Não é de Deus assistir 23 episódios em menos de 72 horas, haha. Redenção total à série depois dessa segunda temporada. Praticamente irretocável! A Alicia é uma das personagens mais tridimensionais da atualidade. A entrega e a naturalidade da Julianna Margulies são surreais. Foi um deleite ver a protagonista ganhando contornos cada vez mais complexos: Alicia é feminista, é mãe, é esposa, é advogada, é irmã, é amiga, mas, acima de tudo, é humana. Essa humanização em detrimento de sua idealização é o âmago da série. O grande acerto dessa temporada foi aproximar a Alicia ao expectador, desnudando-a, exteriorizando sua fragilidade. Vê-la completamente sem chão após a descoberta de uma traição por parte de sua melhor amiga nos mostrou que, sim, a Alicia é destruidora nos tribunais e pisa sem dó nos inimigos com sua retórica, sarcasmo, carisma e charme, porém, ela ainda é uma mulher que nem sempre consegue controlar, conciliar e administrar suas emoções, seus sentimentos, seus ímpetos, suas responsabilidades, suas necessidades e, sobretudo, seus desejos (ah, essa season finale!). Contrasta com a primeira temporada, quando passamos a enaltecê-la por vê-la tão implacável na administração de sua família e do seu ofício. Aqui, contudo, ela se torna uma "good" wife, e não uma "perfect" wife. Outro ponto a ser destacado é a multiplicidade das tramas e sub-tramas: corrupção, feminismo, machismo, racismo, drogas, homossexualidade, vingança, religião e, claro, adultério. Mesmice e hipocrisia passam longe das mãos dos roteiristas, aqui eles jogam sal na ferida e ligam o "fuck it" pro politicamente correto - nem a Lei pode julgar a Lockhart, Gardner quando o assunto é o faturamento de alguns milhões. Por fim, ressalto a participação da Kalinda, quiçá a personagem mais enigmática, irresistível e bad ass da história das séries norte-americanas. Pouco importa os seus estereótipos de antissocial, gótica e lésbica (e como ela mesma não se limita como tais), o brilho de sua Kalinda é a eficiência e profissionalidade que ela deposita em suas investigações. Poucas vezes vi uma coadjuvante ofuscar um elenco inteiro com meia dúzia de palavras.
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The Good Wife (2ª Temporada)
4.5 83Não é de Deus assistir 23 episódios em menos de 72 horas, haha. Redenção total à série depois dessa segunda temporada. Praticamente irretocável! A Alicia é uma das personagens mais tridimensionais da atualidade. A entrega e a naturalidade da Julianna Margulies são surreais. Foi um deleite ver a protagonista ganhando contornos cada vez mais complexos: Alicia é feminista, é mãe, é esposa, é advogada, é irmã, é amiga, mas, acima de tudo, é humana. Essa humanização em detrimento de sua idealização é o âmago da série. O grande acerto dessa temporada foi aproximar a Alicia ao expectador, desnudando-a, exteriorizando sua fragilidade. Vê-la completamente sem chão após a descoberta de uma traição por parte de sua melhor amiga nos mostrou que, sim, a Alicia é destruidora nos tribunais e pisa sem dó nos inimigos com sua retórica, sarcasmo, carisma e charme, porém, ela ainda é uma mulher que nem sempre consegue controlar, conciliar e administrar suas emoções, seus sentimentos, seus ímpetos, suas responsabilidades, suas necessidades e, sobretudo, seus desejos (ah, essa season finale!). Contrasta com a primeira temporada, quando passamos a enaltecê-la por vê-la tão implacável na administração de sua família e do seu ofício. Aqui, contudo, ela se torna uma "good" wife, e não uma "perfect" wife. Outro ponto a ser destacado é a multiplicidade das tramas e sub-tramas: corrupção, feminismo, machismo, racismo, drogas, homossexualidade, vingança, religião e, claro, adultério. Mesmice e hipocrisia passam longe das mãos dos roteiristas, aqui eles jogam sal na ferida e ligam o "fuck it" pro politicamente correto - nem a Lei pode julgar a Lockhart, Gardner quando o assunto é o faturamento de alguns milhões. Por fim, ressalto a participação da Kalinda, quiçá a personagem mais enigmática, irresistível e bad ass da história das séries norte-americanas. Pouco importa os seus estereótipos de antissocial, gótica e lésbica (e como ela mesma não se limita como tais), o brilho de sua Kalinda é a eficiência e profissionalidade que ela deposita em suas investigações. Poucas vezes vi uma coadjuvante ofuscar um elenco inteiro com meia dúzia de palavras.