''1917'' é uma experiência cinematográfica de uma imersão que é espetacular, a forma como a direção de Sam Mendes consegue nos colocar nas situações vividas pelo protagonista é de uma esperteza e técnica únicas.
A melhor maneira de resumir o que é ''1917'' seria usando como exemplo o filme ''Mad Max: Estrada da Fúria'', pois ambos tem esplendores técnicos absurdos, sendo perfeitos tecnicamente e muito bem dirigidos, entretanto, ambos também não apostam em um grande roteiro, com uma história bem simples.
Sam Mendes conduz o filme de uma maneira espetacular e cheia de visão, a ideia de ter filmado em plano-sequência foi arriscada, principalmente por ser uma técnica muito difícil de se fazer, e ainda mais para um filme de guerra; mas afirmo, valeu a pena arriscar, pois a maneira como isso faz nos adentrar e fazer parte do filme é sensacional, Mendes nos faz participar da narrativa e sentir toda a tensão que é estar no meio de uma guerra.
Como eu disse anteriormente, o roteiro não é muita coisa, é uma história simples e a forma em que ela é desenvolvida pode ser considerada lenta para alguns, mas não me incomodou. É um roteiro bem simplista sim, mas o que não quer dizer que ele seja ruim.
A trilha sonora é excelente, acompanhando completamente os momentos mais minimalistas e sentimentais do filme, chegando até momentos mais grandiosos e de suspense maior. A fotografia é do mestre Roger Deakins, anteriormente já tendo ganho o Óscar por Blade Runner 2049, aqui o seu trabalho é novamente perfeito, conseguindo muitas vezes explorar desde a sujeira da guerra, até partes mais bela imageticamente, principalmente na cena de Ecoust, usando muito do laranja e do azul.
George MacKay interpreta um personagem que tem uma missão clara, e que fará de tudo para conseguir cumpri-la, e ele consegue passar isso para o público, nos deixando apreensivos o filme inteiro, fazendo nos importar com sua jornada. Dean-Charles Chapman também está bem, com um personagem que tem um motivo mais particular para conseguir chegar até onde foi enviado. De resto, há algumas participações bem pequenas que são boas, mas nada demais, como a de Colin Firth e Benedict Cumberbatch.
''1917'' é simplesmente perfeito tecnicamente, com um roteiro que é deveras simplista, mas que é brilhantemente dirigido e conduzido pelo diretor Sam Mendes. Uma experiência que deve ser assistida na maior tela possível, pois é de uma imersão inacreditável.
Após tantos longas que tem como foco a Segunda Guerra Mundial, este aqui a aborda de uma forma diferente e criativa, mostrando a visão de uma criança alemã sobre o que está acontecendo, além do filme utilizar bastante de uma linguagem satírica para contar a história.
Taika Waititi já se mostrou um ótimo diretor de comédia, com um currículo excelente, e aqui não é diferente, ele consegue misturar gêneros muito bem, com uma certa leveza ao contar a história do garoto Jojo, utilizando muito dos enquadramentos de câmera e da trilha sonora para contar a história. Muitos andam dizendo que Taika Waititi é o novo Wes Anderson, por causa de sua suavidade ao contar histórias e do uso das cores, mas não, eu digo que Taika Waititi é o primeiro Taika Waititi.
O roteiro do filme provavelmente vai ganhar o Óscar de Melhor Roteiro Adaptado, e não dá para dizer que é uma injustiça, pois ele é maravilhoso. Sabe dosar muito bem os momentos mais engraçados, satíricos e irônicos da trama com os momentos de peso, situações mais tensas e mais dramáticas. O roteiro não mede esforços ao mostrar como a maneira dos nazistas pensarem era um absurdo, fazendo-os de piada o tempo inteiro. A mensagem que o filme tem a dizer é linda, poderia muito bem ter caído em terreno da mesmice, mas aqui ela é mostrada aos poucos, sendo sutil e tendo um grande peso na cena final.
Como eu disse antes, a trilha sonora ajuda muito a contar a história, uma hora sendo composta por um violão suave, outras por um piano mais melancólico, além das excelente escolhas musicais, tais como ''The Beatles'', ''Ray Orbison'' e até ''David Bowie''. A fotografia é ótima também, começando com cores vivas e cheias de vida, mas ao longo do filme começa a ficar mais acinzentada e escura.
