“Mamã, O que você faz quando seus sonhos se tornam realidade? Eu passei minha vida herdando sonhos de você” “Em um bairro de Nova York” é um excelente exemplar de como fazer um filme musical. Os números musicais atingem uma escala impressionante, em cada canção é possível vibrar com as elaboradas coreografias e com a excelente performance do elenco. Vivemos durante toda a projeção uma montanha russa de emoções. Acompanhamos a história de vários imigrantes latinos que lutam dia-a-dia para conquistarem seus sonhos, mesmo com todas as probabilidades jogando contra. Os números musicais refletem seus anseios e desejos. As músicas são inseridas na trama de maneira eficiente e orgânica, através delas vivenciamos todas nostalgias, frustrações, alegrias e o senso de pertencimento de uma determinada comunidade. São tantos números musicais excepcionais que é impossível fazer uma lista dos melhores, mas o que mais me comoveu foi "Paciencia y fe". Vale destacar o elenco, que é composto majoritariamente, por atores e atrizes latinos que não são muito conhecidos no meio cinematográfico, mas esbanjam talento. É emocionante e gratificante ver o resultado dessa obra-prima dos filmes musicais. Não percam a oportunidade de assistirem uma joia rara, mesmo que você não goste tanto de musicais, pense com carinho e abra uma exceção para “Em um bairro em Nova York”, dificilmente você vai se arrepender. Fico na torcida para que mais histórias como essa sejam contadas e celebradas.
Um dos gêneros com mais controvérsias do cinema é o musical (meu favorito) que teve se auge nas décadas de 30, 40, 50 até meados de 60, mas aos poucos foi desaparecendo dos cinemas com um ou outro musical tendo destaque. Houve até quem decretasse a morte do gênero que no começo da década de 2000 ressurgiu com Dançando no escuro (2000), Moulin Rouge (2001) e Chicago (2002) dando um pequeno respiro. Entretanto, não durou muito já que decretaram novamente o seu fim, mas eu prefiro ser um pouco mais cauteloso e dizer que o filmes musicais estão na UTI, e uma vez ou outra eles recebem uma alta e vem nos brindar com sua magia, mesmo que uma parte do público e da crítica os ignorem e tentam de qualquer modo desligar os aparelhos.
Os argumentos são que o gênero está ultrapassado, é muito alegre ou melodramático, caricato, “bobinho” e superficial. O que não é verdade, basta assistir aos filmes que isso será constatado, pois tenho a sensação que falta boa vontade das pessoas assistirem aos filmes ou assistem com uma opinião formada.
Hoje tivemos o lançamento de The Prom que apesar de alguns problemas concentrados, principalmente, na atuação irregular do James Corden (o que o salva é que ele pelo menos canta bem) e em algumas escolhas questionáveis da direção do Ryan Murphy, The Prom é um musical agradável e emocionante que em vários momentos faz jus ao espetáculo da Broadway, e isso não é nem um pouco fácil, é muito difícil transferir a energia dos musicais do teatro para o cinema. Ainda somos presenteados com o grande destaque do musical que se chama Ariana DeBose, o que ela faz com pouco tempo de tela é impressionante, suas reações e olhares é encantador, não vejo a hora de ve-la como Anita em West Side Story. A novata Jo Ellen também está muito bem. Já a Meryl Streep é a Meryl Streep, como todos sabem é uma lenda viva.
As canções e coreografias estão em perfeita sintonia, apesar do Murphy ter problemas em fazer a transição de um número musical para outro, mas não tira a magia desse fabuloso romance. Contudo, infelizmente, várias críticas catalogadas ao gênero estão sendo vomitadas, o que pode fazer com o que o público ignore mais um formidável musical, o que é uma pena.
De qualquer maneira, fiquei muito satisfeito com resultado final do projeto. Fico na torcida para que o filme receba uma chance do público. Estão todos e todas convidas para essa grande festa! Viva aos musicais! Viva The Prom!
Minha irmã (2020) é um tocante filme que mostra a triste realidade de uma personagem que observa seu irmão com câncer morrendo aos poucos e não pode fazer nada para impedir. No meio desse caos a vida não desacelera, ela precisa encontrar forças para continuar, mesmo com a frustração e o medo tomando conta de todos os momentos e lembranças não existe muitas escolhas.
