fizer eu vou adorar, mas o Matt Bomer, só conhecia seu trabalho por uma série, meu pré-conceito urrava que Matt era apenas mais um ator bonito restrito a papéis onde pudesse impor seu charme, mas não, que atuação foi essa? Matt me fez sentir na pele suas dores, seu desespero, mesmo se não tivesse toda aquela caracterização, eu sei que ele conseguiria passar para o espectador a dor de seu personagem, Matt Bomer em minha modesta opinião, foi o ápice dessa produção...Filme emocionante, revoltante, me fez pensar, me fez sentir, o HIV apesar de diversos tratamentos inovadores, ainda é uma doença triste a ser superada, The Normal Heart entrou para a minha extensa lista de filmes favoritos, lindo, emocionante, revoltante e contestador.
Profeta Fora da Lei
3.1 23 Assista AgoraNão vou me ater a fraqueza que faz as pessoas caírem no colo da religião e nas mãos de falsos profetas, aliás, não há profetas, sejam verdadeiros ou falsos, não vou me ater a teístas que criticam religiões insanas, oras, a crença em qualquer poder fomenta a religião organizada e abusos tais quais os descritos no filme, além de preconceitos, intolerância, a própria crença é alienante, Warren é apenas a outra face da moeda de teístas, todos são iguais, quanto ao filme, não entendo algumas críticas do tipo "Que filme chato", esse não é um filme para ser "legal" como um blockbuster, um filme conceitual ou um favorito ao Oscar, é apenas um filme que tem como objetivo comunicar uma história real percorrendo um caminho mais parecido com um documentário do que de um filme propriamente dito, não tem porque ser fabuloso, mas sim comunicar objetivamente o fato ocorrido, então, procurem entender o objetivo antes de destoar "Filme chato", eu gostei das atuações, adorei algumas cenas onde apareciam garotas nuas a espera do ato com Warren, considerei cenas absolutamente excitantes, foi um filme bom, comunicou o que ocorreu, obviamente com algumas alegorias, teve atuações esforçadas, cenas excitantes, e principalmente me deixou pensando, Warren Jeffs que era (é) um gênio do domínio psicológico de massas, ou a massa que é alienada o suficiente para cair nas garras do primeiro dominador que surgir como salvador? Ainda não tenho resposta, todos os filmes que assisto tem um personagem que me faz querer estudar profundamente sua mente/razões, esse filme, me fez desejar estudar a mente do real Warren Jeffs, e também entender a mente da massa que o segue, para assim compreender como se desenvolve em um sentido profundo essa relação de dominação versus submissão, filme incrível.
Uma Longa Queda
3.4 190 Assista AgoraÉ inevitável para quem leu o livro, não traçar uma comparação imediata entre linhas e imagens, por ter adorado o livro e considerar Nick Hornby um criador de personagens intensos, esperava ficar frustrado com o filme, começando com Aaron Paul, não adianta, sempre o vejo como "Jesse Pinkman", não sei se é por ter adorado Breaking Bad ou se realmente Aaron sempre parece Pinkman, o Brosnan será eternamente "007", dessa vez encarnando um personagem que desde a época que eu li o livro, pensava ser um personagem perfeito para Vincent Cassel, a Collette é sensacional em tudo que faz, desde a série United States of Tara, sempre a vejo como "Tara", a Poots...Poots, linda Poots. O filme é sobre um tema complexo, tratado de maneira tão sucinta, que torna o tema leve, reflexivo ao invés de triste, o filme capturou muito bem a questão das razões, cada um tem as suas, e nenhum motivo que o leve ao suicídio, é pequeno ou grande, só quem passa por isso sabe o peso que uma razão pequena para os outros, é uma razão grandiosa, árdua e pesada para si, um drama levemente fragmentado nos momentos de humor sarcástico, humor que eu pensei "Com certeza será perdido nessa transição das linhas para a tela", mas não foi, me arrisco a dizer que o humor sarcástico foi até acentuado, adoro esse humor inglês, ainda tem a parte da importância, sentir que alguém se importa, a amizade que pode fortalecer uma vida, dar novos ares, vontades, uma amizade que nos faz sair um pouco de nós e pensar no outro como se fosse nós por um momento, um filme com drama e humor na medida certa, nada ao extremo para gargalhar ou chorar, mas simplório de uma forma que faz pensar, não fiquei frustrado, gostei do filme e das atuações, do começo e os diálogos das razões para morrer e do término, das descobertas das razões para viver.