O elenco todo está em total harmonia, com uma atuação excelente do pequeno Roman Griffin Davis, que interpreta um personagem que começa cego diante de tais doutrinas, mas que começa a adquirir duvidas ao longo do filme. Thomasin McKenzie tem uma sagacidade e uma ironia na maneira como trata a situação com Jojo -aliás, os diálogos deles juntos são muito bons-, que a tornam uma personagem bem interessante. Taika Waititi está completamente caricato aqui, claramente zombando de Hitler, e isso é muito legal de se ver. Scarlett Johansson interpreta bem uma mãe que não concorda e, é até triste, sobre a forma que o filho pensa. Sam Rockwell também entrega uma boa interpretação, apesar de seu personagem não ser muito profundo.
''Jojo Rabbit'' equilibra muito bem os tons, te fazendo rir e chorar em vários momentos, com atores dedicados, um roteiro maravilhoso e uma direção muito boa.
Após ter gostado bastante de Mandy, confesso que minhas expectativas para este filme estavam bem altas, principalmente por ser novamente de Nicolas Cage e por também ser uma adaptação do clássico conto de H.P. Lovecraft.
A direção de Richard Stanley é boa, sabendo bem criar um terror gráfico eficiente, com criaturas bem feitas com efeitos práticos e que lembram muito os filmes de terror dos anos 80, e também explora muito bem o lado cósmico da cor, nos presenteando com um belíssimo show de luzes; ao meu ver, entretanto, o diretor abusa demais algumas horas e exagera no que é mostrado, podendo ter deixado um pouco para a imaginação do espectador, o que iria ajudar na atmosfera e ser bem mais aterrorizante -principalmente, no ato final, que é bem exagerado-. Mas, há algumas cenas que são bem perturbadoras e bizarras.
Mérito dessa bizarrice, se deve também ao roteiro, que explora bastante algumas interações dos personagens com a cor, e como isso vai aos poucos afetando a mente deles. Apesar de ter alguns diálogos que são bem duvidosos, e de ter alguns personagens que poderiam ter sido facilmente cortados da trama, o roteiro adapta bem esse terror cósmico que é tão presente nas obras de Lovecraft.
Sobre o elenco, Nicolas Cage é o destaque aqui, tendo uma interpretação contida no início, até meio cômica, em algumas horas, mas aos poucos enlouquecendo e nos entregando um surto que é selo Nicolas Cage de qualidade. Madeleine Arthur e Julian Hilliard também entregam interpretações decentes e operantes, mas sem muito o que fazer. Elliot Knight é o pior do elenco, com uma interpretação bem blasé e genérica, mas não tinha muito o que fazer, devido ao seu personagem ser completamente desinteressante.
A fotografia do filme é bonita, com muitos momentos ostentando a cor misteriosa que está tomando conta da fazenda, e isso acaba nos fornecendo imagens que são bastante belas em sua composição. A trilha sonora com ruídos agudos e que vão aos poucos se elevando, funciona, apesar de não ter nada demais.
''A Cor que Caiu do Espaço'' poderia ter brincado mais com a atmosfera e com a mente do espectador, mas é bizarro, conta com um Nicolas Cage surtado, uma fotografia bonita, algumas cenas perturbadoras e um roteiro que explora bastante o terror cósmico lovecraftiano.
O novo filme de Alexandre Aja -um bom diretor de terror, com trabalhos como Alta Tensão, Espelhos do Medo, e as refilmagens de Viagem Maldita e Piranha-, juntamente do produtor Sam Raimi, que dispensa apresentações, é um longa que tem referências claras a vários filmes clássicos do sub-gênero ''animal assassino'', principalmente ao primeiro Tubarão.
A direção de Aja, constrói o filme de uma forma que é bem objetiva, com o ritmo fluindo, cheio de adrenalina, e que te faz ficar tenso, angustiado, certas vezes até assustado, devido ao uso de jump scares, que funcionam em sua maioria; mas, principalmente, o diretor consegue transpassar a claustrofobia dos personagens, utilizando muito bem da câmera e da iluminação.
O roteiro aposta na ideia de que menos é mais, e isso funciona, dando total foco á situação dos dois personagens, sabendo bem explorar a relação da garota e de seu pai, ao mesmo tempo que dá situações de perigo para os dois de uma forma relativamente boa. Porém, há personagens secundários que não acrescentam em nada na trama, e aparecem apenas para gerar cenas sanguinárias. Algumas decisões dos protagonistas são bem questionáveis também. Mas em geral, o roteiro é ok.
