Eu não entendo quando acham essa série difícil de engajar. Sério.
O 1° episódio é tão bom que dá tesão. Em 6 minutos, você já sabe praticamente tudo o que precisa e a história já te fisga pra o que vem a seguir.
1. Um idoso acorda de madrugada perdido dentro de casa e mija no chão achando que tá no banheiro.
2. Na manhã seguinte, um executivo mucilon canta trap no banco de trás do carro enquanto é levado pelo seu motorista particular pra o que seria a maior negociação da sua carreira.
3. No momento que ele entra na sala e senta, é completamente humilhado pelo dono da empresa que queria comprar.
4. Em vez de preservar a sua imagem, ele tenta reverter a situação sem sucesso, definhando na frente de todos os seus colegas de trabalho.
5. O alvo da negociação sai de cena, o silêncio reina e um dos parceiros dele solta essa: "Quer ligar pro seu pai?"
Ao que ele responde: "Não. E tu quer ligar pro teu?"
Sério. Toda vez que eu vejo esse episódio eu deliro. E isso são só os primeiros 6 minutos.
As cartas estão na mesa:
✓ Um dinossauro da mídia tá acometido por doença degenerativa.
✓ O principal candidato à sucessão, seu filho prodígio, é frágil, errante e psicologicamente fodido. Isso cria um vácuo no poder.
✓ O que um personagem fala não é necessariamente o que ele quer dizer. É só um combo de palavras de baixo calão que esconde uma puta insegurança por trás.
✓ Todo mundo na série é mal resolvido e ninguém faz terapia. Então, é um show de passivo-agressividade deliciosa. Do tipo torta de climão. Nada de Great Place To Work aqui. É Casos de Família e Márcia Goldschmidt na sua essência, só muda a declaração de imposto de renda dos participantes.
Succession é uma das minhas séries favoritas. E é por isso que esse final me decepcionou. Quando uma série vai encerrar, ela precisa te preparar pra o fim, pra que você sinta, a cada episódio, que está caminhando junto com os personagens para um destino planejado. Nessa temporada, fora os capítulos 3 e 9, eu não vi isso acontecer. Ao contrário, senti minhas expectativas sendo manipuladas o tempo todo pelos roteiristas pra que a trama pudesse sustentar o aspecto subversivo que a tornou tão famosa.
Prevaleceu a intenção de chocar, e não de terminar a jornada de forma coerente. Quando parece que os personagens finalmente se libertaram das expectativas de corresponder o que o pai esperava deles e vão, enfim, começar a se curar, a se entender, a se permitir serem eles mesmos e traçar os próprios caminhos, têm novamente o bandaid arrancado, num interminável ciclo de exposição de feridas. Pra mim, uma história de ascensão e queda só funciona quando existe ascensão, e não só queda o tempo todo. Fica a sensação de que eles percorreram 4 temporadas para chegar a lugar algum. Nenhum dos foreshadowings foi usado - o testamento de Logan, a resiliência do Kendall após apanhar tanto, as fraquezas de Roman que ele sempre escondeu, a superação da Shiv pelo fato de ser desacreditada enquanto mulher - tudo foi descartado pra, no final, resumir os personagens a uma piada. Nós já sabíamos que os irmãos se levam a sério demais, que são totalmente quebrados por dentro, e não estão à altura de suceder o pai. Tudo isso tinha ficado muito claro nas temporadas anteriores. Mas é só isso? Ainda por cima, os roteiristas nos seduziram com a possibilidade de união dos três para logo em seguida puxarem o nosso tapete, faltando 30 minutos pra encerrar a série. Colocaram até na boca da Shiv que o Kendall não poderia ser coroado porque matou alguém, parafraseando "você é malvado, não pode ganhar" da forma mais demagógica possível. E isso não tá à altura do texto de Succession. Quis ser surpreendido e me arrependi.
Mas é isso. Continua sendo uma das melhores coisas que surgiram na TV nos últimos anos. Agora é viver a saudade e seguir em frente. 💔
Trazer o protagonismo pra o romance entre Bill e Frank fez toda a diferença tanto para o espectador quanto para a trajetória do Joel e da Ellie.
Essa decisão, além de ser um respiro para o horror pós apocalíptico, fortalece a mensagem, de uma maneira muito sutil e bonita, de que a vida, mesmo aos frangalhos, só vale a pena quando você tem alguém que ama ao seu lado. Joel tem um propósito muito maior que ele nesse contexto todo: proteger a Ellie. É a missão do personagem ganhando sentido para ele. Obrigado aos intérpretes, aos diretores e a toda a equipe por trás dessa história. Série ímpar!
