[Artigo] Uma das características do Surf Music, estilo popular na década de 1960, é a ocorrência do compasso 4/4 em suas músicas. Para quem não entende muito das nomenclaturas da teoria musical, explico: um compasso é como os grupos de sons são divididos em uma composição, contando-se a quantidade de pulsos (batidas). O compasso 4/4 tem quatro tempos e cada tempo é dividido em duas partes iguais. Para ser mais direta, aplicamos um andamento (velocidade) mais rápido em um compasso 4/4 e deixamos a música empolgante. A prova disso são todas as vertentes do rock, incluindo o Surf Music.
Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994) pode ser citado como um exemplo de filme que mesmo desconsiderando a trilha sonora se relaciona bem com a ideia do compasso 4/4. As estórias que compõem a trama são rápidas e empolgantes, na medida certa.
Mais aqui: http://take148.net/2015/01/20/ouvindo-o-filme-pulp-fiction/
[Crítica] Marcelo Galvão é um transeunte. Da comédia dramática Quarta B (2005) ao curta de terror Ouija (2010), passando pelo mundo das lutas em Rinha (2008) e a aventura em Colegas (2013), o carioca passeia por diferentes gêneros sem se preocupar com as amarras que cada um deles poderia trazer. Ao invés disso, seu único compromisso é com uma boa história. Dirigido e roteirizado por ele, A Despedida é um “road movie a 10 quilômetros por hora”. Embelezado por duas atuações explosivas, trata da velhice e da finitude com uma honestidade que pouco poderíamos esperar de um cineasta tão jovem, ainda que o argumento se baseie em uma história familiar.
A sequência inicial do longa é cruel, mas não tanto para seu protagonista quanto para o público. Ao levantar da cama (uma expressão que dita assim evoca uma agilidade que não está presente), Almirante (Nelson Xavier, maravilhoso), de 92 anos, ri, orgulhoso de si mesmo, quando percebe que não fez xixi na fralda. Em contrapartida, a mera necessidade de um gesto para chegar a essa conclusão já nos mostra como ele está debilitado.
Mais aqui: http://take148.net/2015/01/28/a-despedida/
[Crítica] Órfãos do Eldorado se inicia com um pescador-poeta narrando a busca pelos “três céus”, evocando a Divina Comedia de Dante Alighieri da mesma forma que o livro homônimo do amazonense Miltom Hatoum o faz. Essa não é a única vez que o roteiro conduz a um universo literário, quase pitoresco, de referências fantasiosas.
No barco do pescador está Arminto Cordovil (Daniel de Oliveira), prestes a se afundar em um oceano de fábulas na volta a uma pequena cidade amazônica de onde saiu há 15 anos. Com a morte do pai, com quem ele nunca se deu bem, Arminto herda a empresa de barcos da família, que fez fortuna no Ciclo da Borracha. No bojo da herança, também um barco inacabado, o Eldorado.
A volta para casa permite o reencontro de Arminto com Florita (Dira Paes), a mulher que ajudou a criá-lo e com quem mantinha um relacionamento amoroso antes de sua partida. As nuances das interpretações de Olveira e Paes levantam a suspeita de incesto, de uma proibição que não se confirmará nem se desmentirá.
Mais aqui: http://take148.net/2015/01/27/critica-orfaos-do-eldorado/
[Crítica] As cinebiografias de prodígios matemáticos tendem a se parecer em certos aspectos, talvez porque as vidas dos biografados também têm muito em comum. O Jogo da Imitação é um relato vívido e trágico da trajetória do inglês Alan Turing, popularmente conhecido como inventor do computador e por ter ajudado os aliados a vencerem a Segunda Guerra. A obra pega muito emprestado de Uma Mente Brilhante (2001) e A Rede Social (2010), lançando mão da estrutura fragmentada, de flashbacks e os lemas inspiradores, mas provavelmente ganha como o mais triste deles.
Assim como John Nash e Mark Zuckerberg, Alan Turing contrastava fortemente suas habilidades matemáticas com inabilidades sociais, o que lhe rendeu um status de gênio incompreendido, e fez com que mesmo aqueles que entendiam plenamente o alcance de suas capacidades intelectuais estivessem dispostos a se livrar de sua companhia em algum momento. Se a inteligência única e a insociabilidade já lhe convidavam a criar um universo particular, a homossexualidade lhe obrigou.
Mais aqui: http://take148.net/2015/01/22/o-jogo-da-imitacao/
[Crítica] Invencível é uma adaptação de Unbroken: A World War II Story of Survival, Resilience, and Redemption, livro escrito por Laura Hillenbrand, que conta a história do atleta olímpico Louis Zamperini (Jack O’Connell), um homem que, após entrar para o exército e sofrer um acidente de avião, fica à deriva no mar por mais de 40 dias.
O roteiro foi dividido entre Richard La Gravenese, William Nicholson e os talentosos irmãos Coen, conhecidos por criarem roteiros elaborados e que quebram sempre a expectativa com seu humor negro afiado e uma espécie de casualidade tragicômica. No entanto, o enredo do filme, firmado na narrativa do livro – essencialmente didática e melodramática – não fortalece a agilidade narrativa do longa-metragem,assim como não explora a densidade possível do seu protagonista, focando somente em sua personalidade enquanto mártir de guerra.