Kaya Scodelario interpreta bem sua personagem, fazendo-nos torcer por ela e nos importar nas cenas mais tensas, não tem lá muito desenvolvimento, mas o suficiente para ser explorada. Barry Pepper também faz o que pode, apesar de não ser um personagem que faz muita coisa, o público consegue entender a relação dos dois muito bem, principalmente devido a química dos atores.
''Crawl'' é um bom filme, que cria claustrofobia, tensão e angústia muito bem, apesar de alguns deslizes no roteiro.
''Uncut Gems'' chega com tudo, a nova obra feita pelos Irmãos Safdie -diretores do muito bom e aclamado ''Good Time''-, o longa que prometia trazer o Óscar para o Adam Sandler... e, infelizmente, não, ele não foi sequer indicado, o que já é uma injustiça em si, pois dá pra tirar facilmente Jonathan Pryce e colocá-lo ali.
Brilhantemente dirigido, com um estilo que já é marca registrada dos diretores, o filme em si é como uma montanha russa de sentimentos, tornando-o uma experiência que vai te deixar agoniado, perplexo e muito, muito ansioso. Apesar da premissa ser deveras simples, a direção estilosa e inquietante injetam muita vida ao longa.
O roteiro é sagaz, esperto, com diálogos bem escritos, e sabendo como colocar situações que são tensas e inesperadas, não fugindo do realismo. A trilha sonora conversa muito com as cenas, com tons de synth wave clássico que eu, particularmente, adoro. A fotografia também é muito bonita, SIMPLESMENTE ADORO LUZES NEON.
Adam Sandler está na atuação de sua vida, com um personagem instável, desequilibrado, viciado em apostas, manipulador e bem detestável, na verdade, é um personagem muito fascinante. O final do roteiro para Howard Ratner é perfeito, não poderia ter acabado de uma maneira diferente.
''Uncut Gems'' vai te provocar crises de ansiedade e fazer com que você não tire os olhos da tela por um segundo, tendo uma harmonia perfeita entre roteiro, trilha sonora, direção, atuações e fotografia. Certamente, um dos melhores longas do ano, aguardo ansiosamente pelo próximo trabalho dos irmãos Safdie, pois estão cada vez impressionando mais.
PS: Encerrar com L'amour Toujours nos créditos, foi a cereja no bolo.
Depois de muito tempo, consegui conferir o novo filme do Kevin Smith, com essa dupla de maconheiros de que eu tanto gosto. E devo dizer, eu me diverti horrores assistindo-o.
Sim, é um filme bobo, sem nexo, sem sentido algum, mas ele tem total consciência disso e tira sarro de absolutamente tudo da cultura pop, tendo milhares de referências, que são utilizadas como instrumento cômico e isso funciona muito bem.
Definitivamente, não é para todos os públicos, você precisa ser um fã dos trabalhos do Kevin Smith para poder apreciar o filme e entender todas as coisas ao qual ele tira sarro. Aliás, o filme consegue ainda ser uma ótima crítica a como Hollywood só se importa com dinheiro e vive lançando 300 reboots das mesmas coisas.
Foi muito agradável e divertido ver esses dois personagens novamente, Jay e Silent Bob voltam com tudo, em um filme cheio de metalinguagem, humor, maconha e lotado de participações especiais -uma, em específico, no meio dos créditos, me deixou até um pouco tocado-.
''Jay and Silent Bob Reboot'' é estúpido para caramba, e eu adorei por causa disto.
O Óscar esnobou grandes pérolas da A24 (The Lighthouse, Uncut Gems, Midsommar), realmente, mas ter esnobado Waves, foi de doer.
''Waves'' além de ser uma experiência completamente imersiva, é também um filme muito lindo, tanto em sua estética, quanto em seu roteiro. É dividido em duas partes, a primeira mostra um drama pessoal bem pesado, pois lida com assuntos importantes como aborto, pressão familiar, depressão, entre outras coisas. Para mim, a primeira parte funcionou perfeitamente, não tendo nenhum defeito e conseguindo ter um ritmo bem dinâmico e equilibrado. Já a segunda parte, tem um ritmo mais lento e não tão impactante, e a transição de uma parte para a outra foi muito brusca, pelo menos, para mim. Ainda assim, a segunda parte é bem bonita, sabendo desenvolver bastante o amor entre os personagens de uma forma leve e introspectiva.
