Eu vi muitas críticas dizendo que ele não cai na armadilha do enaltecimento americano e essa foi minha primeira impressão, com uma sequencia inicial bélissima, em que ele destila a participação estadunidense nos golpes e nos crimes cometidos pelo governo iraniano. Até o Aflleck entrar na história, o enredo fugia dos clichês de mostrar o povo do Irã como fundamentalistas loucos e radicais. Depois, o filme se concentra em mostrar as fragilidades e como eram os seis refugiados, criando simpatia em quem assiste. No fim, cai no maniqueísmo Oriente x EUA, construindo um suspense que te conduz a esquecer toda a motivação dos iranianos e torcer pelos americanos - que, evidentemente, são subordinados dos chefes de estado dos Estados Unidos, mas representam ativamente os interesses deles e, no começo do filme, coisa que muitos esquecem, picotam tudo aquilo que pudesse provar a culpa e a interferência de seu país - que acabam num avião, indo pra casa e sãos e salvos da ira dos rebeldes. Quer dizer, talvez à exceção daquela cena no mercado, nada se sabe dos iranianos - quantos perderam familiares e amigos? Quantos foram presos e abusados? É um filme muito bem feito, mas patriota e que reforça a imagem do cara do Oriente Médio que é visto como sanguinário e vingativo. E todos sabem que esse tipo de construção é conveniente pra os EUA.
Quer dizer, foi a minha leitura, se alguém discordar... Kkk
Se não leu o livro, não nos peça para não comparar as obras. É de se esperar que o diretor, ao se apropriar do nome de um livro, mantenha alguma fidelidade ao que foi escrito pelo autor. Talvez quem nunca tenha lido o livro tenha achado esse projeto de suspense erótico um bom filme. No entanto, os que já tiveram a honra de ler algo tão sugestivo e brilhante hão de concordar que ele se aprimorou da ideia rasa do livro - o retrato que envelhece enquanto Dorian permanece jovem - e criou outra coisa, algo muito mais sensacionalista que o que Wilde escreveu. Filme chato e infiel à obra, como poucos que eu já vi.
Trapaça
3.4 2,2K Assista AgoraÉ bom, o Christian Bale é foda, foi o único filme bom da Jennifer Lawrence e vale a pena sim :)
Argo
3.9 2,5KEu vi muitas críticas dizendo que ele não cai na armadilha do enaltecimento americano e essa foi minha primeira impressão, com uma sequencia inicial bélissima, em que ele destila a participação estadunidense nos golpes e nos crimes cometidos pelo governo iraniano. Até o Aflleck entrar na história, o enredo fugia dos clichês de mostrar o povo do Irã como fundamentalistas loucos e radicais. Depois, o filme se concentra em mostrar as fragilidades e como eram os seis refugiados, criando simpatia em quem assiste. No fim, cai no maniqueísmo Oriente x EUA, construindo um suspense que te conduz a esquecer toda a motivação dos iranianos e torcer pelos americanos - que, evidentemente, são subordinados dos chefes de estado dos Estados Unidos, mas representam ativamente os interesses deles e, no começo do filme, coisa que muitos esquecem, picotam tudo aquilo que pudesse provar a culpa e a interferência de seu país - que acabam num avião, indo pra casa e sãos e salvos da ira dos rebeldes. Quer dizer, talvez à exceção daquela cena no mercado, nada se sabe dos iranianos - quantos perderam familiares e amigos? Quantos foram presos e abusados? É um filme muito bem feito, mas patriota e que reforça a imagem do cara do Oriente Médio que é visto como sanguinário e vingativo. E todos sabem que esse tipo de construção é conveniente pra os EUA.
Quer dizer, foi a minha leitura, se alguém discordar... Kkk
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Inquietos
3.9 1,6K Assista AgoraO Retrato de Dorian Gray
3.2 1,5K Assista AgoraSe não leu o livro, não nos peça para não comparar as obras. É de se esperar que o diretor, ao se apropriar do nome de um livro, mantenha alguma fidelidade ao que foi escrito pelo autor. Talvez quem nunca tenha lido o livro tenha achado esse projeto de suspense erótico um bom filme. No entanto, os que já tiveram a honra de ler algo tão sugestivo e brilhante hão de concordar que ele se aprimorou da ideia rasa do livro - o retrato que envelhece enquanto Dorian permanece jovem - e criou outra coisa, algo muito mais sensacionalista que o que Wilde escreveu. Filme chato e infiel à obra, como poucos que eu já vi.