Bruno César dos Santos

Série maravilhosa! Final maravilhoso! E as brechas no final tbm achei ótimas. Não responder tudo eu tbm acho um avanço na dramaturgia, pq é isso, a vida deles continua. E particularmente quem eu queria que se fodesse se fodeu. Menos a Marília, coitada, que eu acho que é de longe a personagem com mais caráter de toda a trama. Estou órfão snif snif...

Gostei muito, mas em certo momento pensei: imagina esse mesmo filme feito num processo tradicional de cinema, apenas trocando os atores e fazendo ele num tempo normal de produção. Pensei que aí o filme iria ser fraco. Algo no roteiro, não sei. Aí vi o quanto eu estava sendo estúpido, pq ele nunca poderia ter essa profundidade e ele nunca existiria com essa mesma naturalidade se feito de outra maneira. É um filme realmente acima de qualquer crítica. Naturalidade da vida e tbm da inserção das mudanças visíveis da sociedade na trama. Me fez pensar que tentamos, mas a vida ainda é muito mais fascinante do que a arte. Me deu vontade que ele não parasse, que ele continuasse filmando até a morte. Só pelo prazer de observar a vida do outro. Algo que todos fazemos e tem a sua beleza. Ou filmarmos, registrarmos as nossas histórias, a nossa vida. E esse trecho, pqp, vou levar pro resto do meu agora:
"- Sabe quando dizem aproveite o momento? Não sei, mas acho que é o contrário. Como se o momento nos aproveitasse.
- Eu sei, é... é constante.Os momentos são...parece que sempre é o agora, sabe?
- Sei." <3

Realmente tive que concordar com a opinião dada por um crítico de um jornal, dada há poucos dias, comentando que se o Oscar realmente fosse uma premiação séria, era praticamente impossível Emmanuelle Riva sair da premiação sem a estatueta. E realmente discordar de quem acusa o filme de ser frio, sem sentimento. Ele é sem pieguice, isso sim. Como deve ser. Porque a vida é assim. Nossos pais acompanharam nossos avós, nós acompanharemos nossos pais e talvez alguém nos acompanhe quando chegar a hora, mas no fundo, estamos sozinhos. É preciso coragem!