Mais aqui: http://take148.net/2015/01/26/invencivel/
[Crítica] Talvez seja necessário conhecer a fundo a filmografia do diretor canadense David Cronenberg para entender melhor as metáforas usadas em sua obra mais recente, Mapa para as Estrelas, que rendeu à Julianne Moore o prêmio de interpretação feminina no Festival de Cannes 2014.
Cronenberg é o rei do trash, ainda que seus últimos filmes – Um Método Perigoso e Cosmopolis – não apontem com tanta precisão seu talento para tal. Mas seja a terrível metamorfose de A Mosca (1986), os fetiches mórbidos de Crash – Estranhos Prazeres (1996), a realidade virtual em eXistenZ (1999) ou a esquizofrenia perturbadora de Spider – Desafie sua Mente (2002), o diretor sempre soube usar o bizarro a seu fa
Em Mapa para as Estrelas, uma comédia negra escrita e adaptada pelo novelista Bruce Wagner, não poderia ser diferente. E quando os traços psicóticos de cada personagem são ainda mais realçados por essa mesma habilidade do elenco em lidar com o esdrúxulo, Cronenberg também se consagra como um grande diretor de atores, incentivando performances calorosas em todos seus aspectos.
Mais aqui: http://take148.net/2015/01/13/mapa-para-as-estrelas/
[Crítica] Depois de uma água viva (morta) e uma estrela cadente, aparentemente sem sentido (mas lembrem-se: tudo em um filme está lá por um motivo), a primeira coisa que vemos é Michael Keaton de costas, de cueca, levitando. Se ele realmente possui a habilidade ou está sofrendo de uma doença mental é uma dúvida que Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) não se preocupará em responder. Às vezes, acreditar-se capaz de fazer algo e realmente fazê-lo não se diferem tanto senão por uma questão de ponto de vista.
Longe dos que os intensos 21 Gramas, Babel e Biutiful sugerem, Alejandro Gonzales Iñárritu tem um dom incrível para a comédia, principalmente se seu humor ácido tem algo a dizer sobre o mundo que vivemos, ou que ele próprio vive.
[Crítica] Não se pode dizer que Bennett Miller é um diretor comum. Em 16 anos de carreira, Miller dirigiu somente quatro filmes, três dos quais foram muito bem tratados pela crítica e pelas temporadas de prêmios. Com um fascínio por temas recorrentes e também pela representação do real, consagrado pelos biográficos Capote e Moneyball – O Homem que Mudou o Jogo, o diretor dá o seu toque de poesia aos eventos que antecederam o assassinato do campeão olímpico de luta greco-romana Dave Shultz. Foxcatcher – Uma História que Chocou o Mundo é, além de uma história baseada em fatos reais, um conjunto de técnicas cinematográficas reunidas por um time de primeira, que joga alguma luz nos bastidores de uma tragédia que mais tem ares de filme de terror.
O caso pode ter esmaecido após os quase 20 anos que tomou as manchetes dos jornais, mas sua força narrativa permanece intacta. Em 1996, John du Pont, herdeiro de uma fortuna incomparável, obtida principalmente por meio da venda de pólvora, matou Dave Schultz com três tiros, depois de anos patrocinando o lutador e seu irmão caçula Mark Shultz em competições ao redor do mundo. Apesar da tese de transtorno mental aceita pelo júri, du Pont foi condenado e morreu na cadeia, em 2010. Mark, o então único sobrevivente do estranho triângulo, creditado como produtor associado, é autor da biografia que dá título ao filme e que serviu de fonte para o roteiro de E. Max Frye e Dan Futterman.
Mais aqui: http://take148.net/2015/01/21/foxcatcher-uma-historia-que-chocou-o-mundo/
[Crítica] O primeiro plano de Acima das Nuvens não é um fundo preto onde lemos “Parte 1”. Mesmo assim, o diretor Olivier Assayas nos surpreende com a “Parte 2” e o “Epílogo”. Esse pequeno detalhe é só uma das muitas particularidades que envolve a obra, que estreou no Festival de Cannes 2014. De maneira episódica, quase teatral, marcada por inúmeros fades, Assayas formula uma análise metalinguística sobre a ação do tempo, a arte e seus artistas – e sorte a nossa que, em nenhum momento, ele tenta esconder seu apreço e fascínio por esse vínculo.
Não é a primeira vez que o diretor joga com a realidade. Em 1996, Irma Vep fez a crítica internacional virar as atenções para Assayas. A comédia segue a atriz chinesa Maggie Cheung, interpretando a si mesma, que foi chamada para fazer um remake de uma série francesa. A sátira ao cinema francês era cínica e descarada. Tendo começado a carreira como crítico, Assayas nunca deixaria de sê-lo, apesar de o tempo ter sido capaz de adoçar sua acidez, como Acima das Nuvens bem mostra.
Mais aqui: http://take148.net/2015/01/04/sils-maria/
[Crítica] Enquanto a trilogia Uma Noite no Museu, dirigida por Shawn Levy, foi uma espécie de salvação para a carreira de Ben Stiller, que já estava prestes a tomar o lugar de Adam Sandler como o rei do dedo podre, pouco se pode dizer a respeito da importância da obra como um todo. Mas por uma triste coincidência, o adeus à Robin Williams acaba dando ao adeus aos personagens uma energia especial – que talvez eles não merecessem.
