Existe um contexto a ser tratado em qualquer análise de ''War Room''. Estamos falando de um filme panfletário com viés cristão, ou seja, carece de uma aproximação espiritual com os temas abordados, para que a trama seja ''aceitável''. Digo isso, pois, o objetivo desse filme é a evangelização e, se acreditamos que o Espírito Santo convence o ser humano de sua palavra, devemos acreditar em situações ''artificiais'' como
Um assaltante recuar pelo Nome de Deus, ou o marido resolver não trair a mulher, que está orando por ele no exato momento(!).
Tendo isso em mente, toda a história do filme flui com muito mais facilidade, mas ainda sim, com alguns defeitos, maneirismos e clichês mal utilizados. Dos filmes cristãos que assisti, ''War Room'' é um dos melhores exemplares (não que seja algo muito difícil, com pérolas como ''Deus não está morto'') e trás uma abordagem diferente e mais envolvente. As atuações são decentes, assim como o trabalho de direção e fotografia, que ousa em sair da típica filmagem para TV e garante ângulos e planos mais elaborados.
Mas apesar disso, o roteiro peca em diversos momentos, com tramas desnecessárias (era realmente preciso mostrar o pai pulando corda?) e má utilização de temas: Em tempos de hoje, ver uma mulher se submeter ao seu marido daquela forma, é revoltante. Como descrito no início, existe o contexto, sim! Mas faltou um pouco de tato, quanto à escolha do tema a ser abordado, que transformou os personagens em unidimensionais e de personalidade fraca. No final, até há uma ''redenção'':
A esposa dizer que a felicidade dela não depende dele ou de qualquer um, mas de Deus. E que luta a favor da família.
o que é interessante, mas nada mais do que um curativo em meio à um problema que é muito maior do que é mostrado. Culpar o diabo, por todos os problemas de nossa casa, é o maior erro entre cristãos devotos.
O final, mais panfletário do que nunca, me incomodou um pouco, mas é de se entender o porque. Mas, no geral, é um bom filme que pode tocar no coração das pessoas (seu real motivo), ou criar mais ódio pela religião e seus seguidores. Realizar um filme que encontre esse meio-termo e trabalhe todos os conceitos (religiosos e sociais) de forma híbrida e coesa, é o verdadeiro desafio que só Deus pode fazer, ao que parece!
É interessante, ao assistir ''Ghostbusters'', ver como um filme envelhece perante seu público. Eu, hoje, com 22 anos, assisto o filme pela primeira vez e imagino o quão subversiva e interessante, foi a ideia de uma comédia sobre caçadores de fantasmas, na década de 80. Hoje, e não estou falando da qualidade técnica, o filme parece datado e bobo, mas o que vale aqui, não é o pensamento da geração Z, mas sim o sentimento nostálgico que impera em tantas outras obras clássicas e atinge o público que as assistiu no cinema de rua. Sentimento este, que talvez, não seja sentido com tanto impacto no futuro, por diversos fatores: Seja a necessidade (nunca tão grande) de remakes enlatados (como o próprio ''Ghostbusters'', esse ano) ou a quantidade superando a qualidade, trazendo filmes plasticamente bonitos, mas sem peso em uma grande história ou relevância verdadeira. Será que a mesma nostalgia que os nossos pais tem de Caça-Fantasmas e outros filmes, será a mesma que nós teremos, pelos filmes de agora?
Poderia ter fugido do final clichê... Mas todo a ''trajetória'' dos protagonistas é bem elaborada e divertidíssima. Vale a pena assistir com uma galera de amigos!
Quando assisti o trailer, fiquei empolgado com a premissa, mas o mesmo não se concretizou durante os 101 minutos de ''Burnt''. Apesar de não fazer dormir, o roteiro não prende tanto a atenção do público (somando a isso, a montagem capenga) e trás um primeiro ato, irritantemente, didático, assim como certos momentos preguiçosos e clichês (mais uma vez, o casal principal precisa brigar para se entender), mas, ao menos, garante um plot twist interessante, mas logo anulado, o que o torna frustrante.
O que, realmente, carrega o filme, são os seus atores, que se entregam ao papel (principalmente Cooper, emulando Gordon Ramsay, mas com decência) e trazem nuances interessantes aos personagens (contidos, Daniel Bruhl e Emma Thompson são trunfos acertadíssimos e que poderiam ser melhor explorados).
Em resumo, um bom filme que foge da perfeição tão procurada por seu protagonista, mas que cumpre a sua principal promessa: abrir nosso apetite!
É estranho assistir ''Terminator: Genesys'', por diversos motivos. Não só pela estranheza de ver (pela 3ª vez!) novos atores nos papeis clássicos (fora o T-800, claro), mas também pela falta de tato com uma das sagas mais inteligentes dos anos 80/90. O que James Cameron idealizou, baseado em um sonho, era tão simples, perturbador e enigmático, que surpreendeu a todos e o alçou ao estrelato, mas, principalmente, nos apresentou um novo conceito em viagem no tempo, que sempre fora explorado no cinema de ficção científica, mas nunca de forma tão brutal como ''Terminator''. Com uma excelente continuação, que eleva o conceito e nos apresenta efeitos absurdos, a saga pareceu ter fim, mas logo surgiram a 3ª e 4ª partes da histórias, infames desde o início. Já esta 5ª (!) ganha pela nostalgia, mas perde em todo o seu resto. Quase nada no filme se salva, desde as atuações caricatas, aos efeitos mal ajambrados e, obviamente, o roteiro sem pé e nem cabeça!
Venhamos e convenhamos, a grande maioria do público pode entender a história em si, mas ninguém pode dizer que ela faz algum sentido. Como dito acima, o roteiro original do Cameron era tão simples e enigmático, que mesmo sem explicar algo, se mostrava convincente e auto-explicativo. Já aqui, cada diálogo parece fazer parte de um tutorial sobre viagem temporal, o que torna suas 2 horas, maçantes. Por mais bacanas (ou chatos) que sejam os easter eggs e referências, não há filme que, queira se levar a sério, e se sustente nisso. Um espiral de ''reviravoltas'' (que já haviam sido ''spoileadas'' na campanha de marketing) sem muito apelo, feitas apenas para chocar, falhando miseravelmente. E para fechar com chave de ouro ainda apresentam um final que garante um ''futuro incerto'' para a saga, para logo mostrar uma cena pós-créditos clichê e enfadonha. Espero que, no futuro, possam voltar no tempo e impedir que esse filme (e, quem sabe, a 3ª e 4ª parte também) seja feito.
''Deadpool'' acaba perdendo 1 estrela e meia, apenas, por questões técnicas (efeitos especiais capengas) e de roteiro (seus clichês e utilização banal de personagens), mas ganha 3 e meia, pela diversão, ironia e falta de vergonha na cara, que, colocam na tela uma personificação exata do Mercenário Tagarela. Claro que, nos quadrinhos, o personagem é 100 vezes mais desbocado e vergonhoso, mas aqui, fica claro ser uma das adaptações mais fiéis, de um personagem dos quadrinhos, para o cinema. Um filme que eu, com certeza, verei de novo, numa tarde de sábado, com os amigos, pra descontrair e fugir dos convencionais filmes de Super-Heróis que são lançados (mesmo ele dizendo que não é um).