As cineastas Reymond e Chuat conseguem através do silêncio e da música clássica expressar todas emoções da Lisa, fazendo o espectador ficar angustiado e desesperado junto com a personagem. No fim da história, percebemos que ao ter lidar com a morte lenta e sofrida de um ente querido, que é morto por uma doença silenciosa e agressiva, nesse processo várias pessoas aos poucos têm suas vidas apagadas e banhadas pela escuridão e a incerteza.
Finalmente assistir “Adoráveis mulheres” novo filme dirigido e roteirizado por Greta Gerwig e todas expectativas, que eu tinha em torno do projeto, foram superadas. É um filme visualmente impressionante com inúmeras cenas marcantes, seja um impactante monólogo ou uma simples dança escondida. A direção conduzida por Gerwig consegue buscar uma nova identidade e dar fôlego para uma história que já foi diversas vezes adaptada para o cinema. O modo como Gerwig “brinca” e reflete sobre a ficção e o real é deliciosamente divertido e melancólico. O elenco está em perfeita sintonia, mas o grande destaque é a talentosa Saoirse Ronan que consegue através do olhar e de pequenos gestos expressar todos anseios, sonhos e frustrações de sua personagem, por esses e outros motivos a atuação de Ronan é a minha preferida da temporada. Sem dúvida alguma, Ronan é uma das melhores atrizes da sua geração. Outro destaque é a excelente trilha sonora composta por Alexandre Desplat. Ele nos brinda com uma trilha extremamente complexa que dita todo rumo da história com maestria, em vários momentos a música deixa de ser um suporte para se tornar protagonista da película. Enfim, somos apresentados a uma tocante e sensível história de amor, amizade, perda, empatia, solidão, esperança, superação e, acima de tudo, sobre personagens que presenciam seus sonhos virando cinzas, mas mesmo com todas condições desfavoráveis, elas não se conformam com a vida que são submetidas. Não percam a oportunidade de vivenciarem essa história.
“Obrigada, tia March, pelo emprego e suas muitas gentilezas, mas eu pretendo fazer meu próprio caminho pelo mundo”.
O crítico de cinema Rubens Ewald Filho, disse que para ele “o cinema é um grande companheiro, todo dia trazendo uma surpresa nova. Revejo filmes como quem reencontra velhos amigos”. Quando terminei de rever “Titanic", tive essa mesma sensação, ao poder recordar vários momentos marcantes do filme e relembrar sua grandiosidade. É fascinante como James Cameron, escolhe como pano de fundo o naufrágio do navio Titanic, para nos contar uma belíssima história sobre esquecimento, perda, envelhecimento, amizade, confiança e diferença de classes. Por isso, não vejo como tema central do filme o acidente, mas às relações humanas e suas várias facetas.
Tem uma sequência da qual gosto muito que é quando o navio está afundando e as cenas são alternadas entre os passageiros caindo no oceano e entre os pratos e cadeiras, que estão dentro do navio, caindo no chão, para nos mostrar como somos frágeis perante determinadas situações e, no fim de tudo, temos o mesmo destino daqueles objetos. Também tenho um enorme apreço pelo modo que é conduzida a história da personagem Rose, interpretada por Kate Winslet, ao acompanhamos sua busca por independência.
Ainda somos presenteados com uma magnífica trilha sonora composta pelo lendário James Horner, nos fazendo viver e sentir cada momento da trama e, claro, não é possível esquecer da tocante canção tema da película “My Heart Will Go On”.
“(...) Agora vocês sabem que existiu um homem chamado Jack Dawson e que ele me salvou de todas as formas que uma pessoa pode ser salva. Não tenho nenhuma foto dele. Agora ele só existe na minha memória”.
A cada dia que passa fico mais encantado pelo filme. Um triste história sobre vidas que se perdem. Desejos e sonhos que jamais se tornarão reais, por causas que estão fora do nosso alcance. Existem certos traumas da vida que jamais conseguiremos excluir da nossa rotina. A única solução é tentar dolorosamente superar esses traumas dia após dia, pois algumas marcas adquiridas no curso da vida dificilmente irão cicatrizar.
"Não perco a esperança de que você volte ao Brasil e que nos encontraremos, por acaso, no meio da rua. A gente é muito jovem, Eurídice. Temos uma vida inteira juntas pela frente. Morro de medo de te esquecer. Por favor, não se esqueça de mim."