Uma Noite no Museu: O Segredo da Tumba, começa em uma cena à la Indiana Jones em 1938, quando um garoto cai em um buraco em um sítio arqueológico e encontra a relíquia que o grupo de arqueólogos liderados por seu pai procuravam: a tábua de Ahkmenrah. Desnecessário e sem muita conexão com o que se segue, o fragmento só vai fazer sentido bem adiante no filme, o que atrapalha o ritmo de progressão da história.
Mais aqui: http://take148.net/2015/01/01/uma-noite-no-museu-o-segredo-da-tumba/
[Crítica] O mais recente filme do diretor francês Éric Lartigau, emergente do cinema de absurdo, tem muito pouco em comum com sua obra, a não ser o tema “afirmação de identidade”, que havia aparecido em O Homem que Queria Viver a sua Vida. A Família Bélier é uma comédia um tanto realista, que trata de um assunto que não costuma frequentar as telas de cinema.
Rodolphe (François Damiens), Gigi (Karin Viard) e o filho Quentin Bélier (Luca Gelberg) são surdos-mudos, sendo Paula (Louane Emera), a filha mais velha, a única que não tem problemas de fala ou de audição. É Paula a responsável por traduzir em linguagem de sinais o que está sendo dito na tevê, atender os clientes na feira onde vendem os queijos produzidos na fazenda da família e até mesmo explicar os problemas sexuais dos pais em uma visita ao ginecologista.
Mais aqui: http://take148.net/2014/12/31/a-familia-belier/
[Artigo] Tudo começou em um espaço de aproximadamente 300m² e uma equipe de 90 pessoas. Limitados pela produção da série de TV, Heidi, Hayao Miyazaki e Isao Takahata uniram-se para o nascimento de uma das produtoras mais importantes para a história do cinema: Studio Ghibli.
Mais aqui: http://take148.net/2014/12/15/os-grandes-feitos-do-studio...
[Artigo] Tudo começou em um espaço de aproximadamente 300m² e uma equipe de 90 pessoas. Limitados pela produção da série de TV, Heidi, Hayao Miyazaki e Isao Takahata uniram-se para o nascimento de uma das produtoras mais importantes para a história do cinema: Studio Ghibli.
“O Quente Vento do Deserto do Saara”. Essa é a definição de Ghibli. O significado da palavra chega a ser cômico, levando em conta a forte influência do tal “vento” para a história da sétima arte. Na década de 1980, a dupla Miayzaki-Takahata deu vida ao primeiro filme do estúdio, com a parceria de Toshio Suzuki, Laputa: O Castelo do Céu.
O filme levou mais de 700 mil pessoas aos cinemas e gerou boas críticas, sendo esse apenas o primeiro de sucesso de uma lista gorda de “filmes mais assistidos no Japão” dos anos que se seguiram.
Mais aqui: http://take148.net/2014/12/15/os-grandes-feitos-do-studio...
[Crítica] Talvez seja necessário conhecer a fundo a filmografia do diretor canadense David Cronenberg para entender melhor as metáforas usadas em sua obra mais recente, Mapa para as Estrelas, que rendeu à Julianne Moore o prêmio de interpretação feminina no Festival de Cannes 2014.
Cronenberg é o rei do trash, ainda que seus últimos filmes – Um Método Perigoso e Cosmopolis – não apontem com tanta precisão seu talento para tal. Mas seja a terrível metamorfose de A Mosca (1986), os fetiches mórbidos de Crash – Estranhos Prazeres (1996), a realidade virtual em eXistenZ (1999) ou a esquizofrenia perturbadora de Spider – Desafie sua Mente (2002), o diretor sempre soube usar o bizarro a seu favor.
Mais aqui: http://take148.net/2015/01/13/mapa-para-as-estrelas/
[Crítica] Eu não li o romance Garota Exemplar, escrito por Gillian Flynn e publicado em 2012. No entanto, sei que o livro polarizou os leitores e a crítica desde o momento de seu lançamento, principalmente por sua cota aparentemente igual de misoginia e misandria, dois conceitos que raramente andam juntos. Estranhamente, não foi o que aconteceu com a adaptação para o cinema dirigida por David Fincher, que já figura entre os melhores do ano em listas importantes e será lembrado muito gentilmente durante a temporada de premiações.
Sendo assim, pode ser que os questionamentos que farei em seguida sejam solucionados na versão literária (apesar de que alguns claramente não podem ser), mas ainda que fossem, eu diria que Garota Exemplar falha na proposta de ser um filme que funcione longe do livro. Com o roteiro assinado pela própria Gillian Flynn, era de se esperar que funcionasse, mas como sabemos, nem todos os bons autores dão bons roteiristas.
Mais aqui: http://take148.net/2014/12/18/garota-exemplar/
[Artigo] Tudo começou em um espaço de aproximadamente 300m² e uma equipe de 90 pessoas. Limitados pela produção da série de TV, Heidi, Hayao Miyazaki e Isao Takahata uniram-se para o nascimento de uma das produtoras mais importantes para a história do cinema: Studio Ghibli.
Mais aqui: http://take148.net/2014/12/15/os-grandes-feitos-do-studio-ghibli/
[Artigo] Tudo começou em um espaço de aproximadamente 300m² e uma equipe de 90 pessoas. Limitados pela produção da série de TV, Heidi, Hayao Miyazaki e Isao Takahata uniram-se para o nascimento de uma das produtoras mais importantes para a história do cinema: Studio Ghibli.