Toda a trajetória da ''Spotlight Team'' durante as 2 horas de metragem, é extremamente excepcional e hipnotizante. A cada nova descoberta e fonte, o público caminha junto com os jornalistas e, por um momento, se transforma em jornalista também. A importância aqui é a história que eles querem contar (afinal, sabemos poucos dos personagens, seus passados e histórias). Todo o envolvimento, dos mesmos, com o público é cronológico e raso, apresentando assim, uma história passiva, focada no objeto de interesse (a matéria e como ela foi conduzida) e não em quem fez (e o porquê de estarem fazendo).
O descobrimento de toda a canalhice da Igreja Católica de Boston, durante anos, é revoltante em diversos sentidos (pessoais, sociais, espirituais) e é o que realmente chama a atenção aqui, tal como, Robby se indaga, em certo momento do filme: E nós? O que nós fizemos, quando podíamos? Em diversos momentos da nossa vida, nos deparamos com histórias revoltantes, como essa e, ainda assim, permanecemos de braços cruzados, até o momento em que acontece com um de nós. Pensamentos egoístas e tão revoltantes quando os atos em si. E não somente nós, mas como a mídia em si. O jornalismo tem, por dever, informar de forma imparcial e contribuir com a sociedade e, quando feito, de forma ética, nos deparamos com o que foi retratado no filme e não com o jornalismo de interesses e parcialidade velada. ''Spotlight'' deveria ser passado em todas faculdades de jornalismo no mundo, como exemplo de Jornalismo e ponto.
Sendo assim, ironicamente a condução do filme é feita de forma bem formulaica para um filme jornalístico, não fugindo das câmeras que acompanham o frenesi dos profissionais da informação, dos enquadramentos padrões médios e da qualidade do elenco envolvido. Diversos filmes jornalísticos já foram lançados e, até mesmo, tiveram o buzz que ''Spotlight'' está tendo, então, o sentimento de ''já vi isso em algum lugar'' é inerente, mas não tira a importância do filme. Sobre o elenco, todos estão muito bem e, absurdamente, competentes com seus personagens e encarnações. Desde Liev Schreiber, que pouco aparece, mas não é ofuscado em momento algum, até o frenesi apaixonante de Mark Ruffalo, que merece todas as indicações que recebeu, em premiações.
Por final, simplesmente amei a trilha sonora, fundamentada em acordes de piano, que é colocada em momentos inusitados, mas funciona plenamente para trazer o clima do filme. ''Spotlight'' é um ótimo filme, que carrega pesos em suas costas: ética, qualidade, renuncia e, até mesmo, fé. Pode não ser o melhor filme, dos indicados ao Oscar, mas, sem dúvida, é um grande filme sobre e para o jornalismo.
Apesar de começar corrido e com certa superficialidade, o relacionamento de Anna e Jacob é mostrado de forma realista, durante todos os anos, desde seu primeiro encontro. A atuação e a química entre os personagens é muito bem explorada pelos atores e garantem a identificação com o público. O roteiro foge do óbvio de algumas comédias românticas e trás certa coragem na abordagem de seus personagens, que, poderiam, cair na antipatia:
Por mais que Jacob amasse Anna, sua falta de lealdade com Sam é absurda e revoltante. Assim como Anna, que parece não saber, de verdade, o que quer. Ela carrega a sua dependência emocional por Jacob e seu problema com o visto, durante todo o filme, vivendo assim, em função disso, nunca tenho realmente lutado, para que Jacob fosse para Londres, afinal, tanto ele quanto ela, estavam crescendo profissionalmente, mas porque somente ela poderia abrir mão disso?
Mas o roteiro também trás uma reflexão interessante, ao nos fazer entender que, apesar de excitantes, os recomeços começam a perder seu sentido, quando em excesso e feitos por comodismo. A direção de fotografia focada nos personagens, com planos fechados e íntimos é essencial e trás aquele ar ''indie'' tão gostoso em filmes independentes. Careceu de uma trilha sonora mais inspirada, mas nada que desvirtue a experiencia. No geral, um ótimo filme!
Tecnicamente perfeito, com a pegada autoral que o Iñárritu vem trazendo em todos os seus filmes. Pode parecer forçado, para alguns ou genialidade para outros, mas o que, realmente interessa, é o que ele passa para o público com os seus filmes, e no caso de ''The Revenant'' é a mistura de qualidade técnica com uma história bruta e cruel de superação, fugindo do emocional, mas com um pezinho no clichê.
Mesmo depois de ano, o mundo não se cansa do estilo ''Tarantinesco'' de se fazer cinema e isso, não só, em estética, mas em sentimento. Tarantino é um dos grandes realizadores contemporâneos que, realmente, AMA o que faz e abdicou de uma vida ''comum'' para viver para seus filmes e criar histórias magníficas. ''Os Oito Odiados'' pode não ser seu melhor filme, mas nem por isso é o pior. Em uma carreira louvável, de 8 filmes (e aqui fica a brincadeira com o título), o Titio Tara só mostra amadurecimento e total controle do que está fazendo, de verdade. Em suas, quase, 3 horas, o filme carrega certa monotonia em seu 2 ato, onde o desenvolvimento de personagens é a cerne, mas que serve, também, como a parte alta de uma montanha russa que está prestes a declinar e nos levar a mais pura alucinação gore e sanguinolenta. Roteiro bem amarrado e estruturado (totalmente novelizado, como já de costume pelo diretor), trilha sonora perfeita, atuações de alto nível e um desfecho épico, em suas devidas proporções... tudo o que Tarantino promete e cumpre com maestria! Só é uma pena que, a priori, sua carreira termine daqui a mais dois filmes. Continua Tarantino... Nunca te pedi nada!
PS: Li algumas críticas mostrando o paralelo entre a história dos EUA e os personagens e, sinceramente, por ser leigo no contexto histórico americano da época, foi algo que passou batido por mim.
Um verdadeiro apanhado de situações e que, qualquer um, pode se ver e pensar ''Quem nunca passou por isso?''. Desde o ciúme bobo e adolescente de amigos, até o medo das mudanças que batem a nossa porta, enquanto o tempo passo e nos tornamos mais adultos, sem querer. A vida de Frances é uma pintura crua, sutil e extremamente realista, onde, todos nós somos os artistas e somos confundidos com nossa própria arte. Assim como a protagonista, bailarina, artista, mas sempre como coadjuvante, substituta e que, ao se entregar a realidade, pôde ver sua verdadeira arte tendo conclusão e sucesso!
Logo que a sinopse do filme foi liberada, eu comentei aqui no Filmow: ''Gravidade meets Náufrago''. Isso foi a 6 meses atrás e, até hoje, recebo curtidas desse comentário, rs. Não que eu estivesse equivocado, mas ''The Martian'' é muito mais do que um ''meets'' entre dois grandes filmes dos últimos 15 anos.
Trazendo uma história simples, mas muito bem explicada e contada, todos os elementos de um ''filme espacial'' clássico, estão lá: ''A equipe exploratória, o astronauta que precisa solucionar um problema, a equipe em Terra que o ajuda e ''explica'' o filme ao público. Mas, surpreendentemente, o filme (ao contrário de um exemplo recente: Interstellar) não se leva tão a sério e estabelece uma atmosfera leve em contraste a situação, desesperadora, em que seu personagem principal vive... e funciona muito bem, assim! Desde a trilha sonora, que brinca com o público em diversos momentos (seja nas músicas Disco, ou na linda montagem ao som de ''Starman'' do Bowie), passando pela atuação precisa de Damon e chegando no roteiro, que balanceia muito bem o humor com o drama e os toques científicos. Tecnicamente, os efeitos especiais beiram a perfeição e a direção de Scott é extremamente pontual e precisa, assim como a fotografia que capta bem, tanto as planícies da marte fictícia e o infinito espaço, quanto os planos fechados em Damon, em seus momentos de pura solidão.