Entendo que esse aspecto de confusão generalizada na última cena foi proposital, mas não ajuda em nada a gente a entender o que de fato aconteceu e porque aconteceu. Acredito que a decisão tem que servir à narrativa, e foi o contrário aqui. Além disso, o roteiro acaba chovendo no molhado com relação aos
Já deixou de surpreender. Mas, nem isso tira o brilho da série. Pra mim, o E04 até então foi o melhor! Vai ser difícil se despedir de Milly Alcock e Emily Carey.
Shiv: Quer um pouco de gel antisséptico pra a sua mão? Gil: Qual é a piada? Que eu espero desinfetar minha mão depois de cumprimentar um cara na rua? Não, obrigado. Nate: É, foi uma piada de mal gosto, Shiv. Gil: Eu só estou dizendo que devemos ter um pouco mais de respeito pelos trabalhadores, mesmo que internamente. Me desculpe, Shiv, mas acho que você vive numa bolha, é essa piada é aceitável entre seus parentes e amigos… Shiv: Não me vem com essa merda. Não jogue a culpa em mim porque você tá vendendo a alma. Gil: Acho que devemos continuar essa conversa em particular. Shiv: Por quê? Não quer que ele saiba que você ainda chupa o pau do meu pai? Gil: Não entendi. Você tá criticando um acordo que você mesma me recomendou. Shiv: E você abriu as pernas rapidinho, né? E agora tá sendo bajulado, voando de 787… Desculpa, acho melhor a gente reavaliar. Gil: Nate tem razão. Sua ligação com Tom e a ATN é uma distração. Shiv: Quer saber? Eu me demito. Gil: Na verdade, eu acabei de demiti-la, mas você não presta atenção.
Que escrita AFIADA e COMPLEXA, pqp! Jesse Armstrong e sua equipe têm o perfeito equilíbrio entre fazer o circo pegar fogo e nos permitir enxergar os dilemas e motivações de cada personagem, nas entrelinhas. Isso é Succession!
“Você nunca foi capaz de me acompanhar. Você ainda é aquela criança que acorda assustada, que não consegue dormir à noite e acorda chorando por socorro. Você ainda é o filho errado daquele pai.
o real motivo da Smurf ter deixado os bens pra a Pam, a possibilidade de um dos primos voltar pra se vingar, o quase envolvimento de Pope com uma seita, o "rapto" pra recuperar o filho de uma mulher que ele acabou de conhecer e o abandono do ex marido dela na estrada, o aparente desinteresse do verdadeiro dono da cocaína em ir atrás do seu produto... Enfim, foi preguiçoso, sem falar no vaivém entre Craig e Renn. Os pontos positivos estão nas cenas de ação e suspense, onde o entretenimento se mantém. Os flashbacks também estão primorosos, nos colocando a par da transformação de Janine em Smurf.
Dito isso, ainda não sei o que esperar da sexta e última temporada. Torcendo pra que consigam unir as pontas soltas e fechar a série com chave de ouro.
"Vocês vão morrer. O Império irá matá-los, e não será o bastante pelo que vocês fizeram. Pelos cheiros. Pela ardência nos olhos. Pelas cinzas das crianças, mães e pais em nossas gargantas. É um gosto que sinto na minha boca, um gosto que não vai embora. Esse é o legado - de vocês e nosso. Podemos desejar que não. Podemos gritar que não é justo, e estaríamos certos. Porque acredito em vocês. Um de vocês está falando a verdade. Talvez até ambos. Deveríamos libertar todos vocês. Deveríamos, mas não vamos."
a série vem construindo tensão pra o retorno dela e seu embate com os filhos após a morte de Baz. No entanto, as decisões dos roteiristas foram um tanto anticlimáticas: após sair da prisão, fizeram a matriarca ser condescendente com a estadia de Billy na casa, com a morte da advogada por J e, agora, deram a ela uma doença terminal. Assim, foram suprimindo cada vez mais o potencial da personagem. Tudo bem, houve o acerto de contas com o cartel, houve o grande assalto a Jed com aquela performance fenomenal, mas eu esperava muito mais tempo de tela pra a Ellen Barkin. Sem ela, os garotos ficam muito espalhados, perdidos. Ela personifica a ambiguidade que torna Animal Kingdom um deleite. Em vez disso, tivemos que encarar o remorso póstumo da Julia, centrado na figura da Angela. O problema é que, além de desinteressante, a personagem é um "repeteco" do papel da Amy e da Lena, que só servem pra humanizar o Pope. Deu um pouco de canseira. Eu adoro como a série tem o timing certo pra os dias de hoje, em que a atenção da audiência é escassa e as coisas precisam se mover rápido, mas sinto que, pra essa temporada ter encerrado com força total, precisariam ter explorado melhor a Smurf no presente.