“O Quente Vento do Deserto do Saara”. Essa é a definição de Ghibli. O significado da palavra chega a ser cômico, levando em conta a forte influência do tal “vento” para a história da sétima arte. Na década de 1980, a dupla Miayzaki-Takahata deu vida ao primeiro filme do estúdio, com a parceria de Toshio Suzuki, Laputa: O Castelo do Céu.
O filme levou mais de 700 mil pessoas aos cinemas e gerou boas críticas, sendo esse apenas o primeiro de sucesso de uma lista gorda de “filmes mais assistidos no Japão” dos anos que se seguiram.
Mais aqui: http://take148.net/2014/12/15/os-grandes-feitos-do-studio-ghibli/
[Artigo] Existem filmes que não seriam os mesmos sem a força da trilha sonora. Tais trilhas se destacam, algumas vezes, porque contam com compositores ou intérpretes famosos, outras vezes pelas próprias composições já conhecidas que ganham uma nova roupagem ou o encaixe perfeito com a trama. Lisbela e o Prisioneiro (2003) é uma tradução livre de um filme com uma trilha sonora ostentadora das 3 características e mais alguma coisa.
André Moraes e João Falcão aliaram suas expertises para agraciar os espectadores com uma combinação bem dosada entre canções populares e composições feitas especialmente para o longa-metragem. André é músico de formação clássica com experiência em música popular e se tornou um produtor musical requisitado. Compôs trilhas para vários longas e curtas brasileiros, como Assalto ao Banco Central (2011) e Meu Tio Matou um Cara (2004). João é compositor, diretor e roteirista de teatro, cinema e TV, conhecido pelos roteiros de Sexo Frágil (2003) e O Auto da Compadecida (1999), dentre outros.
Mais aqui: http://take148.net/2014/12/17/ouvindo-o-filme-lisbela-e-o-prisioneiro/
“O Quente Vento do Deserto do Saara”. Essa é a definição de Ghibli. O significado da palavra chega a ser cômico, levando em conta a forte influência do tal “vento” para a história da sétima arte. Na década de 1980, a dupla Miayzaki-Takahata deu vida ao primeiro filme do estúdio, com a parceria de Toshio Suzuki, Laputa: O Castelo do Céu.
Mais aqui: http://take148.net/2014/12/15/os-grandes-feitos-do-studio-ghibli/
[Crítica] Três horas de filme podem parecer intermináveis, mas em Azul É a Cor Mais Quente elas são muito bem-vindas. O título original francês divide o filme: A Vida de Adèle – Capítulos 1 e 2. Talvez a primeira ideia tenha sido lançar em duas partes, mas o impacto não seria o mesmo. O diretor Abdelatiff Kechiche é conhecido por contar histórias realistas, cruas, que tomam distância do embelezamento quase automático que o cinema dá aos fatos. Paradoxalmente, as verdades de Kechiche não poderiam ser mais belas. Mais aqui: http://take148.net/2014/01/18/azul-e-a-cor-mais-quente/
[Crítica] Filmes com a temática sobre os podres por trás do jornalismo têm aos montes. Há pouco mais de 60 anos, Billy Wilder lançava o seu cínico e poderoso A Montanha dos Sete Abutres (1951), no qual conta a história do repórter veterano Charles Tatum (Kirk Douglas) que, após ser demitido por mais de 11 jornais, descobre um novo fato para explorar.
Ao encontrar Leo Minosa (Richard Benedict), um homem que ficou preso em uma mina enquanto buscava por “relíquias indígenas”, Charles se vê diante da ocasião perfeita para transformar o acidente em uma tragédia que ganharia proporções nacionais, visando o lucro próprio e o sensacionalismo midiático.
A semelhança entre Charles e o protagonista de O Abutre, primeiro longa de Dan Gilroy, não está meramente na tradução do título do filme. Há uma analogia clara com o jornalismo enquanto uma prática egoísta e predadora, como os abutres. Uma narrativa que muito lembra o cinismo ácido de Sidney Lumet, em seu clássico Rede de Intrigas, no qual o jornalismo é indiferente a todo sofrimento humano, lucrando sob a luz de uma tragédia.
Mais aqui: http://take148.net/2014/12/15/o-abutre/
[Crítica] É difícil sintetizar a visão hollywoodiana sobre a guerra. Principalmente sobre a guerra justificada, a famosa guerra à guerra, ou guerra ao terror. Longe da suposta realidade dos campos de batalha à lá Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror, A Hora Mais Escura) e das consequências pessoais mostradas em Entre Irmãos, o primeiro filme do diretor de arte Peter Sattler, Camp X-Ray, encontra um espaço ainda não explorado entre as obras do gênero.
Kristen Stewart interpreta Amy Cole, uma soldada norte americana recém chegada à base naval de Guantánamo (ao sul de Cuba), onde vai desenvolver uma estranha relação com um dos prisioneiros muçulmanos capturados após os ataques de 11 de setembro. Prisioneiros não, detentos. Como explica Cole, prisioneiros estão sujeitos às Convenções de Genebra, inflexíveis quanto ao uso de tortura, detentos não.
Pulp Fiction: Tempo de Violência
4.4 3,7K Assista Agora[Artigo] Uma das características do Surf Music, estilo popular na década de 1960, é a ocorrência do compasso 4/4 em suas músicas. Para quem não entende muito das nomenclaturas da teoria musical, explico: um compasso é como os grupos de sons são divididos em uma composição, contando-se a quantidade de pulsos (batidas). O compasso 4/4 tem quatro tempos e cada tempo é dividido em duas partes iguais. Para ser mais direta, aplicamos um andamento (velocidade) mais rápido em um compasso 4/4 e deixamos a música empolgante. A prova disso são todas as vertentes do rock, incluindo o Surf Music.
Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994) pode ser citado como um exemplo de filme que mesmo desconsiderando a trilha sonora se relaciona bem com a ideia do compasso 4/4. As estórias que compõem a trama são rápidas e empolgantes, na medida certa.
Mais aqui: http://take148.net/2015/01/20/ouvindo-o-filme-pulp-fiction/
A Despedida
3.7 43[Crítica] Marcelo Galvão é um transeunte. Da comédia dramática Quarta B (2005) ao curta de terror Ouija (2010), passando pelo mundo das lutas em Rinha (2008) e a aventura em Colegas (2013), o carioca passeia por diferentes gêneros sem se preocupar com as amarras que cada um deles poderia trazer. Ao invés disso, seu único compromisso é com uma boa história. Dirigido e roteirizado por ele, A Despedida é um “road movie a 10 quilômetros por hora”. Embelezado por duas atuações explosivas, trata da velhice e da finitude com uma honestidade que pouco poderíamos esperar de um cineasta tão jovem, ainda que o argumento se baseie em uma história familiar.
A sequência inicial do longa é cruel, mas não tanto para seu protagonista quanto para o público. Ao levantar da cama (uma expressão que dita assim evoca uma agilidade que não está presente), Almirante (Nelson Xavier, maravilhoso), de 92 anos, ri, orgulhoso de si mesmo, quando percebe que não fez xixi na fralda. Em contrapartida, a mera necessidade de um gesto para chegar a essa conclusão já nos mostra como ele está debilitado.
Mais aqui: http://take148.net/2015/01/28/a-despedida/
Órfãos do Eldorado
3.1 36 Assista Agora[Crítica] Órfãos do Eldorado se inicia com um pescador-poeta narrando a busca pelos “três céus”, evocando a Divina Comedia de Dante Alighieri da mesma forma que o livro homônimo do amazonense Miltom Hatoum o faz. Essa não é a única vez que o roteiro conduz a um universo literário, quase pitoresco, de referências fantasiosas.
No barco do pescador está Arminto Cordovil (Daniel de Oliveira), prestes a se afundar em um oceano de fábulas na volta a uma pequena cidade amazônica de onde saiu há 15 anos. Com a morte do pai, com quem ele nunca se deu bem, Arminto herda a empresa de barcos da família, que fez fortuna no Ciclo da Borracha. No bojo da herança, também um barco inacabado, o Eldorado.
A volta para casa permite o reencontro de Arminto com Florita (Dira Paes), a mulher que ajudou a criá-lo e com quem mantinha um relacionamento amoroso antes de sua partida. As nuances das interpretações de Olveira e Paes levantam a suspeita de incesto, de uma proibição que não se confirmará nem se desmentirá.
Mais aqui: http://take148.net/2015/01/27/critica-orfaos-do-eldorado/
O Jogo da Imitação
4.3 3,0K Assista Agora[Crítica] As cinebiografias de prodígios matemáticos tendem a se parecer em certos aspectos, talvez porque as vidas dos biografados também têm muito em comum. O Jogo da Imitação é um relato vívido e trágico da trajetória do inglês Alan Turing, popularmente conhecido como inventor do computador e por ter ajudado os aliados a vencerem a Segunda Guerra. A obra pega muito emprestado de Uma Mente Brilhante (2001) e A Rede Social (2010), lançando mão da estrutura fragmentada, de flashbacks e os lemas inspiradores, mas provavelmente ganha como o mais triste deles.
Assim como John Nash e Mark Zuckerberg, Alan Turing contrastava fortemente suas habilidades matemáticas com inabilidades sociais, o que lhe rendeu um status de gênio incompreendido, e fez com que mesmo aqueles que entendiam plenamente o alcance de suas capacidades intelectuais estivessem dispostos a se livrar de sua companhia em algum momento. Se a inteligência única e a insociabilidade já lhe convidavam a criar um universo particular, a homossexualidade lhe obrigou.
Mais aqui: http://take148.net/2015/01/22/o-jogo-da-imitacao/
Invencível
3.9 924 Assista Agora[Crítica] Invencível é uma adaptação de Unbroken: A World War II Story of Survival, Resilience, and Redemption, livro escrito por Laura Hillenbrand, que conta a história do atleta olímpico Louis Zamperini (Jack O’Connell), um homem que, após entrar para o exército e sofrer um acidente de avião, fica à deriva no mar por mais de 40 dias.
O roteiro foi dividido entre Richard La Gravenese, William Nicholson e os talentosos irmãos Coen, conhecidos por criarem roteiros elaborados e que quebram sempre a expectativa com seu humor negro afiado e uma espécie de casualidade tragicômica. No entanto, o enredo do filme, firmado na narrativa do livro – essencialmente didática e melodramática – não fortalece a agilidade narrativa do longa-metragem,assim como não explora a densidade possível do seu protagonista, focando somente em sua personalidade enquanto mártir de guerra.
Mais aqui: http://take148.net/2015/01/26/invencivel/
Mapas para as Estrelas
3.3 478 Assista Agora[Crítica] Talvez seja necessário conhecer a fundo a filmografia do diretor canadense David Cronenberg para entender melhor as metáforas usadas em sua obra mais recente, Mapa para as Estrelas, que rendeu à Julianne Moore o prêmio de interpretação feminina no Festival de Cannes 2014.