No geral, um filme que sabe caminhar muito bem entre o blockbuster pipoca e o ímã de premiações e festivais. Espero que seja indicado em todas as categorias possíveis ao Oscar, apesar da pouca chance de ganho, nas categorias principais. Um baita filme, que vai ficar na memória, sem dúvida!
Um roteiro que, apesar de não ser hilário (até quando teremos piadas de peido?), ganha pela história redonda e bem contada, munida da simpatia dos atores principais, que carregam o filme nas costas. Não é o melhor trabalho de MacFarlane (ao qual sou fã), mas garante uma tarde agradável de risadas pontuais, mas bem-vindas.
Apesar de falho, na construção do primeiro ato, ''The Walk'' vence pela beleza e pelo espetáculo. Não que isso, carregue todo o filme, pois suas falhas e equívocos ficam aparentes no momento em que surgem na tela, mas a grandiloquência do espetáculo mostrado por Zemeckis é de encher os olhos.
Ambientado na década de 50, ''Carol'' trás assuntos atuais de forma dramática, elegante e romancista, sendo sutil e bruto nos momentos em que precisa. O romance entre duas mulheres (uma madura e outra mais jovem), nos apresenta diversas questões, que, ainda hoje, são discutidas e colocadas em xeque, mesmo 50 anos depois.
Cate Blanchett esbanja elegância com sua Carol e trás a ''ação'', sendo a catalisadora de tantos celeumas, apenas por querer ser quem ela é. Um casamento falido, uma filha dividida, uma amizade abafada e sua sexualidade reprimida... tudo em suas costas, em plena década de 50, quando mulheres ainda eram vistas ''apenas'' como donas de casa submissas. (não que, ainda, infelizmente, não seja assim) Rooney Mara trás a ''reação'' a sua Therese, sendo a jovem imaculada, virgem, apagada na sociedade, com um trabalho simples e sem muitos brilhos (e aqui fica a beleza da escolha de cores para as personagens: vermelho para Carol e bege/preto para Therese). Desde o início, insegura de si, se liberta ao conhecer Carol e reagir ao impulso de se entregar a um amor, inicialmente estranho (devido aos inúmeros confrontos sociais e, especificamente, de seu namorado), mas que a faz descobrir quem ela realmente é.
A abordagem sutil, que o roteiro trás ao romance, é extremamente bem feita e perspicaz, assim como o trabalho de direção de arte, que, desde a primeira cena, nos leva para a época de forma avassaladora. Créditos para o trabalho de fotografia também, com seus enquadramentos incoerentes, mas que mostram-se perfeitos em certos momentos.
Falando em Oscar e premiações, entendo todo o alarde em festivais, mas não vi tanto peso para os grandes prêmios, mesmo sendo um filme feito, milimetricamente, para esses eventos. Apesar de bem feito e contemporâneo, é uma produção que beira entre o mediano e o bom, apresentando certa profundidade, mas sem, ironicamente, se arriscar demais e trazendo todo o peso dramático em suas protagonistas, sem um roteiro excepcional como base.
É incrível ver que, mesmo depois de 30 anos, a saga conseguiu se rejuvenescer, apontar para o futuro e trazer aquele mesmo sentimento empolgante, divertido e, por que não, moleque do filme de 1977.
J.J. faz o filme que os fãs queriam e que a nossa época precisava, bebendo da fonte narrativa dos filmes originais (o que já tinha dado certo, repete o sucesso aqui, de forma nova e atual) e apresentando personagens carismáticos fortes e subversivos. Além de trazer a magia dos efeitos práticos, mostrando personagens palpáveis e que conversam bem com as cenas em CGI, que enchem os olhos pela beleza e qualidade.
E a amálgama entre os personagens e os efeitos é um dos grandes pontos positivos do longa, que desenvolve bem seus protagonistas: Finn e Rey esbanjam carisma, assim como, de costume, Han, Chewie e todos os personagens antigos. Kylo Ren mantém um pouco da incógnita de Darth Vader do Episódio IV, mas já tem (parte de) seus segredos revelados, de forma emocionante. Gostaria de ver mais de Capitã Phasma e Poe Dameron, sendo esse último, o meu personagem favorito, mostrando-se um ''novo'' Han Solo e que, espero, seja melhor aproveitado no futuro.
A emoção de ver todo aquele universo sendo expandido (novamente), cega, um pouco, o fã, mas certos problemas são evidentes, como a ambientação de certos conceitos e a pressa na conclusão, mas nada que estrague a aventura galáctica, e entendendo que ainda temos 2 filmes pela frente, tudo fica mais tragável, mesmo a sensação de conclusão não sendo plena, aqui.
No balanço geral, ''Star Wars - O Despertar da Força'' garante o divertimento do público geral, com momentos cômicos e dramáticos na medida e nos momentos certos. E também garante a felicidade do fã nerd, que tanto aguardava essa continuação e que pode sair da sala de cinema com um sorriso no rosto e sentindo a força presente, mais uma vez!
Ainda que mantenha a mesma atmosfera e qualidade da sua Parte 1, ''A Esperança - O Final'' não passa uma sensação narrativa plena, mostrando, mais uma vez, o quão desnecessárias são as divisões de filmes. Financeiramente falando, as divisões são verdadeiras minas de ouro, dobrando o lucro da produção e cortando custos, mas, quando não trazem qualidade e quantidade material, são um verdadeiro problema.
Não chega a ser necessário o conhecimento completo do filme anterior (claro que é aconselhável, mas não necessariamente obrigatório), devido ao primeiro ato repetir o mote que permeia o roteiro da Parte 1: A forma como Katniss aceita e lida com a responsabilidade de ser a imagem de esperança para Panem e um símbolo de guerrilha, para os distritos, contra a Capital. Mas dessa vez, a ação sai do bunker do Distrito 13 e ganha as ruas, surgindo um, interessante, no Jogo Voraz e extremamente mais sádico. As cenas de ação são pontuais e muito bem feitas, cheia de tensão, efeitos e bem coreografadas e filmadas. O segundo ato do filme é ganho nessas horas, em contraponto aos momentos calmos, que são um pouco sonolentos, ao focarem no triangulo amoroso entre Katniss, Peeta e Gale. Já, no terceiro ato, a tranquilidade velada que é instaurada e trás reviravoltas bacanas, mesmo que esperadas, mas remetem a todo o escopo político e social da saga, o que não deixa de ser satisfatório. E, até mesmo, os momentos finais não me afetaram tanto, negativamente.
Era de se esperar um final feliz. Fico triste pela falta de originalidade e covardia, devido a toda maturidade que a saga vinha trazendo, mas não acho que o filme perca pontos significativos, por isso. Afinal de contas, a saga sempre trouxe um pouco disso em sua essência, mesmo que seja piegas e clichê.
Mas, para mim, o filme não consegue se sustentar e se ganhar sozinho. Como disse, não falo por questão do conhecimento da história prévia, mas pelo ponto de vista narrativo que garante as ''Partes'' divididas um efeito arrastado e desnecessariamente longo, que carece de substância para se manter de pé. ''Jogos Vorazes'' mantem o posto de saga adolescente mais interessante e madura dos últimos anos (pós-Harry Potter) e trás um respiro, diante de tanta coisa genérica que assola o cinema. Mesmo que caindo em clichês e maneirismos hollywoodianos, trás uma marca diferente e garante uma memória afetiva mais aprazível do que outras sagas literárias que foram para o cinema.