Ainda assim, continuo ansioso pra a próxima temporada ♥
Muito gostosinha de assistir, porém com o cancelamento não tem como dar mais de 3 estrelas. Ficou bastante coisa em aberto, e a conclusão dos mistérios foi bem apressada e pouco contextualizada. Se for só pra passar o ócio, vai sem medo que cumpre as expectativas.
Os dois primeiros episódios foram fantásticos. Bem dirigidos, direto ao ponto, em seu ápice visual e cheios de tensão. Depois, a trama é colocada de lado pra favorecer umas galhofas do roteiro, como esse núcleo dos russos. Cada vez que a Duquesa ou a família dela apareciam com suas maluquices eu imaginava que tantos outros assuntos poderiam estar sendo abordados no momento. Há um atentado político em curso, diversas chances de sabotagem, uma milícia governamental chefiada por um padre, e um histórico tenebroso do cardeal com um dos personagens, mas o que a gente vê é um punhado de cenas que pouco acrescentam na narrativa principal. Essa falta de foco me incomoda profundamente em Peaky, apesar do refinamento cinematográfico. É uma série de gangues que tem outro tipo de público, mas já que comecei, vou terminá-la.
Esse reality é muito bom, mas corre o risco de se tornar maçante ao longo do tempo, uma vez que a estrutura a mecânica pouco mudam e o público não interfere em nada. Quando o efeito surpresa some, nos resta acompanhar de forma passiva o desenrolar do game. Ainda assim, mesmo que essa temporada tenha sido recheada de altos e baixos, perto do fim ela voltou pra os trilhos. Gostei de ver
isso mostra que eles estão ficando cada vez mais profissionais e o jogo se torna mais imprevisível por isso. Minha torcida era pra as Diva Queens, River e Courtney.
Lee, um mix de inteligência e coração na medida certa, e Courtney, um baita jogador carismático, inexplicável o nível da estratégia que ele bolou como Curinga!
Uma narrativa LGBTQ e feminista em que a representatividade é apenas a cereja do bolo. Acompanhamos mulheres reais, imperfeitas, com problemas de relacionamento, amizade, trabalho.. É muito bacana ver como os núcleos são bem construídos e se intercalam na medida certa. Assisti despretensiosamente e fui conquistado aos poucos com tantas personagens interessantes - deu até vontade de guardar a Finley num potinho. Aguardando a segunda temporada!
Lembro que, na época em que assisti pela primeira vez, não curti a temporada, porque dentro de uma estrutura de exibição semanal, ela se torna bastante cansativa - é um fim de semana inteiro em 22 capítulos e 2 epílogos. No entanto, ao maratoná-la agora, mudei de opinião quanto a 95% da jornada. Durante os episódios do casamento, por exemplo, a série define uma continuidade narrativa muito clara e cultiva pitadas generosas de drama e romance, características que sempre a levam ao seu auge e tornam a experiência um deleite. No entanto, os 5% restantes continuam sendo confusos e um tanto desrespeitosos com o espectador. Explico:
1) Não tem sentido nos fazer acreditar que Barney e Robin finalmente vão conseguir se comprometer e, durante um episódio meia boca, simplesmente puxar o nosso tapete com o rompimento dos dois, anulando tudo o que foi trabalhado antes, à exaustão. E 2) É um pecado apresentar a Tracy de maneira tão cuidadosa para, no último episódio, descobrir que ela foi um adereço do roteiro, servindo como porta voz da mensagem "perdi um companheiro e estou seguindo em frente" para que Ted consiga fazer o mesmo mais adiante. Não achei justo. Passamos 9 temporadas para conhecê-la, e quando temos a oportunidade de curtir a sua presença em cena no fechamento da série, ela fica doente e morre, e sequer sabemos como isso aconteceu e que impacto teve na vida de Ted e dos filhos. No momento seguinte ao falecimento, não temos nem tempo para ficar tristes porque os guris começam a fazer piada sobre o pai querer chamar a Robin pra sair. Embora, para eles, o tempo decorrido desde a morte da mãe tenha sido de 6 anos, para nós, foram 5 segundos! Porra, que péssimo. A gente termina a história com um gostinho amargo, além, é claro, de acreditar que Ted não amadureceu emocionalmente. Ficamos com uma sensação de que ele ama a Robin mais do que a si próprio, e isso é triste.
Ainda assim, eu favorito essa temporada por todos os sentimentos positivos que ela fez emergir em mim na maior parte do tempo, assim como a de 2005 fez. Eu me apaixonei pela personagem da Cristin Milioti, e esse sentimento ficou comigo mesmo depois dos créditos.
