O escritor, pintor e crítico de arte britânico John Berger por décadas viveu uma vida reclusa nos Alpes franceses.
Ele dispõe, contudo, de visitantes e amigos que são espíritos afins: artistas de diferentes áreas que compartilham sua visão de mente aberta, como a atriz Tilda Swinton, o diretor Christopher Roth, o músico Simon Fisher Turner e o colega escritor Colin MacCabe.
Cada um dos seus encontros é emoldurado por um dos epônimos das quatro estações do ano, e com cada novo visitante, um visual de mudanças de estilo. A conversa é às vezes simples, às vezes de natureza filosófica; em outras vezes eles simplesmente sentam-se juntos em silêncio.
Mas é um silêncio eloquente, onde os pensamentos que são apenas trocados continuam a pairar no ar e podem ser contemplados ainda mais também pelo espectador.
Naturalmente, há também posições políticas,
pois John Berger não é apenas um homem de palavras: em 1972, por exemplo, ele doou metade do dinheiro que recebeu do Prêmio Booker ao
movimento dos Panteras Negras. O terreno escarpado, a paisagem montanhosa e os
seus habitantes oferecem um cenário encantador para o discurso; é uma paisagem que tem encontrado cada vez mais o seu meio para o trabalho de Berger nos recentes anos.