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Nascimento: 6 de Agosto de 1944 (63 years)

Falecimento: 6 de Março de 2008

Anápolis, Goiás - Brasil

O cineasta Plácido de Campos Jr. nasceu no dia 3 de agosto de 1944, na segunda cidade em importância do Estado de Goiás: Anápolis. Essa cidade conta atualmente com pouco mais de 300 mil habitantes, é também terra do roqueiro Leo Jaime, dos políticos Aldo Arantes e Henrique Santilo, sendo que este último, além de outros cargos, foi prefeito da cidade de Anápolis (1969-1972) e governador do Estado de Goiás (1987-1991). Além de Henrique Meirelles, que também tem Campos no nome, devendo ter algum parentesco com Plácido, e que preside o Banco Central no governo do presidente Lula.

Viveu quase toda sua vida em São Paulo, cidade que o adotou e para onde se mudou com a família, aos 12 anos. Mais adiante, entre os anos de 1967 e 1971, freqüentou o curso de cinema da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), tendo feito parte da primeira turma formada pela instituição, onde fez contatos com pessoas que fariam muito cinema e com quem trabalharia repetidas vezes. Nomes que, futuramente, estariam vinculados à história e à memória do cinema paulistano. Teve também importantes professores como Roberto Santos, Jean-Claude Bernardet, Paulo Emílio Salles Gomes e Rudá de Andrade.

Quase ao mesmo tempo, iniciou na prática cinematográfica, com alguns filmes realizados com produção da escola. O primeiro deles foi o documentário A máquina, feito no final do ano de 1967, com direção de Carlos Von Schimidt, tendo Plácido exercido as funções de assistente de produção e direção. O filme encontra-se desaparecido e seu cineasta ficou nessa primeira tentativa.
No ano de 1969, com produção da ECA, filmou novos documentários, e na bitola 16mm, em preto e branco, quando fez Rua 100, New York, que co-dirigiu com o constante parceiro Aloysio Raulino, e outro filme, esse com direção coletiva, Ensino vocacional, no qual foi diretor ao lado de Jan Koudella, João Cândido, Roman Stulbach, Walter Rogério e mais Aloysio Raulino. Rua 100, New York, baseado em reportagem estrangeira, e influenciado pela experimentação, é sobre a rua nova-iorquina dominada por porto-riquenhos que vivem em situação de marginalidade e miséria. Ensino Vocacional mostra nova modalidade de ensino implantada em tradicional colégio paulistano: Oswaldo Aranha.

Por essa época, exerceu pequenas funções em alguns longas: assistente de produção de Anuska, manequim e mulher (1968), filme de estréia na função de diretor de Francisco Ramalho Jr., e assistente de direção de arte de Flávio Império em O profeta da fome (1969), segundo longa-metragem de Maurice Capovilla.

O primeiro filme com direção solo foi produção sua para a ECA, Pra frente Brasil (1970), sendo também responsável pela fotografia, tarefa que dividiu com Rudá de Andrade e José Augusto Berlinck. Nesse curta, enfocou o clima de tensão político que viveu o País no momento da conquista do tricampeonato mundial de Futebol, no México. Mais tarde, o diretor Roberto Farias realizou filme com igual título. Foi diretor do episódio "O Produto", do longa-metragem Vozes do medo (1969-73). Nesse filme, misturou imagem colorida com preto e branco, criando a seqüência de um manequim numa feira livre.

Em 1969, como técnico, fez a direção de fotografia de diversos curtas-metragens, como Por exemplo Butantã, de Roman Stulbach, e A morte da strip-teaser, de Eduardo Leone, em que fez a fotografia com Raulino. Fez a fotografia de cena de Bexiga ano zero (1971), curta de Regina Jehá. O primeiro trabalho com a fotografia em cores foi para Porta do céu (1973), documentário de Djalma Limongi Batista. Outros trabalhos foram São Simão, adeus, Êxodo rural, O irmão da estrada, Cubatão, Plantando dá e Madeira, todos em cores e datados do ano 1976 e com direção de Mário Kuperman. Atuou como diretor de fotografia do filme, em 16mm, Trem fantasma (1976), primeiro longa do diretor Alain Fresnot. Também exerceu a função de montador, primeiro, no curta-metragem Cinema paulista - ovo de codorna (1973), de Bernardo Vorobow, e, depois, no longa-metragem Cristais de sangue (1975), de Luna Alkalay.

Ainda como documentarista, dirigiu os filmes curtos Victor Brecheret (1973); Moçambique (1974), este em co-direção com Errol Sasse e Walter Rogério, e O trem da Serra (1977). Último trabalho totalmente feito em preto e branco, Victor Brecheret abordou a vida e a obra desse importante escultor brasileiro nascido na Itália. Misturou fotografia em cor com preto e branco em Moçambique, onde exibe festa popular rural na região da cidade de São José dos Campos. Primeiro trabalho totalmente em cor, e produção inicial da NAU, O trem da Serra registrou a construção da estrada de ferro São Paulo-Santos, que corta a Serra do Mar. O sistema de tração é a cremalheira, mais moderno e mais econômico.

Artistas Unidos Produção Cinematográfica), empresa que montou com outros sócios, e associada à Embrafilme, realizou Curumim (1978), uma história roteirizada pelos produtores Rudá de Andrade e Guilherme Lisboa, em co-autoria com Cavalheiro Lima e Plácido. Em seu único longa-metragem como diretor, filmou lenda indígena infantil.

Cineasta experiente, colaborou com o diretor cinemanovista Paulo César Saraceni no drama Ao Sul do meu corpo (1981), filmado em São Paulo e baseado na novela As mulheres do PPPs, de Paulo Emílio Salles Gomes. Como anteriormente havia dirigido um longa-metragem, foi creditado como diretor assistente.

Diretor do curta documental Mar pequeno (1982), abordou a arquitetura, o artesanato, a história, lendas e a música do Litoral Sul paulista.

A despedida do cinema foi exatamente da forma como fez a vida inteira, trabalhando entre amigos; no caso, com uma amiga e colega, a professora Hilda Machado, quando foi diretor de produção do curta-mentragem dirigido por ela, Joilson marcou (1986).

Eclético, foi professor em diferentes cursos de cinema. Na Faculdade Armando Álvares Penteado (FAAP), lecionou por cerca de 30 anos, desde 1978 até 2007, quando se licenciou. Mais tarde, entre 1985 e 1995, ensinou na Escola Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP).

Fez longa carreira de programador de cinema. Começou no Museu da Imagem e do Som (MIS), onde esteve por três oportunidades, nas décadas de 1970 e 1980. Curta foi a passagem pela programação da Sala Cinemateca Brasileira (1987-1991). Por último, prestou serviços na Sala Lima Barreto do Centro Cultural São Paulo, onde esteve entre os anos de 1992 e 2008.

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