Como disse uma amiga minha, antes de eu ver o filme: ''As cenas mais engraçadas estão no Trailer''. Em uma época, onde o material publicitário de um filme, em algumas ocasiões, acaba estragando a experiência, pela falta de surpresas, não é de se espantar ao ouvir um comentário desses, mas é incrível sim, o quão literal, ele foi. Calcado em piadas repetitivas, que funcionam muito bem na TV, afinal, são 30 minutos por semana, onde bordões e situações repetidas não são tão percebidas assim, ''Vai que Cola'' apresenta uma trama rasa, pouco interessante e que parece ser, nada mais, do que um episódio estendido da série.
Apesar de usar artifícios interessantes, como a quebra da 4 parede, o roteiro cai no lugar comum e não desenvolve personagem, não prende o público e trás uma trama estranha, meio confusa até e sem sentido algum. Se não fosse o carisma dos personagens, tudo estaria perdido. Mesmo cada personagem tendo sua trama, dentro do todo, o único que rouba a cena é o Marcus Majella, que abraça a caricatura e, com seus trejeitos e caras e bocas, trás boas risadas. Os outros, quando não subaproveitados, caem no marasmo de suas histórias bobas e que não levam a lugar nenhum.
Um filme que vence pelo conhecimento prévio de seus personagens e o enorme público do Paulo Gustavo, que, assim como Midas, tudo o que toca, vira ouro. Pena que, as vezes, acontece de ser apenas um banhado do camelô.
Sou cristão e, até respeito, esse tipo de filme panfletário que fazem. Dos mesmos produtores de ''Deus não está morto'', não esperava-se algo diferente. Mas eu não entendo o porque de se fazer filmes assim, tão caricatos e hiperbólicos, onde todas as histórias PRECISAM de conectar e apresentar um cristão imaginário. Antes de cristãos, somos humanos e cheios de falhas, mas ''Você Acredita?'' apresenta um tipo de cristão sem mácula, que faz o bem sem ver a quem. Claro que, é uma forma de vender uma imagem... de mostrar ''o que deve ser feito'' como um bom cristão, mas a forma caricata que é feita, chega a distanciar a quem assiste. As atuações de Mira Sorvino e Lee Majors são o ponto alto de uma produção capenga, panfletária, mas que vai fazer o MAIOR sucesso em palestras jovens e pregações. Mas para quem tem um pingo de conhecimento sobre cinema, sabe o quão pobre é esse tipo de produção, calcada no emocional, sem visar a realidade e a arte que o cinema pode proporcionar.
É extremamente esquisito sair da sala de cinema após assistir ''Quarteto Fantástico''. A sensação é a de que, não um, mas dois filmes foram assistidos. Alguma espécie de promoção não divulgada pelas empresas de cinema, de pague 1 e leve 2. Somado á isso, um sentimento de tristeza também pode ser sentido (eu senti, ao menos), devido a todo o potencial desperdiçado nos 99 minutos de metragem. Não que o filme seja um completo desastre, mas é, sem dúvida, uma montanha russa com mais baixos do que altos.
Parto do ponto de que a história em si é extremamente satisfatória. Apesar de grandes mudanças no cânone clássico, muito do Universo Ultimate está ali e é colocado de tela de forma bacana e interessante. Mostrar a infância de Reed foi um verdadeiro acerto e toda a interação dele com Ben e o seu início no Edifício Baxter são momentos bacanas de se ver. Você se interessa e torce por aquele jovem Nerd. A identificação é imediata. E após a apresentação de todos os outros personagens (Johnny, Sue , Franklin e Victor), a edição segue a, clássica, montagem cortada para mostrar o desenvolvimento do projeto que eles estão criando, o que demonstra a primeira grande falha do roteiro. Quarteto Fantástico sempre foi sinônimo de família. Uma grande família aventureira, que perde um pouco dessa atmosfera aqui, transformando-os em grandes amigos unidos em um propósito. Entendo que a idade dos personagens influencia nesse quesito, mas, seja Ultimate ou não, o 4F sempre foi uma família, independente de idade. Assim sendo, a história segue seu rumo até a descoberta do ''Planeta Zero'' e os poderes de cada um, e é aí que tudo começa a desandar.
Tendo dois primeiros atos muito bem trabalhados e simples, em seu final, o filme desanda de uma forma absurda, transformando-se em uma outra história com atmosfera diferente e desenvolvimento nenhum de motivações e conclusões. É tudo tão corrido, que mal parece o final do filme e, como já tido em diversas críticas, o grande mal disso tudo tem nome: Destino. Desde o início, não dá para comprar o personagem, seus ciúmes e isolamento sem sentido. Quando, o mesmo, retorna como Dr. Destino, a apatia é elevada a enésima potência e não entende-se muito bem o que aconteceu com o personagem, seus ideais e o roteiro apela para o pensamento de ''sou vilão porque sou mal''. Triste! O visual não está bom, o ator também não e o roteiro afunda um dos maiores vilões de todos os tempos, com algo piegas e, no mínimo, ridículo!
Outro pronto negativo fica nos efeitos especiais. Eu sei que o orçamento foi baixo, houveram cortes, mas para um filme que se passa em locações limitadas (metade do filme é ambientado dentro do laboratório), o mínimo que se esperava eram efeitos especiais incríveis. Mas nada passa do decente. Algumas cenas são, até mesmo, vergonhosas, como a primeira fuga do ''Planeta Zero'', mas pelo menos o Coisa ficou perfeito em CGI.
Algumas situações também não são tão bem explicadas:
Após o retorno do Planeta Zero, NINGUÉM cita o desaparecimento de Victor e o fato de Reed sumir durante um ano para procurar uma cura para Ben, sendo que, toda a tecnologia possível estava no Edifício Baxter. Fora o fato de demorarem 1 ano para achá-lo e precisarem dele para alterar um código-fonte. Meio ridículo!
De bom mesmo, o filme tem o seu elenco. Fora Toby Kebell, todos estão muito a vontade e encarnar seus personagens muito bem. Miles Teller é o Sr. Fantástico definitivo e carrega o filme em suas costas.
Pode não ser a maior bomba dos filmes de super-herói (Lanterna e Elektra, falo com vocês mais tarde), mas, sem dúvida, é um desperdício de personagens tão ricos e interessantes. Fica visível o apelo do estúdio no desenvolvimento do filme e o que Josh Trank fez de fato, ali, mas a merda já está feita e, infelizmente, é esperar por mais um reboot ou crossover ou volta dos direitos para a Marvel, afinal, não custa nada torcer.
Quarto de Guerra
3.8 183Existe um contexto a ser tratado em qualquer análise de ''War Room''. Estamos falando de um filme panfletário com viés cristão, ou seja, carece de uma aproximação espiritual com os temas abordados, para que a trama seja ''aceitável''.
Digo isso, pois, o objetivo desse filme é a evangelização e, se acreditamos que o Espírito Santo convence o ser humano de sua palavra, devemos acreditar em situações ''artificiais'' como
Um assaltante recuar pelo Nome de Deus, ou o marido resolver não trair a mulher, que está orando por ele no exato momento(!).
Tendo isso em mente, toda a história do filme flui com muito mais facilidade, mas ainda sim, com alguns defeitos, maneirismos e clichês mal utilizados.
