Pense um crossover de San Junipero com The Good Place. Greg Daniels, criador do The Office americano, assina esta nova comédia dramática sobre a capitalização da pós-vida, que não dispensa comentários sobre capitalismo, consumismo e identidade pessoal.
Definitivamente tem uns problemas de tom – bufonice descabida em momentos inapropriados –, mas do tipo que gera cringe comedy em vez de prejudicar a série de forma relevante. Fora isso, roteiro sensacional e personagens cativantes fazem uma fantástica experiência maratonável.
7/10 tenho issues com produção e direção, mas as qualidades mais que compensam. Divertida e instigante, tem MUITO potencial
Só me incomoda que a Amazon tenha seguido essa onda de lançar a temporada toda de uma vez, em vez de episódios semanais. Also,
Como faz a diferença, a visão artística de um diretor. Todos os pontos fortes da primeira temporada são retomados nesta terceira, resgatando a visão autoral do criador Nic Pizzolatto, exceto pela incrível atmosfera característica imposta pela cinematografia e direção de Cary Joji Fukunaga.
Mas tirando isso, excelente, envolvente do início ao fim. Bom ver a série recuperar a forma, e fica a expectativa de uma quarta temporada que mantenha o nível.
Tenho sentimentos mistos por esta série. Antes de tudo, a estética muito "clean" é o que me incomoda mais, porque parece artificial e anticlimática no tom de suspense/horror que a série devia ter. Ela não tem atmosfera nenhuma. E muitas vezes o roteiro parece forçado por problemas de movimentação dos atores, diálogos e montagem estranhos. O queerbaiting é muito flagrante. Os efeitos especiais são esquisitos e risíveis às vezes, especialmente quando as pessoas estão dentro da névoa (coisa que de alguma forma pareceu melhor no filme de 2007).
No entanto, se você consegue ignorar tudo isso, o drama humano é realmente bom. Eu queria dar um highlight no lance do estupro sendo usado como plot device útil. Diferente de outras séries aí que só usam dessa temática execrável pra chocar, aqui no primeiro episódio acontece um abuso sexual, mas nós nunca o vemos, e o evento tem um forte impacto na personagem em questão e em todos à sua volta, assombrando-os a temporada inteira. Eu diria que essa é a coisa mais orgânica do roteiro, que mantém grande parte dos conflitos se movendo e na linha.
Gostei como algumas coisas foram mudadas em relação ao filme, mas ainda estão lá, com uma abordagem diferente, como os conflitos de obsessão religiosa. A nova proposta do nevoeiro em si também é diferente, e eu admito que sinto falta dos monstros do filme; mas este novo take mais psicológico também é legal e até mais sinistro, porque você nunca sabe o que pode aparecer. Gosto muito como as sequências dentro do nevoeiro me lembram Silent Hill (que, por sua vez, bebe da mesma fonte da série). A trilha sonora se destaca. As músicas são muito bem escolhidas.
No mais, as sequências de ação e suspense são competentes e tensas, e o roteiro nos oferece alguns mistérios e perguntas genuínas que fazem valer a pena continuar assistindo, apesar do feeling de produção B que a série tem (o que é muito refletido na abertura). Mas talvez isso se encaixe bem na história das adaptações de Stephen King, que meio que sempre tiveram certo orgulho "pulp riff". Ainda há algo de kingeano na série, e isso agrada bastante.
Imagino que com mais desenvolvimento e orçamento, a série tem tudo pra melhorar exponencialmente caso renovada.
Upload (1ª Temporada)
3.8 197Pense um crossover de San Junipero com The Good Place. Greg Daniels, criador do The Office americano, assina esta nova comédia dramática sobre a capitalização da pós-vida, que não dispensa comentários sobre capitalismo, consumismo e identidade pessoal.
Definitivamente tem uns problemas de tom – bufonice descabida em momentos inapropriados –, mas do tipo que gera cringe comedy em vez de prejudicar a série de forma relevante. Fora isso, roteiro sensacional e personagens cativantes fazem uma fantástica experiência maratonável.
7/10 tenho issues com produção e direção, mas as qualidades mais que compensam. Divertida e instigante, tem MUITO potencial
Só me incomoda que a Amazon tenha seguido essa onda de lançar a temporada toda de uma vez, em vez de episódios semanais. Also,
fucking Ingrid, que final foi aquele? PUTA QUE PARIU
True Detective (3ª Temporada)
4.0 284Como faz a diferença, a visão artística de um diretor. Todos os pontos fortes da primeira temporada são retomados nesta terceira, resgatando a visão autoral do criador Nic Pizzolatto, exceto pela incrível atmosfera característica imposta pela cinematografia e direção de Cary Joji Fukunaga.
Mas tirando isso, excelente, envolvente do início ao fim. Bom ver a série recuperar a forma, e fica a expectativa de uma quarta temporada que mantenha o nível.
Barry (1ª Temporada)
4.1 118 Assista AgoraPerfeita. Absolutamente nenhum defeito.
O Nevoeiro (1ª Temporada)
3.0 461 Assista AgoraTenho sentimentos mistos por esta série. Antes de tudo, a estética muito "clean" é o que me incomoda mais, porque parece artificial e anticlimática no tom de suspense/horror que a série devia ter. Ela não tem atmosfera nenhuma. E muitas vezes o roteiro parece forçado por problemas de movimentação dos atores, diálogos e montagem estranhos. O queerbaiting é muito flagrante. Os efeitos especiais são esquisitos e risíveis às vezes, especialmente quando as pessoas estão dentro da névoa (coisa que de alguma forma pareceu melhor no filme de 2007).
No entanto, se você consegue ignorar tudo isso, o drama humano é realmente bom. Eu queria dar um highlight no lance do estupro sendo usado como plot device útil. Diferente de outras séries aí que só usam dessa temática execrável pra chocar, aqui no primeiro episódio acontece um abuso sexual, mas nós nunca o vemos, e o evento tem um forte impacto na personagem em questão e em todos à sua volta, assombrando-os a temporada inteira. Eu diria que essa é a coisa mais orgânica do roteiro, que mantém grande parte dos conflitos se movendo e na linha.
Gostei como algumas coisas foram mudadas em relação ao filme, mas ainda estão lá, com uma abordagem diferente, como os conflitos de obsessão religiosa. A nova proposta do nevoeiro em si também é diferente, e eu admito que sinto falta dos monstros do filme; mas este novo take mais psicológico também é legal e até mais sinistro, porque você nunca sabe o que pode aparecer. Gosto muito como as sequências dentro do nevoeiro me lembram Silent Hill (que, por sua vez, bebe da mesma fonte da série). A trilha sonora se destaca. As músicas são muito bem escolhidas.
No mais, as sequências de ação e suspense são competentes e tensas, e o roteiro nos oferece alguns mistérios e perguntas genuínas que fazem valer a pena continuar assistindo, apesar do feeling de produção B que a série tem (o que é muito refletido na abertura). Mas talvez isso se encaixe bem na história das adaptações de Stephen King, que meio que sempre tiveram certo orgulho "pulp riff". Ainda há algo de kingeano na série, e isso agrada bastante.
Imagino que com mais desenvolvimento e orçamento, a série tem tudo pra melhorar exponencialmente caso renovada.