O filme me tocou muito, como negra, por mostrar além de uma herança escravocrata e colonial de um passado não tão distante assim do nosso país uma visão de como é naturalizado a hipersexualização do corpo negro. Durante os relatos o racismo velado era quase materializado , os fetiches com uma época muito dura na nossa história (sobre dominação dos corpos de outras pessoas como se você fosse melhor do que elas, não somente fisicamente, mas psicologicamente, melhor em tudo), a comparação de se namorar um negro e se namorar um branco, estranhamento de familiares, transformar uma raça em uma preferência dando desculpa de que é algo totalmente seu e não uma estrutura histórica, entre outras coisas.
Nas imagens iam se passando nomes muito comuns não só na cidade de Recife, onde acredito que tenha sido gravado o curta, mas em todo o país. Os nomes sempre citavam baronesas, engenhos, barões, senzalas como coisas grandiosas, motivos de luxo e riqueza, uma espécie de capital cultural, como se a arquitetura local ganhasse algo mais histórico pelo nome, às vezes tratados até como homenagem.
Ver tudo isso num curta tratando sobre um relacionamento homossexual, que por si só já sofre de muitas opressões, acaba tratando pra um problema pouco visto. Abusos e relações de poder vão além dos relacionamentos heterossexuais (independente de raça), por mais que sejam os mais retratados. Em relações homossexuais o debate sobre o racismo ainda continua muito atrasado, assim como no resto da sociedade. Parece que algo já foi debatido e agora o problema foi resolvido, o resto são pequenas consequências. Infelizmente consequências que continuam nos machucando e matando diariamente.
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Vinil Verde
3.7 172 Assista AgoraA menina escuta o disquinho verde e descobre que é o gemidão do zap
Casa Forte
3.7 6O filme me tocou muito, como negra, por mostrar além de uma herança escravocrata e colonial de um passado não tão distante assim do nosso país uma visão de como é naturalizado a hipersexualização do corpo negro. Durante os relatos o racismo velado era quase materializado , os fetiches com uma época muito dura na nossa história (sobre dominação dos corpos de outras pessoas como se você fosse melhor do que elas, não somente fisicamente, mas psicologicamente, melhor em tudo), a comparação de se namorar um negro e se namorar um branco, estranhamento de familiares, transformar uma raça em uma preferência dando desculpa de que é algo totalmente seu e não uma estrutura histórica, entre outras coisas.
Nas imagens iam se passando nomes muito comuns não só na cidade de Recife, onde acredito que tenha sido gravado o curta, mas em todo o país. Os nomes sempre citavam baronesas, engenhos, barões, senzalas como coisas grandiosas, motivos de luxo e riqueza, uma espécie de capital cultural, como se a arquitetura local ganhasse algo mais histórico pelo nome, às vezes tratados até como homenagem.
Ver tudo isso num curta tratando sobre um relacionamento homossexual, que por si só já sofre de muitas opressões, acaba tratando pra um problema pouco visto. Abusos e relações de poder vão além dos relacionamentos heterossexuais (independente de raça), por mais que sejam os mais retratados. Em relações homossexuais o debate sobre o racismo ainda continua muito atrasado, assim como no resto da sociedade. Parece que algo já foi debatido e agora o problema foi resolvido, o resto são pequenas consequências. Infelizmente consequências que continuam nos machucando e matando diariamente.