Dos filmes cristãos que assisti, ''War Room'' é um dos melhores exemplares (não que seja algo muito difícil, com pérolas como ''Deus não está morto'') e trás uma abordagem diferente e mais envolvente. As atuações são decentes, assim como o trabalho de direção e fotografia, que ousa em sair da típica filmagem para TV e garante ângulos e planos mais elaborados.
Mas apesar disso, o roteiro peca em diversos momentos, com tramas desnecessárias (era realmente preciso mostrar o pai pulando corda?) e má utilização de temas: Em tempos de hoje, ver uma mulher se submeter ao seu marido daquela forma, é revoltante. Como descrito no início, existe o contexto, sim! Mas faltou um pouco de tato, quanto à escolha do tema a ser abordado, que transformou os personagens em unidimensionais e de personalidade fraca. No final, até há uma ''redenção'':
A esposa dizer que a felicidade dela não depende dele ou de qualquer um, mas de Deus. E que luta a favor da família.
Culpar o diabo, por todos os problemas de nossa casa, é o maior erro entre cristãos devotos.
O final, mais panfletário do que nunca, me incomodou um pouco, mas é de se entender o porque. Mas, no geral, é um bom filme que pode tocar no coração das pessoas (seu real motivo), ou criar mais ódio pela religião e seus seguidores.
Realizar um filme que encontre esse meio-termo e trabalhe todos os conceitos (religiosos e sociais) de forma híbrida e coesa, é o verdadeiro desafio que só Deus pode fazer, ao que parece!
Homem de Ferro 3
3.5 3,4K Assista AgoraCada vez que eu re-assisto ou relembre, fica pior a cada vez.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraO filme que a DC precisava...
Os Caça-Fantasmas
3.7 733 Assista AgoraÉ interessante, ao assistir ''Ghostbusters'', ver como um filme envelhece perante seu público. Eu, hoje, com 22 anos, assisto o filme pela primeira vez e imagino o quão subversiva e interessante, foi a ideia de uma comédia sobre caçadores de fantasmas, na década de 80. Hoje, e não estou falando da qualidade técnica, o filme parece datado e bobo, mas o que vale aqui, não é o pensamento da geração Z, mas sim o sentimento nostálgico que impera em tantas outras obras clássicas e atinge o público que as assistiu no cinema de rua.
Sentimento este, que talvez, não seja sentido com tanto impacto no futuro, por diversos fatores: Seja a necessidade (nunca tão grande) de remakes enlatados (como o próprio ''Ghostbusters'', esse ano) ou a quantidade superando a qualidade, trazendo filmes plasticamente bonitos, mas sem peso em uma grande história ou relevância verdadeira.
Será que a mesma nostalgia que os nossos pais tem de Caça-Fantasmas e outros filmes, será a mesma que nós teremos, pelos filmes de agora?
Finalmente 18
3.0 787 Assista AgoraPoderia ter fugido do final clichê... Mas todo a ''trajetória'' dos protagonistas é bem elaborada e divertidíssima. Vale a pena assistir com uma galera de amigos!
Pegando Fogo
3.3 546 Assista AgoraQuando assisti o trailer, fiquei empolgado com a premissa, mas o mesmo não se concretizou durante os 101 minutos de ''Burnt''. Apesar de não fazer dormir, o roteiro não prende tanto a atenção do público (somando a isso, a montagem capenga) e trás um primeiro ato, irritantemente, didático, assim como certos momentos preguiçosos e clichês (mais uma vez, o casal principal precisa brigar para se entender), mas, ao menos, garante um plot twist interessante, mas logo anulado, o que o torna frustrante.
O que, realmente, carrega o filme, são os seus atores, que se entregam ao papel (principalmente Cooper, emulando Gordon Ramsay, mas com decência) e trazem nuances interessantes aos personagens (contidos, Daniel Bruhl e Emma Thompson são trunfos acertadíssimos e que poderiam ser melhor explorados).
Em resumo, um bom filme que foge da perfeição tão procurada por seu protagonista, mas que cumpre a sua principal promessa: abrir nosso apetite!
O Exterminador do Futuro: Gênesis
3.2 1,2K Assista AgoraÉ estranho assistir ''Terminator: Genesys'', por diversos motivos. Não só pela estranheza de ver (pela 3ª vez!) novos atores nos papeis clássicos (fora o T-800, claro), mas também pela falta de tato com uma das sagas mais inteligentes dos anos 80/90. O que James Cameron idealizou, baseado em um sonho, era tão simples, perturbador e enigmático, que surpreendeu a todos e o alçou ao estrelato, mas, principalmente, nos apresentou um novo conceito em viagem no tempo, que sempre fora explorado no cinema de ficção científica, mas nunca de forma tão brutal como ''Terminator''.
Com uma excelente continuação, que eleva o conceito e nos apresenta efeitos absurdos, a saga pareceu ter fim, mas logo surgiram a 3ª e 4ª partes da histórias, infames desde o início. Já esta 5ª (!) ganha pela nostalgia, mas perde em todo o seu resto. Quase nada no filme se salva, desde as atuações caricatas, aos efeitos mal ajambrados e, obviamente, o roteiro sem pé e nem cabeça!
Venhamos e convenhamos, a grande maioria do público pode entender a história em si, mas ninguém pode dizer que ela faz algum sentido. Como dito acima, o roteiro original do Cameron era tão simples e enigmático, que mesmo sem explicar algo, se mostrava convincente e auto-explicativo. Já aqui, cada diálogo parece fazer parte de um tutorial sobre viagem temporal, o que torna suas 2 horas, maçantes. Por mais bacanas (ou chatos) que sejam os easter eggs e referências, não há filme que, queira se levar a sério, e se sustente nisso.
Um espiral de ''reviravoltas'' (que já haviam sido ''spoileadas'' na campanha de marketing) sem muito apelo, feitas apenas para chocar, falhando miseravelmente. E para fechar com chave de ouro ainda apresentam um final que garante um ''futuro incerto'' para a saga, para logo mostrar uma cena pós-créditos clichê e enfadonha.
Espero que, no futuro, possam voltar no tempo e impedir que esse filme (e, quem sabe, a 3ª e 4ª parte também) seja feito.
Deadpool
4.0 3,0K Assista Agora''Deadpool'' acaba perdendo 1 estrela e meia, apenas, por questões técnicas (efeitos especiais capengas) e de roteiro (seus clichês e utilização banal de personagens), mas ganha 3 e meia, pela diversão, ironia e falta de vergonha na cara, que, colocam na tela uma personificação exata do Mercenário Tagarela. Claro que, nos quadrinhos, o personagem é 100 vezes mais desbocado e vergonhoso, mas aqui, fica claro ser uma das adaptações mais fiéis, de um personagem dos quadrinhos, para o cinema.
Um filme que eu, com certeza, verei de novo, numa tarde de sábado, com os amigos, pra descontrair e fugir dos convencionais filmes de Super-Heróis que são lançados (mesmo ele dizendo que não é um).
Homem-Aranha 3
3.1 1,5K Assista AgoraRuim... Pouca coisa se salva, mas SEMPRE que passa eu assisto. Guilty Pleasure total
Spotlight - Segredos Revelados
4.1 1,7K Assista AgoraToda a trajetória da ''Spotlight Team'' durante as 2 horas de metragem, é extremamente excepcional e hipnotizante. A cada nova descoberta e fonte, o público caminha junto com os jornalistas e, por um momento, se transforma em jornalista também. A importância aqui é a história que eles querem contar (afinal, sabemos poucos dos personagens, seus passados e histórias). Todo o envolvimento, dos mesmos, com o público é cronológico e raso, apresentando assim, uma história passiva, focada no objeto de interesse (a matéria e como ela foi conduzida) e não em quem fez (e o porquê de estarem fazendo).
