Parece uma modalidade nova de jabá - não que Beatles precisem. Mas me fez pensar em algumas coisas, confesso.
PS: eu não conheço nada de Beatles, então fiquei pastelando em algumas referências, o que certamente contribuiu para que eu não gostasse um pouco mais do filme.
Hollywood ainda opta por uma construção de narrativas em que as relações étnicorraciais prevalesçam como equilibradas e respeitosas enquanto potencialidade, possibilidade e quase inevitabilidade.
Pra mim, que sou branco e tento desconstruir diversos parâmetros, é um olhar confortável, confesso. Suponho, entretanto, que a realidade dos afroamericanos seja mais difícil nessas relações interpessoais ou mesmo profissionais com os brancos.
Isso tudo não tira o mérito das atuações impecáveis e da direção, de um homem branco, que faz o filme oscilar entre a emoção, a tensão e até situações de humor.
Nota inicial: Impressiona como o filme já nasce "velho" - sinal dos tempos em que tudo parece ser efêmero demais, digital demais, rápido demais. Não por acaso parece que a história recente do Brasil cabe num pen drive com tantos áudios vazados, conversas de interesse nacional tornadas públicas e decisões de alcance nacional estabelecidas por um punhado de poderosos através de aplicativos de celular beirando a banalização do que é muito importante para um país da importância do Brasil.
Dias depois dos vazamentos de conversas ilegais entre o então juiz Sergio Moro e membros do Ministério Público, parte do argumento do filme é irrelevante porque não é mais preciso buscar explicações, decodificar manipulações que passaram batidas no calor dos acontecimentos ou apurar a parcialidade do processo de julgamento de um dos personagens principais do título, Lula. O julgamento do ex-presidente foi descaradamente parcial e, por isso, ilegal e passível de anulação.
Por outro lado, o filme tem dois destaques importantes:
1) Todo apresentado em primeira pessoa, o filme explicita a parcialidade da diretora num objetivo claro de evitar acusações infantis e irrelevantes por uma parte da audiência. Reafirma se tratar de uma obra e uma produção intelectual no seu sentido estrito: sem falsas demonstrações de parcialidade ou tom apolítico. É curioso que mesmo em tempos sombrios de "Escola sem partido", por exemplo, essa narrativa parcial não deixa de ser importante, pelo contrário. As constantes falas da diretora se reconhecendo como alguém diretamente vinculado ao mais alto escalão do sistema de poder Brasil é dos pontos altos;
2) A leitura que a diretora faz da formação do poder oficial no Brasil contemporâneo é muito precisa e, por isso, tem chance de ganhar atenção estrangeira. As relações de poder em torno da governabilidade desde a primeira eleição de Lula até a crise identitária do eleitorado às vésperas do impechment são essenciais para o desafio de compreender o Brasil tanto por nós quanto por quem nos olha de fora.
Também vale destacar que as imagens de bastidores são curiosas, pois a câmera esteve em locais e momentos essenciais.
Revolução Dos 3
4.2 4Fui assistir despretensiosamente e curti bastante - e olha que nem acompanho esportes.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraÉ óbvio, mas seria injusto não repetir: que atuação!
A Outra História Americana
4.4 2,2K Assista AgoraParece que parte do Brasil de 2020 foi rodado em 1998 nos Estados Unidos.
E a gente sabe que não é por mera coincidência.
Yesterday: A Trilha do Sucesso
3.4 1,0KParece uma modalidade nova de jabá - não que Beatles precisem.
Mas me fez pensar em algumas coisas, confesso.
PS: eu não conheço nada de Beatles, então fiquei pastelando em algumas referências, o que certamente contribuiu para que eu não gostasse um pouco mais do filme.
O Diabo Veste Prada
3.8 2,4K Assista AgoraAs bobeirinhas que a gente gosta.
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista AgoraHollywood ainda opta por uma construção de narrativas em que as relações étnicorraciais prevalesçam como equilibradas e respeitosas enquanto potencialidade, possibilidade e quase inevitabilidade.
Pra mim, que sou branco e tento desconstruir diversos parâmetros, é um olhar confortável, confesso. Suponho, entretanto, que a realidade dos afroamericanos seja mais difícil nessas relações interpessoais ou mesmo profissionais com os brancos.
Isso tudo não tira o mérito das atuações impecáveis e da direção, de um homem branco, que faz o filme oscilar entre a emoção, a tensão e até situações de humor.
One Child Nation
4.1 74Avassalador.
Mais uma forma de explorar que o feminismo é para todas.
Os entrevistados demonstram sentimentos genuínos que nós, ocidentais preconceituosos, cismamos em não querer perceber.
Senti falta de uma contextualização que explicasse a China pré e pós revolução.
American Son
3.7 185Interessante a linguagem de teatro usada no filme - tudo se passa na sala da delegacia.
A história é angustiante e muito triste.
Democracia em Vertigem
4.1 1,3KNota inicial:
Impressiona como o filme já nasce "velho" - sinal dos tempos em que tudo parece ser efêmero demais, digital demais, rápido demais. Não por acaso parece que a história recente do Brasil cabe num pen drive com tantos áudios vazados, conversas de interesse nacional tornadas públicas e decisões de alcance nacional estabelecidas por um punhado de poderosos através de aplicativos de celular beirando a banalização do que é muito importante para um país da importância do Brasil.
Dias depois dos vazamentos de conversas ilegais entre o então juiz Sergio Moro e membros do Ministério Público, parte do argumento do filme é irrelevante porque não é mais preciso buscar explicações, decodificar manipulações que passaram batidas no calor dos acontecimentos ou apurar a parcialidade do processo de julgamento de um dos personagens principais do título, Lula. O julgamento do ex-presidente foi descaradamente parcial e, por isso, ilegal e passível de anulação.
Por outro lado, o filme tem dois destaques importantes:
1) Todo apresentado em primeira pessoa, o filme explicita a parcialidade da diretora num objetivo claro de evitar acusações infantis e irrelevantes por uma parte da audiência. Reafirma se tratar de uma obra e uma produção intelectual no seu sentido estrito: sem falsas demonstrações de parcialidade ou tom apolítico. É curioso que mesmo em tempos sombrios de "Escola sem partido", por exemplo, essa narrativa parcial não deixa de ser importante, pelo contrário. As constantes falas da diretora se reconhecendo como alguém diretamente vinculado ao mais alto escalão do sistema de poder Brasil é dos pontos altos;
2) A leitura que a diretora faz da formação do poder oficial no Brasil contemporâneo é muito precisa e, por isso, tem chance de ganhar atenção estrangeira. As relações de poder em torno da governabilidade desde a primeira eleição de Lula até a crise identitária do eleitorado às vésperas do impechment são essenciais para o desafio de compreender o Brasil tanto por nós quanto por quem nos olha de fora.
Também vale destacar que as imagens de bastidores são curiosas, pois a câmera esteve em locais e momentos essenciais.
Fevereiros
4.3 35O Brasil que importa está nesse emocionante filme.