E como prêmio de consolação, a gente visita o Youtube, assiste ao final alternativo e pensa que, numa realidade paralela, Ted e Tracy foram genuinamente felizes dali em diante ♥
Aqui, a jornada de Ted faz um resgate do tom inicial da série, voltando a explorar seu arco dramático e corrigindo os excessos das temporadas anteriores. Por outro lado, mesmo revisitando o programa, não consigo entender
a súbita atração de Robin por Barney. Ter uma personalidade "desapegada" não é o que desperta o interesse de outra pessoa, mas sim a admiração e a confiança que você inspira nela. Por isso que Ted e Robin se davam bem. E embora Barney a tenha ajudado numa oportunidade de trabalho, ele ainda não comprovou ser digno de admiração ou confiança num relacionamento afetivo. Quando teve a oportunidade, se mostrou egoísta e se arrependeu depois de ter vacilado. Robin ter passado de amiga para quase namorada dele nessa season finale parece, pra mim, uma desculpa que os roteiristas inventaram pra dar um dinamismo na história. Uma pena que tenha sido mal desenvolvido.
Na parte da comédia, continuo achando brilhante o que a série faze com os flashbacks, mudando constantemente a nossa percepção sobre o que acabamos de assistir. O episódio "The Three Days Rule" (S04E21) é impagável!
A primeira temporada tinha um objetivo bastante específico: Kimber, e ao redor disso, os obstáculos que se colocariam à frente dos Peaky Blinders - os Lee, Campbell, as armas, Grace e o IRA para justificar as motivações dela. Para além disso, apenas o núcleo de Freddie Thorne. Simples. Nesta, ao contrário, os roteiristas deram um passo maior do que a própria perna. Tentaram focar na expansão dos Shelby para Londres, na briga entre italianos e judeus, na retaliação de Campbell, na missão irlandesa, nos interesses de Winston Churchill, na relação entre Michael e Polly,
É um desafio complexificar a trama e ainda assim manter a coerência, sem cansar o espectador. Não deu muito certo aqui, até mesmo pela volatilidade da motivação de personagens como Thommy, Campbell e Alfie Solomons. Mas, vamos adiante, espero que melhore nos próximos capítulos.
Há algum tempo não me sentia desafiado a assistir uma série de TV. Em Succession, acompanhamos milionários detestáveis e egoístas travando uma Guerra Fria em família, enquanto vivem de aparências e colocam a soberania acima dos laços afetivos. Há pouca empatia em jogo e os diálogos são ásperos e boca suja - ora extremamente desconfortáveis, ora deliciosamente cômicos. No desenrolar das tensões, alternamos entre espectadores intrusos na rotina dos Roy e ávidos curiosos por bastidores da Waystar - a série diz muito sobre a falsidade, dinâmicas de poder, e o interesse por trás do conteúdo que consumimos na mídia. Frequentemente, boquiaberto, me peguei pensando: "foi isso mesmo que eu ouvi?". E, ca-ra-lho, como eu amei esse roteiro audacioso. Uma das melhores séries que assisti esse ano.
É possível escapar de quem você é, ou de quem você acredita que é? Somos marcados desde o nascimento ou forjamos a nossa identidade ao longo do caminho? A jornada termina com algumas respostas e várias perguntas. Sons of Anarchy é uma série sobre destino. Vivemos transitando entre dois estados: 1) acreditar que até as nossas piores escolhas servem a um propósito maior; que nossa vida se passa numa tela de cinema e quem dirige é o tempo; que vai dar tudo certo no final, porque Deus escreve certo por linhas tortas; 2) admitir que essa discussão é uma fachada para suportarmos o fardo de que somos errantes, contraditórios, humanos, e responsáveis por aquilo que escolhemos; que somos os verdadeiros cineastas da nossa breve história na Terra. De qualquer forma, como em toda história, aprendemos a amar os personagens pelo tamanho do seu coração. No fim, é só o que basta. Pelo menos nos convencemos disso. Mas será que só o amor basta? Ou melhor, será que nós REALMENTE aprendemos a amar?
"Duvide que as estrelas sejam fogo, Duvide que o sol se mova, Duvide da verdade para ser um mentiroso, Mas nunca duvide que eu amo."
Succession (1ª Temporada)
4.2 261Eu não entendo quando acham essa série difícil de engajar. Sério.
O 1° episódio é tão bom que dá tesão. Em 6 minutos, você já sabe praticamente tudo o que precisa e a história já te fisga pra o que vem a seguir.
1. Um idoso acorda de madrugada perdido dentro de casa e mija no chão achando que tá no banheiro.
2. Na manhã seguinte, um executivo mucilon canta trap no banco de trás do carro enquanto é levado pelo seu motorista particular pra o que seria a maior negociação da sua carreira.
3. No momento que ele entra na sala e senta, é completamente humilhado pelo dono da empresa que queria comprar.
4. Em vez de preservar a sua imagem, ele tenta reverter a situação sem sucesso, definhando na frente de todos os seus colegas de trabalho.