Cronenberg é o rei do trash, ainda que seus últimos filmes – Um Método Perigoso e Cosmopolis – não apontem com tanta precisão seu talento para tal. Mas seja a terrível metamorfose de A Mosca (1986), os fetiches mórbidos de Crash – Estranhos Prazeres (1996), a realidade virtual em eXistenZ (1999) ou a esquizofrenia perturbadora de Spider – Desafie sua Mente (2002), o diretor sempre soube usar o bizarro a seu fa
Em Mapa para as Estrelas, uma comédia negra escrita e adaptada pelo novelista Bruce Wagner, não poderia ser diferente. E quando os traços psicóticos de cada personagem são ainda mais realçados por essa mesma habilidade do elenco em lidar com o esdrúxulo, Cronenberg também se consagra como um grande diretor de atores, incentivando performances calorosas em todos seus aspectos.
Mais aqui: http://take148.net/2015/01/13/mapa-para-as-estrelas/
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista Agora[Crítica] Depois de uma água viva (morta) e uma estrela cadente, aparentemente sem sentido (mas lembrem-se: tudo em um filme está lá por um motivo), a primeira coisa que vemos é Michael Keaton de costas, de cueca, levitando. Se ele realmente possui a habilidade ou está sofrendo de uma doença mental é uma dúvida que Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) não se preocupará em responder. Às vezes, acreditar-se capaz de fazer algo e realmente fazê-lo não se diferem tanto senão por uma questão de ponto de vista.
Longe dos que os intensos 21 Gramas, Babel e Biutiful sugerem, Alejandro Gonzales Iñárritu tem um dom incrível para a comédia, principalmente se seu humor ácido tem algo a dizer sobre o mundo que vivemos, ou que ele próprio vive.
Mais aqui: http://take148.net/2015/01/29/birdman/
Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo
3.3 809 Assista Agora[Crítica] Não se pode dizer que Bennett Miller é um diretor comum. Em 16 anos de carreira, Miller dirigiu somente quatro filmes, três dos quais foram muito bem tratados pela crítica e pelas temporadas de prêmios. Com um fascínio por temas recorrentes e também pela representação do real, consagrado pelos biográficos Capote e Moneyball – O Homem que Mudou o Jogo, o diretor dá o seu toque de poesia aos eventos que antecederam o assassinato do campeão olímpico de luta greco-romana Dave Shultz. Foxcatcher – Uma História que Chocou o Mundo é, além de uma história baseada em fatos reais, um conjunto de técnicas cinematográficas reunidas por um time de primeira, que joga alguma luz nos bastidores de uma tragédia que mais tem ares de filme de terror.
O caso pode ter esmaecido após os quase 20 anos que tomou as manchetes dos jornais, mas sua força narrativa permanece intacta. Em 1996, John du Pont, herdeiro de uma fortuna incomparável, obtida principalmente por meio da venda de pólvora, matou Dave Schultz com três tiros, depois de anos patrocinando o lutador e seu irmão caçula Mark Shultz em competições ao redor do mundo. Apesar da tese de transtorno mental aceita pelo júri, du Pont foi condenado e morreu na cadeia, em 2010. Mark, o então único sobrevivente do estranho triângulo, creditado como produtor associado, é autor da biografia que dá título ao filme e que serviu de fonte para o roteiro de E. Max Frye e Dan Futterman.
Mais aqui: http://take148.net/2015/01/21/foxcatcher-uma-historia-que-chocou-o-mundo/
Acima das Nuvens
3.6 400[Crítica] O primeiro plano de Acima das Nuvens não é um fundo preto onde lemos “Parte 1”. Mesmo assim, o diretor Olivier Assayas nos surpreende com a “Parte 2” e o “Epílogo”. Esse pequeno detalhe é só uma das muitas particularidades que envolve a obra, que estreou no Festival de Cannes 2014. De maneira episódica, quase teatral, marcada por inúmeros fades, Assayas formula uma análise metalinguística sobre a ação do tempo, a arte e seus artistas – e sorte a nossa que, em nenhum momento, ele tenta esconder seu apreço e fascínio por esse vínculo.
Não é a primeira vez que o diretor joga com a realidade. Em 1996, Irma Vep fez a crítica internacional virar as atenções para Assayas. A comédia segue a atriz chinesa Maggie Cheung, interpretando a si mesma, que foi chamada para fazer um remake de uma série francesa. A sátira ao cinema francês era cínica e descarada. Tendo começado a carreira como crítico, Assayas nunca deixaria de sê-lo, apesar de o tempo ter sido capaz de adoçar sua acidez, como Acima das Nuvens bem mostra.
Mais aqui: http://take148.net/2015/01/04/sils-maria/
Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba
3.2 359 Assista Agora[Crítica] Enquanto a trilogia Uma Noite no Museu, dirigida por Shawn Levy, foi uma espécie de salvação para a carreira de Ben Stiller, que já estava prestes a tomar o lugar de Adam Sandler como o rei do dedo podre, pouco se pode dizer a respeito da importância da obra como um todo. Mas por uma triste coincidência, o adeus à Robin Williams acaba dando ao adeus aos personagens uma energia especial – que talvez eles não merecessem.