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Em um Bairro de Nova York
3.6 125 Assista Agora“Mamã, O que você faz quando seus sonhos se tornam realidade? Eu passei minha vida herdando sonhos de você”
“Em um bairro de Nova York” é um excelente exemplar de como fazer um filme musical. Os números musicais atingem uma escala impressionante, em cada canção é possível vibrar com as elaboradas coreografias e com a excelente performance do elenco. Vivemos durante toda a projeção uma montanha russa de emoções.
Acompanhamos a história de vários imigrantes latinos que lutam dia-a-dia para conquistarem seus sonhos, mesmo com todas as probabilidades jogando contra. Os números musicais refletem seus anseios e desejos. As músicas são inseridas na trama de maneira eficiente e orgânica, através delas vivenciamos todas nostalgias, frustrações, alegrias e o senso de pertencimento de uma determinada comunidade. São tantos números musicais excepcionais que é impossível fazer uma lista dos melhores, mas o que mais me comoveu foi "Paciencia y fe".
Vale destacar o elenco, que é composto majoritariamente, por atores e atrizes latinos que não são muito conhecidos no meio cinematográfico, mas esbanjam talento. É emocionante e gratificante ver o resultado dessa obra-prima dos filmes musicais. Não percam a oportunidade de assistirem uma joia rara, mesmo que você não goste tanto de musicais, pense com carinho e abra uma exceção para “Em um bairro em Nova York”, dificilmente você vai se arrepender. Fico na torcida para que mais histórias como essa sejam contadas e celebradas.
A Festa de Formatura
3.1 238Um dos gêneros com mais controvérsias do cinema é o musical (meu favorito) que teve se auge nas décadas de 30, 40, 50 até meados de 60, mas aos poucos foi desaparecendo dos cinemas com um ou outro musical tendo destaque. Houve até quem decretasse a morte do gênero que no começo da década de 2000 ressurgiu com Dançando no escuro (2000), Moulin Rouge (2001) e Chicago (2002) dando um pequeno respiro. Entretanto, não durou muito já que decretaram novamente o seu fim, mas eu prefiro ser um pouco mais cauteloso e dizer que o filmes musicais estão na UTI, e uma vez ou outra eles recebem uma alta e vem nos brindar com sua magia, mesmo que uma parte do público e da crítica os ignorem e tentam de qualquer modo desligar os aparelhos.
Os argumentos são que o gênero está ultrapassado, é muito alegre ou melodramático, caricato, “bobinho” e superficial. O que não é verdade, basta assistir aos filmes que isso será constatado, pois tenho a sensação que falta boa vontade das pessoas assistirem aos filmes ou assistem com uma opinião formada.
Hoje tivemos o lançamento de The Prom que apesar de alguns problemas concentrados, principalmente, na atuação irregular do James Corden (o que o salva é que ele pelo menos canta bem) e em algumas escolhas questionáveis da direção do Ryan Murphy, The Prom é um musical agradável e emocionante que em vários momentos faz jus ao espetáculo da Broadway, e isso não é nem um pouco fácil, é muito difícil transferir a energia dos musicais do teatro para o cinema. Ainda somos presenteados com o grande destaque do musical que se chama Ariana DeBose, o que ela faz com pouco tempo de tela é impressionante, suas reações e olhares é encantador, não vejo a hora de ve-la como Anita em West Side Story. A novata Jo Ellen também está muito bem. Já a Meryl Streep é a Meryl Streep, como todos sabem é uma lenda viva.
As canções e coreografias estão em perfeita sintonia, apesar do Murphy ter problemas em fazer a transição de um número musical para outro, mas não tira a magia desse fabuloso romance. Contudo, infelizmente, várias críticas catalogadas ao gênero estão sendo vomitadas, o que pode fazer com o que o público ignore mais um formidável musical, o que é uma pena.
De qualquer maneira, fiquei muito satisfeito com resultado final do projeto. Fico na torcida para que o filme receba uma chance do público. Estão todos e todas convidas para essa grande festa! Viva aos musicais! Viva The Prom!
Minha Irmã
3.4 8Minha irmã (2020) é um tocante filme que mostra a triste realidade de uma personagem que observa seu irmão com câncer morrendo aos poucos e não pode fazer nada para impedir. No meio desse caos a vida não desacelera, ela precisa encontrar forças para continuar, mesmo com a frustração e o medo tomando conta de todos os momentos e lembranças não existe muitas escolhas.