5. O alvo da negociação sai de cena, o silêncio reina e um dos parceiros dele solta essa:
"Quer ligar pro seu pai?"
Ao que ele responde:
"Não. E tu quer ligar pro teu?"
Sério. Toda vez que eu vejo esse episódio eu deliro. E isso são só os primeiros 6 minutos.
As cartas estão na mesa:
✓ Um dinossauro da mídia tá acometido por doença degenerativa.
✓ O principal candidato à sucessão, seu filho prodígio, é frágil, errante e psicologicamente fodido. Isso cria um vácuo no poder.
✓ O que um personagem fala não é necessariamente o que ele quer dizer. É só um combo de palavras de baixo calão que esconde uma puta insegurança por trás.
✓ Todo mundo na série é mal resolvido e ninguém faz terapia. Então, é um show de passivo-agressividade deliciosa. Do tipo torta de climão. Nada de Great Place To Work aqui. É Casos de Família e Márcia Goldschmidt na sua essência, só muda a declaração de imposto de renda dos participantes.
Vou rever pela quarta vez? Claro que sim.
Breaking Bad (2ª Temporada)
4.5 775Terceira vez assistindo, e é INCRÍVEL como essa preciosidade nunca perde o valor. Na verdade, é o oposto. Só melhora!
Succession (4ª Temporada)
4.5 220 Assista AgoraSuccession é uma das minhas séries favoritas. E é por isso que esse final me decepcionou. Quando uma série vai encerrar, ela precisa te preparar pra o fim, pra que você sinta, a cada episódio, que está caminhando junto com os personagens para um destino planejado. Nessa temporada, fora os capítulos 3 e 9, eu não vi isso acontecer. Ao contrário, senti minhas expectativas sendo manipuladas o tempo todo pelos roteiristas pra que a trama pudesse sustentar o aspecto subversivo que a tornou tão famosa.
Prevaleceu a intenção de chocar, e não de terminar a jornada de forma coerente. Quando parece que os personagens finalmente se libertaram das expectativas de corresponder o que o pai esperava deles e vão, enfim, começar a se curar, a se entender, a se permitir serem eles mesmos e traçar os próprios caminhos, têm novamente o bandaid arrancado, num interminável ciclo de exposição de feridas. Pra mim, uma história de ascensão e queda só funciona quando existe ascensão, e não só queda o tempo todo. Fica a sensação de que eles percorreram 4 temporadas para chegar a lugar algum. Nenhum dos foreshadowings foi usado - o testamento de Logan, a resiliência do Kendall após apanhar tanto, as fraquezas de Roman que ele sempre escondeu, a superação da Shiv pelo fato de ser desacreditada enquanto mulher - tudo foi descartado pra, no final, resumir os personagens a uma piada. Nós já sabíamos que os irmãos se levam a sério demais, que são totalmente quebrados por dentro, e não estão à altura de suceder o pai. Tudo isso tinha ficado muito claro nas temporadas anteriores. Mas é só isso? Ainda por cima, os roteiristas nos seduziram com a possibilidade de união dos três para logo em seguida puxarem o nosso tapete, faltando 30 minutos pra encerrar a série. Colocaram até na boca da Shiv que o Kendall não poderia ser coroado porque matou alguém, parafraseando "você é malvado, não pode ganhar" da forma mais demagógica possível. E isso não tá à altura do texto de Succession. Quis ser surpreendido e me arrependi.
The Last of Us (1ª Temporada)
4.4 1,2K Assista AgoraQue série, que personagens e que história, meus amigos.
The Last of Us (1ª Temporada)
4.4 1,2K Assista AgoraO episódio 3 é cinema puro. É emocionante.
Trazer o protagonismo pra o romance entre Bill e Frank fez toda a diferença tanto para o espectador quanto para a trajetória do Joel e da Ellie.
A Casa do Dragão (1ª Temporada)
4.1 714 Assista AgoraT01E05: Não curti a mise-en-scène
nas mortes da Rhea e de Joffrey.
casamentos de GoT.
P.S.: Ser Criston foi de 100 a 0 muito rápido.
Succession (2ª Temporada)
4.5 228 Assista AgoraShiv: Quer um pouco de gel antisséptico pra a sua mão?
Gil: Qual é a piada? Que eu espero desinfetar minha mão depois de cumprimentar um cara na rua? Não, obrigado.
Nate: É, foi uma piada de mal gosto, Shiv.
Gil: Eu só estou dizendo que devemos ter um pouco mais de respeito pelos trabalhadores, mesmo que internamente. Me desculpe, Shiv, mas acho que você vive numa bolha, é essa piada é aceitável entre seus parentes e amigos…
Shiv: Não me vem com essa merda. Não jogue a culpa em mim porque você tá vendendo a alma.