Trey Edward Shults, tem total controle do filme que está dirigindo, é impressionante como o uso da câmera aqui é tão significativo para a história. A transição da câmera pelo ambiente é, ás vezes, de uma forma suave, delicada, e em outras é mais frenética, ajudando bastante na imersão do espectador.
A parte técnica é maravilhosa, principalmente a trilha sonora, que se mostra MUITO presente na trama, tendo ótimas escolhas musicais. Esteticamente, também, é uma das obras mais belas do ano, cheio de luzes neon, cores frias e quentes -muito vermelho e azul-, ajudando sutilmente na emoção dos personagens.
O elenco, nem se fala então, todos estão muito bem, mas para mim, o destaque foi de Sterling K. Brown, que trouxe uma interpretação forte, emotiva e completamente humana -bem melhor que o Brad Pitt, por exemplo, que provavelmente irá levar Melhor Ator Coadjuvante, por Era uma Vez em Hollywood-.
''Waves'' é lindo esteticamente, tem uma ótima direção, um elenco muito bom, e uma trilha sonora que conversa com a trama e traz uma imersão sensacional que só o cinema é capaz de nos proporcionar.
O filme tem uma premissa muito simples, mas através desta simplicidade, o roteiro minimalista consegue aprofundar sentimentos de uma forma que é completamente crível e realista, a autenticidade das emoções aqui é de se parabenizar. Há muito a ser dito, principalmente sobre as nossas relações com nossos familiares, me trouxe vários questionamentos sobre como seria esta situação na minha família.
A diretora -que também é roteirista- Lulu Wang conduz a trama com uma certa leveza, mas de uma forma muito paciente, não é como se fosse um drama genérico e expositivo, a profundidade está nos detalhes e em sua sutileza nas cenas. O silêncio é muito bem utilizado.
Awkwafina está excelente, que as melhores cenas, para mim, é quando a câmera foca completamente nela, e podemos notar o seu olhar de pesar e, assim, podemos sentir toda tristeza que a personagem carrega apenas com isso, pois Billi era a que era mais próxima de sua avó, e a que tinha mais conflito sobre se devia contar ou não a verdade sobre a situação. É realmente uma bela interpretação.
Não, ''The Farewell'' não é um filme inovador, mas dentro do que se propõe, é uma obra bela e profunda sobre o quão difícil é nos despedir de nossos entes queridos. E, sim, merecia algumas indicações ao Óscar, é uma tristeza Awkwafina ter sido esnobada pela Academia.
Entendam, esse foi o filme feito para nós, os fãs da DC. Zack Snyder provou ser um ótimo diretor de quadrinhos. Ben Affleck é o melhor Batman do cinema. Henry Cavill como Superman está muito bem, mas como Clark Kent está apenas ok. Gal Gadot é uma incrível Mulher-Maravilha. Jesse Eisenberg apesar de algumas cenas exagerar na atuação, está bem como Lex Luthor. E a trilha sonora, magnífica! O filme está repleto de reviravoltas, e é bem sombrio. Fãs de quadrinhos, assistam! Não irão se decepcionar.
A fotografia é fenomenal! Talvez a melhor que já vi em minha vida. Leonardo DiCaprio está sensacional, transmitindo uma dor e agonia genuínos. Tom Hardy é um vilão desprezível, e só pelo fato de me fazer conseguir odiá-lo, já atuou super bem. O roteiro do filme não é tão bom assim, o final não tem muitas surpresas, como qualquer filme de vingança (exceto Oldboy e Kill Bill). Não merece o Óscar de Melhor Filme, Mad Max: Fury Road foi melhor. Mas, não deixa de ser um ótimo filme, lindo de se ver.
1917
4.2 1,8K Assista Agora''1917'' é uma experiência cinematográfica de uma imersão que é espetacular, a forma como a direção de Sam Mendes consegue nos colocar nas situações vividas pelo protagonista é de uma esperteza e técnica únicas.
A melhor maneira de resumir o que é ''1917'' seria usando como exemplo o filme ''Mad Max: Estrada da Fúria'', pois ambos tem esplendores técnicos absurdos, sendo perfeitos tecnicamente e muito bem dirigidos, entretanto, ambos também não apostam em um grande roteiro, com uma história bem simples.