As cineastas Reymond e Chuat conseguem através do silêncio e da música clássica expressar todas emoções da Lisa, fazendo o espectador ficar angustiado e desesperado junto com a personagem. No fim da história, percebemos que ao ter lidar com a morte lenta e sofrida de um ente querido, que é morto por uma doença silenciosa e agressiva, nesse processo várias pessoas aos poucos têm suas vidas apagadas e banhadas pela escuridão e a incerteza.
Adoráveis Mulheres
4.0 975 Assista AgoraFinalmente assistir “Adoráveis mulheres” novo filme dirigido e roteirizado por Greta Gerwig e todas expectativas, que eu tinha em torno do projeto, foram superadas. É um filme visualmente impressionante com inúmeras cenas marcantes, seja um impactante monólogo ou uma simples dança escondida. A direção conduzida por Gerwig consegue buscar uma nova identidade e dar fôlego para uma história que já foi diversas vezes adaptada para o cinema. O modo como Gerwig “brinca” e reflete sobre a ficção e o real é deliciosamente divertido e melancólico.
O elenco está em perfeita sintonia, mas o grande destaque é a talentosa Saoirse Ronan que consegue através do olhar e de pequenos gestos expressar todos anseios, sonhos e frustrações de sua personagem, por esses e outros motivos a atuação de Ronan é a minha preferida da temporada. Sem dúvida alguma, Ronan é uma das melhores atrizes da sua geração.
Outro destaque é a excelente trilha sonora composta por Alexandre Desplat. Ele nos brinda com uma trilha extremamente complexa que dita todo rumo da história com maestria, em vários momentos a música deixa de ser um suporte para se tornar protagonista da película.
Enfim, somos apresentados a uma tocante e sensível história de amor, amizade, perda, empatia, solidão, esperança, superação e, acima de tudo, sobre personagens que presenciam seus sonhos virando cinzas, mas mesmo com todas condições desfavoráveis, elas não se conformam com a vida que são submetidas. Não percam a oportunidade de vivenciarem essa história.
“Obrigada, tia March, pelo emprego e suas muitas gentilezas, mas eu pretendo fazer meu próprio caminho pelo mundo”.
Titanic
4.0 4,6K Assista AgoraO crítico de cinema Rubens Ewald Filho, disse que para ele “o cinema é um grande companheiro, todo dia trazendo uma surpresa nova. Revejo filmes como quem reencontra velhos amigos”. Quando terminei de rever “Titanic", tive essa mesma sensação, ao poder recordar vários momentos marcantes do filme e relembrar sua grandiosidade. É fascinante como James Cameron, escolhe como pano de fundo o naufrágio do navio Titanic, para nos contar uma belíssima história sobre esquecimento, perda, envelhecimento, amizade, confiança e diferença de classes. Por isso, não vejo como tema central do filme o acidente, mas às relações humanas e suas várias facetas.
Tem uma sequência da qual gosto muito que é quando o navio está afundando e as cenas são alternadas entre os passageiros caindo no oceano e entre os pratos e cadeiras, que estão dentro do navio, caindo no chão, para nos mostrar como somos frágeis perante determinadas situações e, no fim de tudo, temos o mesmo destino daqueles objetos. Também tenho um enorme apreço pelo modo que é conduzida a história da personagem Rose, interpretada por Kate Winslet, ao acompanhamos sua busca por independência.
Ainda somos presenteados com uma magnífica trilha sonora composta pelo lendário James Horner, nos fazendo viver e sentir cada momento da trama e, claro, não é possível esquecer da tocante canção tema da película “My Heart Will Go On”.
“(...) Agora vocês sabem que existiu um homem chamado Jack Dawson e que ele me salvou de todas as formas que uma pessoa pode ser salva. Não tenho nenhuma foto dele. Agora ele só existe na minha memória”.
A Vida Invisível
4.3 642A cada dia que passa fico mais encantado pelo filme. Um triste história sobre vidas que se perdem. Desejos e sonhos que jamais se tornarão reais, por causas que estão fora do nosso alcance. Existem certos traumas da vida que jamais conseguiremos excluir da nossa rotina. A única solução é tentar dolorosamente superar esses traumas dia após dia, pois algumas marcas adquiridas no curso da vida dificilmente irão cicatrizar.
"Não perco a esperança de que você volte ao Brasil e que nos encontraremos, por acaso, no meio da rua. A gente é muito jovem, Eurídice. Temos uma vida inteira juntas pela frente. Morro de medo de te esquecer. Por favor, não se esqueça de mim."