Gil: Acho que devemos continuar essa conversa em particular.
Shiv: Por quê? Não quer que ele saiba que você ainda chupa o pau do meu pai?
Gil: Não entendi. Você tá criticando um acordo que você mesma me recomendou.
Shiv: E você abriu as pernas rapidinho, né? E agora tá sendo bajulado, voando de 787… Desculpa, acho melhor a gente reavaliar.
Gil: Nate tem razão. Sua ligação com Tom e a ATN é uma distração.
Shiv: Quer saber? Eu me demito.
Gil: Na verdade, eu acabei de demiti-la, mas você não presta atenção.
Que escrita AFIADA e COMPLEXA, pqp! Jesse Armstrong e sua equipe têm o perfeito equilíbrio entre fazer o circo pegar fogo e nos permitir enxergar os dilemas e motivações de cada personagem, nas entrelinhas. Isso é Succession!
Succession (1ª Temporada)
4.2 261- Nos conhecemos há anos, posso confiar em você, certo?
- Não.
- Claro, mas com coisas de dinheiro posso confiar?
- Não.
- Porque vamos votar pra
tirar meu pai. (…)
- Eu prometo que estou espiritualmente, emocionalmente, eticamente e moralmente apoiando quem vencer.
Succession (3ª Temporada)
4.4 190MISERICÓRDIA
Gomorra (5ª Temporada)
4.0 13“Você nunca foi capaz de me acompanhar. Você ainda é aquela criança que acorda assustada, que não consegue dormir à noite e acorda chorando por socorro. Você ainda é o filho errado daquele pai.
Don Pietro teve mais respeito por mim quando eu o matei do que ele teve por você. É por isso que você está me trancando aqui, certo?
Reze pra que eu nunca saia daqui.”
Animal Kingdom (5ª Temporada)
4.1 11 Assista AgoraInfelizmente, a temporada mais fraca. Abriram mais plots do que a capacidade de dar conta deles, então muita coisa ficou jogada. Exemplo:
o real motivo da Smurf ter deixado os bens pra a Pam, a possibilidade de um dos primos voltar pra se vingar, o quase envolvimento de Pope com uma seita, o "rapto" pra recuperar o filho de uma mulher que ele acabou de conhecer e o abandono do ex marido dela na estrada, o aparente desinteresse do verdadeiro dono da cocaína em ir atrás do seu produto... Enfim, foi preguiçoso, sem falar no vaivém entre Craig e Renn. Os pontos positivos estão nas cenas de ação e suspense, onde o entretenimento se mantém. Os flashbacks também estão primorosos, nos colocando a par da transformação de Janine em Smurf.
Fundação (1ª Temporada)
3.8 122 Assista Agora"Vocês vão morrer. O Império irá matá-los, e não será o bastante pelo que vocês fizeram. Pelos cheiros. Pela ardência nos olhos. Pelas cinzas das crianças, mães e pais em nossas gargantas. É um gosto que sinto na minha boca, um gosto que não vai embora. Esse é o legado - de vocês e nosso. Podemos desejar que não. Podemos gritar que não é justo, e estaríamos certos. Porque acredito em vocês. Um de vocês está falando a verdade. Talvez até ambos. Deveríamos libertar todos vocês. Deveríamos, mas não vamos."
É isso. 100% fisgado.
Animal Kingdom (4ª Temporada)
4.3 21 Assista AgoraDesde que os roteiristas decidiram deixar a Smurf de molho na temporada 2 com a crise familiar,
a série vem construindo tensão pra o retorno dela e seu embate com os filhos após a morte de Baz. No entanto, as decisões dos roteiristas foram um tanto anticlimáticas: após sair da prisão, fizeram a matriarca ser condescendente com a estadia de Billy na casa, com a morte da advogada por J e, agora, deram a ela uma doença terminal. Assim, foram suprimindo cada vez mais o potencial da personagem. Tudo bem, houve o acerto de contas com o cartel, houve o grande assalto a Jed com aquela performance fenomenal, mas eu esperava muito mais tempo de tela pra a Ellen Barkin. Sem ela, os garotos ficam muito espalhados, perdidos. Ela personifica a ambiguidade que torna Animal Kingdom um deleite. Em vez disso, tivemos que encarar o remorso póstumo da Julia, centrado na figura da Angela. O problema é que, além de desinteressante, a personagem é um "repeteco" do papel da Amy e da Lena, que só servem pra humanizar o Pope. Deu um pouco de canseira. Eu adoro como a série tem o timing certo pra os dias de hoje, em que a atenção da audiência é escassa e as coisas precisam se mover rápido, mas sinto que, pra essa temporada ter encerrado com força total, precisariam ter explorado melhor a Smurf no presente.