Uma Noite no Museu: O Segredo da Tumba, começa em uma cena à la Indiana Jones em 1938, quando um garoto cai em um buraco em um sítio arqueológico e encontra a relíquia que o grupo de arqueólogos liderados por seu pai procuravam: a tábua de Ahkmenrah. Desnecessário e sem muita conexão com o que se segue, o fragmento só vai fazer sentido bem adiante no filme, o que atrapalha o ritmo de progressão da história.
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A Família Bélier
4.2 437[Crítica] O mais recente filme do diretor francês Éric Lartigau, emergente do cinema de absurdo, tem muito pouco em comum com sua obra, a não ser o tema “afirmação de identidade”, que havia aparecido em O Homem que Queria Viver a sua Vida. A Família Bélier é uma comédia um tanto realista, que trata de um assunto que não costuma frequentar as telas de cinema.
Rodolphe (François Damiens), Gigi (Karin Viard) e o filho Quentin Bélier (Luca Gelberg) são surdos-mudos, sendo Paula (Louane Emera), a filha mais velha, a única que não tem problemas de fala ou de audição. É Paula a responsável por traduzir em linguagem de sinais o que está sendo dito na tevê, atender os clientes na feira onde vendem os queijos produzidos na fazenda da família e até mesmo explicar os problemas sexuais dos pais em uma visita ao ginecologista.
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Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar
4.2 993 Assista AgoraEspecial sobre o Studio Ghibli
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A Viagem de Chihiro
4.5 2,3K Assista Agora[Artigo] Tudo começou em um espaço de aproximadamente 300m² e uma equipe de 90 pessoas. Limitados pela produção da série de TV, Heidi, Hayao Miyazaki e Isao Takahata uniram-se para o nascimento de uma das produtoras mais importantes para a história do cinema: Studio Ghibli.
Mais aqui: http://take148.net/2014/12/15/os-grandes-feitos-do-studio...
Vidas ao Vento
4.1 603 Assista Agora[Artigo] Tudo começou em um espaço de aproximadamente 300m² e uma equipe de 90 pessoas. Limitados pela produção da série de TV, Heidi, Hayao Miyazaki e Isao Takahata uniram-se para o nascimento de uma das produtoras mais importantes para a história do cinema: Studio Ghibli.
“O Quente Vento do Deserto do Saara”. Essa é a definição de Ghibli. O significado da palavra chega a ser cômico, levando em conta a forte influência do tal “vento” para a história da sétima arte. Na década de 1980, a dupla Miayzaki-Takahata deu vida ao primeiro filme do estúdio, com a parceria de Toshio Suzuki, Laputa: O Castelo do Céu.
O filme levou mais de 700 mil pessoas aos cinemas e gerou boas críticas, sendo esse apenas o primeiro de sucesso de uma lista gorda de “filmes mais assistidos no Japão” dos anos que se seguiram.
Mais aqui: http://take148.net/2014/12/15/os-grandes-feitos-do-studio...
Mapas para as Estrelas
3.3 478 Assista Agora[Crítica] Talvez seja necessário conhecer a fundo a filmografia do diretor canadense David Cronenberg para entender melhor as metáforas usadas em sua obra mais recente, Mapa para as Estrelas, que rendeu à Julianne Moore o prêmio de interpretação feminina no Festival de Cannes 2014.
Cronenberg é o rei do trash, ainda que seus últimos filmes – Um Método Perigoso e Cosmopolis – não apontem com tanta precisão seu talento para tal. Mas seja a terrível metamorfose de A Mosca (1986), os fetiches mórbidos de Crash – Estranhos Prazeres (1996), a realidade virtual em eXistenZ (1999) ou a esquizofrenia perturbadora de Spider – Desafie sua Mente (2002), o diretor sempre soube usar o bizarro a seu favor.
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Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista Agora[Crítica] Eu não li o romance Garota Exemplar, escrito por Gillian Flynn e publicado em 2012. No entanto, sei que o livro polarizou os leitores e a crítica desde o momento de seu lançamento, principalmente por sua cota aparentemente igual de misoginia e misandria, dois conceitos que raramente andam juntos. Estranhamente, não foi o que aconteceu com a adaptação para o cinema dirigida por David Fincher, que já figura entre os melhores do ano em listas importantes e será lembrado muito gentilmente durante a temporada de premiações.
Sendo assim, pode ser que os questionamentos que farei em seguida sejam solucionados na versão literária (apesar de que alguns claramente não podem ser), mas ainda que fossem, eu diria que Garota Exemplar falha na proposta de ser um filme que funcione longe do livro. Com o roteiro assinado pela própria Gillian Flynn, era de se esperar que funcionasse, mas como sabemos, nem todos os bons autores dão bons roteiristas.
Mais aqui: http://take148.net/2014/12/18/garota-exemplar/
PomPoko: A Grande Batalha dos Guaxinins
4.0 154 Assista AgoraEspecial sobre o Studio Ghibli
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Túmulo dos Vagalumes
4.6 2,2K[Artigo] Tudo começou em um espaço de aproximadamente 300m² e uma equipe de 90 pessoas. Limitados pela produção da série de TV, Heidi, Hayao Miyazaki e Isao Takahata uniram-se para o nascimento de uma das produtoras mais importantes para a história do cinema: Studio Ghibli.