O descobrimento de toda a canalhice da Igreja Católica de Boston, durante anos, é revoltante em diversos sentidos (pessoais, sociais, espirituais) e é o que realmente chama a atenção aqui, tal como, Robby se indaga, em certo momento do filme: E nós? O que nós fizemos, quando podíamos?
Em diversos momentos da nossa vida, nos deparamos com histórias revoltantes, como essa e, ainda assim, permanecemos de braços cruzados, até o momento em que acontece com um de nós. Pensamentos egoístas e tão revoltantes quando os atos em si. E não somente nós, mas como a mídia em si. O jornalismo tem, por dever, informar de forma imparcial e contribuir com a sociedade e, quando feito, de forma ética, nos deparamos com o que foi retratado no filme e não com o jornalismo de interesses e parcialidade velada. ''Spotlight'' deveria ser passado em todas faculdades de jornalismo no mundo, como exemplo de Jornalismo e ponto.
Sendo assim, ironicamente a condução do filme é feita de forma bem formulaica para um filme jornalístico, não fugindo das câmeras que acompanham o frenesi dos profissionais da informação, dos enquadramentos padrões médios e da qualidade do elenco envolvido. Diversos filmes jornalísticos já foram lançados e, até mesmo, tiveram o buzz que ''Spotlight'' está tendo, então, o sentimento de ''já vi isso em algum lugar'' é inerente, mas não tira a importância do filme.
Sobre o elenco, todos estão muito bem e, absurdamente, competentes com seus personagens e encarnações. Desde Liev Schreiber, que pouco aparece, mas não é ofuscado em momento algum, até o frenesi apaixonante de Mark Ruffalo, que merece todas as indicações que recebeu, em premiações.
Por final, simplesmente amei a trilha sonora, fundamentada em acordes de piano, que é colocada em momentos inusitados, mas funciona plenamente para trazer o clima do filme.
''Spotlight'' é um ótimo filme, que carrega pesos em suas costas: ética, qualidade, renuncia e, até mesmo, fé. Pode não ser o melhor filme, dos indicados ao Oscar, mas, sem dúvida, é um grande filme sobre e para o jornalismo.
Loucamente Apaixonados
3.5 1,2K Assista AgoraApesar de começar corrido e com certa superficialidade, o relacionamento de Anna e Jacob é mostrado de forma realista, durante todos os anos, desde seu primeiro encontro. A atuação e a química entre os personagens é muito bem explorada pelos atores e garantem a identificação com o público.
O roteiro foge do óbvio de algumas comédias românticas e trás certa coragem na abordagem de seus personagens, que, poderiam, cair na antipatia:
Por mais que Jacob amasse Anna, sua falta de lealdade com Sam é absurda e revoltante. Assim como Anna, que parece não saber, de verdade, o que quer. Ela carrega a sua dependência emocional por Jacob e seu problema com o visto, durante todo o filme, vivendo assim, em função disso, nunca tenho realmente lutado, para que Jacob fosse para Londres, afinal, tanto ele quanto ela, estavam crescendo profissionalmente, mas porque somente ela poderia abrir mão disso?
Mas o roteiro também trás uma reflexão interessante, ao nos fazer entender que, apesar de excitantes, os recomeços começam a perder seu sentido, quando em excesso e feitos por comodismo.
A direção de fotografia focada nos personagens, com planos fechados e íntimos é essencial e trás aquele ar ''indie'' tão gostoso em filmes independentes.
Careceu de uma trilha sonora mais inspirada, mas nada que desvirtue a experiencia.
No geral, um ótimo filme!
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraTecnicamente perfeito, com a pegada autoral que o Iñárritu vem trazendo em todos os seus filmes. Pode parecer forçado, para alguns ou genialidade para outros, mas o que, realmente interessa, é o que ele passa para o público com os seus filmes, e no caso de ''The Revenant'' é a mistura de qualidade técnica com uma história bruta e cruel de superação, fugindo do emocional, mas com um pezinho no clichê.
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraMesmo depois de ano, o mundo não se cansa do estilo ''Tarantinesco'' de se fazer cinema e isso, não só, em estética, mas em sentimento. Tarantino é um dos grandes realizadores contemporâneos que, realmente, AMA o que faz e abdicou de uma vida ''comum'' para viver para seus filmes e criar histórias magníficas.
''Os Oito Odiados'' pode não ser seu melhor filme, mas nem por isso é o pior. Em uma carreira louvável, de 8 filmes (e aqui fica a brincadeira com o título), o Titio Tara só mostra amadurecimento e total controle do que está fazendo, de verdade.
Em suas, quase, 3 horas, o filme carrega certa monotonia em seu 2 ato, onde o desenvolvimento de personagens é a cerne, mas que serve, também, como a parte alta de uma montanha russa que está prestes a declinar e nos levar a mais pura alucinação gore e sanguinolenta.
Roteiro bem amarrado e estruturado (totalmente novelizado, como já de costume pelo diretor), trilha sonora perfeita, atuações de alto nível e um desfecho épico, em suas devidas proporções... tudo o que Tarantino promete e cumpre com maestria! Só é uma pena que, a priori, sua carreira termine daqui a mais dois filmes. Continua Tarantino... Nunca te pedi nada!
PS: Li algumas críticas mostrando o paralelo entre a história dos EUA e os personagens e, sinceramente, por ser leigo no contexto histórico americano da época, foi algo que passou batido por mim.
Frances Ha
4.1 1,5K Assista AgoraUm verdadeiro apanhado de situações e que, qualquer um, pode se ver e pensar ''Quem nunca passou por isso?''. Desde o ciúme bobo e adolescente de amigos, até o medo das mudanças que batem a nossa porta, enquanto o tempo passo e nos tornamos mais adultos, sem querer.
A vida de Frances é uma pintura crua, sutil e extremamente realista, onde, todos nós somos os artistas e somos confundidos com nossa própria arte. Assim como a protagonista, bailarina, artista, mas sempre como coadjuvante, substituta e que, ao se entregar a realidade, pôde ver sua verdadeira arte tendo conclusão e sucesso!
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraLogo que a sinopse do filme foi liberada, eu comentei aqui no Filmow: ''Gravidade meets Náufrago''. Isso foi a 6 meses atrás e, até hoje, recebo curtidas desse comentário, rs. Não que eu estivesse equivocado, mas ''The Martian'' é muito mais do que um ''meets'' entre dois grandes filmes dos últimos 15 anos.
Trazendo uma história simples, mas muito bem explicada e contada, todos os elementos de um ''filme espacial'' clássico, estão lá: ''A equipe exploratória, o astronauta que precisa solucionar um problema, a equipe em Terra que o ajuda e ''explica'' o filme ao público. Mas, surpreendentemente, o filme (ao contrário de um exemplo recente: Interstellar) não se leva tão a sério e estabelece uma atmosfera leve em contraste a situação, desesperadora, em que seu personagem principal vive... e funciona muito bem, assim!
Desde a trilha sonora, que brinca com o público em diversos momentos (seja nas músicas Disco, ou na linda montagem ao som de ''Starman'' do Bowie), passando pela atuação precisa de Damon e chegando no roteiro, que balanceia muito bem o humor com o drama e os toques científicos.