Sam Mendes conduz o filme de uma maneira espetacular e cheia de visão, a ideia de ter filmado em plano-sequência foi arriscada, principalmente por ser uma técnica muito difícil de se fazer, e ainda mais para um filme de guerra; mas afirmo, valeu a pena arriscar, pois a maneira como isso faz nos adentrar e fazer parte do filme é sensacional, Mendes nos faz participar da narrativa e sentir toda a tensão que é estar no meio de uma guerra.
Como eu disse anteriormente, o roteiro não é muita coisa, é uma história simples e a forma em que ela é desenvolvida pode ser considerada lenta para alguns, mas não me incomodou. É um roteiro bem simplista sim, mas o que não quer dizer que ele seja ruim.
A trilha sonora é excelente, acompanhando completamente os momentos mais minimalistas e sentimentais do filme, chegando até momentos mais grandiosos e de suspense maior. A fotografia é do mestre Roger Deakins, anteriormente já tendo ganho o Óscar por Blade Runner 2049, aqui o seu trabalho é novamente perfeito, conseguindo muitas vezes explorar desde a sujeira da guerra, até partes mais bela imageticamente, principalmente na cena de Ecoust, usando muito do laranja e do azul.
George MacKay interpreta um personagem que tem uma missão clara, e que fará de tudo para conseguir cumpri-la, e ele consegue passar isso para o público, nos deixando apreensivos o filme inteiro, fazendo nos importar com sua jornada. Dean-Charles Chapman também está bem, com um personagem que tem um motivo mais particular para conseguir chegar até onde foi enviado. De resto, há algumas participações bem pequenas que são boas, mas nada demais, como a de Colin Firth e Benedict Cumberbatch.
''1917'' é simplesmente perfeito tecnicamente, com um roteiro que é deveras simplista, mas que é brilhantemente dirigido e conduzido pelo diretor Sam Mendes. Uma experiência que deve ser assistida na maior tela possível, pois é de uma imersão inacreditável.
Jojo Rabbit
4.2 1,6K Assista AgoraApós tantos longas que tem como foco a Segunda Guerra Mundial, este aqui a aborda de uma forma diferente e criativa, mostrando a visão de uma criança alemã sobre o que está acontecendo, além do filme utilizar bastante de uma linguagem satírica para contar a história.
Taika Waititi já se mostrou um ótimo diretor de comédia, com um currículo excelente, e aqui não é diferente, ele consegue misturar gêneros muito bem, com uma certa leveza ao contar a história do garoto Jojo, utilizando muito dos enquadramentos de câmera e da trilha sonora para contar a história. Muitos andam dizendo que Taika Waititi é o novo Wes Anderson, por causa de sua suavidade ao contar histórias e do uso das cores, mas não, eu digo que Taika Waititi é o primeiro Taika Waititi.
O roteiro do filme provavelmente vai ganhar o Óscar de Melhor Roteiro Adaptado, e não dá para dizer que é uma injustiça, pois ele é maravilhoso. Sabe dosar muito bem os momentos mais engraçados, satíricos e irônicos da trama com os momentos de peso, situações mais tensas e mais dramáticas. O roteiro não mede esforços ao mostrar como a maneira dos nazistas pensarem era um absurdo, fazendo-os de piada o tempo inteiro. A mensagem que o filme tem a dizer é linda, poderia muito bem ter caído em terreno da mesmice, mas aqui ela é mostrada aos poucos, sendo sutil e tendo um grande peso na cena final.
Como eu disse antes, a trilha sonora ajuda muito a contar a história, uma hora sendo composta por um violão suave, outras por um piano mais melancólico, além das excelente escolhas musicais, tais como ''The Beatles'', ''Ray Orbison'' e até ''David Bowie''. A fotografia é ótima também, começando com cores vivas e cheias de vida, mas ao longo do filme começa a ficar mais acinzentada e escura.
O elenco todo está em total harmonia, com uma atuação excelente do pequeno Roman Griffin Davis, que interpreta um personagem que começa cego diante de tais doutrinas, mas que começa a adquirir duvidas ao longo do filme. Thomasin McKenzie tem uma sagacidade e uma ironia na maneira como trata a situação com Jojo -aliás, os diálogos deles juntos são muito bons-, que a tornam uma personagem bem interessante. Taika Waititi está completamente caricato aqui, claramente zombando de Hitler, e isso é muito legal de se ver. Scarlett Johansson interpreta bem uma mãe que não concorda e, é até triste, sobre a forma que o filho pensa. Sam Rockwell também entrega uma boa interpretação, apesar de seu personagem não ser muito profundo.
