Tony Pradines

Uma família dividida entre a graça - que provém de Deus - e a natureza, que lhe é própria, sofre dois grandes traumas: a perda de um dos filhos, o mais velho, e, posteriormente, o emprego. Traumas estes que fazem questionarem-se sobre o papel de Deus em suas vidas, assim como o personagem bíblíco Jó o fez também quando estava mediante "provação" de sua fé.
A cena em que um dos filhos, já em sua maturidade, desce do edifício e encontra-se com uma árvore no meio do pátio é a chave do filme, visto que é neste momento que o personagem sofre a Catarse, em que a descida simboliza a sua ida ao mais profundo do seu "eu", traumatizado pelas perdas familiares.
A trilha sonora me emocionou muito, sobre tudo quando tocou um trecho de uma música de Bach; foi muito boa aquela cena. A fotografia também foi impecável quanto ao dar enfoque aos 4 elementos essenciais da natureza. Por ora é só, pois acabei de ver o filme e ainda o estou "digerindo".
Dei-lhe dignas 4,5 estrelas

Não é um filme tão fácil quanto parece! Confesso que percebi a beleza do filme quando o vi pela segunda vez, exatamente uma semana depois de tê-lo visto pela primeira vez... E quis vê-lo novamente porque algo no filme me inquietava e eu precisava "dissecá-lo". É um filme em que todas as cenas colaboram para a construção psicológica das personagens - sobretudo Robert Ford e Jesse James - assim como a trilha sonora, o espaço onde ocorrem as ações da trama, etc. Nada está, como gosto de chamar, "fora do lugar". E porque o filme nos transmite essa sensação de estático? Devemos lembrar que o final da história já é anunciado pelo próprio título do filme: O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford. Nada a mais do que isso. Se alguem que quando já sabe o final do filme fica desinteressado em vê-lo, com certeza sentirá a mesma coisa neste. O que realmente importa não é "o que" acontece, mas o "como" acontece. A beleza do filme se dá aí...
Não falarei da fotografia e nem do figurino porque dispensa comentários!!!

É um dos meus preferidos não somente pelos efeitos especiais que são fantásticos, mas pelo roteiro que é incrível e a edição que quebra completamente com a ideia de linearidade que nós - os espectadores - convencionalmente procuramos. Achei a fotografia muito boa além da trilha sonora colaborar bastante com os momentos de ação e "suspense". É um filme que precisa não só da atenção do espectador como também da "aceitação" do pacto que é estabelecido durante o filme. Se não conseguimos aceitar o "pacto" que a ficção exige, dificilmente acharemos espetacular a cena da van caindo da ponte!!! O diretor foi muito ousado e soube escolher muito bem o elenco. A música cantada por Édith Piaf caiu muito bem ao filme; deu um toque clássico. :D