Tecnicamente, os efeitos especiais beiram a perfeição e a direção de Scott é extremamente pontual e precisa, assim como a fotografia que capta bem, tanto as planícies da marte fictícia e o infinito espaço, quanto os planos fechados em Damon, em seus momentos de pura solidão.
No geral, um filme que sabe caminhar muito bem entre o blockbuster pipoca e o ímã de premiações e festivais. Espero que seja indicado em todas as categorias possíveis ao Oscar, apesar da pouca chance de ganho, nas categorias principais. Um baita filme, que vai ficar na memória, sem dúvida!
Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola
3.1 548 Assista AgoraUm roteiro que, apesar de não ser hilário (até quando teremos piadas de peido?), ganha pela história redonda e bem contada, munida da simpatia dos atores principais, que carregam o filme nas costas.
Não é o melhor trabalho de MacFarlane (ao qual sou fã), mas garante uma tarde agradável de risadas pontuais, mas bem-vindas.
A Travessia
3.6 613 Assista AgoraApesar de falho, na construção do primeiro ato, ''The Walk'' vence pela beleza e pelo espetáculo. Não que isso, carregue todo o filme, pois suas falhas e equívocos ficam aparentes no momento em que surgem na tela, mas a grandiloquência do espetáculo mostrado por Zemeckis é de encher os olhos.
Carol
3.9 1,5K Assista AgoraAmbientado na década de 50, ''Carol'' trás assuntos atuais de forma dramática, elegante e romancista, sendo sutil e bruto nos momentos em que precisa. O romance entre duas mulheres (uma madura e outra mais jovem), nos apresenta diversas questões, que, ainda hoje, são discutidas e colocadas em xeque, mesmo 50 anos depois.
Cate Blanchett esbanja elegância com sua Carol e trás a ''ação'', sendo a catalisadora de tantos celeumas, apenas por querer ser quem ela é. Um casamento falido, uma filha dividida, uma amizade abafada e sua sexualidade reprimida... tudo em suas costas, em plena década de 50, quando mulheres ainda eram vistas ''apenas'' como donas de casa submissas. (não que, ainda, infelizmente, não seja assim)
Rooney Mara trás a ''reação'' a sua Therese, sendo a jovem imaculada, virgem, apagada na sociedade, com um trabalho simples e sem muitos brilhos (e aqui fica a beleza da escolha de cores para as personagens: vermelho para Carol e bege/preto para Therese). Desde o início, insegura de si, se liberta ao conhecer Carol e reagir ao impulso de se entregar a um amor, inicialmente estranho (devido aos inúmeros confrontos sociais e, especificamente, de seu namorado), mas que a faz descobrir quem ela realmente é.
A abordagem sutil, que o roteiro trás ao romance, é extremamente bem feita e perspicaz, assim como o trabalho de direção de arte, que, desde a primeira cena, nos leva para a época de forma avassaladora. Créditos para o trabalho de fotografia também, com seus enquadramentos incoerentes, mas que mostram-se perfeitos em certos momentos.
Falando em Oscar e premiações, entendo todo o alarde em festivais, mas não vi tanto peso para os grandes prêmios, mesmo sendo um filme feito, milimetricamente, para esses eventos.
Apesar de bem feito e contemporâneo, é uma produção que beira entre o mediano e o bom, apresentando certa profundidade, mas sem, ironicamente, se arriscar demais e trazendo todo o peso dramático em suas protagonistas, sem um roteiro excepcional como base.
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista AgoraÉ incrível ver que, mesmo depois de 30 anos, a saga conseguiu se rejuvenescer, apontar para o futuro e trazer aquele mesmo sentimento empolgante, divertido e, por que não, moleque do filme de 1977.
J.J. faz o filme que os fãs queriam e que a nossa época precisava, bebendo da fonte narrativa dos filmes originais (o que já tinha dado certo, repete o sucesso aqui, de forma nova e atual) e apresentando personagens carismáticos fortes e subversivos. Além de trazer a magia dos efeitos práticos, mostrando personagens palpáveis e que conversam bem com as cenas em CGI, que enchem os olhos pela beleza e qualidade.
E a amálgama entre os personagens e os efeitos é um dos grandes pontos positivos do longa, que desenvolve bem seus protagonistas: Finn e Rey esbanjam carisma, assim como, de costume, Han, Chewie e todos os personagens antigos. Kylo Ren mantém um pouco da incógnita de Darth Vader do Episódio IV, mas já tem (parte de) seus segredos revelados, de forma emocionante. Gostaria de ver mais de Capitã Phasma e Poe Dameron, sendo esse último, o meu personagem favorito, mostrando-se um ''novo'' Han Solo e que, espero, seja melhor aproveitado no futuro.
A emoção de ver todo aquele universo sendo expandido (novamente), cega, um pouco, o fã, mas certos problemas são evidentes, como a ambientação de certos conceitos e a pressa na conclusão, mas nada que estrague a aventura galáctica, e entendendo que ainda temos 2 filmes pela frente, tudo fica mais tragável, mesmo a sensação de conclusão não sendo plena, aqui.
No balanço geral, ''Star Wars - O Despertar da Força'' garante o divertimento do público geral, com momentos cômicos e dramáticos na medida e nos momentos certos. E também garante a felicidade do fã nerd, que tanto aguardava essa continuação e que pode sair da sala de cinema com um sorriso no rosto e sentindo a força presente, mais uma vez!
Jogos Vorazes: A Esperança - O Final
3.6 1,9K Assista AgoraAinda que mantenha a mesma atmosfera e qualidade da sua Parte 1, ''A Esperança - O Final'' não passa uma sensação narrativa plena, mostrando, mais uma vez, o quão desnecessárias são as divisões de filmes.
Financeiramente falando, as divisões são verdadeiras minas de ouro, dobrando o lucro da produção e cortando custos, mas, quando não trazem qualidade e quantidade material, são um verdadeiro problema.
Não chega a ser necessário o conhecimento completo do filme anterior (claro que é aconselhável, mas não necessariamente obrigatório), devido ao primeiro ato repetir o mote que permeia o roteiro da Parte 1: A forma como Katniss aceita e lida com a responsabilidade de ser a imagem de esperança para Panem e um símbolo de guerrilha, para os distritos, contra a Capital. Mas dessa vez, a ação sai do bunker do Distrito 13 e ganha as ruas, surgindo um, interessante, no Jogo Voraz e extremamente mais sádico. As cenas de ação são pontuais e muito bem feitas, cheia de tensão, efeitos e bem coreografadas e filmadas. O segundo ato do filme é ganho nessas horas, em contraponto aos momentos calmos, que são um pouco sonolentos, ao focarem no triangulo amoroso entre Katniss, Peeta e Gale. Já, no terceiro ato, a tranquilidade velada que é instaurada e trás reviravoltas bacanas, mesmo que esperadas, mas remetem a todo o escopo político e social da saga, o que não deixa de ser satisfatório. E, até mesmo, os momentos finais não me afetaram tanto, negativamente.
Era de se esperar um final feliz. Fico triste pela falta de originalidade e covardia, devido a toda maturidade que a saga vinha trazendo, mas não acho que o filme perca pontos significativos, por isso. Afinal de contas, a saga sempre trouxe um pouco disso em sua essência, mesmo que seja piegas e clichê.