''Jojo Rabbit'' equilibra muito bem os tons, te fazendo rir e chorar em vários momentos, com atores dedicados, um roteiro maravilhoso e uma direção muito boa.
A Cor que Caiu do Espaço
3.1 348Após ter gostado bastante de Mandy, confesso que minhas expectativas para este filme estavam bem altas, principalmente por ser novamente de Nicolas Cage e por também ser uma adaptação do clássico conto de H.P. Lovecraft.
A direção de Richard Stanley é boa, sabendo bem criar um terror gráfico eficiente, com criaturas bem feitas com efeitos práticos e que lembram muito os filmes de terror dos anos 80, e também explora muito bem o lado cósmico da cor, nos presenteando com um belíssimo show de luzes; ao meu ver, entretanto, o diretor abusa demais algumas horas e exagera no que é mostrado, podendo ter deixado um pouco para a imaginação do espectador, o que iria ajudar na atmosfera e ser bem mais aterrorizante -principalmente, no ato final, que é bem exagerado-. Mas, há algumas cenas que são bem perturbadoras e bizarras.
Mérito dessa bizarrice, se deve também ao roteiro, que explora bastante algumas interações dos personagens com a cor, e como isso vai aos poucos afetando a mente deles. Apesar de ter alguns diálogos que são bem duvidosos, e de ter alguns personagens que poderiam ter sido facilmente cortados da trama, o roteiro adapta bem esse terror cósmico que é tão presente nas obras de Lovecraft.
Sobre o elenco, Nicolas Cage é o destaque aqui, tendo uma interpretação contida no início, até meio cômica, em algumas horas, mas aos poucos enlouquecendo e nos entregando um surto que é selo Nicolas Cage de qualidade. Madeleine Arthur e Julian Hilliard também entregam interpretações decentes e operantes, mas sem muito o que fazer. Elliot Knight é o pior do elenco, com uma interpretação bem blasé e genérica, mas não tinha muito o que fazer, devido ao seu personagem ser completamente desinteressante.
A fotografia do filme é bonita, com muitos momentos ostentando a cor misteriosa que está tomando conta da fazenda, e isso acaba nos fornecendo imagens que são bastante belas em sua composição. A trilha sonora com ruídos agudos e que vão aos poucos se elevando, funciona, apesar de não ter nada demais.
''A Cor que Caiu do Espaço'' poderia ter brincado mais com a atmosfera e com a mente do espectador, mas é bizarro, conta com um Nicolas Cage surtado, uma fotografia bonita, algumas cenas perturbadoras e um roteiro que explora bastante o terror cósmico lovecraftiano.
Predadores Assassinos
3.2 770 Assista AgoraO novo filme de Alexandre Aja -um bom diretor de terror, com trabalhos como Alta Tensão, Espelhos do Medo, e as refilmagens de Viagem Maldita e Piranha-, juntamente do produtor Sam Raimi, que dispensa apresentações, é um longa que tem referências claras a vários filmes clássicos do sub-gênero ''animal assassino'', principalmente ao primeiro Tubarão.
A direção de Aja, constrói o filme de uma forma que é bem objetiva, com o ritmo fluindo, cheio de adrenalina, e que te faz ficar tenso, angustiado, certas vezes até assustado, devido ao uso de jump scares, que funcionam em sua maioria; mas, principalmente, o diretor consegue transpassar a claustrofobia dos personagens, utilizando muito bem da câmera e da iluminação.
O roteiro aposta na ideia de que menos é mais, e isso funciona, dando total foco á situação dos dois personagens, sabendo bem explorar a relação da garota e de seu pai, ao mesmo tempo que dá situações de perigo para os dois de uma forma relativamente boa. Porém, há personagens secundários que não acrescentam em nada na trama, e aparecem apenas para gerar cenas sanguinárias. Algumas decisões dos protagonistas são bem questionáveis também. Mas em geral, o roteiro é ok.
Kaya Scodelario interpreta bem sua personagem, fazendo-nos torcer por ela e nos importar nas cenas mais tensas, não tem lá muito desenvolvimento, mas o suficiente para ser explorada. Barry Pepper também faz o que pode, apesar de não ser um personagem que faz muita coisa, o público consegue entender a relação dos dois muito bem, principalmente devido a química dos atores.
