O cinema GLS já existe há muito tempo e são diversos exemplares que fizeram bonito com suas histórias – porém havia um certo limite nos cenários onde esses roteiros eram desenvolvidos. A maioria dos cineastas transportavam suas histórias para grandes e maravilhosas cidades paradisíacas e salva-se em algumas vezes, o filme se passava numa penitenciária, no exército ou algum outro lugar mais inóspito. Barry Jenkins foi o responsável por dar um fôlego novo ao tema com “Moonlight – Sob A Luz do Luar” no ano passado. A história abordava a vida de um jovem negro de Miami que driblava momentos de seu crescimento com o mundo fácil da criminalidade e a descoberta de sua sexualidade. Proeminentemente reconhecido, o filme arrebatou o Oscar de Melhor Filme de 2017 entre outros prêmios. Então, seria mais ou menos previsível dizer que transportar a velha história da descoberta da orientação sexual para onde a câmera poucas vezes tinha estado, seria uma ótima empreitada, e teria um bom tato para premiações, então alguns exemplares como o sul- africano “Inxeba” e “Beach Rats” chegaram, cada qual a seu modo de exibição.
Os protagonistas de Beach Rats observam a vida sem maiores pretensões. Beach Rats (ou Ratos de Praia, como vem sendo chamado) dirigido por Eliza Rittman transporta sua história para o Brooklin contemporâneo e dentre um apanhado de jovens bonitos e quase sempre sem camisas, acompanha a eclosão sexual de um deles, o jovem Frankie (Harris Dickinson). A rotina do rapaz consiste em ir à praia ou festas com seus amigos, beber muito e usar drogas, quando não visitar seu pai, vitimado pelo câncer. A expectativa do jovem, assim como dos demais apresentados no filme não são exatamente o retrato feliz da prosperidade, como mostra seus belos sorrisos e corpos, mas Frankie está inserido ali, transitando de um lado para outro, dentro e fora do armário. Porém algo o espreita, justamente quando Frankie está sozinho em seu quarto, longe da influência dos amigos ou de seus familiares. O drama do rapaz procurando sexo casual com homens mais velhos e a sexualidade regada a muita testosterona do mundo das festas, mulheres e drogas são abordados fielmente dentro daquele contexto e sem maiores elevações no roteiro, mas ao invés de dar um tratamento especial à transição do personagem entre esses dois ambientes, a diretora parece se preocupar demais em filmar os corpos dos jovens e suas trivialidades quando quase tudo a respeito disso já havia sido mostrado. Em cenas cruciais, quando tenta estabelecer um diálogo maduro com o público, entre os dois eventos que conflitam a vida de Frankie, ou ainda num determinado momento, que poderia fazer entender a situação do questionamento do rapaz perante os seus amigos, Eliza Rittman não aprofunda muito e termina o filme que tinha uma proposta tão bela como essa naquela intuição de que poderia ser melhor do que aparentava ser. Não é um filme ruim, mas a sensação de um encontro frustrante e que poderia ser melhor é grande e permanece com a gente tempos depois de finalizada a sessão.
Pobres Criaturas
4.2 1,1K Assista AgoraImpactante! Espetacular! Originalidade suprema, com atuações impecáveis.
Freaks Out
3.7 5Maravilhoso... atores, cenografia.... além de apresentar a 2a Guerra Mundial de forma tão original... IMPACTANTE! Tem que ser visto.
O grande silêncio
2.9 1Filme sensível e atraente, boa pedida nos tempos atuais.
Ratos de Praia
3.0 236Por Marcelo Fer
O cinema GLS já existe há muito tempo e são diversos exemplares que fizeram bonito com suas histórias – porém havia um certo limite nos cenários onde esses roteiros eram desenvolvidos. A maioria dos cineastas transportavam suas histórias para grandes e maravilhosas cidades paradisíacas e salva-se em algumas vezes, o filme se passava numa penitenciária, no exército ou algum outro lugar mais inóspito.
Barry Jenkins foi o responsável por dar um fôlego novo ao tema com “Moonlight – Sob A Luz do Luar” no ano passado. A história abordava a vida de um jovem negro de Miami que driblava momentos de seu crescimento com o mundo fácil da criminalidade e a descoberta de sua sexualidade. Proeminentemente reconhecido, o filme arrebatou o Oscar de Melhor Filme de 2017 entre outros prêmios.
Então, seria mais ou menos previsível dizer que transportar a velha história da descoberta da orientação sexual para onde a câmera poucas vezes tinha estado, seria uma ótima empreitada, e teria um bom tato para premiações, então alguns exemplares como o sul- africano “Inxeba” e “Beach Rats” chegaram, cada qual a seu modo de exibição.
Os protagonistas de Beach Rats observam a vida sem maiores pretensões.
Beach Rats (ou Ratos de Praia, como vem sendo chamado) dirigido por Eliza Rittman transporta sua história para o Brooklin contemporâneo e dentre um apanhado de jovens bonitos e quase sempre sem camisas, acompanha a eclosão sexual de um deles, o jovem Frankie (Harris Dickinson). A rotina do rapaz consiste em ir à praia ou festas com seus amigos, beber muito e usar drogas, quando não visitar seu pai, vitimado pelo câncer. A expectativa do jovem, assim como dos demais apresentados no filme não são exatamente o retrato feliz da prosperidade, como mostra seus belos sorrisos e corpos, mas Frankie está inserido ali, transitando de um lado para outro, dentro e fora do armário. Porém algo o espreita, justamente quando Frankie está sozinho em seu quarto, longe da influência dos amigos ou de seus familiares.
O drama do rapaz procurando sexo casual com homens mais velhos e a sexualidade regada a muita testosterona do mundo das festas, mulheres e drogas são abordados fielmente dentro daquele contexto e sem maiores elevações no roteiro, mas ao invés de dar um tratamento especial à transição do personagem entre esses dois ambientes, a diretora parece se preocupar demais em filmar os corpos dos jovens e suas trivialidades quando quase tudo a respeito disso já havia sido mostrado. Em cenas cruciais, quando tenta estabelecer um diálogo maduro com o público, entre os dois eventos que conflitam a vida de Frankie, ou ainda num determinado momento, que poderia fazer entender a situação do questionamento do rapaz perante os seus amigos, Eliza Rittman não aprofunda muito e termina o filme que tinha uma proposta tão bela como essa naquela intuição de que poderia ser melhor do que aparentava ser.
Não é um filme ruim, mas a sensação de um encontro frustrante e que poderia ser melhor é grande e permanece com a gente tempos depois de finalizada a sessão.