Gerontophilia
3.4 109Tinha dois filmes para assistir no domingo, por distração fiz confusão e comecei a assistir Gerontophilia imaginando que fosse o primeiro que eu havia escolhido, enfim, em certo ponto percebi o engano, mas decidi prosseguir com Gerontophilia, que só pelo nome eu já sabia do que se tratava, em uma determinada cena, onde aparece a imagem de uma figura histórica, automaticamente me lembrei do filme The Raspberry Reich do aclamado (e não é para menos) diretor Bruce LaBruce, onde aparece quase da mesma forma, a imagem de outra figura histórica com a diferença do contexto ao qual estava inserida, decidi não procurar saber se era ou não, após alguns momentos, reconheci o toque de Bruce no roteiro, que ficava claro através dos diálogos revolucionários, contrários aos costumes pré estabelecidos, relaxei e esperei as cenas fortes e intragáveis para os moralistas que assistem para julgar e vivem para moralizar toda a diversidade "errante", mas não, após uma hora, não presenciei as cenas explícitas que são caracteristicas dos filmes de LaBruce, vou além, o que começou apenas como um fetiche, ou melhor, parafilia para aqueles que creem na patologização sexual, se tornou uma história de amor, paixão por vias homoafetivas e ainda com o peso de ser um fetiche incompreendido pelos normalistas adeptos do papai e mamãe, houve ciúmes, intensidade, carinho, sonhos, entrega, troca, houve tanto, de maneira tão leve, que até o sexo ficou em segundo plano, e as atuações? Pô, o garoto Lake, transpassava uma doçura sedutora, Peabody, até no tom de voz me lembrava uma boêmia inexistente nos dias atuais, Desirre, ah Desirre, seu espírito revolucionário, um tanto ingênuo e sua lista incrível, eram excitantes, que garota...Grande Filme, belas atuações, uma leveza indescritivel, uma evolução obvia do diretor/roteirista LaBruce, e uma mensagem de que mesmo no distinto desejo pode haver uma busca, doação de afeto, paixão e todas as emoções do gênero, o filme acabou e me deixou uma sensação, "Queria mais"...
O Babadook
3.5 2,0KQuando li a sinopse imaginei que se tratava de mais um filme com o tão batido tema sobrenatural, mas na falta do que assistir, decidi arriscar...A principío o desenrolar da história estava interessante com a exposição dos conflitos psicológicos, nos 10 primeiros minutos já estava claro o teor desses conflitos, então até os 38 minutos a história se arrastou em um ritmo lento e monótono, chegou nos 60 minutos e eu ainda não tinha presenciado nenhum suspense ou terror psicológico, entre 60 e 70 minutos as coisas melhoraram com algumas revelações (óbvias) e dai por diante apenas concretizou a representação dos transtornos psicológicos com vestes sobrenaturais...Não é um roteiro tão original quanto parece, visto que em pelo menos 3 cenas tem situações clichês de filmes do gênero, não me amedrontou em nada, considerando que o transtorno psicológico foi retratado superficialmente levando em conta estereótipos ultrapassados, admiro quem conseguiu ver genialidade neste filme, admiro quem conseguiu ver um terror psicológico inovador neste filme mediano, só se salvou a atuação do garoto que fez o personagem Samuel, enquanto que a atriz que deu vida a Amelia foi sofrível na maior parte do tempo, enfim, não é original/inovador é um clichê modernizado.