''Crawl'' é um bom filme, que cria claustrofobia, tensão e angústia muito bem, apesar de alguns deslizes no roteiro.
Joias Brutas
3.7 1,1K Assista AgoraQue filme, meus senhores, que filme!
Eu não sabia que precisava tanto de uma cena onde
o The Weeknd e o Adam Sandler caem na porrada.
''Uncut Gems'' chega com tudo, a nova obra feita pelos Irmãos Safdie -diretores do muito bom e aclamado ''Good Time''-, o longa que prometia trazer o Óscar para o Adam Sandler... e, infelizmente, não, ele não foi sequer indicado, o que já é uma injustiça em si, pois dá pra tirar facilmente Jonathan Pryce e colocá-lo ali.
Brilhantemente dirigido, com um estilo que já é marca registrada dos diretores, o filme em si é como uma montanha russa de sentimentos, tornando-o uma experiência que vai te deixar agoniado, perplexo e muito, muito ansioso. Apesar da premissa ser deveras simples, a direção estilosa e inquietante injetam muita vida ao longa.
O roteiro é sagaz, esperto, com diálogos bem escritos, e sabendo como colocar situações que são tensas e inesperadas, não fugindo do realismo. A trilha sonora conversa muito com as cenas, com tons de synth wave clássico que eu, particularmente, adoro. A fotografia também é muito bonita, SIMPLESMENTE ADORO LUZES NEON.
Adam Sandler está na atuação de sua vida, com um personagem instável, desequilibrado, viciado em apostas, manipulador e bem detestável, na verdade, é um personagem muito fascinante. O final do roteiro para Howard Ratner é perfeito, não poderia ter acabado de uma maneira diferente.
''Uncut Gems'' vai te provocar crises de ansiedade e fazer com que você não tire os olhos da tela por um segundo, tendo uma harmonia perfeita entre roteiro, trilha sonora, direção, atuações e fotografia. Certamente, um dos melhores longas do ano, aguardo ansiosamente pelo próximo trabalho dos irmãos Safdie, pois estão cada vez impressionando mais.
PS: Encerrar com L'amour Toujours nos créditos, foi a cereja no bolo.
[spoiler][/spoiler]
O Império (do Besteirol) Contra-Ataca: Reboot
2.9 49 Assista AgoraSnootchie, bootchies!
Depois de muito tempo, consegui conferir o novo filme do Kevin Smith, com essa dupla de maconheiros de que eu tanto gosto. E devo dizer, eu me diverti horrores assistindo-o.
Sim, é um filme bobo, sem nexo, sem sentido algum, mas ele tem total consciência disso e tira sarro de absolutamente tudo da cultura pop, tendo milhares de referências, que são utilizadas como instrumento cômico e isso funciona muito bem.
Definitivamente, não é para todos os públicos, você precisa ser um fã dos trabalhos do Kevin Smith para poder apreciar o filme e entender todas as coisas ao qual ele tira sarro. Aliás, o filme consegue ainda ser uma ótima crítica a como Hollywood só se importa com dinheiro e vive lançando 300 reboots das mesmas coisas.
Foi muito agradável e divertido ver esses dois personagens novamente, Jay e Silent Bob voltam com tudo, em um filme cheio de metalinguagem, humor, maconha e lotado de participações especiais -uma, em específico, no meio dos créditos, me deixou até um pouco tocado-.
''Jay and Silent Bob Reboot'' é estúpido para caramba, e eu adorei por causa disto.
As Ondas
3.9 164O Óscar esnobou grandes pérolas da A24 (The Lighthouse, Uncut Gems, Midsommar), realmente, mas ter esnobado Waves, foi de doer.
''Waves'' além de ser uma experiência completamente imersiva, é também um filme muito lindo, tanto em sua estética, quanto em seu roteiro. É dividido em duas partes, a primeira mostra um drama pessoal bem pesado, pois lida com assuntos importantes como aborto, pressão familiar, depressão, entre outras coisas. Para mim, a primeira parte funcionou perfeitamente, não tendo nenhum defeito e conseguindo ter um ritmo bem dinâmico e equilibrado. Já a segunda parte, tem um ritmo mais lento e não tão impactante, e a transição de uma parte para a outra foi muito brusca, pelo menos, para mim. Ainda assim, a segunda parte é bem bonita, sabendo desenvolver bastante o amor entre os personagens de uma forma leve e introspectiva.