Mas, para mim, o filme não consegue se sustentar e se ganhar sozinho. Como disse, não falo por questão do conhecimento da história prévia, mas pelo ponto de vista narrativo que garante as ''Partes'' divididas um efeito arrastado e desnecessariamente longo, que carece de substância para se manter de pé. ''Jogos Vorazes'' mantem o posto de saga adolescente mais interessante e madura dos últimos anos (pós-Harry Potter) e trás um respiro, diante de tanta coisa genérica que assola o cinema. Mesmo que caindo em clichês e maneirismos hollywoodianos, trás uma marca diferente e garante uma memória afetiva mais aprazível do que outras sagas literárias que foram para o cinema.
Vai Que Cola - O Filme
2.7 526 Assista AgoraComo disse uma amiga minha, antes de eu ver o filme: ''As cenas mais engraçadas estão no Trailer''. Em uma época, onde o material publicitário de um filme, em algumas ocasiões, acaba estragando a experiência, pela falta de surpresas, não é de se espantar ao ouvir um comentário desses, mas é incrível sim, o quão literal, ele foi.
Calcado em piadas repetitivas, que funcionam muito bem na TV, afinal, são 30 minutos por semana, onde bordões e situações repetidas não são tão percebidas assim, ''Vai que Cola'' apresenta uma trama rasa, pouco interessante e que parece ser, nada mais, do que um episódio estendido da série.
Apesar de usar artifícios interessantes, como a quebra da 4 parede, o roteiro cai no lugar comum e não desenvolve personagem, não prende o público e trás uma trama estranha, meio confusa até e sem sentido algum. Se não fosse o carisma dos personagens, tudo estaria perdido.
Mesmo cada personagem tendo sua trama, dentro do todo, o único que rouba a cena é o Marcus Majella, que abraça a caricatura e, com seus trejeitos e caras e bocas, trás boas risadas. Os outros, quando não subaproveitados, caem no marasmo de suas histórias bobas e que não levam a lugar nenhum.
Um filme que vence pelo conhecimento prévio de seus personagens e o enorme público do Paulo Gustavo, que, assim como Midas, tudo o que toca, vira ouro. Pena que, as vezes, acontece de ser apenas um banhado do camelô.
Sem Segurança Nenhuma
3.4 254 Assista AgoraUm filme sobre gente estranha em uma festa esquisita, mas que tem a sua beleza, exatamente, em abraçar essa estranheza sem equívocos ou caricaturas.
Você Acredita?
4.0 123 Assista AgoraSou cristão e, até respeito, esse tipo de filme panfletário que fazem. Dos mesmos produtores de ''Deus não está morto'', não esperava-se algo diferente. Mas eu não entendo o porque de se fazer filmes assim, tão caricatos e hiperbólicos, onde todas as histórias PRECISAM de conectar e apresentar um cristão imaginário.
Antes de cristãos, somos humanos e cheios de falhas, mas ''Você Acredita?'' apresenta um tipo de cristão sem mácula, que faz o bem sem ver a quem. Claro que, é uma forma de vender uma imagem... de mostrar ''o que deve ser feito'' como um bom cristão, mas a forma caricata que é feita, chega a distanciar a quem assiste.
As atuações de Mira Sorvino e Lee Majors são o ponto alto de uma produção capenga, panfletária, mas que vai fazer o MAIOR sucesso em palestras jovens e pregações.
Mas para quem tem um pingo de conhecimento sobre cinema, sabe o quão pobre é esse tipo de produção, calcada no emocional, sem visar a realidade e a arte que o cinema pode proporcionar.
Quarteto Fantástico
2.2 1,7K Assista AgoraÉ extremamente esquisito sair da sala de cinema após assistir ''Quarteto Fantástico''.
A sensação é a de que, não um, mas dois filmes foram assistidos. Alguma espécie de promoção não divulgada pelas empresas de cinema, de pague 1 e leve 2. Somado á isso, um sentimento de tristeza também pode ser sentido (eu senti, ao menos), devido a todo o potencial desperdiçado nos 99 minutos de metragem. Não que o filme seja um completo desastre, mas é, sem dúvida, uma montanha russa com mais baixos do que altos.
Parto do ponto de que a história em si é extremamente satisfatória. Apesar de grandes mudanças no cânone clássico, muito do Universo Ultimate está ali e é colocado de tela de forma bacana e interessante. Mostrar a infância de Reed foi um verdadeiro acerto e toda a interação dele com Ben e o seu início no Edifício Baxter são momentos bacanas de se ver. Você se interessa e torce por aquele jovem Nerd. A identificação é imediata.
E após a apresentação de todos os outros personagens (Johnny, Sue , Franklin e Victor), a edição segue a, clássica, montagem cortada para mostrar o desenvolvimento do projeto que eles estão criando, o que demonstra a primeira grande falha do roteiro. Quarteto Fantástico sempre foi sinônimo de família. Uma grande família aventureira, que perde um pouco dessa atmosfera aqui, transformando-os em grandes amigos unidos em um propósito. Entendo que a idade dos personagens influencia nesse quesito, mas, seja Ultimate ou não, o 4F sempre foi uma família, independente de idade.
Assim sendo, a história segue seu rumo até a descoberta do ''Planeta Zero'' e os poderes de cada um, e é aí que tudo começa a desandar.
Tendo dois primeiros atos muito bem trabalhados e simples, em seu final, o filme desanda de uma forma absurda, transformando-se em uma outra história com atmosfera diferente e desenvolvimento nenhum de motivações e conclusões. É tudo tão corrido, que mal parece o final do filme e, como já tido em diversas críticas, o grande mal disso tudo tem nome: Destino. Desde o início, não dá para comprar o personagem, seus ciúmes e isolamento sem sentido. Quando, o mesmo, retorna como Dr. Destino, a apatia é elevada a enésima potência e não entende-se muito bem o que aconteceu com o personagem, seus ideais e o roteiro apela para o pensamento de ''sou vilão porque sou mal''. Triste! O visual não está bom, o ator também não e o roteiro afunda um dos maiores vilões de todos os tempos, com algo piegas e, no mínimo, ridículo!
Outro pronto negativo fica nos efeitos especiais. Eu sei que o orçamento foi baixo, houveram cortes, mas para um filme que se passa em locações limitadas (metade do filme é ambientado dentro do laboratório), o mínimo que se esperava eram efeitos especiais incríveis. Mas nada passa do decente. Algumas cenas são, até mesmo, vergonhosas, como a primeira fuga do ''Planeta Zero'', mas pelo menos o Coisa ficou perfeito em CGI.
Algumas situações também não são tão bem explicadas:
Após o retorno do Planeta Zero, NINGUÉM cita o desaparecimento de Victor e o fato de Reed sumir durante um ano para procurar uma cura para Ben, sendo que, toda a tecnologia possível estava no Edifício Baxter. Fora o fato de demorarem 1 ano para achá-lo e precisarem dele para alterar um código-fonte. Meio ridículo!
De bom mesmo, o filme tem o seu elenco. Fora Toby Kebell, todos estão muito a vontade e encarnar seus personagens muito bem. Miles Teller é o Sr. Fantástico definitivo e carrega o filme em suas costas.
Pode não ser a maior bomba dos filmes de super-herói (Lanterna e Elektra, falo com vocês mais tarde), mas, sem dúvida, é um desperdício de personagens tão ricos e interessantes. Fica visível o apelo do estúdio no desenvolvimento do filme e o que Josh Trank fez de fato, ali, mas a merda já está feita e, infelizmente, é esperar por mais um reboot ou crossover ou volta dos direitos para a Marvel, afinal, não custa nada torcer.