Animal Kingdom (2ª Temporada)
4.3 24 Assista AgoraEssa série só melhora!!
Panic (1ª Temporada)
3.2 92 Assista AgoraMuito gostosinha de assistir, porém com o cancelamento não tem como dar mais de 3 estrelas. Ficou bastante coisa em aberto, e a conclusão dos mistérios foi bem apressada e pouco contextualizada. Se for só pra passar o ócio, vai sem medo que cumpre as expectativas.
Peaky Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas (3ª Temporada)
4.4 233 Assista AgoraOs dois primeiros episódios foram fantásticos. Bem dirigidos, direto ao ponto, em seu ápice visual e cheios de tensão. Depois, a trama é colocada de lado pra favorecer umas galhofas do roteiro, como esse núcleo dos russos. Cada vez que a Duquesa ou a família dela apareciam com suas maluquices eu imaginava que tantos outros assuntos poderiam estar sendo abordados no momento. Há um atentado político em curso, diversas chances de sabotagem, uma milícia governamental chefiada por um padre, e um histórico tenebroso do cardeal com um dos personagens, mas o que a gente vê é um punhado de cenas que pouco acrescentam na narrativa principal. Essa falta de foco me incomoda profundamente em Peaky, apesar do refinamento cinematográfico. É uma série de gangues que tem outro tipo de público, mas já que comecei, vou terminá-la.
The Circle: EUA (2ª Temporada)
3.7 41 Assista AgoraEsse reality é muito bom, mas corre o risco de se tornar maçante ao longo do tempo, uma vez que a estrutura a mecânica pouco mudam e o público não interfere em nada. Quando o efeito surpresa some, nos resta acompanhar de forma passiva o desenrolar do game. Ainda assim, mesmo que essa temporada tenha sido recheada de altos e baixos, perto do fim ela voltou pra os trilhos. Gostei de ver
uma final com maioria de catfishs,
Lee, um mix de inteligência e coração na medida certa, e Courtney, um baita jogador carismático, inexplicável o nível da estratégia que ele bolou como Curinga!
The L Word: Geração Q (1ª Temporada)
4.1 91Uma narrativa LGBTQ e feminista em que a representatividade é apenas a cereja do bolo. Acompanhamos mulheres reais, imperfeitas, com problemas de relacionamento, amizade, trabalho.. É muito bacana ver como os núcleos são bem construídos e se intercalam na medida certa. Assisti despretensiosamente e fui conquistado aos poucos com tantas personagens interessantes - deu até vontade de guardar a Finley num potinho. Aguardando a segunda temporada!
Como Eu Conheci Sua Mãe (9ª Temporada)
4.1 1,3K Assista AgoraLembro que, na época em que assisti pela primeira vez, não curti a temporada, porque dentro de uma estrutura de exibição semanal, ela se torna bastante cansativa - é um fim de semana inteiro em 22 capítulos e 2 epílogos. No entanto, ao maratoná-la agora, mudei de opinião quanto a 95% da jornada. Durante os episódios do casamento, por exemplo, a série define uma continuidade narrativa muito clara e cultiva pitadas generosas de drama e romance, características que sempre a levam ao seu auge e tornam a experiência um deleite. No entanto, os 5% restantes continuam sendo confusos e um tanto desrespeitosos com o espectador. Explico:
1) Não tem sentido nos fazer acreditar que Barney e Robin finalmente vão conseguir se comprometer e, durante um episódio meia boca, simplesmente puxar o nosso tapete com o rompimento dos dois, anulando tudo o que foi trabalhado antes, à exaustão. E 2) É um pecado apresentar a Tracy de maneira tão cuidadosa para, no último episódio, descobrir que ela foi um adereço do roteiro, servindo como porta voz da mensagem "perdi um companheiro e estou seguindo em frente" para que Ted consiga fazer o mesmo mais adiante. Não achei justo. Passamos 9 temporadas para conhecê-la, e quando temos a oportunidade de curtir a sua presença em cena no fechamento da série, ela fica doente e morre, e sequer sabemos como isso aconteceu e que impacto teve na vida de Ted e dos filhos. No momento seguinte ao falecimento, não temos nem tempo para ficar tristes porque os guris começam a fazer piada sobre o pai querer chamar a Robin pra sair. Embora, para eles, o tempo decorrido desde a morte da mãe tenha sido de 6 anos, para nós, foram 5 segundos! Porra, que péssimo. A gente termina a história com um gostinho amargo, além, é claro, de acreditar que Ted não amadureceu emocionalmente. Ficamos com uma sensação de que ele ama a Robin mais do que a si próprio, e isso é triste.