Trey Edward Shults, tem total controle do filme que está dirigindo, é impressionante como o uso da câmera aqui é tão significativo para a história. A transição da câmera pelo ambiente é, ás vezes, de uma forma suave, delicada, e em outras é mais frenética, ajudando bastante na imersão do espectador.
A parte técnica é maravilhosa, principalmente a trilha sonora, que se mostra MUITO presente na trama, tendo ótimas escolhas musicais.
Esteticamente, também, é uma das obras mais belas do ano, cheio de luzes neon, cores frias e quentes -muito vermelho e azul-, ajudando sutilmente na emoção dos personagens.
O elenco, nem se fala então, todos estão muito bem, mas para mim, o destaque foi de Sterling K. Brown, que trouxe uma interpretação forte, emotiva e completamente humana -bem melhor que o Brad Pitt, por exemplo, que provavelmente irá levar Melhor Ator Coadjuvante, por Era uma Vez em Hollywood-.
''Waves'' é lindo esteticamente, tem uma ótima direção, um elenco muito bom, e uma trilha sonora que conversa com a trama e traz uma imersão sensacional que só o cinema é capaz de nos proporcionar.
A Despedida
4.0 298O filme tem uma premissa muito simples, mas através desta simplicidade, o roteiro minimalista consegue aprofundar sentimentos de uma forma que é completamente crível e realista, a autenticidade das emoções aqui é de se parabenizar. Há muito a ser dito, principalmente sobre as nossas relações com nossos familiares, me trouxe vários questionamentos sobre como seria esta situação na minha família.
A diretora -que também é roteirista- Lulu Wang conduz a trama com uma certa leveza, mas de uma forma muito paciente, não é como se fosse um drama genérico e expositivo, a profundidade está nos detalhes e em sua sutileza nas cenas. O silêncio é muito bem utilizado.
Awkwafina está excelente, que as melhores cenas, para mim, é quando a câmera foca completamente nela, e podemos notar o seu olhar de pesar e, assim, podemos sentir toda tristeza que a personagem carrega apenas com isso, pois Billi era a que era mais próxima de sua avó, e a que tinha mais conflito sobre se devia contar ou não a verdade sobre a situação. É realmente uma bela interpretação.
Não, ''The Farewell'' não é um filme inovador, mas dentro do que se propõe, é uma obra bela e profunda sobre o quão difícil é nos despedir de nossos entes queridos. E, sim, merecia algumas indicações ao Óscar, é uma tristeza Awkwafina ter sido esnobada pela Academia.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraEntendam, esse foi o filme feito para nós, os fãs da DC.
Zack Snyder provou ser um ótimo diretor de quadrinhos. Ben Affleck é o melhor Batman do cinema. Henry Cavill como Superman está muito bem, mas como Clark Kent está apenas ok. Gal Gadot é uma incrível Mulher-Maravilha. Jesse Eisenberg apesar de algumas cenas exagerar na atuação, está bem como Lex Luthor. E a trilha sonora, magnífica! O filme está repleto de reviravoltas, e é bem sombrio.
Fãs de quadrinhos, assistam! Não irão se decepcionar.
Drive
3.9 3,5K Assista AgoraSó uma coisa a dizer, ''a real human being and a real hero''! Que trilha sonora, hein. Filme muito bom.
A Colina Escarlate
3.3 1,3K Assista AgoraÉ simplesmente o filme em que Del Toro deu mais atenção ao visual do que para o roteiro. Mediano.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraA fotografia é fenomenal! Talvez a melhor que já vi em minha vida. Leonardo DiCaprio está sensacional, transmitindo uma dor e agonia genuínos. Tom Hardy é um vilão desprezível, e só pelo fato de me fazer conseguir odiá-lo, já atuou super bem. O roteiro do filme não é tão bom assim, o final não tem muitas surpresas, como qualquer filme de vingança (exceto Oldboy e Kill Bill). Não merece o Óscar de Melhor Filme, Mad Max: Fury Road foi melhor. Mas, não deixa de ser um ótimo filme, lindo de se ver.
Batman: O Cavaleiro das Trevas
4.5 3,8K Assista AgoraMelhor filme de super-herói.