Filth: O Nome da Ambição
3.7 487 Assista AgoraO personagem Bruce Robertson é muito interessante, manipulador, dissimulado, cínico, falso, insensível...Insensível? Me parecia apenas mais um personagem desumano sem motivos, e de repente...Bum!..Um traço de humanidade embutido em flashes até aquele momento sem sentido, o filme prosseguiu com mais atos de tripudiações gratuitas, imaginei que aquele ser humano era extremamente nojento, maléfico...Mas neste ponto já parecia que sua suposta malignidade era uma fuga de algo...mas do que? Quando me fiz esta indagação, a única resposta plausível foi que existia algo que o deixava na fronteira entre a razão e loucura, e eis que surge a primeira descoberta dos motivos que o levam a ser o que é...Com a chegada da primeira descoberta, foi embora a visão que eu tinha do ser nojento, e se instalou imediatamente uma certa empatia, dai por diante apenas desfrutei da narrativa impressionante e em cada fala analisava ainda mais a personalidade extasiante do personagem...Quase no término já estava expostas todas as razões, só consegui pensar "Como uma dor pode nos fazer reagir contra o mundo ao redor?"...Me identifiquei imediatamente...Neste ponto compreendi a extrema sensibilidade do personagem, que por não saber lidar com certas "rastairas" vivenciais, reagia contra um inimigo imaginário, jogava com os outros para fugir de todas suas "merdas"...Nem falei das drogas, pq assim como na realidade, neste caso elas também não são o fator principal da suposta degradação do individuo, são apenas uma consequência de acontecimentos...E para finalizar, a relação do Bruce com o poder, escancarou perfeitamente a relação que a maioria das pessoas tem quando provam um pingo de poder, como se poder fosse sinônimo de opressão...Filme maravilhoso, trabalhou a ambiguidade do ser humano, o despertar de atos reprováveis. os meandros da personalidade...McAvoy se superou, roteiro perfeito e Creep aparecendo no momento certo, para quem gosta de analisar personalidade ou comportamento de personagens é um filme excelente...Muito Foda!
O Universo No Olhar
4.2 1,3KUma relação de opostos que tem como único fator em comum o sentimento, a principio parecia mais um filme a tratar do embate ciência vs religião com uma trama de amor ao fundo e que teria uma moral proselitista no final, me enganei, em certo momento percebi que não se tratava apenas de crença/descrença, presença/ausência de provas, o filme tomou um rumo onde o ceticismo partiu em busca da resposta não para provar algo para a humanidade ou para si mesmo, mas por um desejo de rever aquele amor, ou melhor, ter a oportunidade de dizer adeus ou apenas reencontra-lo, a partir deste momento não vi mais o fator espiritualidade, vi uma história de amor que ultrapassou até a barreira do que é racional, vi um cético que necessita de certezas, mas as abandonou para investigar as dúvidas, não da existência/inexistência de um poder maior, mas de uma necessidade inexplicável de amar até o que ele não poderia explicar, então terminei de assistir e conclui que foi uma bela história de amor com o embate ciência vs religão ao fundo, posso estar completamente errado em minha análise, e é isso que amei no filme, não há ponto de vista certo ou errado, há apenas pontos de vista e em certos momentos nem as convicções importam...Lindo!!!!
As Fitas de Poughkeepsie
3.1 371Não sou apreciador do gênero found footage, mas esse filme me surpreendeu, foi muito bem trabalhado o aspecto psicológico do assassino, a oscilação entre ser organizado e desorganizado na condução de seus crimes o diferenciou de célebres sk's que na vida real seguiam uma linha organizada que evidenciava sua personalidade, ou o inverso que tb exemplificava pontos peculiares da personalidade, no caso do assassino ficcional foi bem usada essa instabilidade intencional entre os dois polos para confundir os profilers, o roteirista se atentou ainda a modificar o modus operandi do personagem, retratando muito bem o jogo de gato e rato que é uma investigação veridica, é um filme que prende sem necessitar de violência gratuita, em nenhum momento houve a pretensão de definir o assassino como psicopata/sociopata que é um erro insuportável que ocorre em filmes desse gênero, se bem que pelo que foi mostrado ele se enquadraria mais em um perfil emotivo/explosivo, e para fechar com chave de ouro, ainda tivemos o exemplo mais bem feito em filmes que já vi da Sindrome de Estocolmo, sendo explicada nas entrelinhas pelo sentido deturpado que o algoz deu para a vida da vitima, que posteriormente não se enxerga mais sem aquele caminho a seguir, conseguiu passar um ar de realismo, e o estado mental do criminoso foi muito bem explorado no roteiro, ótimo filme.