E como prêmio de consolação, a gente visita o Youtube, assiste ao final alternativo e pensa que, numa realidade paralela, Ted e Tracy foram genuinamente felizes dali em diante ♥
Como Eu Conheci Sua Mãe (7ª Temporada)
4.5 385 Assista Agora"Queridos Lilly e Marshall,
Não sei se sabem disso, mas nunca tirei seus nomes do contrato de aluguel.
Hoje, tirei o meu.
O apartamento agora é de vocês. E acho que finalmente descobri a melhor coisa para fazer com o quarto da Robin.
Pra mim, esse lugar estava começando a parecer assombrado.
Primeiro achei que era pela Robin, mas agora acho que era mesmo por mim.
Nenhum fantasma tem paz enquanto não segue em frente.
Eu preciso de uma mudança. E vocês também.
Esse apartamento precisa de uma nova vida.
Então, por favor, façam do nosso velho lar, o novo lar de vocês.
Ele agora está livre de fantasmas.
Com amor,
Ted ♥"
Como Eu Conheci Sua Mãe (4ª Temporada)
4.5 269 Assista AgoraAqui, a jornada de Ted faz um resgate do tom inicial da série, voltando a explorar seu arco dramático e corrigindo os excessos das temporadas anteriores. Por outro lado, mesmo revisitando o programa, não consigo entender
a súbita atração de Robin por Barney. Ter uma personalidade "desapegada" não é o que desperta o interesse de outra pessoa, mas sim a admiração e a confiança que você inspira nela. Por isso que Ted e Robin se davam bem. E embora Barney a tenha ajudado numa oportunidade de trabalho, ele ainda não comprovou ser digno de admiração ou confiança num relacionamento afetivo. Quando teve a oportunidade, se mostrou egoísta e se arrependeu depois de ter vacilado. Robin ter passado de amiga para quase namorada dele nessa season finale parece, pra mim, uma desculpa que os roteiristas inventaram pra dar um dinamismo na história. Uma pena que tenha sido mal desenvolvido.
Peaky Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas (2ª Temporada)
4.4 261 Assista AgoraA primeira temporada tinha um objetivo bastante específico: Kimber, e ao redor disso, os obstáculos que se colocariam à frente dos Peaky Blinders - os Lee, Campbell, as armas, Grace e o IRA para justificar as motivações dela. Para além disso, apenas o núcleo de Freddie Thorne. Simples. Nesta, ao contrário, os roteiristas deram um passo maior do que a própria perna. Tentaram focar na expansão dos Shelby para Londres, na briga entre italianos e judeus, na retaliação de Campbell, na missão irlandesa, nos interesses de Winston Churchill, na relação entre Michael e Polly,
e em Thomas dividido entre dois amores.
Succession (1ª Temporada)
4.2 261Há algum tempo não me sentia desafiado a assistir uma série de TV. Em Succession, acompanhamos milionários detestáveis e egoístas travando uma Guerra Fria em família, enquanto vivem de aparências e colocam a soberania acima dos laços afetivos. Há pouca empatia em jogo e os diálogos são ásperos e boca suja - ora extremamente desconfortáveis, ora deliciosamente cômicos. No desenrolar das tensões, alternamos entre espectadores intrusos na rotina dos Roy e ávidos curiosos por bastidores da Waystar - a série diz muito sobre a falsidade, dinâmicas de poder, e o interesse por trás do conteúdo que consumimos na mídia. Frequentemente, boquiaberto, me peguei pensando: "foi isso mesmo que eu ouvi?". E, ca-ra-lho, como eu amei esse roteiro audacioso. Uma das melhores séries que assisti esse ano.
Sons of Anarchy (7ª Temporada)
4.6 576 Assista AgoraÉ possível escapar de quem você é, ou de quem você acredita que é? Somos marcados desde o nascimento ou forjamos a nossa identidade ao longo do caminho? A jornada termina com algumas respostas e várias perguntas. Sons of Anarchy é uma série sobre destino. Vivemos transitando entre dois estados: 1) acreditar que até as nossas piores escolhas servem a um propósito maior; que nossa vida se passa numa tela de cinema e quem dirige é o tempo; que vai dar tudo certo no final, porque Deus escreve certo por linhas tortas; 2) admitir que essa discussão é uma fachada para suportarmos o fardo de que somos errantes, contraditórios, humanos, e responsáveis por aquilo que escolhemos; que somos os verdadeiros cineastas da nossa breve história na Terra. De qualquer forma, como em toda história, aprendemos a amar os personagens pelo tamanho do seu coração. No fim, é só o que basta. Pelo menos nos convencemos disso. Mas será que só o amor basta? Ou melhor, será que nós REALMENTE aprendemos a amar?
"Duvide que as estrelas sejam fogo,
Duvide que o sol se mova,
Duvide da verdade para ser um mentiroso,
Mas nunca duvide que eu amo."