A obra literária continua infilmável. No entanto, a solução de roteiro dada as partes com direitos autorais e mais complexas acaba sendo atualizada e mais palatável para as novas gerações. É uma boa versão. Resgatou o ar de vídeogame e referências da cultura pop mais recente (o livro é basicamente um retorno aos anos 80) misturadas em um liquidificador extremamente frenético. Além disso, o visual é incrível. Não economizaram nos efeitos. Mas isso acaba afastando. Perdendo a aventura real, e não tão plástica, que a construção de personagem Wade trazia. A jornada do herói apresentada na versão do livro é mais passível de identificação que a do filme. São tantos efeitos, estética vibrante e informações apresentadas na tela que o ritmo parece ao espectador mais frenético do que realmente é. Talvez a narrativa seria melhor apresentada se fosse trabalhado em uma série e de forma não tão apressada.
É aquele tipo de filme que te deixa com o misto de sentimentos entre o genial (pelos aspectos técnicos) e inquietante (pelas questões sociais). Me deixou com a sensação de querer passar rápido por ele exatamente por ter essa carga visceral pesada. Um adendo para a maneira como a obra discute a participação da mídia na sociedade e as autorizações de discursos que ela possibilita. That's life.
Um filme que merce toda as palmas que a crítica deu. Apesar da história ser sessão da tarde e bem conhecida, a forma que é contada faz toda diferença. Vale ver pelo visual, pela química dos protagonistas, pelo olhar! Quantos filmes populares hoje em dia se vê uma cena onde os protagonistas não falam uma palavra e só no olhar dizem tudo? E tenho que fazer uma ressalva para o fato que eles não são cantores como nos musicais que estamos acostumados. Quando a Stone e o Gosling cantam não é exagerado, não parece um clipe musical, eles só estão se expressando no modo mais puro que poderia ser. O filme é dez. Tenho que concordar que, apesar de ser do gênero musical, não parece um.
Um filme de negros, falando sobre negros e a diversidade em que está inserida. 28 anos se passaram e a discussão ainda continua atual. E isso não só nos EUA, mas aqui no Brasil também, onde o relatório "Violência Letal contra as Crianças e Adolescentes do Brasil" retrata que as chances de um jovem negro ser vítima de homicídio é 178% maior do que a de um branco. O filme fala sobre representatividade, diversidade e aceitação de culturas diferentes. De como uma cultura inteira morre quando não se vê representada, calada e vedada.
O Radio morreu por querer um quadro na parede. Ele vestia uma camisa representando a cultura negra com o nome do bairro "Bed-Stuy", de maioria afro-descendente, ao som de "Fight the power". A cada cena o enredo reafirma a máxima de que a cultura do outro não é errada, apenas diferente e que por isso deve ser representada e aceitada como ela é. De que há momentos, como um dia quente, metáfora para a algo que cozinha até explodir, que podem ser o estopim para uma vizinhança sair do controle devido a uma sucessão de eventos desagradáveis.
Vi muitos comentando sobre a dinamicidade do filme, pois acho que cada parte do roteiro, paleta de cores, figurino, cena de abertura, de fechamento e arco dos personagens incrivelmente bem construídos e necessários para criar o "clima de cozimento". Cinema é um instrumento, se bem utilizado, de manifestação social e o diretor/roteirista Spike Lee utiliza esse canal com maestria para uma crítica repleta de referências da cultura, cotidiano e conflitos étnicos. Sensacional!
Sensacional!! Só não dou cinco estrelas por motivos ideológicos e por alguns diálogos. Mas a obra, pelo que se propõe, ouso dizer que tem moral pra ser um clássico de seu gênero.
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Jogador Nº 1
3.9 1,4K Assista AgoraA obra literária continua infilmável. No entanto, a solução de roteiro dada as partes com direitos autorais e mais complexas acaba sendo atualizada e mais palatável para as novas gerações. É uma boa versão. Resgatou o ar de vídeogame e referências da cultura pop mais recente (o livro é basicamente um retorno aos anos 80) misturadas em um liquidificador extremamente frenético. Além disso, o visual é incrível. Não economizaram nos efeitos. Mas isso acaba afastando. Perdendo a aventura real, e não tão plástica, que a construção de personagem Wade trazia. A jornada do herói apresentada na versão do livro é mais passível de identificação que a do filme. São tantos efeitos, estética vibrante e informações apresentadas na tela que o ritmo parece ao espectador mais frenético do que realmente é. Talvez a narrativa seria melhor apresentada se fosse trabalhado em uma série e de forma não tão apressada.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraÉ aquele tipo de filme que te deixa com o misto de sentimentos entre o genial (pelos aspectos técnicos) e inquietante (pelas questões sociais). Me deixou com a sensação de querer passar rápido por ele exatamente por ter essa carga visceral pesada. Um adendo para a maneira como a obra discute a participação da mídia na sociedade e as autorizações de discursos que ela possibilita. That's life.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraUm filme que merce toda as palmas que a crítica deu. Apesar da história ser sessão da tarde e bem conhecida, a forma que é contada faz toda diferença. Vale ver pelo visual, pela química dos protagonistas, pelo olhar! Quantos filmes populares hoje em dia se vê uma cena onde os protagonistas não falam uma palavra e só no olhar dizem tudo? E tenho que fazer uma ressalva para o fato que eles não são cantores como nos musicais que estamos acostumados. Quando a Stone e o Gosling cantam não é exagerado, não parece um clipe musical, eles só estão se expressando no modo mais puro que poderia ser. O filme é dez. Tenho que concordar que, apesar de ser do gênero musical, não parece um.
Faça a Coisa Certa
4.2 398Um filme de negros, falando sobre negros e a diversidade em que está inserida. 28 anos se passaram e a discussão ainda continua atual. E isso não só nos EUA, mas aqui no Brasil também, onde o relatório "Violência Letal contra as Crianças e Adolescentes do Brasil" retrata que as chances de um jovem negro ser vítima de homicídio é 178% maior do que a de um branco. O filme fala sobre representatividade, diversidade e aceitação de culturas diferentes. De como uma cultura inteira morre quando não se vê representada, calada e vedada.
O Radio morreu por querer um quadro na parede. Ele vestia uma camisa representando a cultura negra com o nome do bairro "Bed-Stuy", de maioria afro-descendente, ao som de "Fight the power". A cada cena o enredo reafirma a máxima de que a cultura do outro não é errada, apenas diferente e que por isso deve ser representada e aceitada como ela é. De que há momentos, como um dia quente, metáfora para a algo que cozinha até explodir, que podem ser o estopim para uma vizinhança sair do controle devido a uma sucessão de eventos desagradáveis.
Cães de Aluguel
4.2 1,9K Assista AgoraSensacional!! Só não dou cinco estrelas por motivos ideológicos e por alguns diálogos. Mas a obra, pelo que se propõe, ouso dizer que tem moral pra ser um clássico de seu gênero.