Dente Canino
3.8 1,2KEsse roteiro propõe uma indagação existencial e social por trás da simbologia de cada personagem perfeitamente criado, o mais interessante que este filme me fez refletir foi o da necessidade de muitos pessoas buscarem justamente um lugar seguro, perfeito, um paraíso coletivo ou individual onde tudo seja feliz mesmo que utópico, e da necessidade de serem guiados por uma figura protetora, vi em Kynodontas uma metáfora de deus no homem e os que creem na figura dos filhos (fantoches), enquanto na ficção jovens são criados isolados e não conseguem ver alem do lugar, no mundo uma serie de pessoas vivem isoladas mentalmente por as leis de um criador tão sociopata quanto o "homem sociopata" como já foi dito em alguns comentários...Grande filme...A questão é...eles estão isolados na ficção, mas será que alguns sabem que estão isolados em sua própria ignorância?
A Serbian Film: Terror Sem Limites
2.5 2,0KA Serbian Film não tem nada de nojento, é um filme que explora com genialidade o submundo da vida ou de cada um, e surpresa, todos temos uma vida tão nojenta quanto a do personagem, a arte retrata a vida em todos os aspectos, e quando um filme retrata tão bem particularidades da vida que tentamos esconder através da hipocrisia ou da ilusão de uma vida rosa com florzinhas, esse filme só pode ser admirado e parabenizado por criar tão bem o que queremos quando vemos um filme, que é uma sensação qualquer, e a Serbian Film seja no chocar ou no extasiar cumpre muito bem seu papel de causar essas sensações...Quem achou muito nojento, odiou, ou se deprimiu , ou se mata ou se tranque em casa, pq a vida e as pessoas por trás dos sorrisos e cumprimentos são mais nojentas e odiosas que esse filme incrível.
Ichi: O Assassino
3.7 302 Assista AgoraFilmaço...Belas torturas, um terrorismo psicológico primoroso, o roteiro em si não é um dos melhores, até mesmo pq algumas partes do filme são bem chatinhas...Mas tirando isso, um filmaço do gênio Takashi Miike.
O Porco Espinho
4.3 366Não gosto muito de adaptações de livros para o cinema, mas Le Hérrison me surpreendeu pela profundidade com que foi trabalhada os conflitos, pela atuação perfeita da Garance que fez a garota Paloma, e pelo charme maduro da linda Josiane Balasko.
Importar Exportar
3.8 19 Assista AgoraA proposta do filme é boa, mas as atuações não transmitiram emoção/dor alguma, me pareceu que a tristeza, frieza, e outras questões atormentadoras ficaram restritas ao roteiro/direção, e em muitos momentos o filme se arrastou em acontecimentos banais, faltou atuação e edição...
Visitor Q
3.4 166Takashi Miike é um gênio...Provocou desde a excitação na parte do pai com a filha prostituta até intensas risadas na parte da mãe apanhando do filho...É uma critica, ou melhor, um chute no saco de certos conceitos morais, sociais e familiares...É um lindo filme!
Confissões
4.2 854Tipo do filme que a fotografia falou por si só...Não esperava que depois de OldBoy um outro filme com esse tema vingança me surpreendesse de forma positiva... Incrível!
Minha Mãe
2.8 243Ótimo filme, o conflito desse amor/desejo, mãe/filho no filme é trabalhado de uma forma leve colocando em primeiro plano muito mais a angustia dessa excitação/paixão do que a atração sexual,em alguns comentários disseram que mais parece um filme porno,quem disse isso nunca viu um porno na vida...
Mistérios da Carne
4.1 975O que mais gostei no filme foi a forma com que a trama paralela de cada personagem se uniu perfeitamente sem ficar monótono, um tema muito bem trabalhado, com ótimas atuações...