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O Castelo no Céu
4.2 326 Assista Agora[Artigo] Tudo começou em um espaço de aproximadamente 300m² e uma equipe de 90 pessoas. Limitados pela produção da série de TV, Heidi, Hayao Miyazaki e Isao Takahata uniram-se para o nascimento de uma das produtoras mais importantes para a história do cinema: Studio Ghibli.
“O Quente Vento do Deserto do Saara”. Essa é a definição de Ghibli. O significado da palavra chega a ser cômico, levando em conta a forte influência do tal “vento” para a história da sétima arte. Na década de 1980, a dupla Miayzaki-Takahata deu vida ao primeiro filme do estúdio, com a parceria de Toshio Suzuki, Laputa: O Castelo do Céu.
O filme levou mais de 700 mil pessoas aos cinemas e gerou boas críticas, sendo esse apenas o primeiro de sucesso de uma lista gorda de “filmes mais assistidos no Japão” dos anos que se seguiram.
Mais aqui: http://take148.net/2014/12/15/os-grandes-feitos-do-studio-ghibli/
Lisbela e o Prisioneiro
3.8 1,2K[Artigo] Existem filmes que não seriam os mesmos sem a força da trilha sonora. Tais trilhas se destacam, algumas vezes, porque contam com compositores ou intérpretes famosos, outras vezes pelas próprias composições já conhecidas que ganham uma nova roupagem ou o encaixe perfeito com a trama. Lisbela e o Prisioneiro (2003) é uma tradução livre de um filme com uma trilha sonora ostentadora das 3 características e mais alguma coisa.
André Moraes e João Falcão aliaram suas expertises para agraciar os espectadores com uma combinação bem dosada entre canções populares e composições feitas especialmente para o longa-metragem. André é músico de formação clássica com experiência em música popular e se tornou um produtor musical requisitado. Compôs trilhas para vários longas e curtas brasileiros, como Assalto ao Banco Central (2011) e Meu Tio Matou um Cara (2004). João é compositor, diretor e roteirista de teatro, cinema e TV, conhecido pelos roteiros de Sexo Frágil (2003) e O Auto da Compadecida (1999), dentre outros.
Mais aqui: http://take148.net/2014/12/17/ouvindo-o-filme-lisbela-e-o-prisioneiro/
Meu Amigo Totoro
4.3 1,3K Assista Agora“O Quente Vento do Deserto do Saara”. Essa é a definição de Ghibli. O significado da palavra chega a ser cômico, levando em conta a forte influência do tal “vento” para a história da sétima arte. Na década de 1980, a dupla Miayzaki-Takahata deu vida ao primeiro filme do estúdio, com a parceria de Toshio Suzuki, Laputa: O Castelo do Céu.
Mais aqui: http://take148.net/2014/12/15/os-grandes-feitos-do-studio-ghibli/
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista Agora[Crítica] Três horas de filme podem parecer intermináveis, mas em Azul É a Cor Mais Quente elas são muito bem-vindas. O título original francês divide o filme: A Vida de Adèle – Capítulos 1 e 2. Talvez a primeira ideia tenha sido lançar em duas partes, mas o impacto não seria o mesmo. O diretor Abdelatiff Kechiche é conhecido por contar histórias realistas, cruas, que tomam distância do embelezamento quase automático que o cinema dá aos fatos. Paradoxalmente, as verdades de Kechiche não poderiam ser mais belas.
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O Abutre
4.0 2,5K Assista Agora[Crítica] Filmes com a temática sobre os podres por trás do jornalismo têm aos montes. Há pouco mais de 60 anos, Billy Wilder lançava o seu cínico e poderoso A Montanha dos Sete Abutres (1951), no qual conta a história do repórter veterano Charles Tatum (Kirk Douglas) que, após ser demitido por mais de 11 jornais, descobre um novo fato para explorar.
Ao encontrar Leo Minosa (Richard Benedict), um homem que ficou preso em uma mina enquanto buscava por “relíquias indígenas”, Charles se vê diante da ocasião perfeita para transformar o acidente em uma tragédia que ganharia proporções nacionais, visando o lucro próprio e o sensacionalismo midiático.
A semelhança entre Charles e o protagonista de O Abutre, primeiro longa de Dan Gilroy, não está meramente na tradução do título do filme. Há uma analogia clara com o jornalismo enquanto uma prática egoísta e predadora, como os abutres. Uma narrativa que muito lembra o cinismo ácido de Sidney Lumet, em seu clássico Rede de Intrigas, no qual o jornalismo é indiferente a todo sofrimento humano, lucrando sob a luz de uma tragédia.
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Marcados Pela Guerra
3.6 423 Assista Agora[Crítica] É difícil sintetizar a visão hollywoodiana sobre a guerra. Principalmente sobre a guerra justificada, a famosa guerra à guerra, ou guerra ao terror. Longe da suposta realidade dos campos de batalha à lá Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror, A Hora Mais Escura) e das consequências pessoais mostradas em Entre Irmãos, o primeiro filme do diretor de arte Peter Sattler, Camp X-Ray, encontra um espaço ainda não explorado entre as obras do gênero.
Kristen Stewart interpreta Amy Cole, uma soldada norte americana recém chegada à base naval de Guantánamo (ao sul de Cuba), onde vai desenvolver uma estranha relação com um dos prisioneiros muçulmanos capturados após os ataques de 11 de setembro. Prisioneiros não, detentos. Como explica Cole, prisioneiros estão sujeitos às Convenções de Genebra, inflexíveis quanto ao uso de tortura, detentos não.
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