Alberta é professora de português. Elegante e discreta, vive com a filha, Eva, com quem tem uma relação conturbada devido aos seus constantes pedidos consumistas. A relação entre mãe e filha tem duas faces. Uma de permanente conflito de valores, de estética e de forma de vida.

Outra de ternura e cumplicidade entre duas mulheres que partilham os pequenos prazeres e os pequenos dissabores da vida. Alberta foi casada com Joaquim, de quem se divorciou pouco depois do nascimento de Eva. Criou-a sozinha e com um certo sentimento de culpa por não lhe ter dado um pai como deve ser. Alberta é uma mulher muito educada, sofisticada, mas tensa.
Cumpre escrupulosamente horários e pequenos rituais que criou e repete há muito tempo. Certo dia, a rotina de Alberta é quebrada com um sonho erótico que tem com um jovem e bonito rapaz. A professora fica perturbada e tenta esquecer o episódio, apesar da insistência da filha para que ela lhe conte o sonho.

A partir desse momento, Alberta não se consegue concentrar pois vem-lhe sempre à memória a imagem do jovem. Surpreendentemente, encontra o rapaz do sonho na escola onde trabalha. Chama-se Jorge e é aluno dela. Idália, professora de Educação Visual e amiga de Alberta, incentiva-a a procurar o rapaz. A mãe de Eva acaba por não resistir à tentação e envolve-se com o aluno.
Eva tem 21 anos. É estudante de psicologia. Vive ao som e ao sabor da sua geração. Preocupa-se muito com o visual e vive agarrada ao telemóvel.

Acusa por vezes a mãe de não ter sabido aguentar o casamento com o pai. Pergunta-lhe frequentemente como é o pai, e a mãe mostra-se parca em grandes descrições alegando que já não o vê há muito tempo. Vai imenso ao cabeleireiro e frequenta um ginásio, onde conhece o namorado.

Eva marca um jantar com a mãe para apresentar o rapaz, mas quando Alberta se depara com o namorado da filha fica destroçada. O namorado é Jorge!
Da autoria de José Fanha e com a realização de Jorge Cardoso.